Shiver

Avisos:

Os personagens da fic não pertencem a mim, e sim a J.K Rowling. Você pode encontrar algumas coisas diferente do livro aqui, e coisas parecidas, dependendo do andamento da fic. Ela não segue a risca os acontecimentos do livro. E por último, a fic é uma mpreg, ou seja, contém gravidez masculina. E é yaoi, ou seja, contém sexo entre homens. Boa leitura! ^.^

"O tempo passava, e os meus sentimentos ainda eram os mesmos, eu odiava Harry Potter, o escolhido."

O beijo

Poderiam perguntar por que eu estava fazendo aquilo. Ah, sim eles sempre querem perguntas e respostas para tudo. Eu prefiro que pensem de mim o que quiserem pensar. Essa é a forma como eu prefiro agir. Antes de o meu pai ser preso em Azkaban, eu confesso que queria orgulho e prestigio, talvez agora tudo o que eu quisesse era puramente salvar a minha pele, mas eu tenho uma teoria sobre isso, se explica quem quer ser compreendido, esse não é o meu caso.

Tudo estava na mala. Eu iria embarcar no trem em algumas horas, todos os meus passos naquele ano estavam calculados, eu sabia como agir, em cada ponto eu sabia como agir. Acabei sorrindo para a imagem que o espelho enorme de um lado do meu quarto refletia. E ainda fiquei alguns minutos assim mesmo depois que as batidas foram ouvidas na porta do meu quarto.

- Entre, mãe. – disse e minha voz soou baixa.

Ela entrou, eu podia ouvir o doce barulho dos saltos no piso de madeira, ela me abraçou e fui invadido pelo perfume dela, pousou a cabeça em meus ombros, eu via os braços dela em torno da minha cintura enquanto ainda me olhava no espelho e ela me abraçava pelas costas, o frasco lilás estava em sua mãe.

- Tem certeza que quer fazer isso Draco?

- Tem certeza de que irá funcionar? – perguntei tirando o frasco de seus dedos e vendo o liquido lilás dentro dele.

- É uma receita antiga da minha mãe... Vem da família Black há muito tempo. Sabe que amor não é uma coisa relevante no casamento tanto na família Black como na família Malfoy.

- Mas a senhora sempre disse que ama o meu pai... – disse enfiando o vidrinho dentro da mala.

- Ah, sim, desde que eu o vi, e eu já sabia que iríamos nos casar, ele também me amou... A primeira coisa que ele disse é que foi um dos poucos Malfoy com sorte.

- Compreendo... Eu não sou capaz de sentir as coisas mãe, até compreendo como deve parecer cada sentimento. No fundo isso não importa, o que me interessa agora é que as coisas saiam conforme eu planejei, odeio quando as coisas não saem como eu quero.

- Irá funcionar, mas para isso irá precisar fazer com que ele beba... E muito mais do que isso terá que...

- Eu sei mãe. Agora, será que podemos ir? Ainda precisamos passar Borgin & Burkes.

- Sim, eu sei... – ela me disse, arrumei as minhas malas e as levei. – Deixe que o mordomo leve.

- Eu... – disse parando e tirando dali a poção e colocando em meu bolso. – Pronto, agora ele pode levar, não quero correr o risco de que a poção se quebre.

Eu estava para sair quando a minha mãe colocou a mão do meu ombro, ela me olhou de um jeito, aquele jeito que eu sabia que ela iria dizer algo que possivelmente me irritaria, era um olhar que pedia permissão para falar. E ela sempre sabia que funcionava, talvez por isso que fizesse tanto aquele olhar. Quando queria me contrariar principalmente.

- Pode falar, mãe... – eu dei autorização e me preparei psicologicamente para o que quer que ela tenha dito.

- Eu acho que você está indo longe de mais, Draco. Está ignorando o fato de que existem coisas maiores. Você quer acreditar que não é capaz de sentir, mas eu te criei, sou sua mãe, sei que tem muito mais coisas em seu coração do que você quer acreditar que existam.

- Tudo bem, mãe. – respondi.

Eu poderia discutir, poderia argumentar, mas não tinha mais aquela paciência. Já não queria que ela me compreendesse porque tinha aprendido que era impossível, e eu estava cansado de tentar explicar e dar voltas nas coisas. Poderia ser até que ela tivesse razão. Mesmo se tivesse isso não mudaria o fato de que eu iria seguir adiante com o plano. Eu era teimoso demais, teimoso o suficiente para fazer apenas o que eu queria de uma forma ou de outra, sempre livre demais.

~o0o~

- Podem ir... Eu vou depois... – disse, meus olhos ainda estavam atentos onde eu havia visto a mala se mover alguns centímetros. E eu sabia quem estava ali.

Muitas pessoas pensam o que se passa na cabeça de um Malfoy, mais ainda o que se passa na cabeça de um sangue puro que pertence a Sonserina, eu não vou mentir, não tenho motivo para isso. Concordo com todas as idéias de Salazar Sonserina, mas eu questionava muitas coisas, a primeira e mais importante delas, como Lord Voldemort tinha aquele ódio por mestiços, quando ele próprio era um. Era uma situação no mínimo hilariante.

