犬夜叉
(Os personagens de Inu-Yasha não me pertencem)
Nascimento e sofrimento
- Nakatomi-sama!
- Hai...
- Estão chamando a senhora no laboratório 4, é urgente! – o homem falava com a respiração alterada pela corrida.
- O que houve, Ikino-san? – A mulher perguntou, quase correndo ao lado do rapaz, em direção a porta de entrada do laboratório.
- O embrião o qual a senhora clonou as células esta evoluindo... no útero artificial neste momento... como a senhora foi responsável pela pesquisa, não seria justo a senhora não ver esse momento! E os médicos mandaram chamá-la com urgência!
- Hai! – respondeu com um sorriso, adentrando a porta em seguida.
Ano: 2012...
- Veja Nakatomi-sama... a sua teoria estava certa! – Os cientistas e médicos observavam a reprodução celular com sucesso, logo começando a desenvolver.
Rin Nakatomi, 22 anos de idade...
Formação: Médica, cientista e pesquisadora.
- Olha Ikino... Nosso primeiro bebê!
- Hai... o que acha que vai ser?
- Menino... – confirmou sorrindo.
- Espero que dessa vez dê certo senhorita – comentou um homem com uma expressão muito enérgica. – esses seus caprichos nos custam uma fortuna, nosso laboratório quase ficou sem fundos ano passado, por causa de sua insistência em clonar seres que deixaram de existir a muito tempo.
- Mas existiram, e se temos material para clonar e tentar reviver essas criaturas lindas, porque não...? – ela comentou esperançosa.
- Porque não temos muito dinheiro para bancar sonhos impossíveis. – ele olhou para o útero artificial, formado por líquidos orgânicos e tecnologia avançadíssima. O aparelho era formado por um grupo de imitações orgânicas, que, fazia com que um bebê fosse gerado fora de um corpo humano, dando assim a possibilidade dos cientistas observarem o desenvolvimento de clones e bebês fecundados artificialmente.
- Não é um sonho impossível Izumo-sama! Nós já conseguimos reproduzir sapos, mamíferos e ate ovíparos nesse laboratório, porque não um...
- Escute, esses seres não tinham quase dois mil anos de idade... as células estavam em perfeito estado, e podíamos confiar deles renascerem sem problemas.
- Hai, mas eu me esforcei o máximo, trabalhei semanas nessa célula, e consegui recuperar todos os nano-capilares do DNA, e depois... essa célula parece ter sido tirado de um ser vivo, pois ela, ao contrário das outras estava em perfeito estado, só haviam dois nano-capilares danificados, e os outros componentes estavam bastante claros.
- O que quer dizer?
- Esta célula parece ter a idade de apenas 100 anos, e as danificações foram feitas apenas pelo tempo que ficou sem se expor ao oxigênio, ou seja, parece ter sido guardado a vácuo. Acho que não existiu ser como este há cem anos atrás... tenho certeza de que, pelo que vi, e comparei, que o dono desse material é bastante parecido com um ser humano, ele tinha muitas semelhança com a célula humana.
- Eu te desejo muita sorte, Nakatomi... – ela sorriu, assentindo com a cabeça. - ... se essa experiência falhar, você esta na rua... – a moça sentiu um frio percorrer a espinha, e sua expressão alegre se transformou em desespero.
O homem saiu do local tranquilamente, segurava seu notebook em uma das mãos e alguns papéis na outra.
- Se me demitir seu laboratório vai falir...
- Nakatomi-sama, não se preocupe, ele vai se desenvolver e se tornar um lindo garoto.
Cinco semanas depois...
- Esta se desenvolvendo bem... – ela conversava com o embrião, agora com o desenvolvimento bastante ativo. - ... como você era... hum? Vamos ver o seu coração? – ela encaixou um pequeno plug no útero, na base deste, onde haviam quatro entradas, e logo no computador, Esperou alguns segundos, mas não demorou muito e um gráfico formou-se no monitor de seu notebook, onde tinha baixíssimas batidas.
- Kami! Esta batendo! – a emoção tomou a moça. E esta era tão grande que seus olhos soltaram lagrimas. – Preciso mostrar isso para o Izumo-sama! – ela acessou o programa de gravação, e voltou para perto do útero, e orgulhosa observou o liquido onde continha o minúsculo embrião.
O gráfico mostrava batidas, de um milímetro de altura, quase um tremido, diferenciado apenas pelo espaçamento, o que mostrava o real pulsar cardíaco de um ser.
- Muito bom! – o homem se animou ao ver o gráfico. – Ate agora tem dado ótimos resultados... ao contrario do outro que morreu na primeira semana.
- Ah!... – ela sorriu sem graça. – desculpe pelo prejuízo...
- Poderia descontar seu salário ate pagar tudo, mas eu preferi esperar, eu confiei no seu talento...
- ele estava otimista, e Rin sentiu-se orgulhosa de seu trabalho. – espero ganhar milhões com essa experiência...
- O quê? – ela sussurrou, e ficou preocupada com as ambições daquele homem.
O tempo foi se passando, e a cada dia aquele embrião foi se tornando um novo ser. Já haviam se passado seis meses, e a semelhança que a criatura tinha com um humano era muita, exceto algumas características, como orelhas deformadas, e marcas pelo corpo.
- O que esta parecendo? – Izumo observava atentamente o pequeno corpo flutuando no líquido, ligado a um cordão umbilical o qual ligava-se em uma placenta e esta era sustentada em uma parede do útero artificial, e recebia nutrientes de acordo com a necessidade de desenvolvimento. Estes medidos pelo próprio útero, o qual faziam manutenção diariamente, sendo postos líquidos com quantidades regulares de vitaminas, ferro, fósforo, cálcio, entre outras adições complementares.
- É um menino muito bonito... não acha Izumo-sama?
- Não acho... ele não parece normal... eu esperava um youkai e não um semi-humano como isso.
- Mas... olhe as orelhas... elas são muito diferentes de orelhas humanas não acha? E também... aquelas manchas...
- Senhorita Nakatomi, esse feto tem semelhanças demais, e as orelhas podem estar dessa forma porque ainda não estão formadas direito, e as marcas, bem pode ser um problema que os pais apresentaram...
- Sua teoria é idiota...
- O que disse?
- Izumo-sama... me diz quantas vezes o senhor viu um bebê sendo gerado? – ela olhou-o altiva.
- Uma vez... mas... eu não me interesso por essas coisas, gosto de ver os resultados.
- Se viu uma vez só, não sabe as diferenças... então não fique dizendo besteiras... essa criança não tem nada haver com um ser humano, ou o senhor é cego? – ela falou seria.
- Esta querendo ser demitida?
- Demita-me... e eu carrego ele comigo, a experiência é minha...
- Não é não, esta sendo financiada pelo laboratório e não por você, por isso, não se apegue a essa... criatura – ele fez um gesto de desdém com a mão. - ... pois isso não passa de uma experiência que estamos fazendo... e, depois que ele nascer, nós vamos mantê-lo aqui...
- Só pensa em dinheiro... sabia que ele vai ter sentimentos também. – Ela se irritou.
- Sentimentos... – ele deu uma alta gargalhada, e Rin olhou-o furiosa dessa vez. - ... eu li sobre essas criaturas, e não passavam de animais irracionais, assim como os dinossauros. Eles só viviam para comer...
