Razão & Sensibilidade

Sinopse: Quando Lily Evans acorda, não reconhece o lugar em que se encontra, seus amigos não parecem os mesmos e James Potter aparenta ser um perfeito cavalheiro. Perdida entre a fantasia e a realidade, ela terá que se libertar da razão e viver a emoção em pleno século XIX.

Nota da Autora: É realmente gratificante quando um projeto que você tinha em mente há muito tempo é passado para o papel, no meu caso, para o computador e então é publicado. "Razão & Sensibilidade", foi fruto de um momento de insanidade enquanto assistia ao filme homônimo. Apesar do título ser igual, a história em si não tem grandes semelhanças, só passa na mesma época e peguei alguns nomes e sobrenomes emprestados. É uma fic pela qual eu tenho um carinho especial e espero que também tenham ao acabar de ler. Ok, agora chega de formalidade e vamos ao que interessa...


Prólogo

Ainda mantinha os olhos fechados. Sabia que era sábado, portanto não havia necessidade de levantar cedo. E realmente devia ser muito cedo ainda, pois até agora não ouvira os gritos de Marianne procurando desesperadamente por suas roupas, que jogara em algum lugar e cujo o paradeiro esquecera. Acontecia exatamente às oito horas da manhã, já confirmara por si mesma diversas vezes. Acordar em pleno sábado às oito horas da manhã não era nada bom, nada bom mesmo...

Puxou mais um pouco o cobertor - aquela manhã estava incrivelmente fria -, e colocou o travesseiro em cima de sua cabeça, tentando diminuir a claridade que devia estar vindo das janelas do dormitório. Tornar a dormir era difícil, tinha perdido a vontade, mas levantar daquela cama era mais difícil ainda. Continuaria deitada, mesmo sem sono.

Depois de algum tempo, ouviu a porta ranger, sinal de que estava sendo aberta, mas não deu a mínima atenção, devia ser Marianne ou Josephine saindo do dormitório. Eram as únicas que conseguiam acordar cedo.

Lily! Lily!

Não, não era possível! Pela milésima vez naquele mês a dona das roupas fora-da-lei estava gritando seu nome, talvez querendo ajuda com a investigação policial. Ficaria quieta, fingiria que ainda estava dormindo.

Lily, sei que não está dormindo! – a voz feminina continuava gritando, agora em um tom mais baixo – Por favor, poderia parar de me fazer de boba?

Sua amiga estava esquisita. Não lembrava da última vez em que ouvira a palavra "por favor" sair da boca dela. Devia ter acordado de bom-humor, só podia. Mas ela não se importava. Continuou a fingir.

A voz parou e o cômodo entrou em silêncio total. Conseguira convencer Marianne! Enfim poderia tentar dormir em sua cama confortável sem intromissões. De repente começou a sentir que alguém estava lhe fazendo cócegas. Oh, mataria a criatura!

Sai de cima de mim, Marianne! – berrou empurrando a menina para longe.

Marianne? – a voz parecia indecisa entre a confusão e o divertimento – Você e suas piadinhas, sabe muito bem como eu me chamo, sua boba.

Lily levantou o travesseiro de cima de seu rosto, abrindo os olhos. Só podiam estar brincando com ela, era a única explicação razoável. Uma perfeita imitação da garotinha que fora aos doze anos estava olhando para ela sorrindo. O cabelo ruivo cacheado, os olhos verdes chamativos e o sorriso que há muito tempo não tinha no rosto faziam parte daquela garotinha. Que tinha um clone no segundo ano ela não sabia!

O que você está fazendo aqui? – tentou não parecer muito sem educação.

A menina voltou a rir, balançando a cabeça de um lado pro outro, divertida. Sentou na beirada da cama apoiada com os cotovelos e se cobriu um pouco com o cobertor. Depois suspirou e começou a falar:

Mamãe me mandou te chamar. Sabe como é, você anda dormindo demais, sempre tenho que vir aqui te acordar. – ela agora brincava com uma mecha de seu cabelo – Você está estranha.

Mamãe? – olhou-a confusa com tudo aquilo – A minha ou a sua?

