As personagens élficas aqui reconhecidas não me pertencem, mas sim a J.R.R Tolkien, mas a originalidade da história e algumas personagens pertencem somente a mim... e talvez à minha amiga que me ajudou, indirectamente, nos nomes das personagens.
Valinor, A Terra Esquecida
Sónia Abreu era uma moça de 17 anos de cabelos compridos castanhos e olhos cor de mel, era alta e aposentava uma boa figura. Era uma moça bem disposta, alegre que gostava muito de rir e de se divertir, mas agora não estava com disposição para rir, estava enjoada e podia vomitar a qualquer altura. Estava num enorme barco de cruzeiro mais os seus quatro irmãos e as suas respectivas namoradas viajando num cruzeiro que cruzava o Oceano Atlântico até Cuba.
Sónia detestava andar de barco, mesmo quando andava no barco de pescador do seu avô sentia-se sempre enjoada.
– Ai Meu Deus ! – disse Sónia numa varanda do barco a olhar para o mar que subia e descia repetidamente. – Acho que vou vomitar. Outra vez.
– Maninha Querida. – disse Marco, o seu irmão mais velho. – Queres algum pão de marisco ? – os vómitos vieram à boca da Sónia – Já vi que não. É melhor ires dormir. Vai ver televisão, ou vai jogar ás máquinas que isso depois passa.
– Pois. – disse Sónia a olhar para o mar sentindo-se ainda mais enjoada – Disseste isso ontem. Vou mas é para o quarto ver se tenho algum comprimido.
Sónia foi na direcção das escadas para o seu camarim, desceu-as e entrou no camarim abrindo a porta branca de madeira. Deixou-se cair numa poltrona que havia, mas rapidamente levantou-se porque sentia ainda mais o balanço do barco.
– Ai que vou vomitar ! Ai...nunca mais ando de barco. Vou para casa de avião.
Dito isto foi à gaveta da cómoda tirando de lá várias caixas de comprimidos e examinou-as até encontrar uma para o enjoo, tomou o comprimido e deitou-se a dormir. Quando acordou já era de noite, já passava da hora de jantar e Sónia levantou-se num pulo, o enjoo e os vómitos repentinos tinham acabado, vestiu uma t-shirt azul clara de decote redondo, uns calções azuis escuros e uns chinelos azuis clarinhas com pequenos búzios brancos à volta. A noite estava quente e estrelada, Sónia adorava olhar para as estrelas e ficou a mirá-las durante muito tempo até se lembrar que ainda não tinha comido nada. Correu para o restaurante do barco e entrou. Puxou um cartão do seu bolso detrás que permitia-lhe comer, jogar, enfim, fazer todas as coisas que podia e deixar a conta para os irmãos. Mostrou o número do cartão ao mordomo e de seguida comeu uma sopinha de legumes, uma coisinha leve para depois não enjoar.
Acabado o leve jantar, Sónia foi rapidamente para a proa do navio, o único problema foi que Sónia enjoou e tive que ir para o seu camarim, quando lá chegou viu o Rodolfo, o seu irmão mais novo dos rapazes, a Sónia era a mais nova. Rodolfo estava deitado na cama, era o único dos irmãos que não tinha namorada e ficara no mesmo camarim que a Sónia. Esta, que estava enjoada, tirou um comprimido e tomou-o, passado algum tempo sentiu-se melhor e foi para as escadas que dava para a piscina ver as estrelas. Já estava lá algum tempo quando algo despertou-lhe a atenção. Uma estrela começou a brilhar fortemente, depois Sónia espreguiçou-se e foi para o camarim.
Rodolfo continuava a dormir profundamente e Sónia, depois de trocar a roupa, deitou-se e adormeceu.
Sónia acordou repentinamente, o barco balançava como nunca e Rodolfo estava acordado.
– Fica aqui. – disse Rodolfo vestindo um sobretudo amarelo – Acho que vamos enfrentar uma tempestade não prevista. Deixa-te cá ficar. Ouviste ?
– Mas...O quê ? – disse Sónia completamente confusa enquanto ficava enjoada – O que raio está a passar ?
– Fica aqui e não saias. – disse Rodolfo antes de sair do camarim.
