História: É tão difícil dizer... Eu te amo

Capítulo: 01 de indeterminado

Capa: http:/ img443 .imageshack .us /img443 / 25/ todifcildizereuteamo .jpg (tirem os espacinhos ^.~)

Publicada: 15/03/2010

Beta: Laisa-chan

Categoria: the GazettE e Miyavi

Disclaimer: Eles não são meus, suas imagens pertencem à PSC e essa fic não visa fons lucratios.

Gênero: Yaoi, Romance e Novela, Shoujo-Ai

Personagens: Reita & Ruki, Reita & Aoi, Miyavi & Kai

Comentários: Mais uma de GazettE. A ideia é que eu sempre achei a amizade do Reita com o Aoi muito mais colorida que as outras todas, mas fofo mesmo é ver ele com o Ruki. Então vamos fazer eles brincarem um pouquinho entre si.

Ahh como a louca pelo Kai que sou não podia deixar ele e o pavãozinho de fora da fic ^.~


É TÃO DIFÍCIL DIZER... EU TE AMO_1. DIFÍCIL DIZER

Por Kami-chan

Faltavam ainda duas horas para o Live começar, mas era comum a cena que quatro dos cinco membros do The GazettE dividiam ali na sala do camarim. Apenas Uruha não estava com sua maquiagem completamente pronta e os outros quatro membros estavam sentados em sofás na sala com Aoi tocando qualquer coisa em um violão, às vezes o passando para Reita enquanto Kai 'tentava' cantar o que os garotos dedilhavam. Músicas de outras bandas que faziam Ruki rir, afinal como vocalista o baterista dos GazettE era mesmo um bom cozinheiro.

Era um sofá de dois lugares e uma poltrona, onde sentava Aoi. Kai estava sentado no braço do sofá entre o moreno e Reita que mantinha, como sempre, seus olhos presos em todos os atos de Ruki que se segurava e escondia o rosto no braço do baixista a fim de abafar as altas gargalhadas. Ato este que provocava uma reação adversa em Reita, pois ao mesmo tempo em que seu corpo se tencionava por completo, seus olhos brilhavam incondicionalmente toda vez que o baixinho se aproximava, na mesma proporção em que seu sorriso se ampliava.

Isso porque mesmo deixando de esconder sua face nos braços do baixista nas muitas vezes em que jogava a cabeça pra trás ainda rindo, ou quando se atrevia a olhar para o baterista mais uma vez antes de começar uma nova onda de risos – que contagiavam até mesmo o próprio baterista diga-se de passagem – Ruki não soltava o braço de Reita nem por um minuto, chegando ao ponto em que as mãos que à princípio se prendiam aos bíceps de Reita já tinham deslizado pelo mesmo e enroscado o braço do vocalista com o do loiro. Uma de suas mãos se prendera no punho de Reita e a outra descansava sobre o dorso da mão do outro, mas a amizade entre os cinco e especialmente entre Ruki e Reita era tão grande que ninguém, nem mesmo o próprio vocalista percebia seus atos às vezes. Muito diferente de Reita que não apenas percebia como também apreciava em silêncio cada ato do baixinho.

E foi nesse clima descontraído que Kouyou entrou na sala já 'pronto' para o show. Atraindo a atenção de todos os quatro ali, deixando a boca de três deles caída e a de Ruki mais uma vez completamente cheia pelo riso que logo foi acompanhado de Kai, e o riso dos dois juntos acabou contagiando também Reita. No entanto Aoi foi o único que permaneceu chocado olhando o loiro, também pudera, Uruha tinha ido para a maquiagem vestindo uma calça preta e uma camisa roxa, roupa esta com que chegara até ali e não era a da apresentação, e saíra da salinha onde cada um ficava 'pronto' para o show vestindo nada além de um micro short, isso mesmo: MICRO, comparado até mesmo com os que rotineiramente usava, e uma camiseta preta muito justa que tinha sido feita para a divulgação da nova turnê.

