N/A: Este projeto é bastante antigo e estava parado há um bom tempo. Meus estudos sobre fandom e o fato de precisar voltar a ler fanfictions me lembrou do quanto isso me era familiar e retomei a escrita. Na verdade, caros leitores, essa também uma maneira de dizer que Harry Potter é o tipo de universo que dies hard, e que sua fanfiction tem potencial para acabar nunca.
Green Street Marauder tem inspiração óbvia no filme Green Street de 2005, e retoma determinados aspectos da torcida do West Ham United do filme, e não da vida real. Vale dizer que a torcida organizada do West Ham não é chamada em realidade de Green Street Elite, mas Inter City Firm. Nenhuma referência do filme de Lexi Alexander me pertence, nem os personagens do universo Harry Potter, naturalmente. Como minha primeira AU, tomei muitas liberdades, mas espero que gostem.
Alerta: Violência e muitos, muitos palavrões.
Prelúdio
Era um dia daqueles meio nublados, meio indecisos. A cerveja já estava esquentando na caneca. O Queens Head era sempre muito cheio e barulhento, mas naquele dia em especial, exceto pelos ruídos constantes de martelos em madeira, tudo estava anormalmente quieto e James Potter sabia por quê. A culpa era sua.
As pessoas presentes olhavam para ele de vez em quando, tentando adivinhar quando ele sairia daquele estado vegetativo e quebraria o silêncio, mostrando o sorriso fácil de sempre ao invés da cara fechada, embora soubessem muito bem a razão de seu isolamento social. Aquelas pessoas seletas que estavam ali sabiam que James Potter havia sido irremediavelmente traído, um tropeço do qual era impossível se levantar. Ele devia ficar sozinho, girando a caneca na mesa, sobrancelhas unidas, remoendo os últimos acontecimentos.
Ninguém nunca o havia visto taciturno daquela maneira, nem depois da famosa noite em que Black fora embora, ou mesmo na noite em que Black voltara e que tudo acontecera. Potter havia tropeçado e era por causa de uma garota.
Potter um dia havia pensado que a felicidade era quase que natural em sua vida. Ou talvez nunca tivesse de pensar sobre isso. A rotina da GSE, a torcida preferida da polícia e dos jornalistas, havia se tornado a sua rotina. Não havia nada melhor que xingar a torcida do Chelsea, ou vivenciar uma virada fenomenal sobre o Millwall, os eternos rivais, por 3 a 2. Ir ao Queens Head e berrar o hino do West Ham United, tomando da melhor cerveja do mundo. Ele não precisava de nada mais. Ou ao menos achava que não, até conhecer Lily Evans. Aquele sorriso irônico, as ondas ruivas dos cabelos e os olhos verdes deviam ser hipnóticos. O líder da Green Street Elite havia se apaixonado, mas não sabia admitir esse tipo de coisa. Não porque achasse brega. Só não achava ser preciso.
De fato, a falta de atenção de James para coisas de casal protagonizou a última briga séria dos dois. Não havia dado a devida importância para o que Lily dizia até que aqueles olhos se enchessem de lágrimas e ela lhe fizesse a pergunta. A pergunta que acendera um pavio em sua cabeça que jamais se apagaria. Tal a confusão que o tomara que a única coisa que pôde responder fora o silêncio. E ela se foi.
Sem aviso prévio, sem retornar ligações, sem deixar explicações quaisquer. Havia sumido de sua casa e ninguém tinha notícia nenhuma dela. Sem mais, nem menos.
Até aquele dia meio nublado, meio indeciso. Até o dia em que Lily Evans decidira virar a casaca e apunhalar Potter, Black e toda a GSE pelas costas de modo que não fosse possível qualquer tipo de salvação.
Pensar que a culpa era sua ao menos fazia tudo mais fácil de engolir.