E o meu querido espião, que estava agora no chão com o nariz e o óculos quebrado por um desatino meu, eu também tinha os meus momentos de loucura, no qual eu tinha uma atitude impulsiva que era um resultado de um nada. Mas que sempre tinha algo por trás, eu nunca fazia nada sem uma explicação concreta disso. Tirei o óculos quebrado de seu rosto, o nariz estava sangrando.

- Quem diria... O escolhido me seguindo. Devo ficar honrado com isso Potter? Acho que você compreende que eu fui obrigado a fazer isso, não queria de forma alguma estragar o seu rosto lindo, ou os seus óculos... Se é que essa coisa cafona pode ser chamada assim.

Eu acabei arrumando os óculos dele usando a varinha, ele ainda me olhava e tinha alguma chama em seus olhos. Eu não conseguia compreender como funcionava a cabeça de Potter, ela era um mistério para mim. Ele parecia apenas um leão sem cérebro que ficava rosnando por aí. Eu desprezava Harry Potter, mais do que isso, eu o odiava. Mas talvez meus olhos tivessem gelo demais para que eu demonstrasse alguma coisa.

- Não pode falar, não é? Mas aposto que queria me perguntar algo... Quer descobrir se sou um comensal da morte... Hum... – eu disse arrumando os óculos em seus olhos. – Se tenho alguma ordem do Lord. Acho que vou deixar você se consumindo nessa sua curiosidade tola, tão idiota quanto você Potter. Devia pensar como o Weasley, que o Lord não iria querer nada comigo. Não quero que se meta nos meus planos.

Passei o dedo em seu sangue, me divertia vê-lo caído e ferido, todo mundo amava Harry Potter, o mundo lhe dava prestigio e fama, todos queriam lhe apertar a mão. Até eu mesmo quis um dia, por puro interesse, agora? Bem, agora ele não significava nada para mim, eu gostaria de poder estrangular ele. Mas ainda não, tudo tinha que ser feito por partes. Chupei o sangue dele que tinha em meus dedos.

- Corra atrás de mim... Me descubra e quem sabe eu não te conto algo... – tirei o frasco do bolso, aquele era um bom momento para isso. – Agora seja bonzinho e abra a boca... – disse puxando o queixo para baixo, ele ainda me olhava intrigado, enquanto eu derramava o liquido pela garganta dele. – Agora... – eu disse ao seu ouvido. – Você não vai poder falar disso com ninguém, vai ser o nosso segredo, e até que meus objetivos sejam cumpridos, está preso a mim. Agora eu tenho que ir, não quero que me encontrem perto de você. – disse cobrindo o seu corpo.

~o0o~

O que essas pessoas estavam pensando quando prenderam o meu pai? Elas são inúteis, ninguém está mais perto do Lord do que nós, eles deviam estar nos idolatrando para ter alguma chance. Respirei fundo e tomei toda a poção que tinha levado para conseguir ficar acordado, segurei com força a varinha do meu pai, que estava segura comigo. Era noite, e eu gostava de noite. Sabia que dormir não era algo que eu podia fazer, tinha muitos planos para colocar em prática.

O primeiro jantar de Hogwarts ainda se revirava no meu estomago, ele nunca mais havia sido o mesmo, carregava o peso das minhas emoções. Eu tinha saído do jantar, para ficar vagando pelo castelo, era noite. No fundo não estava me importando em ser pego, minha cabeça estava cheia de pensamentos. Meu plano era insano, cheguei a me arrepender daquela loucura, mas era a chance que eu tinha, eu tinha uma chance de me salvar, apenas uma, e era aquela.

Não era tão ingênuo a ponto de saber que Voldemort iria ganhar. Era claro que ele não iria, mas eu não podia sair por ai gritando isso, ou desobedecer as suas ordens, meu plano tinha sido tomado de forma impulsiva, o Lord ainda não sabia dele, e tudo estava encaminhado. Eu ainda tinha a missão de matar Dumbledore, mas tinha que adiar aquela missão. Eu tinha que me acalmar e seguir os planos.

Parei em um corredor frio, estava chovendo agora do lado de fora da janela, estava frio, parei a janela, sentindo meu corpo tremer por causa do enjôo, estava escuro, toquei as pedras e procurei respirar, eu estava passando mal, estava sentindo a ânsia, e sabia que a comida não iria ficar no estomago, me livrei dela, me perguntando quando aquilo iria passar.

- Malfoy. – eu ouvi uma voz vinda do corredor.

- Potter? – repedi querendo rir, como se meu riso fosse a única ação que eu poderia ter no momento.

- Eu tenho umas perguntas, e você vai me responder.

- Ou o que? Ou vai me matar... Me torturar? Ah... Esqueci, isso quem faz são os comensais, você não vai fazer absolutamente nada se eu não de responder.

E foi então que ele agiu impulsivamente, como qualquer Grifinório sem cérebro, eu as vezes me esquecia o que compunha Harry Potter e sua máscara de bom moço. Mas ele não era um herói para mim, ele não era nada daquilo que diziam por ai, para mim ele era apenas herói dos que lhe interessavam. Tem uma coisa que nunca muda, as pessoas sempre olham o prisma do herói, o que Harry Potter fez por minha família? O que Harry Potter fez quando meu pai foi ameaçado por causa de um erro passado? Harry Potter só salva os amigos dele, as pessoas que fazem parte do time do mocinho, as pessoas que estão em volta dele.