- Pare com isso...
- Escute Nakatomi... eu quero que se afaste sentimentalmente desse ser, ou pode se prejudicar...
- Não! – ela olhou o feto novamente.
- Eu não estou pedindo, estou mandando. E se me desobedecer, eu mato essa porcaria agora mesmo, basta drenar o líquido e cortar a alimentação por alguns minutos, e esta tudo acabado... – ele foi frio, e Rin baixou o rosto.
- Esta bem... desculpe Izumo-sama.
- Ele não é seu filho, entendeu? – ele segurou no rosto de Rin com uma mão, forçando-a olhar para ele.
- Sim... – Rin respondeu, desviando os olhos.
Após ouvir a resposta, o homem soltou o rosto de Rin, virando-se para sair do local, mas parou ao ouvir o que Rin perguntou.
- De onde é a matriz?
- Que matriz?
- De que corpo a célula foi tirada, de onde é?
- De um laboratório distante daqui, os cientistas descobriram o corpo dentro de uma caverna úmida... é só isso que sei...
- Não sabe em qual localidade fica Izumo-sama?
- Não... eles só nos deram essa célula porque tem necessidade de saber como era o comportamento desta criatura... querem descobrir mais sobre ela...
- Entendo... – Rin baixou o rosto, e ouviu quando a porta se fechou, voltando a olhá-la, mas logo desviou-se dela, voltando olhar o feto. – Não vou deixar eles machucarem você.
As semanas foram se passando, e com elas os meses, a cada dia, uma novidade, um desenvolvimento novo para o bebê.
Três e vinte e duas da manha...
Ainda estava escuro quando Rin recebeu um telefonema urgente do laboratório, e ela sequer vestiu uma roupa apropriada, apenas um robe e seu sobretudo. Corria a quilômetros por hora nas ruas com seu carro ate chegar ao lugar, e quando chegou, correu rapidamente ate a sala onde estava o feto.
- Nakatomi-sama! É agora... Graças a Kami a senhora chegou a tempo.
- Hai... – ela colocou as luvas, e olhou ao útero artificial. Deu um pesado suspiro, e tocou no teclado, onde havia uma lacuna.
- Rápido... – um dos médicos presentes pediu.
Rin rapidamente digitou uma senha e assim que a primeira fase se abriu, ela selecionou uma opção, e apertou enter.
"Preparando para a drenagem..." – uma luz vermelha se ascendeu, e os líquidos começaram a escoar, e o bebê, agora formado, estava prestes a ser retirado do lugar.
Após o líquido ser drenado, Rin correu ate o outro lado, e esperou ansiosa o recipiente se abrir. O bebe não se mexia, por ainda não ter sido animado. Um dos médicos, um pediatra, aproximou-se, e deu um pano para Rin, e após ela o pegar, segurou o bebe e enrolou-o neste enquanto o médico cortava o cordão.
Após ela afastou-se com ele nos braços, e entregou para o médico, e este tentou o fazer chorar, mas não havia reações.
- O que esta acontecendo, porque ligaram a essa hora... – Izumo entrou, mas calou-se ao ver os médicos trabalhando e Rin aos prantos. – O que houve?
- Ele... não chora, não se mexe...
- Esta morto? – o homem andou apressado ate onde o bebê estava e olhou.
- Não senhor, esta respirando, e o coração esta batendo...
- Não... meu bebê... – Rin estendeu os braços e correu ate onde o bebe estava, mas Izumo a segurou e bravo começou a falar, alto.
- Essa criatura não é seu bebê Rin... acorda.
- Seu maldito, esta querendo matá-lo...
- Esta louca...
- Me largue! – ela se desvencilhou, mas os médicos entraram na frente.
- Nakatomi, você esta demitida. – Izumo pronunciou-se irritado. – fora daqui. Ikino, chame os seguranças...
- Não... – ela maneou a cabeça.
- Eu avisei para não misturar as coisas... – ele foi frio, e virando-se passou a caminhar para perto do útero artificial, enquanto os seguranças a segurava pelos braços.
- Por favor, não o machuque, o que vai fazer com ele? – ela era quase arrastada para fora.
- Isso não é da sua conta mais... passe aqui amanha para pegar suas coisas...
Após chegar em casa, Rin encolheu-se em cima da cama, e chorou, chorou muito, ate o clarear do dia. Fez vários planos, pensou até em roubar o bebê do laboratório.
Logo arrumou-se, ia buscar suas coisas, e tentar ver a criança novamente pelo menos mais uma vez. Dirigiu rápido para o lugar onde trabalhava, e ao chegar estacionou o carro no lugar costumeiro, saiu do carro e após trancá-lo correu para a grande porta de vidro. Na recepção pegou o cartão-chave da porta, e caminhou rápido pelos corredores, chegando logo ao elevador. Este a levou ate o laboratório, e após passar o cartão-chave abriu a porta, e viu seis médicos trabalhando.
Observou o local, e percebeu que a criança havia sido levada para outro lugar, preocupou-se grandemente com possibilidades de o bebê não ter suportado o restante da noite. Aproximou-se de um dos médicos, sentindo-se um pouco insegura.
- O que houve com o bebê? – ela perguntou temerosa.
- Eu não tenho autorização para lhe dizer...
- Mas... – ela desistiu, ao ver o homem voltar ao trabalho, vendo que ele fingia não vê-la ali.
Arrumou suas coisas com grande tristeza e desgosto, sentiu seus olhos arderem pelas lágrimas que teimavam em sair de seus olhos. Queria vê-lo, mesmo que fosse por um segundo.
Ao terminar de colocar seus pertences numa caixa, Rin saiu do laboratório, estava cabisbaixa.
- Nakatomi-sama! – Ikino chamou-a em tom baixo. – Eu sinto muito.
- Hai... eu também... – Rin olhou-o por um instante, mas logo baixou o rosto novamente.
- Não se preocupe, eu a manterei informada sobre o E-02. – ele passou a olhá-la, pondo uma mão atrás da cabeça.
- E-02? – ela olhou-o interrogativa.
- Hai, foi o nome que deram para o bebê-youkai. – ele sorriu.
- E você sabe como ele esta?
- Hai, ele foi transferido para o andar de cima, para uma incubadora especial.
- Porque? – ela usou um tom preocupado, começando a caminhar para a saída, e Ikino a acompanhou.
- Ele não tem reflexos cerebrais, parece que é uma casca vazia, sem alma... Ele foi recolocado no líquido de nutrientes, e colocaram um tubo para ele respirar, mas não abriu os olhos.
- Isso só aumenta as chances dele ser sacrificado Ikino... – Rin chorou mais uma vez.
- Não! – o rapaz de porte forte e cabelos longos a tocou no ombro, tentando consolá-la – O Izumo-sama disse que ganharão milhões com ele, mesmo sendo apenas um boneco.
- Então... aquele desgraçado pretende explorar o máximo que puder do pequeno Ichi...
- Ichi... foi esse o nome que escolheu?
- Hai... – ela olhou-o ainda com os olhos úmidos.
- Eu a manterei informada sobre o pequeno Ichi... – ele olhava-a esperançoso.
- Obrigada... – Rin colocou as coisas no banco do carona, e logo após adentrou o carro.
