Capítulo um: A vida & o sonho
Por Kami-chan
POV KAI
A chuva caindo lá fora dá um clima tão gostoso, o som dos grossos pingos se chocando com o chão e o prédio era apenas um pouco mais alto que meus gemidos. Em pensar que foi exatamente esta chuva que tinha me levado até ali, agradeci ao universo ao ver meu carro quebrar justamente a poucos metros do prédio onde ele morava e agora estamos aqui.
– Hn.. Hn.. Hn.. Hn.. – Estava gemendo contidamente sob o corpo de Aoi, quase da forma como secretamente sempre imaginei.
Oh não, não me leve a mal não. Yuu é um tesão e sua boca carnuda agora não mais realçada pelo pircing já roubava e invadia alguns dos meus sonhos muito antes de eu me ver assim... Solteiro. Mas nada nunca passaria de fantasias.
Como presente de Kami-sama ganhei o dom da visão, mas acha-lo extremamente gostoso jamais significaria que trairia meu koi. No entanto depois que me vi assim sozinho, as fantasias com aquele moreno pareciam muito mais que fantasias e sim um refúgio para deixar de pensar no homem que me deixou.
Então os sonhos com Yuu me faziam acordar empapado entre os lençóis imaginando o corpo esbelto que roubava minha atenção, fosse rebolando no palco para atiçar as fans, ou se movendo entre minhas pernas. E era ali que ele estava agora me fazendo dele, o problema é que não era assim que nos imaginava, não é assim que eu gosto.
Estava gostosinho, mas muito chato. Sem falar que apesar de toda fragilidade que meu rosto mais delicado do que eu desejaria que fosse, eu não me satisfaço com o 'gostosinho' eu quero Yuu em mim em meio a uma sensação arrebatadora. Ah eu sabia que ele estava se contendo, temeroso a me machucar ou coisa parecida.
O que não era uma novidade, às vezes eu queria me mostrar bem menos profissional ante meus amigos e colegas de banda. Principalmente ante Aoi que era sempre tão cuidadoso.
Raramente deixava meus gostos transparecerem, sinceramente eu odiava admitir que apenas Miyavi conhecia esse lado meu e era apenas ele que tinha a habilidade igualmente ímpar de atender e saciar meus desejos mais obscuros e obscenos, mas Ishihara já está no passado. Eu não posso acreditar e muito menos me perdoar por pensar naquele bosta enquanto estou na cama de Shiroyama, isso é simplesmente inadmissível. Yuu é gostoso demais e eu queria tanto estar aqui.
Não é culpa de Aoi se meu ex-namorado queria bancar uma de paizão orgulhoso do ano e desfilar com aquela criatura a quem propôs casamento. Na verdade eu devia era parar de pensar.
Como foi que chegamos até a cama mesmo? Oh sim, eu me lembro, o carro quebrou então eu dei um telefonema e aquele deus abriu a porta vestindo nada além de uma boxer.
Aoi não era bobo e eu sei que devia estar literalmente babando diante daquela imagem. O guitarrista não fez nenhuma cerimônia para usar alguma frase do tipo "Não sou um bom mecânico, mas posso resolver o seu problema". Acho que isso foi há mais ou menos uns dez minutos atrás e logo pude sentir a maciez dos lábios carnudos sobre os meus e o correspondi. Como não?
Como que se aquele contato fosse apenas uma pesquisa para ter certeza que não seria rejeitado após a investida completamente invasiva, assim que sentiu meus lábios se abrindo entre os seus Aoi aprofundou o beijo o transformando em algo insano que esbanjou luxúria. Joguei meus braços em torno de seu pescoço já sabendo que não resistiria a nada que viesse daquele corpo esculpido em perfeição.
Ele queria, eu queria. Não sabia nada da vida dele, mas quanto a minha não havia nada que me impedisse.
