KONSTANTINE

por MSM


Disclamier: ninguém me pertence, só o plot. Que é meu, meu, meu.

Aviso: Pensa numa fanfic pesada. NC-17, folks.


2008


Notas da autora: Sabe o sétimo livro? Então, esquece aquela parte da guerra e tal. Se eu for usar alguma coisa vai ser só o epílogo.

Essa fanfic foi inteiramente baseada e elaborada com base na música que carrega o seu nome: Konstantine, do Something Corporate. Recomendo escutar pelo menos uma vez para sentirem a –vibe-.

Bom, antes de começar é importante salientar que eu desaprendi a escrever, eu só estou fazendo isso porque tive uma ideia, ouvi uma boa música e sou uma mula de teimosa.

Sis (Vick Weasley), essa é pra você. Eu sei que completamente injusto eu ter Drowned, Stardust e Swimming dedicadas a mim e não poder retribuir a altura, mas juro que é de coração.

Aviso 2.0: Essa fanfic vai ser uma zona. Cada fragmento vai ter um POV diferente, vou usar Primeira e Terceira pessoa, estilos de narrações diferentes (objetivo e subjetivo), etc.

Mas eu vou fazer a fic linear porque eu quero que vocês entendam no final das contas HAHAHA

(Meu eu de 2018: mentira, vai ser alinear de vez em quando, mas eu pus datas no topo pra vocês não se perderem hahaha)

Espero que não fique muito confuso e que vocês gostem.


2018


Notas da autora: ... Oi. AHAHAH

Eu avisei há dez anos que eu era uma mula de teimosa.

Aliás, vou tirar as notas da autora de DEZ ANOS ATRÁS porque elas não fazem mais sentido. Deixei só essa primeira pra falar OH BOY HAHAHAHA

Tem alguns... adendos que eu gostaria de fazer a respeito dessa história, se me permitem (caso não queiram saber, só pular pra história em si).

Eu descobri porque essa fanfic é caótica e porque ela é tão difícil para eu escrever: Konstantine é a história de como eu me descobri. Ela é tão passional, tão doída que eu sinto como se fosse o nervo exposto da minha depressão, doença esta que nessa vida eu não vou me livrar. Dói escrever Konstantine. Dói entrar nesse mindset e conversar com as personagens através da narração da mesma forma que eu falo comigo mesma. Essa história se tonou meu espelho e é por isso que eu acho tão difícil escrever.

Mas ao mesmo tempo, ela me ensinou que caos é um estilo narrativo: o meu estilo narrativo. Eu nunca vou estar plenamente contente com algo feito numa forma, eu até faço experiências (como Inércia), para saber se eu consigo me desprender um pouco dessa paixão desregrada. E eu consigo, mas não parece tão meu.

Konstantine me ensinou o que é meu. Me ensinou que eu sou muito dura comigo mesma e, assim como o narrador dessa história, sou sempre a voz que está me colocando para baixo. Me ensinou que o caos às vezes é lindo se você o deixar ser. Me ensinou a me aceitar, do jeitinho disfuncional que eu sou, exatamente como Draco e Hermione.

Eu prometo que essa história vai ter um fim, eu entendi o que ela é pra mim, então agora ela pode ter um fim, mas vai demorar, porque olhar no olho do furacão e não ser arrastada pra dentro dele é muito difícil. Espero, de coração, que alguém ainda esteja aqui para ver o final disso tudo.

Com amor, Livia.


01.

i can't imagine all the people that you know


- 1993; Hogwarts, Escócia

Draco Malfoy. Mal-foy. Maleficus: alguém que faz mal aos outros, malefício, má-fé, nocivo.

Nunca um nome disse tanto a respeito do seu portador.

Os dentes brancos enfileirados num sorriso perfeito. Dezenas de ossos cobertos pela pele quase translúcida que parece cheirar a aristocracia, - não que eu saiba que cheiro tem a aristocracia ou qualquer coisa assim, porque segundo ele, eu sou só uma sangue-ruim indigna de respirar o mesmo ar que vossa majestade - os cabelos são quase tão claros quanto a sua pele, ou quanto os seus dentes, ou quanto qualquer outra coisa que esse babaca esnobe ostente por aí.

Ele seria bonito, eu acho, se tirasse do rosto por um minuto aquela expressão de quem está absolutamente enojado por tudo a sua volta, uma expressão que faz quem quer que o olhe se sentir insuficiente na sua própria existência.