Não conseguia se conformar com sua demissão, e muito menos com a idéia de ficar longe do pequeno Ichi. Queria saber como ia se desenvolver, como ia se transformar de pequeno para um grande youkai. Mas talvez jamais o visse, e esse pensamento só aumentava sua tristeza.
Ao chegar a casa, estacionou seu carro na garagem, saiu de seu carro, logo o trancando. Rin mostrava-se bastante desanimada alem de muito entristecida. Após adentrar sua casa, foi direto para seu escritório com a cabeça baixa, colocou a caixa com seus pertences em cima da mesa que ficava no escritório.
Rin não estava preocupada se tinha perdido o emprego, e sim naquela criatura e nas ambições daquele homem que um dia foi seu superior. Ela não podia fazer nada quanto àquela criança, e ficava desesperada com o que estava acontecendo.
Sentiu-se culpada por estar longe da pequena criatura... e com esse sentimento, sua mente ficava cada vez mais preocupada.
As ambições de Izumo era a maior preocupação de todas, pois ele é o único que podia prejudicar o bebê. Podia querer vasculhar o corpinho dele, que nem tinha começado a se desenvolver depois do nascimento, ou tentar fazer com que ele mexesse a força, estimulando o cérebro com pequenas descargas elétricas, o que causaria a redução hormonal, com isso prejudicando o crescimento, e desenvolvimento de glândulas importantes no corpo do pequeno.
Esses pensamentos só a deixavam mais desesperadas. Mas se tentasse algo, como invadir o laboratório, sem ser uma das funcionárias, poderia ser presa, e ai sim, estaria totalmente perdida.
Ao anoitecer daquele mesmo dia, Rin esperava a ligação de Ikino, para saber mais sobre o pequeno Ichi. Enquanto o fazia, estava absorta em sua documentação sobre a clonagem daquela célula. Procurava por alguma falha, que o tenha levado ficar sem os reflexos cerebrais. Sim, ela poderia ter errado em alguma coisa, talvez na emenda dos nano-capilares, os quais tinha sido feito com a ajuda de partes de uma célula humana. Mas ela não havia encontrado nenhum erro, nenhum desvio de sua atenção era feito enquanto trabalhava naquela célula. Tinha quase certeza de que a culpa do bebê não reagir não era dela, pois ela era a que mais sonhava vê-lo vivo, ver como ele seria ao se desenvolver.
Em todas as questões que Rin fazia, a única que residia insistentemente em sua mente era: Como estaria a criança.
Ikino não dera notícias naquele dia, como o prometido, Rin parecia mais preocupada com cada minuto que se passava, não podia ligar para o laboratório, ou colocaria tudo a perder, mas podia ligar para Ikino, porem tinha um pouco de receio de o fazer, e descobrir que aquela pessoa por quem tanto trabalhou, não estivesse mais entre eles.
Quase uma semana depois de angustia, Rin recebeu a inesperada visita do amigo, ela apresentava-se furiosa com ele.
- Porque? Você me deixou louca de preocupação...
- Nakatomi-sama... eu não podia me ausentar, eu estou ocupando um lugar de extrema importância no laboratório agora... para dizer a verdade não deveria estar aqui neste momento... – ele explicou, adentrando o lugar.
- Desculpe... – ela baixou a cabeça.
- Não se preocupe, eu entendo o porquê esta nervosa. – ele viu-a olhá-lo, e logo aproximar-se.
- Então não me deixe mais nessa agonia... me conte como ele está...
- Eu estou responsável pela nutrição dele, e passo a maior parte do tempo o observando... – ele explicou – posso sentar-me?
- Pode sim, quer um chá? – ela ofereceu.
- Sim, por favor... – ele aceitou, abrindo a pasta, após sentar-se. Enquanto Rin foi ate a cozinha, e rapidamente começou a preparar o chá que oferecera a Ikino.
Logo estava de volta, com o chá em mãos. Sentou-se ao lado do rapaz, que segurava uma pasta. Logo que pegou a xícara entregou a pasta a Rin, que a abriu.
- Estes são os exames feitos nos últimos dias, e ele tem se desenvolvido bastante. Nós aumentamos as doses de alguns nutrientes como às vitaminas, B1, B2, B5, B6 e B12, pois são as mais importantes no momento e que, são necessárias a ele, pois o como você mesma tinha pesquisado, essas criaturas se alimentavam de carne onde as doses dessas vitaminas são presentes. Sem contar com outros nutrientes importantes para os ossos.
- Sim... ele precisa de bastante cálcio... já que vai ser um garoto bastante ativo futuramente... – Rin comentou alegremente, vendo os resultados anotados na planilha feita por Ikino.
- Não se alegre tanto... exames feitos mais profundamente mostraram instabilidade hormonal, o organismo dele parece não controlar os hormônios.
- O que? – ela parou de olhar os papéis e passou a olhar o amigo.
- Mas estamos tentando controlar isso.
- Será que eu fiz alguma coisa errada, na hora de clonar? Ou errei nos cálculos...
- Não... tenho certeza de que fez tudo certo... o problema é que aquele ser, na minha opinião, esta sem um espírito...
- Porque essa afirmação? - Rin olhou-o curiosa.
- Eu acredito que, o espírito que pertenceria aquele ser ainda esta encarnado...
- Deixa de falar besteiras... – Rin deu uma risada, colocando a mão na frente da boca para o fazer. - ...eu acho que ele deve ter algum problema cerebral, por isso não se mexe.
- Não é besteira Nakatomi-sama... – ele começou, mas foi interrompido.
- Rin... me chame de Rin, eu não sou mais sua colega de trabalho e sim sua amiga... – ela sorriu, e ele sentiu o coração acelerar um pouco.
- Desculpe... Rin...
- Não se desculpe... – ela organizou os papéis e os entregou ao rapaz.
- Eu preciso ir... o pequeno não pode ficar sem atenção... – disse ele levantando-se.
- Entendo... – Rin levantou-se também, e o seguiu ate a porta, a abrindo depois para que ele saísse.
- Eu logo trarei novidades, ou te ligarei após as cinco da tarde...
- Ahn... se não for pedir muito... poderia fazer uma cópia desses exames para mim, e trazer alguns exames de sangue feitos para eu examinar...
- Quer continuar trabalhando nesse projeto? Mesmo depois de ter sido demitida? – ele olhou-a com censura.
- Não... quero apenas saber mais sobre ele... – Rin baixou o rosto.
- Entendo... – ele apoiou uma de suas mãos no ombro de Rin. – eu trarei o que me pediu.
- Obrigada! – os olhos de Rin admitiram um brilho cintilante, mostrando a Ikino uma felicidade singular.
De certa forma, o rapaz sentiu prazer em ajudar Rin, mesmo sabendo que arriscava seu emprego com tal atitude. Mas sabia da importância daquela pesquisa para ela, foi uma experiência maravilhosa...
Rin havia passado nove meses e duas semanas residindo naquele laboratório, cuidando atenciosamente daquela criatura tão singular. De certa forma ela o considerava um filho, mesmo sabendo que nunca poderia tê-lo, ela tinha esperanças de ainda o ver livre, ou junto a ela.