Mas como eu ia dizendo, ele tomou uma atitude assim, bem Harry Potter e bem Trouxa. Acertou um soco no meu rosto e continuou segurando-me pela roupa. Eu devia agradecer naquele momento, porque eu estava passando tão mal e dormindo tão mal ultimamente e tomando tantas poções para tudo, que aquele soco nem doeu.

- Não te interessa Potter, eu não vou dizer nada a você... Nada que você não saiba. – disse pegando minha varinha e colocando na barriga dele.

E naquele momento estávamos juntos, o rosto dele estava a milímetros do meu, as sobrancelhas curvadas o fazendo parecer idiota, eu odiava Harry Potter, e isso sempre ficou muito claro para mim, como um sentimento que eu colocava ali no canto, eu desprezava Harry Potter, eu queria que ele sofresse tudo o que eu sofri e mais... Eu queria que ele sentisse dor, uma dor tão forte que quisesse morrer.

No entanto eu sentia o seu cheiro, um cheiro agradável e levemente amadeirado, ainda havia rastros do sangue no nariz dele, o nariz que eu havia quebrado. Podia sentir o calor do corpo dele, por favor, não era uma cena romântica, eu não iria beijá-lo, eu tinha acabado de vomitar, isso era nojento. Mas eu mantive a guerra de olhos enquanto o silêncio crescia, ele ainda me encarava em silêncio.

- Você... Você não vale a pena, Malfoy. – ele disse, mas não me soltou.

Eu sorri de lado, meus olhos ardiam em uma chama que eu não conhecia, lambi os lábios tirando o sangue deles. E o encarei mais, não disse nada. O corpo dele se grudava mais a mim, e eu começava a pensar em afastá-lo, me perguntava se aquilo era por causa da poção que eu dei para ele, ou se ele estava tentando me atirar pela janela.

- Isso... Faça esse favor para mim. Me jogue pela janela, e compre uma passagem direto para Azkaban, os dementadores vão fazer fila para sugar cada gota de felicidade da sua miserável vida.

- Me responda o que é a poção Draco.

- Ah... Está me chamando pelo primeiro nome? Não te dei essa liberdade... – eu disse.

Mas ele tinha soltado a minha roupa, eu aproveitei para sacar a varinha e tentar acertar alguma magia nele, mas ele foi rápido demais. Eu estava passando mal, meu corpo se movia de forma tão lenta, que eu achava que fosse desmaiar a qualquer instante. Embora eu nunca tenha realmente desmaiado. E não achava que fosse acontecer, minha varinha acabou voando longe, Harry Potter a tinha mandado longe na verdade.

- Se você não me responder eu vou ter que descobrir.

- Sabe qual o seu problema Potter? – disse colocando desprezo em cada letra daquele nome, mesmo sabendo que aquele nome ainda iria me salvar, mas claro que seria por culpa minha, por causa do meu plano. – Você é sentimental demais e não usa nem um pouco da razão, é por isso que nunca via derrotar Voldemort...

Eu me calei por que ele voltava para cima de mim, suas mãos tiravam rápido o meu capuz, e começou uma pequena guerra de força, na qual ele tentava arrancar minha roupa e eu impedir, caímos no chão que nem duas crianças do primeiro ano, mas eu ainda estava debilitado e era mais fraco do que ele naquele momento. Apenas acabei caído no chão gelado com as costas nuas, sentindo meu rosto queimar, e estava vendo o corredor girar, estava com calafrio, sentindo Harry Potter sentado na minha cintura.

- Me solta. – gritei me debatendo.

- Se você parar de se mexer que nem uma doninha vai acabar logo. – ele gritou, e eu não estava entendendo nada do que estava acontecendo.

Ainda tentei me soltar, mas logo ele conseguiu prender meu braço, comecei a me sentir tão mal que parei de lutar, vi quando ele analisou cada um dos meus braços, estava começando a sentir tanto frio que mal conseguia me controlar.

- Não tem... Não tem marca negra. – ele disse mais para ele do que para mim.

- Marca negra? Do que... O que você está dizendo? – eu murmurei.

- O que você estava fazendo na Borgin & Burkes? – ele disse me segurando pelo pescoço.

- Me solta, seu animal... Seu trouxa, só os sangues ruins e trouxas brigam assim... Eu sou um bruxo de sangue puro! Sai de cima de mim.

- Era o Voldemort... Me fala o que ele queria? – disse Harry ignorando o que eu dizia. Comecei a me sentir com mais raiva ainda.

- Se você não sair de cima de mim agora, eu vou gritar muito.

- Sabia que no mundo dos trouxas quem grita é uma mulher em perigo? Não deve ser muito agradável virem te salvar depois dos berros, falando como você diz, é melhor me falar logo Malfoy.