– Que foi? Quer um pedaço? – perguntou falsamente emburrado para Aoi. Ele já sabia que aquele visual ia provocar essas reações nos companheiros.

– Não, muito obrigado. – De fato, apesar de achar Uruha absurdamente gostoso, aquele loiro que já não era mais loiro, de quase um metro e oitenta de altura não lhe provocava maiores interesses, por outro lado, se fosse Reita naqueles trajes... – Foi você que esqueceu um pedaço, um grande pedaço da sua roupa. – Aoi resolveu engatar o comentário antes que completasse a outra frase em seu pensamento.

– Ahh! – Uruha suspirou desanimado e se jogou no braço da poltrona onde Aoi estava sentado – Minha mala foi extraviada, procuramos por todo lado, mas no fim só deu pra improvisar mesmo. A camiseta é a mesma que está sendo vendida na entrada do show e o short... Eu nem sei onde a staff arrumou esse short.

– Não desanima, suas fans vão adorar isso tudo a mostra – Aoi ainda disse depois, rindo junto com Kai.

– Yay! – Ruki pareceu ter a mais impressionante ideia do mundo, recebendo um olhar muito mal humorado do guitarrista.

– Nada de fanservice com as minhas pernas, se é nisso que você está pensando. – o loiro disse bastante sério. – Isso aqui é um desastre e não uma piada – concluiu apontando para as próprias pernas.

– Eu voto em piada – disse Reita erguendo o braço. Aoi olhou pra o mesmo e fez igualzinho, erguendo o braço também.

– Gomen ne, Kou-chan – Kai também ergueu o braço.

– Ah qual é Ruki, mostre-se solidário com a desgraça dos amigos – apelou fazendo Aoi rir.

– Ruki, ou você maltrata muito esse cara hoje no palco ou eu mesmo vou morder essas pernas quando ele for lá dedilhar a MINHA guitarra – Aoi disse rindo.

Era uma piada, mas fez Uruha gelar. Afinal, em sua cabeça essa não era uma má ideia... ou melhor, era sim era uma péssima idéia pois estava com seu corpo todo exposto e se Aoi se aproximasse demais, se realmente o mordesse como estava dizendo, nem mesmo sua guitarra seria o suficiente para esconder as reações que o moreno causava em seu corpo. No mesmo momento Reita também ficou sério e sua risada foi morrendo no vácuo da fala de Aoi. Fanservices eram comuns e, no fundo, a forma como as fans adoravam as ceninhas pervertidas entre os membros da banda acabava sempre os fazendo ver as brincadeiras em cima do palco com boa vontade, afinal eram divertidas. E fanservices entre Ruki e Uruha eram ainda mais comuns que qualquer outra coisa, mas... – Reita olhou para a pouca roupa de Uruha – A forma como Aoi falou fez o baixista imaginar toda perversidade de Ruki contra aquelas pernas que faziam toda a multidão se eletrizar e a cena que se formou em sua mente o deixava muito, MUITO irritado e acima de qualquer outro Reita sabia que o nome disso era ciúme, mas então a voz de Ruki chamou sua atenção mais uma vez.

– Nee Kou-chan, no placo eu sou solidário com as fãs. E além do mais – o baixinho se desprendeu de Reita e se levantou indo mais perto de Uruha que meio que se contraiu no sofá – você mentiu pra gente. Sua staff não arrumou short nenhum porque isso aí – apontou para a peça que pouco cobria o corpo do guitarrista – é uma boxer. – A fala fez os outros três rirem da situação do loiro que se levantou no mesmo momento, emburrado.

– Isso não é uma boxer! É só um short muito curto e justo.

– E põe curto nisso Kou-chan – ao ficar em pé Uruha não percebeu ter se colocado na frente de Aoi, que agora infiltrava sorrateiramente um dedo pela borda da peça – Tem espaço ai dentro pra uma cueca ou você vai tocar hoje com o porão vazio? – perguntou tentando baixar a peça.