Como assim a minha ou a sua? É lógico que é sua e minha mãe, Lily, a nossa! Tem alguma outra por acaso?

A mais velha ficou mais confusa ainda com o "nossa mãe". Sabia muito bem que a única irmã que tinha era Petúnia e aquela menininha não parecia nem um pouco com sua irmã mais velha cara-de-cavalo implicante. Tinha alguma coisa muito estranha acontecendo ali. Pela primeira vez, olhou o lugar em que estava e ficou completamente assustada: nada ali lhe era familiar, absolutamente nada! A cama em que estava deitada era de casal, com lençóis de seda e vários detalhes ornamentais. As paredes brancas, artisticamente manchadas com alguns quadros (imóveis) nas paredes. Devia estar numa casa trouxa, só não sabia como viera parar ali.

Você é trouxa? – perguntou.

O rosto da garotinha começou a ficar vermelho, cruzou os braços e levantou da cama bruscamente. Começou a falar brava:

Sua mal-educada! Quem você pensa que é pra me chamar de trouxa? Sou tão inteligente quanto você, não há motivo para me ofender dessa maneira tão descortês! – ela parecia prestes a explodir – Vim fazer um favor à mamãe e te acordar para ir se aprontar, já que os Wise vão vir aqui em casa hoje e você não coopera! Quer saber de uma coisa? Eu vou embora!

Quando já estava alcançando a porta, Lily lhe dirigiu a palavra. Precisava de explicações e aquela menina poderia lhe explicar muita coisa, talvez. Não queria ser deixada sozinha ali, sendo o ali onde quer que fosse.

Desculpe-me, acordei com enxaqueca. Não quis ser tão grossa. – sentou-se na cama, a menininha fez o mesmo – Poderia dizer-me seu nome só para eu ter certeza? – perguntou sorrindo.

Margaret – a menina sorriu – sua amada irmãzinha caçula.

Oh, disso eu já sabia, Meg – já que ela dizia ser sua irmã, tinha que fingir saber disso, apesar de não estar nem um pouco perto de começar a entender tudo aquilo. – Onde estamos, mesmo? Acho que bati a cabeça antes de dormir, sabe como é.

Na nossa mansão. – a menina ria com as perguntas tolas – Na mansão Dashwood!

Então eu me chamo Lily Dashwood?

Não - sua suposta irmã soou irônica – Acho que Papai Noel combina mais com você!

Deixou-se sorrir por um minuto. Estava presa com uma irmã e uma situação irônica. A vida não é maravilhosa?

Quem decorou esse quarto gosta de coisas antigas, não? Quero dizer, pareço estar em um filme de época.

Lily, tem certeza de que não está doente? – a menina postou a mão em sua fronte como se testando a temperatura – E que novo código é esse que está inventando? – indagou, olhando-a curiosa.

Código? – arqueou as sobrancelhas, ela estava, por acaso, dizendo algo em código?

Sim, o que filme significa?

Deixa pra lá. Mas por via das dúvidas, em que ano estamos?

Está perdendo a memória? Em 1845, obviamente!

Aquilo foi como um choque! Só não estava em um local completamente diferente e estranho como tinha voltado cerca de 130 anos no tempo. Não se lembrava de nada que poderia causar aquilo e começou a entrar em pânico. Tinha que descobrir como sair dali, o mais rápido possível! Tinha que manter a calma, tinha que conseguir mais informações:

Que tal fazermos um acordo? – perguntou à sua suposta irmãzinha.

Depende, incluindo o quê? – os olhos brilhavam em expectativa.

Eu te ensino o meu novo código e você responde às perguntas, malucas ou não, que eu fizer. De acordo?

Pode apostar!


Nota da Autora: Então, o que acharam do começo? Um pouco confuso, talvez? Comentem! O outro capítulo já está pronto, mas adivinhem: só vai ser publicado depois um certo número de comentários que eu estipulei na minha cabeça... Quantos? Segredo secreto! Sei que parece birra, mas... digamos que eu esteja voltando a minha fase infantil... Brincadeira.

Bjus;

Patrícia.