Logo que Ikino estava de volta, novidades surgiram. Ele rapidamente anotou-as na planilha, e ficou satisfeito por ver resultados. As doses de hormônios que tinha exposto ao bebê tinham ajudado a ele controlar alguns órgãos, que estavam funcionando anormalmente.
As pulsações cardíacas marcadas a cada segundo informava em uma planilha feita no monitor que estava normal, apenas com uma pequena aceleração ao fim da ultima hora, mas nada que fosse alarmante.
- Ikino... – Izumo o chamou de repente. – preciso de relatórios sobre o E-02, faça-os ate o fim dessa hora e me entregue.
- Sim senhor... – o rapaz acatou a ordem, já começando a digitar algumas linhas do que havia sido pedido.
- Tenho uma importante reunião com o diretor do laboratório Hart... – comentou, mostrando-se satisfeitíssimo com aquela reunião.
- Irá discutir sobre a futura produção de clones Izumo-sama? – perguntou, querendo saber mais sobre aquele assunto.
- Sim, e se tudo der certo, nosso laboratório vai subir bastante o nível, por causa dele – o homem apontou o pequeno ser com o polegar. – De qualquer forma, esse youkai vai nos render muito dinheiro. Imagino o quanto não irão pagar só para olhá-lo... – um sorriso sombrio se formou no rosto daquele homem, que aproximou-se do recipiente onde o bebê estava, e uma leve aceleração cardíaca pode ser percebida por Ikino, vinda do pequeno, como se ele estivesse sentindo algum perigo.
- Esse laboratório... não foi o mesmo que enviou a célula que a Nakatomi-sama clonou, e pode dar início a toda essa reviravolta? – Ikino levantou-se de onde estava, e aproximou-se, tomando os prontuários e anotando algumas informações, logo os levanto ate sua mesa, para continuar a digitar o relatório. Extraindo informações deste.
- Não... o laboratório que me doou essa célula é do centro oeste, é distante e só o fez porque queria saber como era o comportamento desses seres... eles queriam o manter em uma gaiola depois de extraído do útero, só que eu não poderia deixar que essa preciosidade fosse mantida presa...
- Então... eles apenas queriam o ser depois de pronto, e as despesas? Eles pagaram?
- Sim... – Izumo virou-se, aproximando-se depois. - ... só que para eles, a clonagem não deu certo, e o material se deteriorou com muita facilidade, sendo descartado depois de manuseado...
- Então... o senhor...
- Sim, eu menti... para o nosso próprio benefício...
- Mas Izumo-sama, eles confiaram em sua palavra... e agora, pode ser preso por enganar, e também pode ser acusado de roubo...
- Não diga besteiras... essa experiência me pertence desde o início, e depois, eu tive o cuidado de reembolsar os gastos feitos por ele, o que me da o direito da compra dessa célula. Eles assinaram os termos de doação ao laboratório. – ele sorriu cínico. – Eu tomei todas as providencias necessárias para que eu sempre estivesse certo.
- E quanto a parte da Nakatomi-sama?
- Parte? – ele deu uma gargalhada. – Que parte?
- Ela fez parte disso, tem que ganhar algo...
- Aquela mulher... – ele fechou o semblante. – ela me traria problemas sérios se soubesse dessa estória toda... poderia tentar se vingar por eu tê-la demitido...
Ikino parou os dedos sob o teclado de seu lap top e sentiu um frio percorrer a espinha por ele ter usado aquele tom, e logo em seguida sair pensativo do lugar. O que estava tramando.
Logo terminou o relatório, e sem espera fez uma cópia, enviando diretamente para o e-mail de Rin, mas com um acréscimo no final, como um aviso.
Rin mostrou-se muito feliz com o relatório feito por Ikino, mas ficou apreensiva com o aviso final, que o amigo lhe deixara:
"Rin, mantenha-se distante deste laboratório, deixe que eu vá te procurar, não me ligue no horário em que estiver aqui. Logo te explicarei o que esta acontecendo."
Sim, era uma coisa bastante séria, mas será que realmente merecia atenção? Rin parecia indecisa.
Aos dias que se decorreram depois disso, Rin manteve-se socialmente. Foi em busca de novo emprego, não tendo muito sucesso. Mas nada a fazia desistir, iria estar trabalhando ate o fim do outono.
Rin jantava silenciosamente. O dia tinha sido bastante cansativo, pois tinha acordado bem cedo para novamente procurar emprego. Logo ao almoço, fez alguns envios de informações curriculares para laboratórios e hospitais que tinham anúncios on-line. E após isso, resolveu, fazer algumas compras, já mexendo na sua reserva. Queria comer algo diferente e também comprou um casaco mais quente, pois as temperaturas estavam cada vez mais baixas, o inverno prometia aquele ano.
Um toque suave interrompeu o silencio, e o jantar de Rin, que, sem reclamar, levantou-se, abrindo a porta. Parado frente a esta, estava seu amigo, que lhe estendia algumas flores.
- Obrigada... Rin sorriu, logo dando espaço para o rapaz entrar.
- Acho que interrompi seu jantar, me perdoe... se quiser posso voltar outra hora...
- Não se preocupe... eu já estou terminando... – ela caminhou ainda sorrindo para a cozinha, onde colocou as flores sob a pia, logo pegando um vaso, e o enchendo com água, ajeitou carinhosamente as flores, as levando para a sala, onde as colocou próximo a janela, onde tinha um pilar, que sempre tinha flores, quando ela trabalhava. – Sente-se comigo... – ela convidou. - ... se não puder esperar eu compreenderei...
- Eu posso... na verdade eu quero conversar algo de muita importância com você, Rin, algo que diz respeito ao Ichi...
- Aconteceu alguma coisa com ele? - ela parou o hachi no meio do caminho, levando-o de volta ao recipiente onde comia.
- Não... – ela suspirou aliviada ao ouvir isso. – Mas pode acontecer...
- Explique melhor... – ela limpou delicadamente a boca...
- Izumo-sama esta pretendendo vender a imagem do bebê...
- Vender a imagem? Como assim? – ela voltou-se para o rapaz, bebendo um gole de suco depois.
- Sim... ele pretende montar excursões, com membros de outros laboratórios, para que vejam o youkai-bebê, e terão que pagar por isso...
- Que cretino... – ela semicerrou os olhos e um brilho enfurecido apareceu.
- Mas, sinceramente, acho que a alegria dele não ira durar por muito tempo... – o rapaz sorriu vitorioso.
- E porque esta afirmando isso agora? – ela viu-o sorrindo.
- Acho que você não deve saber de onde veio aquele material, o qual deu inicio a tudo isso, não é?
- Não, eu só sei que um laboratório doou o material para que pudéssemos trabalhar...
- Uma ação de caridade, não parece...
- Sim... Ikino, onde quer chegar?
- Eu explicarei... – e foi isso que o rapaz fez, explicou detalhadamente o procedimento para Rin, que ficou boquiaberta com aquela novidade.
- Então... aquele bebê não pertence ao laboratório... – Rin sorriu com um fio de esperança.
- Não, e você não deve mover nem um milímetro para ajudar ao laboratório recuperar aquele bebê. – ele pediu, fechando os olhos.
- E porque não! Se eu o fizer, o laboratório pode me devolver o emprego ao lado do Ichi, e eu poderei acompanhar seu crescimento...
