Saint Seiya é uma propriedade de Masami Kurumada, não me pertence.
Fanfic sem fins lucrativos.
Tränen (by Mistress Alice)
Pandora havia mandado alguns de seus Espectros para diversas missões de reconhecimento e treinamento ao redor do Mundo, e dentre eles estava o jovem Sylphid de Basilisco, soldado-aprendiz de Aiacos de Garuda. Com as ordens de viajar até o Oriente Médio para fazer o devido reconhecimento à base que Hades possuía no Iraque, foi recolher informações pessoalmente, já que estava havendo alguns, bem...desentendimentos a cercas de informações preciosas dentro do próprio Castelo Heinstein.
Bom. Porquê a Senhora Pandora mandou o jovem loiro ao invés de um de seus Juízes?Pois Aiacos de Garuda deu permissão para que ele pudesse, não só viajar sozinho, mas poder participar das missões, que segundo o juiz, ele estava mais que formado e crescido para isso.
Essa viagem de Sylphid estava estipulada para durar duas semanas, ou de acordo com os documentos, dez dias.
Passados esses dez dias, vários dos Espectros que foram mandados na mesma época que o loirinho retornaram, só que ele ainda não havia voltado. O que gerou desconfiança de uns e preocupação de outros.
Desconfiança, pois como Basilisco é um garoto muito levado, vários companheiro e inclusive a Pandora acharam que ele poderia ter aprontado alguma, ou fugido da missão; mas não era isso que o mestre dele pensava. Muito preocupado pensando o que poderia ter acontecido, já que mesmo com tudo o que o mais novo tenha aprontado, ele continuava pontual com ordens que lhe eram dirigidas.
Estava seriamente pensando em ir atrás dele, a única coisa que lhe impedia era a preocupação de Minos em ter de ver o namorado viajar e possivelmente sumir também.
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Já se completavam dezessete dias. Hades e sua irmã mandaram outros soldados em busca do Basilisco, mas muitos retornaram sem informações sobre o paradeiro dele. Pior é que, eles não estavam em guerra, portanto perder um único guerreiro que fosse, causava um enorme prejuízo.
Aiacos já não tinha cabeça pra mais nada, a não ser pensar em seu pupilo. Andava de um lugar ao outro, deixando Minos enlouquecido e praticamente sem paciência ao vê-lo em total desespero.
-Aia, você pode parar de ficar andando em círculos desse jeito na minha frente?-Minos se levantou da cama e fez o namorado sentar-se nela, mesmo contra a vontade.
-Você quer que eu faça o quê, Minos? Estou preocupado, que droga...cadê aquele idiota do Sylphid? –Levou à mão à testa, pensando e procurando alguma solução pra tudo aquilo.
-Eu sei que está, por isso mesmo, acalme-se garoto. –Não se sentia nada confortável em olhar para Aiacos e vê-lo daquele jeito.
-O que eu vou fazer? E pra melhorar ainda mais a situação não consigo encontrar seu cosmo, por mais que me concentre. –Escondeu o rosto entre as mãos, bravo e ao mesmo tempo triste, enquanto levava um abraço forte e protetor do namorado.
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Décimo nono dia. Minos e Aiacos encontravam-se passeando ao jardim do Castelo Heinstein, jogando conversa e preocupações fora, até a hora de serem interrompidos por Markino.
-Mestre Aiacos, Pandora exigiu a sua presença no escritório dela. –dizia com uma voz irritante, a qual Aiacos odiava ouvir.
-Ela tem novidades?? –Olhava para o subordinado com os olhos esperançosos por uma boa notícia.
-Eu não sei o que realmente se trata Mestre Aiacos, e ela ordenou a sua imediata presença –disse sentindo-se ameaçado com aquele olhar.
Aiacos apenas olhou para o namorado, que entendeu de imediato, e os dois dirigiram-se apressadamente ao local indicado, quase que atropelando Markino.
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Alguns minutos depois chegaram ao escritório, Minos bateu na porta e receberam autorização para entrar.
Lá se encontravam os três Juízes, e alguns dos Espectros recém-chegados do Iraque, Lune de Balron, Valentine de Harpia e Pharaó de Esfinge. Além da própria Pandora, é claro.
-Senhora Pandora, o que houve com Sylphid? –Aiacos soltou ao entrar no escritório, apreensivo.
-Por favor, eu peço para ficar apenas com Aiacos...
-Eu não vou sair daqui, Pandora. -interrompeu Minos.
-Está bem, Minos, então fique só vocês dois aqui. –Pandora sabia que nada adiantava insistir para Minos se retirar dali.
Ela esperou todos os outros se retirarem e retornou a falar.
-Por favor, sentem-se senhores...
-Pandora ande logo com isso. –Disse o ariano, interrompendo, novamente a chefa. Queria logo acabar com a agonia do namorado que estava completamente em silêncio.
-Aiacos. Infelizmente tenho más notícias. –Deu uma rápida olhada em repreensão à impaciência do Grifo, e logo encarou o moreno e respirou fundo. –Sylphid teve contratempos durante a sua missão e com muito pesar, recebi a notícia de que ele morreu durante a viagem...