– Tira essa mão daí – disse irritado. Ok, Aoi podia sim por a mão onde bem entendesse, afinal Uruha iria adorar isso, mas não assim com o único intuito de tirar com a cara do outro guitarrista, por isso estapeou o braço do moreno pra longe. – Kai, pára de rir – Oh sim, a essa altura o baterista já estava roxo, quase jogado no sofá e caindo sobre as costas de Reita que ria baixinho da situação em geral. – É sério, eu não quero fazer fanservice hoje – Não, a aproximação de Ruki não lhe causava as mesmas sensações que o outro guitarrista da banda tinha sobre si, mas para ter certeza de que Aoi não se aproximaria teria que cortar também o pequeno, afinal, Aoi estava certo. Aquele 'short' era tão pequeno que nem um daqueles fios dentais que o Gackt usa caberia ali.

– Tudo porque você está usando um short que... – Ruki levou as mãos às coxas do guitarrista medindo a peça – é uns 2 ou 3 'dedinhos' mais curto do que você usa rotineiramente?

– Dois ou três dedinhos? Takanori, eu geralmente subo ao palco mostrando as pernas daqui – ele batia nas próprias coxas com uma mão em cada extremidade – até aqui, essa coisa mostra TUDO. Podiam pelo menos ter me arrumado uma meia que viesse até o joelho, aí sim não seria tanta exposição. – choramingou.

– Credo, agora eu fiquei com pena dele – Kai disse se recompondo no sofá.

– Tudo bem Uru, pra sua sorte eu já tinha planejado o fanservice de hoje porque é o show de divulgação da turnê que vai começar na semana que vem. Por isso eu pensei em...

– Ruki-san, gomen por interromper, mas é que tem telefone. – um staff tinha simplesmente invadido o local.

– Anota o recado ou pede pra ligar mais tarde, reunião de camarim antes do show não pode ser adiada – disse como se o que estivessem tendo ali fosse mesmo uma reunião seriíssima.

– Eu sei, mas é a sua namorada e ela já ligou umas 33 vezes. Eu não sei mais o que dizer... Ela insiste que o assunto é urgente. – A forma cansada com que o staff disse aquilo fez Ruki sentir pena do cara que atendia os telefones deles todos ali; Yume, sua namorada, sabia ser realmente chata às vezes.

– Tudo bem – deu-se por vencido. – Eu volto em dez minutos. – disse à banda e se foi.

Para esclarecimento geral da nação, era de conhecimento de todos que Ruki namorava uma bela modelo. E embora o namoro não fosse a coisa mais importante do mundo para o vocalista, ele gostava sim daquela garota... esquisita, apesar de saber que não era com ela com quem passaria o resto de sua vida, afinal apesar de todo respeito, não a amava para tanto. Kai, apesar de nunca ter trazido a público nem mesmo entre seus amigos de banda, denunciava com os inúmeros telefonemas que recebia durante o dia e que atendia de maneira anormalmente carinhosa que também tinha um relacionamento. É verdade que Kai sempre era educado, mas carinhoso daquele jeito era apenas quando recebia 'aqueles' telefonemas.

Enquanto isso Reita, Uruha e Aoi se mantinham solteiros e tudo bem, muito obrigado. Cada um com seu drama pessoal, o mais triste deles pode-se dizer que era o de Uruha que havia sim se apaixonado de forma profunda e intensa pelo colega de guitarra na banda, mas o mesmo quase não o percebia. Tinham uma boa amizade, ensaiavam juntos, o moreno gostava de ouvir sempre a sua opinião ao que fosse relacionado com a banda e os solos... mas nada além disso. Aoi parecia completamente cego aos olhares que Uruha lhe lançava, às reações que os simples movimentos de fala daquela boca suculenta e deliciosa provocavam sobre si. Sempre imaginava aqueles lábios como uma fruta tropical gelada e docinha em cujo sulco adoraria se embebedar. Ainda pior que isso tudo eram seus movimentos tanto no palco como fora dele; Aoi era todo elegância e sensualidade, até mesmo beber um copo de água era lindo, um momento mágico que se passava em câmera lenta aos olhos de Uruha se fosse executado por Aoi.