- Se fizer qualquer coisa... você pode estar correndo risco de vida... – ele olhou-a nos olhos e Rin sentiu seu estomago revirar. - ... Izumo-sama não tem intenção nenhuma de deixar de ser milionário, e aquele bebê será a fonte de sua fortuna... Rin... se tentar qualquer coisa, ele pode mandar matar você...
- Ele disse isso? – Rin perguntou receosa da resposta.
- Não diretamente... – ele suspirou.
- Ikino...quero todos os dados possíveis deste laboratório, quero saber...
- Não! – ele alterou-se, levantando, logo saiu de perto de Rin. – Eu não exporei a esse perigo...
- É sua última palavra?
- Sim...
- Então eu mesma irei ate lá e pegarei tudo que precisar...
- Você acha tão importante assim essa criatura? A ponto de arriscar a sua vida?
- Sim... porque eu amo aquele ser. Fui profissional ate onde pude, mas não posso negar meus sentimentos por ele. – ela confessou, e o rapaz virou-se para olhá-la.
- E você ama-o tanto que faria qualquer coisa para o ver feliz?
- Sim... – ela sorriu.
- E também faria qualquer coisa para o ver bem... e vivo?
- Qualquer... coisa... – ela ficou séria, vendo claro agora, na expressão do rapaz seus sentimentos. – Ikino... você...
- Eu não quero que se machuque Rin... – ele aproximou-se e apoiou as mãos nos braços dela carinhosamente. E ela corou com o gesto. - ... eu faria de tudo para a ver feliz... sem que se machucasse...
- Eu... eu não sei o que dizer... – ela sentiu ele suspirar. – Acho que eu me dediquei tanto ao trabalho que esqueci de viver... uma vida normal...
- Mas... nunca é tarde para se tentar... – ele sorriu amigavelmente, e Rin correspondeu-o.
- Desculpe por nunca ter percebido...
- Não tem importância, eu entendo seus motivos...
- Mas... eu fico sem graça... eu... – ela ia continuar, mas ele afastou-se, indo em direção a porta.
- Eu trarei o que me pediu, amanha... depois que eu sair de lá... – ele esperou que ela abrisse a porta, e saiu, acenando para ela depois, ainda sorrindo.
O que Rin mais desejava naquele momento era a liberdade de Ichi. Talvez se ela estivesse presente, conversando com ele, como sempre fazia, podia fazer com que ele reagisse, ou estudando melhor o porque das causas dele não reagir, poderia reverter o processo e o fazer ter vida, uma vida normal.
Ela imaginava-o grande, correndo para ela como um filho. Um erro que ela jamais poderia ter cometido na frente do cientista mais ambicioso que conhecia. Mas ela agora, graças a Ikino, podia tramar um plano, para poder reaver a liberdade de Ichi, ou entregá-lo ao verdadeiro destino.
Como Ikino havia explicado, ele seria criado de uma forma especial pelos cientistas, dono do projeto. E talvez se eles o empregassem lá, poderia sempre estar ao lado dele.
Após aquele dia, Rin empenhou-se, e por hora deixou que seu maior segredo não fosse exposto. Sim ela tinha um plano para resgatar Ichi, ou pelo menos devolvê-lo aos verdadeiros donos.
Mas isso levaria um pouco de tempo, pois precisava descobrir onde se localizava o laboratório onde o dono do material que deu origem a Ichi.
Todas as sextas feiras, Rin recebia noticias e relatórios feitos do pequeno, e por insistência, ela conseguiu que Ikino descobrisse onde se localizava o tal laboratório.
- Rin, tem certeza que vai ate esse lugar? – Ikino mostrou-se preocupadíssimo.
- Sim, mas não irei revelar nada, só quero ver como é o fóssil que nos deu o material de Ichi. Por hora, o bolso do maldito Izumo ficara cheio.
- Por hora? Mas você...
- Eu prometo, que não vou me machucar... – Ela pousou a mão sob a de Ikino, que sorriu.
- Eu trouxe algo para você... – ele pegou um envelope branco no bolso, e entregou-o a Rin, que olhou confusa.
- O que é? – ela olhou-o sorrindo.
- Abra, tenho certeza que irá adorar! – ele afirmou sorrindo.
Rin abriu delicadamente o envelope, e dentro havia uma fotografia, ela a pegou, e quando virou a imagem do lado certo, sentiu instantaneamente um frio no estomago, e sorriu intensamente, deixando lágrimas escaparem, molhando seu rosto.
- Como ele esta grande... lindo... – ela acariciou com ternura a imagem.
- Foram feitas seções de fotos para serem arquivadas, e eu fiz cópia dessa, achei-a tão natural.
- Obrigada Ikino... – ela abraçou forte o rapaz, que correspondeu o abraço. Mas ao soltar-se suavemente, Ikino não tirou os braços de cima de Rin, e aproximou-se. Sem que percebessem, estavam se beijando, e Rin entregou-se ao beijo, sentindo-se muito feliz para interromper aquele momento.
Ikino sentiu seu coração pulsar cada vez mais forte, mas tinha que conter-se, aquele era apenas o primeiro beijo entre os dois, que nem namorando estavam.
O beijo durou o suficiente, para os dois ficarem sem ar, e ele percebeu isso nela primeiro, e separou-se vagarosamente, querendo que aquele momento durasse mais. Abriu os olhos, e passou a observar o rosto de Rin, um pouco corado. Ela ficava tão linda daquele jeito.
- Me desculpe Rin... – ele afastou-se de vez, mas delicadamente. - ... eu...
- Se arrependeu Ikino?
- Não, jamais... mas é que eu não tive sua permissão em fazer tal coisa... eu...
- Não precisa pedir permissão para beijar alguém Ikino... – ela corou, mas ele estava mais corado que ela.
Para quebrar o clima de vergonha, Rin afastou-se do rapaz, e foi ate seu quarto, onde guardou com carinho a fotografia de Ichi. Ele estava, na imagem, deitado em um berço de vidro, estava sem o tubo de respiração, e os lábios bem desenhados estavam rosados. Ele estava deitado de ventre para o alto, e com as pernas um pouco abertas, mostrando seu pequeno sexo. Podia-se notar também um pouco de cabelo, era branco, mas não aparecia muito por estar molhado. Ele parecia dormir tranquilamente na imagem.
Era um bebê muito bonito, deveria pertencer a uma nobre linhagem de youkais. Esse era o pensamento de Rin. Mas queria que ele estivesse de olhos abertos, queria saber a cor destes, como eram, pois ela tinha um pouco de curiosidade em saber como eram.
Mas sua curiosidade restringiu-se, não queria forçar a abertura dos olhos do pequeno.
- Izumo não sabe desses seus encontros comigo não é? – Rin perguntou, voltando à sala.
- Não, se ele souber, eu com certeza serei demitido...
- Então, acho que deve se afastar um pouco, não quero que perca o emprego por minha culpa... – Rin foi sincera.
- Se eu perder,vai ser por uma boa causa... vai ser pela mulher que amo... – Rin corou ao ouvir aquelas palavras.
- Mas... se perder o emprego... você ira passar pelo que eu estou passando...
- Esta em dificuldades? – ele preocupou-se.
- Não, eu estou usando minhas reservas...
- Entendo... isso é ruim.