Aoi parou o beijo deslizando as mãos por meu corpo e me encarou sem se desprender de minha cintura. Eu não queria que ele parasse, mas ele estava sorrindo de um jeito tão sacana que senti meu rosto aquecer. É foi apenas nesse momento que percebi que não tinha dito nada até ali, apenas ouvi a frase pervertida de Aoi enquanto babava sobre o corpo dele sem pudor algum, por outro lado o guitarrista não parecia estar se importando muito com isso.
– Algo me parece muito injusto aqui. – Ele disse me fazendo olhar apenas para ele.
Muito estupidamente não fui capaz de responder. Para mim injusto era apenas o fato dele ter parado, ainda assim apenas o olhei interrogativo.
– Sabe, essa quantidade absurda de roupas que você está usando me incomoda muito.
Pronto. Esta foi a gota d água. Isso era mais do que uma fantasia ou um sonho de onde eu acordaria emburrado comigo mesmo por sujar mais que um lençol por semana devido aos sonhos ousados com um guitarrista gostoso.
Ele me despiu, me admirou e em mais um beijo voluptuoso me fez parar com as pernas enroscadas em sua cintura. Senti lábios percorrendo meu pescoço e dentes arranhando mansamente minha pele enquanto ele andava pelo o que descobri minutos depois ser o caminho do quarto.
E após todos os possíveis preliminares estávamos aqui. Deveria sentir vergonha por ter me deixado seduzir de maneira tão fácil.
Mas quem liga? Era Aoi ali, o moreno maravilha cujos movimentos quase me enlouqueciam.
Os lábios de Aoi bufam calor em meu pescoço enquanto sinto seu corpo pressionando e roçando minha rigidez, dando-me prazer enquanto se desloca dentro de mim com cautela. Gostoso, mas eu quero mais.
– Ahn.. Ahm.. A..Aoi... mais.. hum – Choraminguei.
Eu o vi fechar os olhos com força e isso me deu a certeza de que ele estava se controlando, então intensifiquei meu pedido ondulando meu quadril contra o dele enquanto minhas mãos percorreram seu dorso até os quadris. O trouxe fundo para mim em um movimento brusco e preciso.
– Ahh – O gemido pareceu ter saído dos meus lábios, mas fora ecoado também na voz de Aoi.
– Ahh.. ahh – Era tão gostoso ouvir ele gemer daquele jeito com aqueles movimentos que eu repetia, e repetiria até quebrar todas as barreiras de cautela que Yuu tinha sobre as pessoas. – Dame Kai, assim eu não aguento. – Ele gemeu em meu ouvido e tive certeza por sua voz quase nula que estava quase onde eu queria. – Eu não quero machucar você.
– Hm... Não vai me machucar.. Ahh.. vem me dá mais.. domo.. domo.. vem mais fundo. – Como se gemer daquele jeito cada palavra dita não fosse o suficiente, uni minhas mãos nas laterais de seu rosto e o forcei a me encarar – Eu quero sentir você fundo dentro de mim. – Ele soltou todo o ar pela boca fechando os olhos e eu balbuciei algo em reclamação por sentir Yuu se retirando de dentro de mim.
– Vire-se – Ele pediu em um tom autoritário e eu prontamente o atendi flexionando minhas pernas e braços, ficando sobre a cama apoiado pelos joelhos e cotovelos. – Não me peça para parar Yutaka, eu avisei você.
Meus olhos arregalaram, a voz era de Yuu, mas eu já tinha escutado aquela frase antes tantas vezes, na maioria dessas como uma advertência por ser tão abusado com meu mestre. Cravei minhas unhas no lençol tentando me manter no presente, senti a glande de Aoi cutucando minha entrada, mas então ele recuou mais uma vez, como que se tivesse mudado de ideia.
Senti seus lábios se fechando na curvinha de pele sensível de uma das minhas nádegas, a língua atrevida buscando o gosto de um novo território sem de fato se concentrar em lugar nenhum e continuou subindo deixando para trás a umidade de sua saliva, alcançando minha lombar quando sua boca se despediu de minha bunda com uma mordida. Seus lábios já haviam alcançado metade do meu dorso quando o senti se forçando em minha entrada novamente. Suas mãos separaram minhas nádegas e os dentes encontraram o músculo sob meus ombros e posteriormente minha nuca.