O motivo dessa 'cegueira' Uruha não sabia, mas era o fato de toda atenção do moreno estar focada no baixista do GazettE, o loiro que também não era mais tão loiro assim, tão quieto e misterioso. Aoi adorava aqueles braços e aquele sorriso arteiro que sempre denunciava que por trás do ar quieto, Reita era mesmo um grande palhaço. De piadas inteligentes, palavras bem ditas, um sorriso encantador e um olhar que de tão profundo dispensaria quaisquer palavras. Aquela faixinha misteriosa no rosto tão bonito fazia a imagem de Reita oscilar entre a de menino arteiro e um homem de extintos completamente predatórios, e essas duas faces tão ambíguas fascinavam o guitarrista de olhar profundo.

Reita... Reita, no que pensava Reita senão em seu pequeno Ruki? No que mais se resumia sua vida senão ter certeza de que o pequeno estava bem? O que mais fazia em seu tempo livre além de assegurar que Ruki tivesse em mãos tudo o que precisava, fosse um remédio, um ombro, um conselho ou até mesmo um prato exótico que matasse um súbito desejo... A vida de Reita era Ruki, os pensamentos de Reita eram Ruki, os olhos de Reita não viam nada além de Ruki e fosse lá o que o baixinho lhe mostrasse. E todos percebiam isso, menos Ruki. Ruki... Ruki, já falamos de Ruki e sua belíssima modelo japonesa, motivo pelo qual ele deixou seu amigo Reita para trás há pouco tempo.

Assim que Ruki saiu da sala Aoi se apressou em falar qualquer coisa que chamasse atenção de todos e tirasse Reita daquela expressão triste que havia tomado conta de sua face ao ver Yume ser mencionada na sala e ter levado o vocalista para longe dali. Podia conviver com a ideia de que Reita amasse outro homem que não fosse ele, mas não aguentaria aquela tristeza expressa em um olhar.

– Nee Kou-chan, pede uma meia arrastão pra staff. Aposto como ela deve ter umas bem divertidas.

– Ah vai se... – ele fez um pequeno gesto obsceno ao moreno, mas não terminou a frase ao sentir o braço do mesmo pesando sobre seus ombros em um abraço.

– Melhor uma meia arrastão do que ter o Ruki deixando roxos aí, porque acredite quando eu digo que ele VAI fazer isso. – apesar de falar em tom absolutamente normal Aoi aproximou o amigo no abraço, falando em seu ouvido.

– Ahh se eu pego o infeliz que perdeu minha mochila... – respondeu apenas por responder, pois a aproximação excessiva de Aoi o estava deixando um tanto fora do ar.

– Vem Uru – Kai finalmente levantou puxando Uruha do abraço de Aoi, levando-o pela mão. – Eu ACHO que tem algo na minha mochila... Onde está a minha mochila? – ele parou no mesmo lugar pensando quando a voz do baixista no sofá veio em seu benefício.

– Ali perto da geladeira, à esquerda minha – disse Reita com toda eficiência.

– Oh – ele correu até a mesma e após se ajoelhar e vasculhar a fundo a mochila estendeu algo extremamente grosso e pesado ao guitarrista mais alto. Uruha recebeu o objeto das mãos de Kai e o desenrolou, rindo na direção do baterista.

– Tá se revelando é, Kai? Não sabia que você era chegado nessas coisas – disse ainda rindo, mostrando as meias de tecido pesado, pretas e muito longas aos outros dois amigos, que agora estavam interessados no que acontecia atrás de si. Uruha encostou o objeto em si e ainda disse – Se em mim vai até acima do joelho, em você isso aqui deve ir até metade da coxa! Você usa isso com o que? Uma boxer de couro? – riu.

– São quentinhas pra dormir, baka – disse irritado, mas ainda assim muito corado – E eu só estava tentando resolver o seu problema.

– E resolveu Kai, obrigado – disse ainda rindo e seguindo para o sofá para vestir as meias.