- Não te interessa o que eu fui fazer lá, você não é nada meu e nunca vai ser. – disse gritando alto, está certo que tinha planos, mas domar meu gênio era difícil. Voltei a tentar me soltar e acertei a boca dele com um soco.

- Eu acho melhor você me falar, Malfoy.

- Você está me esmagando...

- Para de reclamar e fala logo.

O pior de se discutir com burros, é que eles não pareciam entender, eu não podia falar a minha missão, não podia. E estava ficando cansado daquilo, estava me cansando daquela briga e estava com frio. E via o corredor todo rodar, minha boca estava seca, e eu me sentia tonto, não conseguia mais pensar racionalmente eu sabia que não iria falar coisas que não devia. Acabei decidindo me calar, estava enjoado.

- Me... Deixa em paz, eu não... Não tem nada demais, eu.. Me solta... – pedi e minha voz estava soando mole.

- Draco? – ele acabou me chamando, eu sabia, ele era bom demais para odiar até os inimigos. Eu vi quando ele me soltou e colocou aquelas mãos enormes na minha cara. – Você está com febre... – disse ele saindo de cima de mim. – Veste sua roupa.

Levantei-me sentindo o corpo dolorido, ainda estava tonto, então levantar apenas me deu mais ânsia, coloquei a roupa que estava amassada e que parecia bem gelada no momento enquanto Harry me olhava. Ele estava em pé, tinha sangue na boca, e me olhava com um misto de coragem e constrangimento. Era claro que agora vendo que eu estava passando mal ele iria parar, ele era um grifinório, para um sonserino aquilo seria uma oportunidade.

Dei-me conta de que estava tremendo, eu sentia meu corpo todo tremer, quando terminei percebi que tinha abotoado a roupa errado. Eu mal estava conseguindo ficar em pé, só o ato de ficar em pé parecia uma tortura para mim. E me encostei-me à parede, torcendo para que ele me deixasse sozinho, enquanto ele parecia apenas querer provar o bom moço que era ficando ali comigo, me vigiando e pensando que não me deixaria sozinho para morrer. Irônico demais, Harry Potter, demais.

- Você... Quer que eu te acompanhe até a enfermaria? – a voz dele ainda permanecia séria.

- Eu quero que você morra, se quiser se atirar da janela, eu deixo, vá em frente... Ah, você... Não vai fazer isso, tem que salvar o mundo bruxo antes... Patético.

Comecei a andar e os meus planos era chegar a Sonserina, e depois a minha cama. Mas eu fui me sentindo tonto enquanto caminhava, o que eu senti foi estranho, foi como se eu tivesse piscado, quando abri meus olhos senti um corpo diferente de mim, era Harry Potter. Eu estava reconhecendo o seu cheiro. Eu tinha desmaiado? Não sabia quando tempo tinha durado, mas me senti tão idiota.

- Me solta Potter... – eu pedi.

- Você acordou? Tarde demais, estamos perto da enfermaria... Eu sei que você é um imprestável Malfoy. Sei que tem nojo de mim por que sou um mestiço, mas eu nem ligo, sei que é provável que você esteja ao lado de Voldemort, para algo que eu não sei e que você não tem caráter, mas ainda sim você é um humano, e eu não vou deixar você passando mal no corredor.

- Idiota...

- Loiro aguado.

- Brutamontes sem cérebro e quatro olhos.

- Magrelo.

- Você fede a... A... – eu comecei a pensar em algo para xingá-lo. – A alguma coisa desagradável, não gosto do seu cheiro e agora ele vai impregnar em mim.

- Você cheira como uma garota, e eu vou ficar o dia todo enjoado, está querendo competir para ver quem ofende o outro primeiro?

- Testa rachada.

- Comensal da morte em treinamento.

- Comensal da morte em treinamento? – eu quase poderia rir daquilo, foi a coisa mais idiota que ele já me chamou na vida. – Você recusou minha amizade.

- Amizade que você queria por interesse e você ofendeu o Ron.

- Ele é um traidor do sangue e um idiota. Eu não sou obrigado a gostar dele.

- Tem razão, mas mesmo assim poderia ter educação e não ofende-lo.

- Eu sei andar, pode me colocar no chão, eu não acredito que está me carregando no colo para a enfermaria?- minha voz estava saindo tremula.

- Você mal está conseguindo ficar em pé Malfoy... Você poderia me agradecer ao invés de ser tão... Nariz em pé.

- Nunca.

Fiquei em silêncio e decidi que iria me recusar a falar. Eu estava sendo carregado por Harry Potter. Sentia o cheiro dele e não era ruim, eu tinha que admitir, eu queria que fosse, mas era um cheiro suave que eu não conhecia. Mas nunca ousaria perguntar para ele, resolvi me calar mesmo, eu queria que tudo acabasse logo, que aquela tortura acabasse logo. Acabei soltando o ar pelos pulmões.

Dormindo, e depois fui acordando as poucos, não abri os olhos, mas pensei que talvez naquele momento Harry Potter tivesse ido embora, era claro que ele não iria ficar ali comigo, ele devia ter ido embora há muito tempo. Mas eu estava confortável, a maca da enfermaria estava quente e me abrigava perfeitamente, eu sentia um pouco de calor no corpo, senti alguns dedos roçando em minha nuca e tocando os meus cabelos.