- Sim, é muito, mas eu logo resolverei isso.
- Espero que sim... – ela sorriu.
Alguns dias se passaram, mas os pensamentos de Rin eram apenas um, ir ao encontro da matriz. Se tivesse sorte, podia ate ter mais informações sobre como ele viveu, e se seu corpo estava tão bem conservado quanto pensava. Mas seus planos não estavam indo muito bem, pois suas reservas não lhe davam permissão de gastar muito, ainda mais com uma viagem longa, como teria que ser colhia todos os dados possíveis sobre Ichi, e ate ajudava Ikino com a nutrição do pequeno, indicando outras alternativas de nutrientes.
O tempo em que ficou desempregada não durou mais que um mês, e com o novo emprego de médica, em uma clinica conceituada, não estava tendo muito tempo para receber Ikino em casa, e eles passaram a almoçar juntos.
Ichi estava agora com seis meses, suas taxas hormonais estabilizaram e ele gozava de plena saúde. O corpo estava com características mais marcantes e agora, era bastante perceptível os cabelos que faziam ate uma pequena, mas notável franja sobre a testa. Notava-se neste mesmo local, uma lua crescente, da cor roxa azulada, e ainda em seu rostinho quatro marcas alongadas da parte onde futuramente teria uma costeleta e estas chegavam ate metade se suas bochechas. Duas de cada lado. Estas também se faziam presentes nos braços, fazendo segmentos que vinham da parte interior do pulso e uma delas fazia terminações em cima da mão. Eram marcas paralelas, assim como as do rosto, e que, tinham a cor púrpura meio rosada. Eram características muito marcantes agora que ele crescera de quarenta e oito centímetros, depois no nascimento, para quase setenta e cinco centímetros.
A característica mais marcante era as orelhas, para o ganancioso Izumo, aquela parte era a que definia que ele realmente era um youkai legítimo.
- Ikino... peça para a Yura ligar para um médico no hospital central, para que faça os exames necessários. Quero a opinião de outro médico. Peça que extraia E-02 do líquido e o coloque na incubadora do andar de baixo, onde eu poderei acompanhar o procedimento.
- Sim Izumo-sama... – ele acatou as ordens, logo fazendo as ligações necessárias, e observando Izumo, que olhava fixo para a criança, que permanecia no líquido, dentro do recipiente.
- Ele esta crescendo rápido... espero que acorde logo... – ele comentou, saindo de perto do youkai. – Chame também um oftalmologista... quero os olhos dele abertos hoje...
Ikino sentiu um frio na espinha ao ouvir aquilo. Essa atitude poderia cegar a criança, expor a visão dele a luz poderia danificar a córnea, a qual jamais tinha tido contato com a claridade. Mas não podia fazer nada alem de acatar as ordens dada pelo seu superior.
Assim que terminou o que fazia, levantou-se e, com cuidado, liberou o tanque, drenando a água nutrida. Com isso, pouco a pouco o pequeno corpo descia, por fim sendo aconchegado no colo de Ikino, em um tecido grosso, para que ele não sentisse o choque térmico, depois de sair de um local sempre a temperatura mantida em média para aquecê-lo corretamente.
- Como você esta rapazinho? – ele conversou com o bebê, como se ele pudesse o ouvir. – Tem alguém lá fora que ama muito você... e que com certeza o protegeria dessas crueldades diárias... – ele foi delicado ao puxar o tubo de oxigênio da boca do pequeno. Como sempre, nenhuma reação era proferida. Ele continuava imóvel como um boneco. Ele acariciou o rosto do bebê, logo começando a secar seus cabelos em um gesto delicado. Fez o mesmo em todo o corpo da criança, tirando vestígios de umidade. Após, enrolou-o em outra manta, essa mais grossa e quente, seguindo para o andar de baixo, em um elevador especial, o qual era utilizado para conectar os laboratórios do prédio.
Ikino, após entregar o bebê a incubadora, monitorou as pulsações cardíacas com um estetoscópio. O coração batia tão saudável, e as faces estavam tão coradas. Quem o visse diria que era um ser normal.
Uma hora depois, o oftalmologista chegou, e Izumo o acompanhou até a sala onde fariam os procedimentos.
Ikino estava sempre próximo, era o dever dele cuidar e estar sempre ao lado do bebê, anotando e arquivando cada mudança feita pelo bebê.
O médico presente sorriu irônico ao perceber do que se tratava, e com sua experiência, a qual sua barba branca indicava, viu que aquilo jamais foi um ser humano, e que com isso, não precisaria ter tanto cuidado ao lidar.
- Quero que abra os olhos dele, e examine se há alguma vida neles... – Izumo pronunciou-se, e o médico tocou o ser com certo desdém.
Ikino indignou-se com a indelicadeza do médico, que sem nenhum cuidado abriu primeiro o olho direito do pequeno, e de longe ele pode notar que os olhos eram de um amarelo... não um dourado bastante vivo, e as pupilas tinha forma de um traço vertical castanho bem escuro. Eram olhos realmente muito bonitos.
Izumo por sua vez preparou sua máquina...
- Izumo-sama... talvez não devesse fazer isso... poderia causar danos aos olhos dele por causa do flash...
- Ikino, não se meta, seu trabalho é só anotar o prontuário as mudanças do E-02...
- E depois meu jovem, essa criatura não tem necessidade de enxergar, pois não passa de uma experiência... – o tom soou gélido aos ouvidos de Ikino.
A vontade que teve foi pegar o bebê e desaparecer...mas se o fizesse, poderia prejudicar ele e também a Rin, pois seria o primeiro lugar que Izumo iria procurar.
Observou com tristeza o procedimento, viu as pupilas do pequeno se retraírem milímetros por causa do flash. Foi uma boa reação ate, mas que com certeza causara muita dor ao pequeno. Era a primeira vez que tinha seus olhos abertos por obrigação, e isso deve ter doido de inicio, mas o corpo não clamava por causa da dor. Nem quando levava inúmeras picadas de agulhas para exames sanguíneos.
Logo que essa parte terminou, veio à seguinte, a que fez Ikino quase chorar de tristeza. Sem pena, o médico abriu indelicadamente a boquinha do bebê, e tentou induzi-lo a fazer vômito, introduzindo o dedo indicador na garganta do pequeno, mas decepcionou-se, pois a única coisa que pode sentir, foi a respiração já ofegante da criança youkai.
Rin tinha razão... era crueldade mantê-lo ali... Izumo era ganancioso demais.
Após aquela dolorosa seção, Izumo deixou o lugar juntamente com o médico, indo para a sala, onde ele faria observações e depois Izumo entregá-las-ia a Ikino, para que arquivasse.
Ikino, ao ouvir a porte se fechar, aproximou-se rapidamente do pequeno, o cobrindo com a manta. Percebeu que a pequena boca estava ainda aberta, antes rosada, agora ressecada. Ikino molhou uma gaze em um pouco de soro, e passou na boca de Ichi, fazendo aos poucos, os lábios voltarem a ficar rosados.
