Disclaimer: Death note não me pertence... Eu não seria capaz de matar o L ou o Mello e, nessas condições, nem mesmo o Near.

ESSA É UMA DEATHFIC!

Fanfic criada para o "Desafio Miss Sunshine 2009" do Fórum UMDB e site de "FFsol", tema: 82 - desordem

Ausência do Caos.

Mais um dado... Mais uma torre pronta, terminada a criação. Admirou o seu trabalho, um castelo inteiramente feito de dados brancos com os pontos em preto, era simples, reto, quase sem cor, frio. Perfeito.

Ele adorava a ordem, adorava ver tudo montado e organizado, pacientemente fazia castelos de cartas e torres de dados, montava quebra-cabeças ou bonecos de ação e passava horas, lá, sentado, observando suas criações imóveis, sem cor e sem vida, se identificava... Até que vinha aquela ansiedade, aquele nervosismo, começava a espera pela visita do caos.

Sempre, que terminava um novo jogo ou construção, esperava a chegada do caos para destruí-las, por que? Porque ele vivia para criar, arrumar, construir, sem o caos tornara-se inútil.

Olhou para aquela sala de comando, observou o recém acabado castelo de dados... Não era nada, nada comparado a cidade de cartas que o cercava por todos os cantos, povoada por legos e outros brinquedos montáveis, que se erguia sobre as mais diversas paisagens de quebra-cabeças compostos por milhares de peças.

Só havia ordem, nada poderia destruir aquele mundo perfeito, o caos não mais existia, não havia mais nada que ameaçasse a integridade de suas criações e isso o levava a loucura.

Conversa com os bonecos de lego presos a seus dedos, ria para o nada, comia e bebia como se tudo tivesse gosto de serragem. Não havia destruição, barulho, dor, gemidos... Não havia vida!

Toda a sua vida havia morrido, seu sonho, seu objetivo, sua vingança, seu antagonista.

Sentiu o coração apertar, esperançoso que fosse o convite que esperava, suspirou, era apenas a saudades... Fora tolo, a ameaça de morte por ataque cardíaco era coisa do passado, pelo menos para ele, que não tinha predisposição ao problema.

Queria gritar, quebrar tudo que construira naquela sala rodeada por telas de televisão. Tinha quebra-cabeças aos seus pés, castelos de carta a sua volta e telas, que projetavam espaços vazios, a cima de si. Tudo morto, tudo frio... Tudo refletindo a mais perfeita ordem, tal qual ele mesmo.

Sentia-se desesperado. Perguntava-se para onde foi toda a sua genialidade, enquanto abria o canivete, punho preto, laminada prata, fria, morta... Não havia medo, dor ou hesitação.

Ele ia quebrar a promessa, era fraco, a coragem fazia parte dos sentimentos, ele não tinha sentimentos, não sem o outro, sem o outro era vazio... Puro medo, medo de estar só.

Tal qual coloca-se a ultima peça em um quebra-cabeça, pressionou a lamina no pulso e deslizo-a sobre a pele, o vermelho logo escorreu, colorindo o cenário.

Rodava e dançava, derrubando cartas e dados, esmagando o tapete de peças meticulosamente unidas, destruindo, colorindo tudo de vermelho.

Caiu, maravilhado, podia ouvir os gritos dele em sua mente, lhe xingando, sentir tapas e socos, ouvir gritos de maldições. Sabia, que ele ia ficar com raiva, mas não era capaz de agüentar.

Observou a sala em volta de si, destruída, mutilada, colorida de vermelho, era o caos, era a desordem, eram as emoções, era vida... Era Mello, seu antagonista, seu amor.

Derramou uma lagrima ultima lagrima, antes de fechar os olhos.

- Me desculpe, Mello, não consegui suportar.

Fim.

N/a: Saudades desse fandom! Difícil de acreditar, que não tinha escrito nada nele, desde o inicio do desafio.

O que mais posso dizer? Gostei da fic, desde que li o manga, em que aparece o Near após o final de Death Note, não pude deixar de imaginar isso. Ele não agüentou viver sem o outro...

O que acharam dela?

Beijos,

Yami_no_hime!