- Eu acho que o prefiro assim. – disse uma voz esganiçada que eu conhecia bem o suficiente para continuar fingindo que dormia.

- Eu... Você estava certa, Mione. Ele não tem a marca. Mas o que... O que ele estava fazendo lá? Eu não sei... Estou confuso agora, eu tenho que salvar o mundo trouxa, mas...

- Harry... Você tem que tomar cuidado. Conhecemos o Malfoy, mas não acho que ele seja capaz de algo tão terrível, ele está bem debilitado, você ouviu o que a Madame Pomfrey disse.

- Será que ele não tem dormido ou... Eu errei em denunciar o pai dele?

- Não, o pai de Draco estava lá, você fez o certo, mas ele... Lucius é o pai dele, é claro que ele vai te odiar. Ele já não ia muito com a sua cara... Você... Para com isso ele vai acordar, isso é estranho.

- Ah... Eu nem notei. – disse e eu senti os toques pararem, então era Potter me tocando? Não sei o que era pior, ser tocado por Potter ou por Hermione Granger. E ter Granger ali, me defendendo... Logo a Granger.

- Imagino a cara do Ron se souber que você trouxe Draco Malfoy para a enfermaria e ainda por cima ficou acariciando o cabelo dele. – ela disse rindo um pouco.

- Foi sem querer. Eu... Quando você falou que notei o que estava fazendo, ele me deu uma poção que eu não sei o que é. Não confio nele.

- Mas acho que ele confia em você, já que ele dormiu no seu colo no caminho, não é senhor Potter? – disse Madame Pomfrey, vi quando ela se aproximou. – Senhor Malfoy?

Ela me chamou e eu percebi que não podia continuar fingindo que estava dormindo, eu abri os olhos devagar, sentindo meu corpo todo tremer um pouco. Eu ainda estava com febre, mas me sentia um pouco mole. Abri os olhos vendo Granger e Potter parado ao lado da minha maca, era uma cena bem irreal.

- Como se sente? – perguntou Madame Pomfrey.

- Com frio... Enjôo. Minha cabeça está doendo e o meu estomago também. – disse tentando não olhar para os dois.

- Potter me disse que o senhor desmaiou, tem tomado alguma coisa... Alguma Poção?

- Tenho... Tenho tomado uma para dormir, uma para acordar, uma para ter disposição...

- Draco... Você está exagerando, foi por isso que desmaiou e...

- Isso não é da sua conta, Granger. – eu disse, mas não em um tom agressivo.

- Você devia nos agradecer, trouxemos você aqui, nos deve essa. – disse Potter.

- Agradecer? Por quê? Só por me trazer até aqui? Não pedi isso a você.

- Harry... Deixa ele, Malfoy sempre será Malfoy. – disse Granger.

- Me dê mais detalhes do que tem tomado Malfoy. – disse Madame Pomfrey fazendo uma leve careta para eles.

- Eu não tenho conseguido comer... Tenho vomitado muito, e não tenho conseguido dormir, então estou tomando poções para estabilizar... Essas aqui. – disse Tirando alguns frascos do bolso e dando a ela.

- Se me permite... – disse Granger estendendo a mão, eu entreguei as poções a ela dando de ombros. – Essa poção ataca o estomago, essa se você não tomar essa outra para acordar irá dormir o dia todo, ou ficar com sono, e... Tem uma poção melhor para isso e que substituiria todas essas e ainda cuidaria do seu estomago.

- Eu não pedi sua ajuda, Granger.

- Mas irá recusar ela?

- Até que para uma nascida trouxa você é esperta. – eu disse, Potter ainda observava. – Mas eu continuo não querendo a sua ajuda, eu gostaria de ficar sozinho...

- Ué, não vai me chamar de sangue ruim? – ela disse erguendo uma sobrancelha.

- Quer que eu diga obrigado por me trazer aqui? Eu disse... Obrigado. Agora me deixe em paz. – disse de mau gosto.

- Vou te dar isso para limpar seu organismo, quer que eu avise alguém da sua sala? – Pomfrey continuou.

- Não quero, eles... Não querem saber como eu estou... – disse e Madame Pomfrey me deu a poção.

- Tome tudo, o gosto é desagradável, mas irá dormir bem.

- Obrigado... – disse antes dela sair e começar a tomar a poção.

- Nunca vi o Malfoy agradecendo tanto. – disse Granger. – Deve ser a febre.

- Muito engraçado Granger, eu morri de rir. – disse sendo irônico com ela. E tentava não olhar para os dois. Vi quando Granger disse algo baixo apenas para Potter ouvir.

- Irei fazer as poções para você Draco, eu vou... Distrair Ron. – disse Granger saindo e me deixando sozinho com Potter.

Por um momento pensar que eu estava quase agindo amigavelmente com aquele grupo me fez ter asco. Não agia assim porque queria, era tudo parte de um plano maior e Harry Potter era a única chance de vida. Eu ainda segurava a poção, agora ficaria sozinho com Harry Potter, eu tinha que convencê-lo a gostar de mim, eu tinha que me aproximar dele, mesmo que isso custasse a minha sanidade mental, por que se tinha algo que os grifinórios não tinham era sanidade mental.