O mais intrigante a cerca da aparência de Malfoy é que a primeira vista – e por primeira vista eu quero dizer antes de ele sair gritando que o nome dele é Draco Malfoy e o pai dele vai acabar com a sua vida se você ousar cruzar o caminho do principezinho da Sonserina –, você não acha que essa atitude esnobe combine com ele. Ele pode parece só um garoto de treze anos que deveria tomar mais Sol, os cabelos platinados adornando o rosto de porcelana dando a ele um ar meio angelical.

Mas aí você se lembra que ele é um reizinho mimado que tem que colocar os outros para baixo para se sentir especial. E que ele é bom nisso.

Ironia é pensar que você adoraria tocar naqueles fios platinados que ele tem, porque eles te lembram de todas as imagens celestiais que você construiu e, ao invés disso, o seu portador se comporta como o demônio.

No fundo, bem lá no fundo, eu tenho certeza que ele sabe que tudo o que ele tem na vida se deve ao fato de ter um pai influente que pode lhe comprar uma vaga na melhor escola de magia, que pode lhe comprar a melhor vassoura de corrida, que pode lhe comprar uma vaga no time de sua casa.

Você sabe, Malfoy, que não há absolutamente nada que você possua que tenha conseguido por mérito próprio e isso te mata por dentro, porque você tem plena consciência do quão patético e medíocre você é.

O pior de tudo é que nunca se encontra uma oportunidade para jogar na cara dele tudo o que ele é, porque sempre que você o encontra (e você sempre o encontra) ele consegue escolher e combinar as únicas palavras capazes de te tirar da sua própria pele e te fazer sentir absolutamente insignificante, quase como se você não fosse humano. Então você concentra todas as suas energias em não se quebrar na frente dele e a resolução de o humilhar, que você tinha intrínseca em sua mente, se perde em meio ao vão.

Essa capacidade – ou seria necessidade? – doentia que Malfoy tem de machucar as pessoas não é nem ao menos o que eu mais odeio nele. O que eu realmente desprezo nele é o fato de ele me fazer capaz de odiar.

Eu sou o tipo de pessoa que sempre procura ver o melhor nos outros, a doce e nobre Hermione Granger que daria a qualquer um a chance de se explicar. Mas não Malfoy. Com ele é diferente. Ele não tem desculpas. Ele é apenas ruim. Para ser sincera, Malfoy é tão nojento, que você não poderia se importar menos se lá no fundo ele é só um garoto sozinho e infeliz porque papai não o abraçou o suficiente enquanto ele crescia.

Tudo isso me faz concluir que a vida em Hogwarts seria muito melhor para mim e para todos os outros se Draco Malfoy simplesmente não existisse, se ele morresse. Eu quero que Malfoy morra. E esse pensamento me assusta e enjoa a ponto de me fazer querer vomitar, porque eu sei que é exatamente isso o que ele deseja para mim.

Desejar o mesmo que ele me faz tão horrível quanto ele. Ou pior, porque eu sei o quão errado é tudo isso e ainda assim não consigo pensar diferente, enquanto ele é apenas um menino horroroso e bitolado.

Esse filho da puta é tão odioso, que ele me torna uma pessoa pior do que ele, só por o odiar.

Odiá-lo deveria ser o bastante, afinal, esse sentimento sozinho já me consome em auto-repreensão e náusea, mas não, odiá-lo não é o suficiente; você tem que odiar tudo o que se associa a ele porque você pensa que as alianças e os lugares influenciam as pessoas e tudo o que o fez se tornar esse garoto nojento que ele é merece o seu ódio também.

Então você odeia os colegas dele, as corujas que ele recebe de casa contendo dezenas de doces que ele não vai dividir com ninguém, os pais dele que, por sua vez, são a exata impressão do que ele vai ser quando crescer (e saber disso não te faz odiar mais os pais dele por estragarem o menino, te faz o odiar ainda mais porque ele não tem a coragem ou a decência de questionar as ordens descabidas dos pais).

E por fim, só me resta concluir que eu odeio tudo o que Malfoy toca, todas as pessoas com quem ele se relaciona e tudo o que ele é, porque essa é a única forma que eu encontrei de o impedir de me machucar tanto toda vez que me dirige a palavra.

Ironia é pensar que você costuma ter pena daquelas pessoas que sentem ódio das outras porque são incapazes de dar aos seus objetos de repúdio uma chance de se explicarem, mas agora você é a primeira a dizer que não quer saber absolutamente nada sobre ele, apenas porque tem medo que as informações te façam simpatizar um pouco mais com a sua figura. Ele não quer explicar o porquê é tão ruim com os outros e eu não quero que explique, eu só o quero odiar em paz, porque Draco Malfoy é a única pessoa que consegue despertar esse sentimento em mim.


Notas da autora:

Que cê tá fazendo aí parado? Revisa.