– Ahh – Ele estava em mim novamente e diferente da primeira vez não esperou que me acostumasse. – Huum Yuu... isso.. ahh..
Senti as coxas do guitarrista se chocando contra as minhas, seu quadril se movia sem mais nenhum resquício de cautela e o calor, a ardência a mistura prazerosa daquele misto de sensações, hum era esse Aoi que eu estava esperando. Meu membro solto insistia em travar uma luta contra a lei da gravidade, se movendo junto com os balanços de nossos corpos e da cama, cada vez mais desejoso. Olhei pra baixo para olhar o órgão que pulsava e vendo os reflexos dos movimentos bruscos do homem que me fazia sentir casa vez mais prazer.
As mãos colaram em meu quadril, os dedos enterraram contra a tensão dos meus músculos e os dentes cravaram em uma das minhas orelhas para então a voz soar entre os gemidos que não eram mais apenas meus. Por mais que tentasse me manter em mim, o passado encobriu meus olhos, meus ouvidos, minha pele e quando ergui o olhar novamente estava em um quarto de motel, em uma cama grande de lençóis brancos, um espelho sobre a cama e outro por trás da haste de metal que a compunha no lugar da cabeceira.
– Ahh é disso que o meu Yuk-chan gosta não é mesmo? – Ahh como a voz rouca dita com o leve tom de sarcasmo soa bem aos meus ouvidos tão apaixonados.
Os lábios que cantavam em meu ouvido passaram para o meu pescoço, podia sentir com um arrepio o metal do pircing em seus lábios, não respondi apenas gemi. Estiquei minhas mãos na direção daquela barra na cabeceira da cama, queria poder ver as marcas do prazer no rosto de Miyavi pelo espelho em minha frente, essa posição também me deixa com base para jogar meu corpo contra o dele com mais força. Até os sons dos pés da cama se arrastando com a força dos movimentos me excitava.
Ele jogou os cabelos pro lado oposto do raspado e agora não estava mais jogado sobre mim, mas estava ajoelhado com o tronco ereto. Acho que ele também estava gostando de ver meu rosto naquele espelho. O sorriso que ele me jogou entre os movimentos bruscos era puramente sarcástico e com ele ainda estampado no rosto a mão fez soar a palmada estralada nas minhas nádegas que fora prontamente respondida com o mais puro gemido de êxtase vindo de mim.
– Não vai me responder? Que abusado – Outro tapa. Não apenas um tapa, aquele ato não era para ferir, Myv sabia como fazer aquilo e a intenção era apenas a dor momentânea que me causaria, nada além da vermelhidão aquecida no local. – É disso que você gosta de verdade, Ahn?
– Ahh.. Si.. Sim.. Ahh... Me de mais... – Choraminguei sentindo meu prazer apenas aumentar.
– O que? – Ele parecia indignado, eu estava desobediente naquele dia.
– Are.. Onegai... – Outro tapa bem dado.
– Peça direito. – Disse no tom autoritário.
Ah mandar, o dom de mandar também era importante naquela hora. O som da voz de Miyavi nesse tom me enlouquece. Eu tinha conhecimento por reais lembranças como um ele sabia me levar a um orgasmo sem quase nem me tocar, apenas me subjugando e mandando em mim, fazendo de mim não mais que um belo objeto de prazer. Mas não era isso que estávamos fazendo hoje e o encarei pelo espelho.
– Onegai Ishihara-dana me dê mais.
– Ahhh que delícia.. hum eu amo essa sua expressão sofredora. – Ele se jogou com força contra mim.
– AHH MYV – A onda de prazer tomou-me por inteiro, com o ato o cantor alcançou o ponto mais gostoso no fundo de meu corpo.