Para sua surpresa, os olhos também estavam semicerrados, não exibia brilho vital, somente o reflexo da luz branca do lugar. Com cuidado, ele abriu um pouco os olhos da criança, fazendo sombra com a outra mão. Notou que a pupila estava completamente aberta, indicação clara de que havia sido prejudicada, ou estava com intensa dor. Soltou a pálpebra superior, mas os olhos continuavam abertos. Pegou um pouco de soro, e umedeceu os olhos um pouco, para que eles pudessem se fechar novamente, sem resíduos, mas ao pingar o líquido, percebeu desta vez que a pupila antes negra tinha uma pequena mancha central, uma mancha branca. Ele sabia o que aquilo significava. Como temia, o flash tinha danificado a sensível córnea. Certamente se algum dia aquele ser "despertasse" estaria parcial ou completamente cego. E isso o entristeceu ainda mais.
Dera graças a Kami quando tudo terminou, e o médico chamado para exames chegou. Este tinha um ar rude, mas era só a aparência. Sob o fiel olhar de Ikino, e também Izumo, o medico examinou minuciosamente o bebê, que ainda mantinha seus olhos semicerrados.
- Ele parece bem... esta rosado... – ele observou um pouco o corpo da criança, e notou algo. – Essa pele... – ele segurou delicadamente no pequeno pênis - ...poderia ser retirada...
- Esta dizendo para fazer postectomia nele? – Ikino interveio, com um tom bravo.
- Sim... será bem melhor para fazer a higiene genital... – o médico agiu naturalmente.
- Isso pode vir causar problemas mais tarde? – Izumo ignorou o protesto de Ikino.
- Não problemas sérios, pode dar um pouco mais de trabalho na hora de limpar... e como ele é apenas um boneco vivo, deveria fazer, já que ele depende de um todo das pessoas ao redor.
- Tem razão... faça-o. – Izumo decidiu.
- Esta bem... preciso de material para isso... – o médico pediu.
- Ikino... pegue os instrumentos cirúrgicos...
Sem escolha, teria que observar o procedimento.
Pegou todos os instrumentos necessários, e um pouco de anestésico também, para que evitasse mais sofrimento.
- Para que trouxe esses anestésicos? – Izumo perguntou sério – ele não tem reações cerebrais, logo não sentirá nenhuma dor...
- Izumo-sama... – o médico olhou-o de forma pouco amigável.
- Não é necessário... – ele foi direto. – Faça logo isso...
Ikino cerrou os punhos. Teve vontade de socar Izumo, e observou o médico cortar friamente o prepúcio, e um pouco de sangue escorreu, aquilo era demais. Como podia? Talvez Ichi estivesse gritando mentalmente de dor em seu pequeno órgão. Ikino olhava para o rosto inerte do pequeno, que permanecia de olhos semi abertos.
Por sorte aquela seção de tortura não durou muito, e o médico ate foi cuidadoso, e suturou com bastante cuidado a pele. Pelo menos não ficaria uma cicatriz horrível no pênis, que agora estava sem a proteção da glande.
Não importava o que o ser sentia... eles não tinham piedade... nem dos animais que haviam ali, mas eram tratados com mais cuidado, pois estes sim, gritavam de dor ate com a pequena picada de uma agulha.
Logo, Ikino molhou os olhos de Ichi novamente, e depois de lavar os vestígios de sangue que ficou nos testículos e ânus do pequeno, o levou de volta a sua "cela de líquidos", mas antes de recolocá-lo, abraçou-o delicadamente forte.
- Me perdoe por não tê-lo defendido... – ele sentiu uma dor no coração, provinda da tristeza que sentia. – Prometo que ajudarei a Rin te tirar daqui o mais rápido possível...
Com a mesma gentileza de antes, recolocou o tubo na pequena boca, e o colocou dentro da "cela", ele considerava-a assim agora. Preparou algumas doses de analgésico, e as adicionou no líquido, sentindo a consciência menos machucada com aquele gesto. Viu-o erguido dentro da cela de vidro, e os olhos ainda estavam semicerrados, agora em um dourado menos vivo por causa do líquido. Viu um fio de sangue escapar da uretra, ele havia expelido, como se urinasse. Seu coração doeu mais uma vez, e dessa vez pode sentir algo escorrer pelo seu rosto. Sim, uma lágrima solitária, que ate ele mesmo surpreendeu por deixá-la cair. Agora sabia o que Rin sentiu quando foi arrastada de dentro do laboratório.
Ikino ficou parado frente à cela, observando Ichi por momentos intermináveis, ate que Izumo entrou na sala, e o rapaz voltou-se para olhar para aquele infeliz. A vontade que teve foi arrancar a cabeça dele com um soco, mas conteve-se novamente. O sorriso daquele homem, o deixava com náuseas.
- Ikino, tenho muito trabalho para você. Tente fazer outro relatório, mas esse com essas informações. Arquive tudo e depois faça as mudanças pedidas pelo médico.
- Mudanças?
- Sim, ele disse que precisa aumentar doses de alguns nutrientes, e também de hormônios, para ele crescer mais depressa...
- Isso o prejudicaria...
- Apenas faça... não questione... – ele entregou os papeis a Ikino, saindo depois da sala.
Quando Izumo fechou a porta, Ikino arremessou tudo em direção a ela. Irado por ter que fazer aquilo.
Longas três horas depois, Ikino começou a preparar-se para sair, mas antes de ir, aproximou-se da cela e tocou-a de forma terna.
- Eu voltarei amanha bem cedo Ichi-kun... trarei notícias de Rin... – ele notou um pequeno aceleramento cardíaco. Acho que aquela casca vazia, tinha vontade de se comunicar, e como seu cérebro não admitia isso, ele o fazia com seu pequeno coração.
Ikino sorriu, ao ver essa reação, olhou mais uma vez para o rostinho da criança, e para seus olhos, e logo saiu, trancando a porta com seu cartão.
Uma bolha se formou e foi expelida pelo canto da boca de Ichi, e seus lhos antes semicerrados, se fecharam. Pareceu que ele sentiu a solidão, e finalmente adormeceu.
Ikino dirigiu rápido, e encontrou Rin estacionando seu carro na garagem. Ficou feliz por vê-la, mas ainda estava muito triste com o que presenciara naquele dia.
- Ikino... – Rin o chamou, trancando a porta do carro, logo dirigindo-se à ele, que saia de seu carro para o encontrar.
Ele nem fechou a porta de seu carro, esperou que Rin se aproximasse e a abraçou forte. Quis chorar toda sua tristeza, mas ela interrompeu o abraço.
- O que aconteceu? Porque esta assim? – ela olhava-o seria, mas Rin parou de o observar após ele estender um envelope a ela, que rapidamente abriu, e com o choque levou uma das mãos na boca.
- Vamos para dentro... – ele pediu, fechando a porta do carro, com uma força considerável.
Rin percebeu certo nervosismo.
- Sim... venha... – ela caminhou para dentro, ainda chocada com a imagem que via.
Ikino conversou com Rin, explicou tudo que havia acontecido aquele dia, e ela não pode deixar de notar a tristeza em cada palavra do rapaz.
- Rin... o maldito sequer anestesiou o pênis da criança... fez tudo a sangue frio, como se ele não sentisse dor... foi horrível...
- Ele esta cego... isso foi demais para mim... eu irei ate o laboratório do centro-oeste, vou contar tudo e dar essas fotos e arquivos para ele.
- Rin... você prometeu...
- Eu vou cumprir minha promessa... mas não posso mais suportar essas seções de tortura... deve ser muito doloroso não poder ao menos chorar de dor.