Como previsto as meias de Kai ficaram ainda dois dedos acima do joelho de Uruha, o loiro analisou as pernas e concluiu que as mesmas deviam realmente subir até a metade das coxas de Kai. E uma imagem do baterista usando as meias acompanhadas de um short tão curto quanto o seu invadiu a mente de Uruha, e o resultado foi um ataque de risos súbito que deixou o moreninho ainda mais vermelho e envergonhado.

No outro sofá Reita olhava o relógio, Ruki já deveria ter voltado. Aquela Yume era mesmo uma sanguessuga faminta.

.:.

– Enxaqueca? – perguntou, se sentando ao lado do amigo que tinha ido até a escada de emergência atender o telefone.

– Não. Yume. – respondeu com simplicidade.

– Droga! Enxaqueca um remédio faria sumir, já a Yume... – ele deixou a frase morrer dentro da risada de Ruki que apenas esperou Reita se sentar para jogar as penas por cima das do baixista e escorar sua cabeça no peito do mesmo, tendo seus atos retribuídos em um abraço. – Vocês brigaram? – Reita perguntou e sem delongas o baixinho balançou a cabeça afirmativamente.

– Ela só sabe mais fazer isso, ta enchendo o meu saco. Ela briga porque tem ensaio do GazettE, briga porque lambo um microfone e brinco com uma garrafinha em cima do palco, briga porque lambo a guitarra do Uruha, briga porque faço fanservice com você, alias o fato de você ser o meu melhor amigo o deixa no meio de todas as brigas praticamente. Ela briga porque "Se fosse o Reita você não faria isso", "Se fosse o Reita você não diria que está cansado", "Se fosse com o Reita você não se negaria a me levar lá" – Ruki ergueu os olhos pro loiro falando com a voz mais aguda como se fosse uma imitação maldosa da garota falando, fazendo o baixista rir um pouco. – Ela só sabe abrir a boca pra brigar ou pra reclamar.

– E porque então você ainda insiste em ficar com ela? – Reita perguntou, não era a primeira namorada chata que Ruki arrumava, mas a primeira que ele via dificuldades em dispensar.

– Ah, porque ela também tem qualidades, ou pelo menos tinha quando a gente se conheceu. Talvez eu ainda acredite que seja só uma fase e que aquela Yume que eu conheci volte a me deixar feliz – disse todo inocente.

– Escuta chibi, a menina ser gostosa e o sexo ser bom não conta como lista de qualidades, ok – disse afastando uma pequena mecha que caia pelos olhos prateados (falsos, claro) e sem perceber deixando os rostos dos dois mais... próximos.

– Reita... – ele começou, mas por pouco não falou nada.

Sempre que ficava perto de Reita vinha-lhe aquela sensação esquisita que roubava-lhe a voz e as palavras e aquela sensação no estomago que não era de borboletas, mas sim de sapos pulando para todos os lados lá dentro. Sensações que ele não reconhecia e que também não era de hoje que sentia, o loiro desencadeava isso desde que se lembrava de conhecê-lo, bastava somar aquela proximidade unida a um olhar direto na pouca distância para ficar assim tão... nervoso. Gostava de tê-lo sempre por perto, Reita era seu amigo, seu lar, sua segurança, mas era só o loiro se aproximar mais daquela forma como ocasionalmente fazia e estava fazendo agora que seu corpo lhe pregava essas sensações esquisitas e por pouco não começava a tremer toda vez que sentia uma aproximação dessas da parte dele.

Aquilo acima de qualquer outra coisa era estranho, tão estranho como a forma com que Reita lhe olhava agora. Assim tão perto, era como se tentasse analisar cada milímetro de seu rosto para ter certeza de que aquela imagem realmente não era rompida por nenhuma imperfeição.

– Hm? – O baixista finalmente atendeu ao seu chamado, a voz tão baixa levou os orbes prateados ao encontro dos escuros do baixista.

– É... eu.. – ele engoliu em seco – Eu estive pensando em fazer algo diferente no palco hoje...