Coloquei a taça nos lábios sentindo que queimavam um pouco e tomei devagar sentindo a minha garganta queimar. Harry Potter ainda estava parado em silêncio, irritadoramente indecifrável, eu não sabia o que se passava na cabeça de Harry Potter, mas eu tinha todos os motivos do mundo para odiá-lo, e querer que ele ficasse bem longe de mim. Se eu tivesse escolha, nunca mais veria Harry Potter, mas às vezes parecia que o mundo mágico pertencia a ele.

- Draco... Eu sei que você me odeia, mas você sabe que eu tenho as minhas razões, você quebrou o meu nariz.

- Por pouco não quebrei seu cérebro, seria melhor. – disse e minha voz soou fraca, a poção dava enjoo.

- E me deu aquela poção estranha, e eu não sei por que você faz essas coisas. O Voldemort é do mal. Ele vai perder, você tem certeza de estar escolhendo o lugar certo?

- Pare de me dar sermões. O que você sabe sobre o lugar certo? Você é Harry Potter, o escolhido. Todos te adoram, você tem Dumbledore junto de você, tem toda a ordem da Phoenix, tem a familia Weasley, tem todos os amigos da Grifinória e tem os seus amigos. O mundo bruxo confia em você e eu não tenho ninguém além da minha família. Harry Potter não significa nada para mim.

- Para mim também, Draco. Eu não quero ser esse herói que todo mundo diz. Eu tenho medo, insegurança e todas as outras coisas, mas nunca deixo de lutar pelo que eu acredito, pelas pessoas e...

- Não tem ninguém para lutar por mim Potter. Você é o herói de todos menos o meu. Você não sabe como eu me sinto, não sabe o que se passa na minha cabeça, e eu não quero ser julgado por você. Não pense que é tão melhor do que eu... Me deixe em paz, é fácil para você, não é? Continue me ignorando e odiando como sempre.

No fundo eu nem sei porque tinha dito aquelas coisas, eu tinha perdido o meu controle, tinha falado demais. Eu devia ser uma pessoa fria, a ponto que Potter nunca soubesse dos meus sentimentos, a ponto de estar sorrindo enquanto tudo desmoronava dentro de mim. Eu tinha que ser forte sempre, para ser um Malfoy digno de ser da família que era. Tinha que, acima de tudo, honrar o que eu era e o meu nome.

Deitei-me de costas para ele, não sabia o que iria dizer, não sabia o que fazer mais, queria que ele fosse embora, mas também queria que ele ficasse. Eu queria a companhia de Harry Potter. Por dentro me sentia sozinho, sentia uma dor tão forte que não conseguia colocá-la para fora. Eu estava me sufocando com tudo aquilo. Eu odiava Harry Potter, e o tempo todo tinha que me lembrar disso, que eu o odiava.

- Me... Desculpa Draco, eu não sabia que se sentia assim eu...

- Não tenha pena de mim, você não é nada. Eu... Eu te odeio Harry, eu odeio muito você. – eu disse e sentia meus olhos quentes de lágrimas.

Mas não é como se eu tivesse aquela capacidade de me controlar, eu não queria chorar perto dele, mas não conseguia evitar. Ele se curvou, senti seu cheiro de novo quando ele me abraçou. Eu nunca pensei que fosse receber um abraço de Harry Potter, e seus dedos secavam minhas lágrimas. E eu não me mexi, meu coração se apertava e eu não conseguia pensar, nem me lembrava da poção.

- Me desculpe, Draco. Eu não sabia... – ele disse e segurou o meu rosto. – Não percebi que Voldemort tinha feito tão mal assim para a sua família. Eu não me lembrava que você... Também sofreu com tudo isso e que... Eu preciso fazer alguma coisa.

- Você... Não consegue, se Voldemort pudesse ser destruído... Dumbledore o faria. – eu disse.

- Você não confia em mim, Draco... Mas eu entendo, eu não confio em mim também. Estou com medo... Mas... Minha vontade de salvar as pessoas e não ver ninguém chorando é maior.

- Você... É muito megalomaníaco. Não fica... Me tocando assim.

- A poção... Que você me deu, o que era? Precisa me contar.

- Não... Nunca. – eu disse, e começava a ver tudo rodando. – Está dizendo que vai me salvar... Mesmo eu estando do outro lado.

- Eu... Vou tentar, Draco. Todo mundo confia em mim... Todo mundo espera coisas de mim, está no meu destino, eu tenho que fazer algo.

- Não... Você não tem que fazer nada.

- Mas eu quero fazer. Eu... Sei que não é um comensal da morte, sei que você está sozinho e que quer proteger sua mãe. Seu pai está preso por minha culpa, eu mereci o soco na cara.

- Vai levar outro... Se não se afastar de mim. – disse a ele abrindo os olhos, e ele estava perto demais, eu via os olhos dele através do vidro dos óculos.

- Vai fazer o que? Draco, eu... Não sei por que, acho que é a poção, eu não sei o que está acontecendo comigo. Mas não sou de fugir de nada, se eu tiver que te beijar eu vou fazer.