– Hum... é aqui Yuk-chan? – Lançou-se com força alcançando o mesmo ponto e obtendo como resposta apenas outro grito de prazer intenso.
– Ahhh... Ahnn.. huum.. ahh – As estocadas no mesmo ponto ficaram constantes e meu corpo todo vibrava.
A mão delicada de Yuu me trouxe de volta para o presente enquanto envolvia meu membro para unir mais uma sensação àquela que já estava me enlouquecendo. Aoi cutucava com força a glândula no fundo do meu corpo insistentemente, o fato de tê-la a encontrado o fizera aumentar ainda mais a velocidade com que se investia contra mim e eu no momento apenas conseguia gritar.
As cenas se misturavam, Miyavi ou Aoi eu não sabia mais onde estava. Perdido entre as lembranças do homem que amo e as sensações geradas pelo que me acolhe. Na minha cabeça meu corpo era virado sem paciência, após sentir meu gozo Myv ordenou que terminasse para ele com a boca, fui obediente e como recompensa pude sentir o gosto dele mais uma vez naquele dia. No quarto meu corpo se contorcia e eu sabia que estava muito perto, perto demais para me conter.
– Aoi... – Chamei pelo moreno guitarrista quando a explosão de sensações me levou a um nível abaixo de consciência.
O corpo todo tencionado para liberar o gozo intenso, ele também não aguentou. Sentia a forma como seu corpo não tinha mais condições de manter as estocadas rápidas, mas elas eram profundas e cada vez mais intensas, cada mínimo contato na pele supersensível era suficiente para estender aquela sensação maravilhosa. Seu corpo tremeu recostado às minhas costas quando senti o jato quente me preenchendo, cerca de mais duas estocadas foram dadas na intenção de prolongar aquela sensação e Yuu ofegava jogado em minhas costas.
Tentei me virar para vê-lo, minha situação não estava diferente. Começamos a rir da loucura assim que toamos consciência dos fatos, mas ambos cansados demais para falar qualquer coisa. Fechei meus olhos ao sentir Yuu puxando minha mão para si, entrelaçando nossos dedos.
Eu sabia que teria muita coisa a ser explicada no dia seguinte, mas pensaria nisso somente depois. Por hora meus olhos pesavam e ainda tinha aquelas vozes do passado em minha àbeça.
Já de olhos fechados quase dormindo pela exaustão, ainda me via naquele quarto de motel e Miyavi limpava o contorno de meus lábios, removendo o excesso de sêmen que havia ficado ali. É claro que eu podia ter engolido tudo ou então limpar aquilo logo, mas era tão mais bonito ver os olhos apaixonados me encarando enquanto passava os dedos por meus lábios, limpando-os logo em seguida em sua própria boca, desfazendo toda a posição para me puxar para um beijo.
Diferente de toda selvageria que fazíamos sobre a cama, aquele beijo era sempre terno e apaixonado. Era com esse beijo que ele me puxava para a posição em que sempre dormíamos abraçados.
– Você está cada vez mais insaciável. – Ele comentou me prendendo dentro de seu abraço.
– Culpa sua que faz sentir mais desejos a cada dia. – Disse tranquilamente quase entregue ao sono.
– Ás vezes temo machucar você. Quer dizer, temo passar do limite e machucar você de verdade nessas brincadeiras.
Ouvi o comentário que ele fez tão carinhosamente e sorri. Na verdade se passássemos do limite não seria a primeira vez, mas eu não estava nem aí. Não havia outro ser no mundo capaz de me dar tudo aquilo que Miyavi tão equilibradamente me oferecia.
– Já passamos do limite algumas vezes, faz tempo que isto não acontece. Eu confio em você, me sinto tão entregue durante nossas brincadeiras que nem penso nisso.
– Eu amo você demais e esse é o problema. Não consigo negar nenhuma das loucuras que você me pede. – Disse olhando pra mim e depois distribuindo o olhar pelo quarto referindo-se aos muitos "brinquedinhos" espalhados no chão, eu era apenas mais um deles.