– Hm, isso dá medo – Reita riu ainda muito perto do pequeno.

– É, mas só posso fazê-lo com você. Não confio tanto nos outros. – As reações que aquela aproximação provocava em si o mantinham sussurrando pela ausência de voz, como se lhe contasse um segredo.

– É, isso definitivamente dá muito medo... – respondeu o outro e Ruki ficou olhando-o muito sério. – No que está pensando, Takanori? – perguntou apertando mais o corpo menor que estava jogado contra o seu.

– Em um beijo – o vocalista respondeu muito rápido. – Mas sabe... tipo totalmente técnico. Acho que as fãs vão adorar. – Ruki ficava mais vermelho a cada palavra dita.

– Eu também acho – ele concordou e, se antes já estava perto demais do pequeno, agora mesmo que não se afastaria.

– Reita – Ruki riu batendo no ombro do outro num sinal mudo para o baixista parar com a 'brincadeira' – No palco, amigo – disse rindo, mas Reita não parou.

Era difícil para o loiro maior fazer naquele momento o que fazia SEMPRE que o desejo por Takanori despertava em si. Talvez pelo momento de carência que o outro dividia consigo, talvez pela forma como ele tinha quase se colocado em seu colo com aquelas pernas jogadas sobre as suas ou também pela brincadeira sugerida pelo mesmo que lhe soava como uma autorização para estar ali exatamente da forma como estava, mas o fato é que simplesmente não conseguiu parar, não conseguiu recuar e o beijou. Ainda não sabendo que se odiaria muito em breve por ter feito isso.

Ruki nem conseguiu fechar os olhos e sua boca... Bom, ele ainda não sabia se ela tinha se aberto pela surpresa ou o que, o fato é que Reita interpretou a ação de sua própria maneira e não demorou muito até que o baixinho sentisse a língua do baixista tocando a sua. Ele era tão quente... Quente? Mas no que é que Ruki estava pensando afinal? Aquilo era um erro e um erro dos feios, empurrou Reita com força para longe de si e o deixou para trás sentado sozinho nos degraus daquela escada, mas não antes de virar para trás uma última vez... uma última vez. Abandonado, Reita apenas se jogou para trás se deitando no desconforto dos degraus, se odiando; sabia que talvez tivesse conseguido ali arruinar em breves minutos uma amizade de anos. Na verdade, aquele olhar que Ruki lhe lançara antes de sumir lhe dava a absoluta certeza disso.

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– O que é isso? – perguntou o pequeno apontando para as meias de Uruha, com seu típico tom de brincadeira, disposto a não deixar que o acontecido na escada de emergência com Reita afetasse o espírito da equipe.

– O Kai me emprestou. Eu pedi a boxer de couro junto, mas ele não quis dar – riu, fazendo Ruki rir também.

– Ah Kai, assim judia – fez um bico – E você, – apontou para Uruha – pode ir tirando isso, tenho certeza que na mochila do Kai deve ter também o chicotinho que acompanha esse par de meias aí e vão combinar muito mais com as suas pernas.

– Ha... ha... ha – Uruha 'riu' e mostrou a língua ao vocalista. Sem chance de deixar marcas de chicote por suas pernocas imaculadas.

– Hey Ruki, onde está o Reita? – a voz de Aoi cortou a brincadeira – Ele tinha ido atrás de você.

– Eu não faço a menor ideia – mentiu, sabia que o loiro devia estar ainda no mesmo lugar em que o havia deixado.

– Vou ver se acho ele – disse e saiu.

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– Hey garoto – Reita sentiu dois joelhos se fecharem em suas coxas, sem que o dono dos mesmos sentasse em seu colo, apenas pressionando o local com os joelhos e os soltando – A banda em que eu toco perdeu o baixista, tá afim de fazer um bico em show de segundo escalão? – O loiro riu ainda de olhos fechados, reconhecendo a voz de Aoi.