- Se fizer, eu vou gritar... Vou gritar muito mais do que qualquer vez que eu já gritei.

- Não importa... – disse Harry Potter.

Eu cheguei a gelar ao notar como as coisas chegaram ali, eu sabia que era a poção. Tentava me lembrar disso quando os lábios dele tocaram os meus, e eu fechei os olhos. Eu devia estar feliz porque tinha conseguido, mas alguma coisa estava me incomodando. O cheiro dele era tão bom, eu senti quando o peito dele encostou no meu, e ele se contorcia para ficar mais perto, apenas o toque insistente de seus lábios.

Meu coração estava disparado, era pelo susto de sua aproximação rápida e tão irreal para mim, tinha que ser isso. Eu segurei a blusa do uniforme dele e sentia a boca quente dele na minha, um beijo muito mais suave do que eu estava acostumado, apenas um toque de lábios e ele se afastou, me deixando levemente de boca aberta. Harry Potter havia mesmo me beijado, eu o via longe de mim e perto ao mesmo tempo.

- Quando for o momento certo... Draco, eu vou querer ouvir todos os seus pedidos de desculpa.

- Você beija mal.

- Isso não é o ponto agora, eu nem sei por que beijei você eu só... Quando vi já estava fazendo.

- Você é um animal mesmo que age por instinto... E não é assim que beija, se usa a língua e...

- Quer que eu beije você assim da próxima vez? – Potter perguntou, juro que vi um sorriso se desenhando nos lábios dele.

- Se me beijar, eu te mato. – ameacei, mas minha voz estava fraca, e eu estava com sono demais para pensar em alguma coisa.

- Você disse que iria gritar se eu te beijasse agora, mas não gritou. Foi a poção não foi?

- Se quer acreditar nisso... Para ter uma desculpa para ter me beijado, faça... Faça como quiser, eu só quero que saia e me deixe dormir.

- Me ensine a beijar... Melhor da próxima vez. – ele disse, e tirou o cachecol do pescoço dele, e depois fez o mesmo com o meu, e eu estava incapaz de reagir.

Vi quando ele enrolou o cachecol dele no meu pescoço. Vi quando ele fez o mesmo com o meu, mas no pescoço dele, ele havia trocado os cachecóis. E eu não sabia o porquê daquilo, meu cérebro tinha parado de funcionar com a poção. Ele me cobriu até o pescoço. Senti seus lábios quentes no meu rosto.

- Durma... – ele disse.

- Não... Não vai embora... Fica aqui, por favor... – eu pedi. – Não me deixa sozinho... Agora.

Eu senti as mãos dele se fechando na minha, e o vi sentar-se ao meu lado. O vi me olhar enquanto a minha visão se turvava aos poucos, e eu ainda o via. E logo eu dormi, e no dia seguinte tudo o que sobrou foi a minha mão gelada pelo frio. E o cachecol da grifinória em torno do meu pescoço, me mostrando que ele esteve lá e que aquilo aconteceu. Mas... Eu ainda preferia insistir em odiar Harry Potter.

~o0o~

No dia seguinte eu ainda corava quando me lembrava daquele beijo. Harry Potter era tão... Tão... Não sabia dizer ao exato o que era, mas eu não conseguia adivinhar suas atitudes, eu não sabia o que ele faria ou diria, e toda essa confusão que ele era, não seria bem vinda na minha vida puramente organizada. Me sentei na maca, vendo que ele não estava ali, já devia passar no meio dia, e é claro que eu não tinha comido, talvez até já tivesse passado o almoço.

Vi que no criado mudo havia um recado, era um bilhete escrito em uma letra bem feia, que dizia "Encontre-me no banheiro da Murta." Não tinha um horário, como ele saberia que eu estaria lá? E eu não sabia por que havia pensado que com certeza tinha sido Potter a me mandar aquele bilhete. Eu parei de ler o bilhete, e senti o perfume que tinha ali, o perfume de Harry Potter, eu escondi o cachecol antes de sair de dentro da enfermaria, eu tinha dormido muito, mas ainda estava com sono.

E segui o caminho do banheiro, com passos lentos e cansados. E quando cheguei lá, estava vazio. Ele não estava lá, poderia ter se esquecido de colocar a hora, e ter pensado que colocou, eu ainda estava pensando nele, acabei sorrindo um pouco quando vi o cachecol dourado, eu coloquei no nariz e lembrei daquele cheiro que ele tinha e que estava preso no cachecol.

- Draco... – eu quase pulei quando o ouvi me chamando atrás de mim.

- Você já... Estava aqui dentro? – perguntei guardando o cachecol, mas eu achava que ele tinha visto.

- Não, eu acabei de chegar e vi você cheirando o meu cachecol, eu... Quero que me conte qual poção era aquela.

- Não vou contar. Você sabe... – eu disse e me encostei na pia do banheiro. – Vai me torturar e me fazer falar?

- Talvez... Mas eu vim aqui por causa de outra coisa que você me prometeu.

- Não te prometi nada. – disse dando de ombros. Não sabia do que ele estava falando.