Sónia sempre fora um pouco curiosa e vestiu um sobretudo amarelo em cima do seu pijama, mas os balanços do barco dificultavam as coisas, por fim Sónia saiu do camarim. Para seu espanto viu uma chuva carregada abater-se sobre o barco e as pessoas dos camarins aos lados estavam nas portas a ver o que se passava. Sónia olhou para os lados e foi à procura de algum dos seus irmãos, mas andava aos sopapos devido à chuva e aos balanços do barco, andou durante um bom bocado de tempo até chegar ás bordas do barco, Sónia ficou com medo pois poderia cair do barco e pensou em voltar para trás, mas Sónia resolveu ir sempre em frente, pois era mais perto do que dar a volta que dera. Avançou até chegar ao pé de um bote e um vento fortíssimo levantou o plástico que protegia o bote e Sónia estranhou, geralmente o plástico era bem amarrado e Sónia teve um mau pressentimento. Ia voltar para trás quando um balanço do barco a fez cair para o bote e as roldanas que o seguravam partissem e o bote caiu ao mar com Sónia dentro. O bote meteu um pouco de água devido à queda no mar e Sónia ficou um pouco zonza, mas desmaiou logo depois de ver o barco a se afastar e de ver a estrela que vira antes brilhar como nunca.
Por fim o dia chegou, Sónia sentiu uma luz forte a inundar-lhe a cara e abriu os olhos. Continuava no bote no meio do Oceano com o sol forte a bater-lhe na cara, sentou-se e olhou em volta, à sua volta só se via água salgada, brilhante e cristalina, de repente Sónia sentiu-se desesperada.
– Isto é um sonho. Isto é um sonho. – disse desesperada enquanto levava as mãos à cabeça – Um sonho muito mau. Um pesadelo...Sim...É isso. Um pesadelo.
Mas a água fria e o calor do sol fizeram Sónia aceitar realidade de estar no meio no nada condenada à morte. Começou a chorar e chorou durante algum tempo até começar a sentir fome, sede e a sua pele começava a arder do calor do Sol, nessa altura Sónia apercebeu-se que chorar não lhe valia de nada, olhou para fora do bote para ver o mar, mas viu uma sombra negra a passar por baixo do bote e Sónia voltou para o meio do bote com medo que aquilo fosse um tubarão, mas depois veio a descobrir que era golfinhos que estavam de passagem. Sónia sentiu-se mais aliviada ao saber que eram golfinhos, mas não deixou de se sentir desesperada e não ligou muito aos alegres cetáceos que deitavam muitas vezes a cabeça fora de água. O bote parecia ter vida própria, pois andava lentamente e deslizava por entre o mar, Sónia até chegou a pensar que os golfinhos a levavam para terra, mas claro esse pensamento afastou-se porque concluiu que era estúpido e porque os golfinhos foram-se embora, depois pensou que talvez o bote havia apanhado uma corrente.
Anoiteceu depressa, com a noite veio o frio e Sónia sentiu-se gelada e cansada, estava com fome, tinha sede e estava meia zonza do Sol que apanhara todo o dia.
Sónia não sabia o que fazer, tinha pensado em jogar-se para o mar e deixar-se morrer afogada ou gelada, ou simplesmente ser comida por um tubarão, mas Sónia não tinha coragem para se matar, então olhou para o céu e sorriu.
– Pelo o menos tenho as estrelas...e ainda hoje não enjoei. – disse Sónia.
Olhou para o céu e percorreu-o com o olhar, muitas vezes vira as estrelas e contemplava-as demoradamente, mas nunca se sentira tão feliz ao vê-las e nunca se apercebera como eram tão bonitas.
– Talvez por ser a última vez que vou vê-las, talvez elas estejam a tentar agradar-me. – disse Sónia e olhou para a estrela da noite anterior que brilhava intensamente sobre o mar.
Sónia sentiu-se sonolenta apesar de se sentir gelada, então cabeça pendeu-lhe e Sónia adormeceu deitada no bote.
O bote começou a mover-se mais depressa e entrou num nevoeiro cerrado, Sónia continuava a dormir e não notou em nada, o bote deslizou no nevoeiro durante algum tempo até que este se dissipou e apareceu uma massa escura ao fundo, o bote parecia ter vida e deslizou para a massa escura que era terra e parou entre uns rochedos, um pouco afastado da praia. Ao fundo da paria podia-se ver umas pequenas luzinhas que brilhavam e um vulto com uma laterna passeava na praia, este olhou em volta e ficou a olhar para o mar na direcção do bote, subiu os rochedos e foi ter onde o bote estava. Ficou perplexo quando viu Sónia deitada no barco.