O guitarrista tinha seguido direto para o lugar, sabia que ia encontrar Reita lá por dois motivos: Primeiro, era lá que todo mundo atendia telefonemas no meio daquela bagunça que era o backstage e segundo, Ruki é um péssimo mentiroso. O fato do melhor amigo de Reita ter mentido sobre algo tão simples podia ser preocupante e a forma como tinha encontrado um baixista desfalecido jogado no meio da escada era a comprovação que precisava. Outra coisa de que seu corpo precisava demais naquele momento era ver aquela imagem fatídica revertida e foi o que tentou fazer ao abordá-lo daquele jeito.

Somente então, sem desfazer o sorriso Reita abriu os olhos o encarando, não se surpreendendo pelo fato de Aoi estar mesmo com uma perna de cada lado de seu corpo, no degrau onde ele sentava, ou seja, onde estava seu traseiro já que ele estava mesmo era deitado ali. No mesmo tom de brincadeira 'engoliu' o moreno em um olhar de cima abaixo com um ar luxuriante.

– E o que é que eu vou ganhar com isso? – perguntou

– Oh – Aoi se fez de ofendido, levou as duas mãos para trás da cabeça e deu aquela, sim AQUELA rebolada que só ele sabia dar, sobre o baixista enquanto deixava umas das mãos descer de onde estava, deslizando pelo próprio corpo de maneira insinuante. – Uma noite ..sa. – E Reita riu mais uma vez.

– É, pode valer a pena. – e dessa vez quem riu foi Aoi, saltando os degraus de costas mesmo e estendendo a mão para o baixista, dessa vez falando sério, mas ainda descontraído.

– 'Vambora' Reita, já estão chamando a gente pra por os pontos e testá-los. – Reita aceitou a mão do colega que o puxou fazendo-o se levantar e deixou que Aoi o levasse de volta para o camarim.

Aoi puxava Reita pelas mãos entrelaçadas, desviando do movimento louco dos corredores apertados com destreza, um lindo sorriso pairava sobre a face serena e os olhos transparecendo toda felicidade que aquele ato tão ingênuo podia fazer brotar nele. E ainda de mãos dadas entraram na sala do camarim arrancando Ruki e Uruha de sua brincadeira sobre as meias de Kai. Uruha ficou anormalmente quieto e foi atrás de Kai para colocar seu ponto. O olhar de Ruki bateu de frente com o de Reita logo após se deparar com seus amigos de mãos dadas. O pior não foi ver seus amigos assim, afinal isso era normal entre amigos, não era? O pior mesmo era a forma como Reita aparecia ali de mãos dadas com Aoi dois minutos depois de tê-lo beijado descaradamente e todo aquele brilho nos olhos de Aoi, que literalmente puxava o loiro pelos dedos entrelaçados... Ah, isso era ridículo.

– Ruki, sua vez aqui – chamou Kai e o pequeno apenas foi. Aoi soltou o amigo e seguiu o loiro.

– Ruki, antes de sair pro telefonema você tava falando algo sobre fanservice, não tava? – perguntou o moreno ao vocalista.

– Esquece Aoi, fica sempre melhor quando a gente improvisa mesmo.

– Aconteceu algo? Você parece, sei lá... triste.

– Dor de cabeça – mentiu fazendo uma caretinha de quem sentia muita dor, mas logo a desmanchou e deu as costas para o guitarrista. Na verdade tinha planejado um fanservice diferente, todo especial, e sabia que só podia contar com Reita para fazê-lo, pois só confiava no loiro para tanto, mas depois de tudo... talvez fosse uma ideia melhor se divertir com as pernas de fora de Uruha.

CONTINUA...

Tah confuso? Mas é assim mesmo ^.~

Uruha ama Aoi que ama Reita que ama Ruki que tem uma namorada.. ah e o Kai é o único que está feliz de verdade nessa história. Com quem? ah não me façam uma pergunta tão obvia ^.^ neh?

Bom, eles tem um show e se me perguntarem eu digo que o Ruki gosta sim do Reita o/ mas vamos judiar desse casal fofo um pouquinho mais, o show tah cheio de surpresas.