- O beijo... Ia me ensinar a beijar melhor.

- Você levou aquilo a sério?

- Claro que eu levei, eu... Você me disse que eu beijo mal.

- Você beija mal mesmo. – eu disse, e ele ia se aproximando.

- Quando eu fico perto de você, Draco, sinto vontade de te proteger também, eu quero que seja feliz, e quero te sacudir e fazer que escolha o lado certo. Quero te tirar de Voldemort. E ao mesmo tempo eu sinto... Seu perfume bem... Sinto vontade de te beijar e não consegui dormir direito pensando que eu tinha realmente beijado você, mas o que mais me surpreendeu é que você não me rejeitou, isso tem a ver com a poção. Mas eu sei que não era poção do amor.

- Não era uma poção do amor. – eu disse.

- Mas hoje, na aula de poções... – ele disse com um tom de voz calmo. – Tinha um caldeirão de Amortentia lá, e eu senti o cheiro do seu perfume, senti o cheiro da grama do quadribol e... Senti aquele cheiro do corredor de ontem.

- Você... Não está pensando que me ama, não é?

- Não... Não eu não amo você, é a poção, eu não sei o que ela faze Draco. Mas eu vou descobrir.

- Não vai. – eu disse com uma certeza, ele se aproximou de mim um pouco mais.

- Me ensine o beijo... Então.

- Se Weasley ouvir você me dizendo isso vai ter um ataque.

- Ele não está aqui agora... – ele se aproximou tanto que eu tive me sentar na pia do banheiro.

- Não gosto de você.

- Eu também não disse que eu te amo, só quer quero que me ensine a beijar.

- Quer me usar então? – disse com um pouco de desprezo na voz. – Que excitante.

- E eu sei que quer fazer isso... Não gritou ontem. – disse ele com um sorriso de lado, e eu detestei aquele sorriso dele. Quase arteiro. Ele se aproximou de mim mais, e levou as mãos ao meu rosto. – Se venho aqui era porque queria.

- Pode parar... Não é assim que se conquista uma pessoa, esse jeito mole de ser, você tem que ser mais selvagem. Sabe?

- Não sei... Me mostra.

- Quem diria que o garoto mais conhecido do mundo bruxo, não saberia paquerar. – disse, estava começando a me divertir. – Vou te mostrar...

Eu puxei a mão de Harry, nem acreditava que estava fazendo aquilo, tínhamos uma guerra lá fora, e eu estava tentando um meu lugar no campo dos vitoriosos, no lugar onde ficariam as pessoas que seriam salvas. Encostei Potter na pia e o beijei nos lábios. Coloquei as mãos dele em torno do meu pescoço e puxei a sua cintura de encontro a minha. Eu afastei um pouco o rosto.

- Agora... – disse com a voz baixa perto dele. – Abre os lábios quando me beijar e segue o que eu vou fazer...

- Tá...

Ele abriu a boca devagar e eu o beijei com mais calma, abri os lábios dele usando minha língua, no começo, quando planejei beija-lo e tudo mais pensei que sentiria nojo. Sim, quando eu digo tudo mais estou falando de... Ficarmos íntimos. Mas os beijos de Harry Potter, a boca dele era gostosa de beijar, era muito melhor do que eu pensava. O corpo dele era quente, e ele estava começando a aprender bem.

Resolvi ser mais ousado, levei minhas mãos até o bumbum dele e apertei de leve ali, ninguém esperaria que eu fizesse aquilo, ainda mais com Harry Potter, eu mesmo não acreditava que estava beijando Harry Potter, mas era por um bom motivo, era para a minha salvação e a dos meus pais, quando a guerra acontecesse... Harry Poter teria um motivo muito forte para me salvar.

Senti quando ele me abraçou mais forte e me assustei um pouco, as mãos dele tocaram minhas costas, descendo e apertando cada centímetro do meu corpo, para parar sobre o meu bumbum, cheguei a pular quando ele apertou ali, ele havia realmente me imitado, mas, além disso, senti quando ele grudou o corpo no meu e eu podia ver que o pênis dele devia ser de um tamanho bem considerável. E assim eu me separei dele.

- Por que parou? O que eu fiz de errado? – ele perguntou e a sua expressão de culpa me irritava.

- Você... Aprendeu. Rápido demais. – eu disse. – Agora eu tenho que ir...

- Não. – ele disse e me abraçou de novo e me beijou de novo.

Ele tinha aprendido a beijar, e seu beijo agora não era ruim, e isso era um problema, os seus beijos, a sua mão e o seu cheiro, me provocavam arrepios. E esses arrepios não eram de asco, não eram de ódio, por que ele era Harry Potter, quem eu devia odiar e quem agora estava me deixando completamente quente e arrepiado.

"Oh, did you want me to change?"

NOTA:

Os personagens são criação de J.K Rowling, o texto foi criado por mim. Não tem fins lucrativos.

Aviso antes de começar a ler: A fanfic é uma mpreg, logo, um dos personagens irá engravidar. É importante saber que apesar de estar se passando no 6 livro, não seguira completamente o livro, peguei uma coisa ou outra do livro e mudei o que precisei mudar. Espero que gostem. ^.^