O momento foi marcado por um contínuo silêncio, ninguém se atrevia a falar ali dentro. Até que...
-Que contratempos? –Finalmente o moreno falou, tentando manter a calma, absorvendo o que ouviu, enquanto tentava controlar a tristeza.
-Estava ocorrendo um conflito na região, tendo a presença de alguns Cavaleiros de Athena e, durante isso, ele acabou se confrontando com alguns deles e não sobreviveu...-Pela primeira vez, Pandora era cautelosa nas palavras com um subordinado seu, sabia que Basilisco muito significava a Garuda.
O Juiz loiro ouvia e olhava atentamente a cena, e se surpreendeu ao ver que Aiacos não caíra no choro, ficando muito curioso com isso.
-Agradeço à informação, Senhora Pandora...-disse quase que sussurrando as palavras e abaixando a cabeça ao sair e sequer esperou Minos.
-Aia, espere!
Os dois saíram e Pandora sentou-se em sua cadeira, ficou ali imaginando o quão triste seu Juiz estava. Concluiu que por mais que uma pessoa pudesse odiar outra, alguém sempre se importaria.
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Os dois Espectros seguiram até seus quarto em silêncio. Um não sabia o que dizer nem fazer para confortar e o outro estava triste o suficiente para não conseguir abrir nem a boca, e pra não ficarem naquela situação tão desagradável, Minos resolveu levar o namorado para o seu quarto e dormir com ele, não achava justo deixá-lo sozinho, mesmo que pedisse.
-Aia, eu sinto muito. –Sentou em sua cama, esfregando o rosto, não acreditando na notícia. 'Como pôde?', pensou. Enfim voltou o olhar para o moreno.
-Isso não é verdade. Não pode ser verdade... –Sentou do lado oposto à que Minos estava, apoiando os cotovelos em seus joelhos e suas mãos a esconder ser rosto.-...e eu nem pude me despedir. –Em sua voz estava claro que estava prestes a chorar.
O silêncio tornou a reinar entre eles, mas dessa vez foi quebrado rapidamente.
-O que eu fiz? Fui tão ruim pra ele...dei tanta bronca. Sylphid me perdoe, jamais quis machucá-lo, só queria o seu bem. Eu fiquei furioso com ele à toa, tanta coisa pior que existe e fui tão egoísta...-Ao terminar de falar, começou a chorar contidamente.
Percebendo que a situação do companheiro piorava, levantou-se e foi sentar junto dele, abraçando-o.
-Não fale besteiras de você, ele não morreu por culpa sua, não diga tais coisas...-Por um momento Minos ficou bravo com o que ouviu, mas logo se importou a escutar o que o outro tinha a falar.
-Eu sabia que não deveria tê-lo mandado, eu sabia que a minha desconfiança estava certa...sabia que isso não ia dar certo, mas não, eu tive que teimar e assinar aquele maldito papel.-retribuiu ao abraço, escondendo o rosto ao peito do namorado enquanto chorava cada vez mais desamparado.
-Por favor, pare de dizer que a culpa foi sua, você só queria que ele se tornasse melhor do que ele era, obviamente nem você e nem ele iriam adivinhar o que ia acontecer...-Pensava no que iria dizer, estava com receio de levar um fora, até porquê não sabia ao certo se suas palavras de alguma coisa adiantava.
-Eu sei, Mi...mas eu poderia ter evitado tudo isso...droga! Eu fui incapaz de agradecê-lo por tudo que me fez, das vezes que me ajudou...se eu pudesse voltar atrás...-Abraçava Minos fortemente enquanto soluçava.
-Infelizmente não pode, e sabe que terá de se controlar, é para o seu bem, meu amor...-Ficou com muita vontade de chorar também, mas tinha que ser um pouco mais forte, para ajudar o namorado naquele momento.
O moreno sabia que o que ouvia era a verdade, mas obviamente não poderia ignorar o fato de ter perdido seu único e melhor pupilo. E enquanto chorava ao abraço do namorado, em sua cabeça vinham às lembranças, boas e ruins dos momentos que passou tanto no Castelo como no Inferno com 'aquele moleque' como sempre o chamava, mesmo sorrindo.
Apesar dos atritos que sempre teve com o Espectro de Basilisco, Minos não podia deixar de sorrir levemente ao lembrar das brigas que os dois travavam; das conversas sérias; das indiretas que jogavam um ao outro e principalmente se lembrou do quanto sentiu ciúmes por saber que Sylphid era apaixonado por Aiacos e sempre discutiam por isso. No fundo teve um breve arrependimento de ter tratado o mais novo assim, embora a situação sempre pedisse um pouco de autoridade.
Como já estava tarde, o Juiz de Grifo, deitou na cama, puxando o namorado para junto de si, e enquanto acariciava os cabelos negros do namorado, o fez cessar o choro, dormindo em seu colo. E aos poucos foi caindo no sono também.
-Aia, vai ficar tudo bem...
Notas da autora:
Tränen: Lágrimas em alemão