Rin estava decidida, e sua decisão poderia acarretar sérios problemas para ela e também para Ikino e Ichi...
Mas não quis pensar nas conseqüências por hora, só queria pensar no bem estar de Ichi.
- Eu vou te ajudar Rin... – ele falou decidido, fazendo Rin olhá-lo de forma confusa.
- Mas... e seu emprego... – ela tocou o ombro dele com carinho.
- Rin... não quero o ver mais sofrendo dessa forma... ele pode não ser um ser humano, mas deve sentir dor como nós e ter necessidade de carinho. – ele olhava-a, e Rin não conteve a emoção mais uma vez. – Eu conversei com ele hoje e toquei com carinho aquela cela, e o coração dele acelerou como se quisesse retribuir... foi tão bom saber que ele corresponde...
- Mas... você mesmo disse que ele era somente uma casca vazia...
- Sim... mas estou tentado a duvidar disso... depois daquela reação... – não quero mais ter que olhar o rostinho dele inerte, sem poder se defender das crueldades daquele maldito...
- Então... se quer mesmo o livrar disso, vamos começar... – ela levantou-se animada e correu ate seu local de trabalho, o qual reservava em casa. Um pequeno escritório.
Lá organizou junto com Ikino todos os relatórios feitos, e juntando todo o material, fizeram um único relatório.
Ikino digitava com certa rapidez, pois a cada picada de agulha anotada, ele se compadecia cada vez mais do pequeno.
- Rin, não posso fechar esse relatório ate saber quando irá fazer essa viagem... – ele terminou o material de quinze meses.
- Eu entendo... – ela olhou o texto e logo para Ikino. – Nosso Ichi vai ter que esperar um pouco mais... só mais um pouco.
- Temo pela vida dele Rin...
- Não se preocupe, em um mês eu estarei retomando o que gastei, e teremos a chance de salvá-lo a tempo.
Já passavam das três da madrugada, e os dois ainda estavam trabalhando. Organizaram as fotos dos arquivos de meses em um só, e também todos os exames feitos. Cada troca de líquido era anotada, em uma planilha minuciosamente organizada.
Enfim, depois de quatro horas trabalhando, os dois terminaram. Rin parecia bastante cansada, e Ikino nem se fala...
- Bem... vou para casa, preciso de um banho e descanso... amanha tenho que estar bem cedo no laboratório, pois vamos fazer tomografias para saber como vão os ossinhos do Ichi, e também faremos marcação das ondas cerebrais, para saber a atividade que ele esta desempenhando... será um dia cansativo... – ele suspirou por fim, levantando-se em seguida.
- Desculpe... – ela viu-o espreguiçar, esticando o corpo.
- Não se desculpe... eu fiz porque também me apeguei ao Ichi... não quero o ver sofrer mais... e depois, você também ficou aqui ate agora... me ajudou a fazer aquele relatório... não muito pequeno... – ele sorriu divertido.
- Acho que você nunca escreveu tanto... – ela levantou-se e o acompanhou ate a porta de saída, para onde ele caminhou.
- Eu venho assim que der, para terminarmos... – ele beijou-a delicadamente nos lábios, logo partindo.
Rin trancou a porta, logo seguindo para seu quarto, estava feliz por ter a ajuda de Ikino, e também por saber que em breve veria Ichi... pegaria ele.
Após um banho, Rin deitou-se e logo dormiu.
Como Ikino disse a Rin, o dia foi extremamente agitado. Por sorte, ele foi a pessoa que fez tudo naquele dia, e o tempo todo conversava com Ichi. Observou as imagens do interior do corpinho no monitor, ele estava ótimo, os nervos bem desenvolvidos e o esqueleto bem formado. Ainda notava-se cartilagens nas juntas das mãos, dos ossos não formados, mas isso era normal para um bebê na idade dele.
As ondas cerebrais mostravam uma atividade maior quando ele o tocava, e aquilo só fez Ikino ter mais vontade de o retirar daquele lugar. Ele, de alguma forma, respondia aos toques. Seu pequeno cérebro estava vivo e consciente de tudo, segundo o que mostrava aquele exame... então, ele realmente sentiu muitas dores no dia anterior. Novamente aquele aperto no coração tomou Ikino.
Ele chorou quando fizeram a postectomia, chorou quando abriram seus olhinhos...
- É garoto, vamos voltar para seu berço? – ele tirou os pequenos eletrodos, e pegou-o delicadamente no colo, mas o monitor acusou uma vibração diferenciada, ainda havia restado um eletrodo, na parte que indicava as emoções. Ikino não entendeu tal reação, e antes de terminar aquele exame, quis fazer novamente. Delicadamente ligou os eletrodos no crânio do bebê, e visualizou o monitor, estava tudo normal, logo aproximou-se e pegou o pequeno nos braços e a atividade cerebral aumentou muito.
- Ichi... você me sente... pode me ouvir não é garoto? – ele ficou feliz com aquilo.
Mas as surpresas só estavam começando naquele dia.
Após as seções terminarem, Ikino o levou para o laboratório onde iria recolocá-lo no líquido, e enquanto preparava as seqüências de nutrientes, observava Ichi... Seus dedos tocavam levemente o teclado, mas pararam suspenso no ar quando viu algo diferente acontecer. Uma lágrima escorreu do olho esquerdo de Ichi. Sem pensar em mais nada ele correu ate o berço de vidro onde ele se encontrava deitado, e olhou para o bebê. Ele estava com os olhos abertos e muito úmidos.
- Ichi... – ele olhou-o atentamente, e viu que aquilo era medo. Sua primeira emoção demonstrada. - ... esta com medo... – Ikino o acariciou no rosto. - ... não tema... eu estou aqui, e vou te proteger.
Ele tocou o peito do bebe, e pode sentir o coraçãozinho pulsar rápido, mas logo foi se acalmando e ele finalmente fechou os olhos.
- Ichi...
Aquilo foi uma vitória conquistada, uma pequena esperança.
Continua...
N/A:
Oi! Bem, vamos esclarecer coisas aqui^^
Essa fic é minha primeira escrita sobre um universo alternativo, misturado com o original do anime Inu-Yasha.
Como todos perceberam, ela é baseada em uma ficção científica futurística, mas aos capítulos seguinte muita coisa irá se emendar com certidão.
Como Sempre, meu casal favorito vai estrelar, mas de um jeito bem diferente.
Sobre os personagens...
Ikino:
Um personagem criado por mim, ele é a engrenagem que dará a força para que Rin realize seus sonhos e proteja ate o fim o pequeno Ichi.
Ichi:
Como vocês puderam ver, ele é um clone de um youkai, o qual se da para saber pelas características fortes que carrega sua genética e sua aparência. Também um personagem criado por mim.
Izumo:
Esse é da autora. É aquele monge que o Onigumo roubou o rosto, logo ele é a reencarnação do Onigumo. Como ele é um personagem muito ganancioso, eu resolvi o colocar como o vilão desta estória.
Rin Nakatomi:
Também pertence a autora, e também a mim, já que ela não é diretamente a Rin que acompanhou Sesshoumaru.
Bem por enquanto é isso...
Conforme os personagens forem aparecendo, eu darei dados sobre eles.
