Era uma tarde comum em Oxford, quando uma linda mulher loira e seu dimon, um macaco dourado, caminhavam em direção a Universidade Jordan, espalhando seu perfume doce e encantador por onde passavam.
Marisa era o que poderíamos chamar de uma das mais fiéis devotas a Igreja. Sempre marcava presença em qualquer evento que envolvesse teólogos experimentais.
Foi quando se encaminhava ao salão principal da Universidade que, por acaso, acabou esbarrando num homem quase da sua altura, que parecia estar um pouco apressado para aquela reunião que aconteceria em instantes.
- Ah! Perdão! – exclamou Marisa, parecendo um pouco desajeitada. Nada parecida com a imagem elegante e sofisticada que costumava mostrar. – Eu acho que estou um pouco distraída hoje.
O homem pareceu um pouco aborrecido, mas assim que a viu, aquele sorriso um pouco desajeitado dela, sua expressão mudou e ele deu um pequeno sorriso enquanto estendia uma mão para cumprimentá-la. Seu dimon, uma pantera, aproximou-se um pouco do macaco, que parecia tímido.
- Eu que peço perdão – disse ele. – Também estava distraído.
Ele lançou um sorriso que ela retribuiu no mesmo instante. Então Marisa notou a mão estendida do rapaz e estendeu a sua, deixando-o depositar um beijo nela. Marisa corou e desejou que ele não tivesse visto aquilo.
Logo em seguida ele se afastou e caminhou até o salão. Marisa, por sua vez, permaneceu imóvel, sentindo-se estranha. Ele só esbarrou em você, disse para si mesma. Pôs, então, a mão no peito e sentiu os batimentos acelerados do seu coração. Seu dimon parecia nervoso, andava até a entrada do salão, olhava e depois voltava rapidamente. Repetiu esse movimento várias vezes até parar e olhar para Marisa.
- Você também sentiu isso, não foi? – ela perguntou. O macaco assentiu e eles seguiram até o salão.
Após uma reunião cansativa para discutir sobre a expedição que iria para o norte e estudar os Ursos de Armadura, na qual não entrou, Marisa e seu dimon após passarem praticamente toda a reunião lançando olhares curiosos para o homem e a pantera que encontraram na entrada, saíram do salão um pouco desanimados. Marisa queria muito ir para o norte. Essa era uma de suas ambições.
- Um dia nós vamos, querido – disse ao seu dimon, abraçando-o e passando a mão nos seus pelos dourados e brilhantes.
- Acredito que não irá demorar até esse dia chegar – soou uma voz masculina vinda de trás. Marisa virou-se, assustada e seu dimon pulou de seus braços, com o olhar fixo na pantera. O homem sorriu para Marisa, que teve novamente aquela sensação estranha.
- Espero que não demore mesmo – ela disse, sorrindo para ele.
Após alguns minutos em silêncio, ele prosseguiu:
- Acho que não nos apresentamos direito. Meu nome é Asriel – então repetiu o cumprimento novamente, beijando a mão da dama.
- Marisa.
O macaco dourado já estava bem próximo da pantera, que abaixara sua cabeça para receber um carinho do macaco que ainda estava tímido.
- Bom – disse Asriel – eu preciso ir aos meus aposentos. A viagem foi longa.
- Vai ficar na Jordan por muito tempo? – ela perguntou, dando um pequeno passo a frente.
- Dessa vez pretendo ficar por um bom tempo. Por enquanto por tempo indeterminado.
- Então nos veremos de novo, Asriel?
- Garanto que sim.
E lançando mais um sorriso, Asriel virou-se e foi embora. Marisa acompanhou-o com o olhar até ele sumir do seu campo de visão.
- Asriel – sussurrou, e sentiu suas bochechas queimarem.
