Ia ser seu primeiro dia na base aquática da Equipe Rocket, onde a elite ficava reunida (isso não significava também que não tinham membros que deixavam a desejar). Ela sabia da responsabilidade que estava carregando. Estava sendo transportada pelo seu chefe Giovanni em um helicóptero caro, que pertencia a ele.
Erica tem cabelos longos, lisos e loiros, que costuma prendê-los com rabo de cavalo ou maria-chiquinha. Tem um porte físico atlético e usa sempre ou short muito curto ou calça longa. Não é do tipo que trabalha com Pokémons, como o resto de toda a Equipe Rocket do Japão. Ela nunca gostou deles e prefere trabalhar sozinha e com armas de fogo tal como Domino. Erica nunca foi treinada, ela aprendeu tudo o que sabe por experiência própria e com facilidade, o que levou um olheiro da Equipe a convencê-la de trabalhar para eles. Ela era uma executiva em treinamento.
A hierarquia da Equipe Rocket é dividida e subdividida em vários cargos. Nos cargos, se encontra em ordem crescente: Capangas, Ajudantes, Agentes, Espiões, Oficiais, Cientistas, Administradores/Executivos e os Presidentes.
Os Administradores/Executivos se subdividem em três partes: Seqüestradores, Assassinos/Torturadores e Ladrões (apesar de todos os Rockets existentes roubarem, existe uma divisão justamente para isso. Ela é desconsiderada na maioria das vezes, mas não pode ser ignorada). A questão é um pouco mais complicada, mas por enquanto isso basta.
O helicóptero finalmente desceu. Eles saíram e Erica deu de cara para uma lagoa circular enorme, rodeada pela floresta. Dali a cidade mais próxima era New Bark. Pelo fato de não ter nenhuma base na água, ela ficou de braços cruzados esperando seu chefe falar algo.
– Erica, aqui fica a nossa maior base.
– E onde ela está, senhor?
Giovanni sorriu e tirou um controle do bolso. Ele apertou um botão e quando ela olhou para o lago, havia uma cápsula metálica de tamanho médio se erguendo pra cima da água.
– Siga-me. – disse Giovanni.
Ela foi atrás e os dois entraram na cápsula enquanto o helicóptero era levado embora por um de seus assistentes. Isso era algo novo para Erica, pois ela nunca tinha visto algo parecido antes.
– Quer dizer então que a base fica no fundo do lago? – perguntou.
– Exato.
Quando a cápsula parou de se mover, ela se abriu e Erica se viu dentro da base. Estava em um corredor com piso branco e paredes brancas. O lugar lembrava um hospital para ela. De um lado para outro, vários membros da Equipe andavam pra lá e pra cá, a maioria de calça e blusa de manga comprida preta e alguns usavam uma espécie de boina que era preta também.
Giovanni fez um sinal para ela o seguir. Os dois foram atravessando o corredor por um tempo, até chegar na última porta, onde era a sala do chefe. Os dois entraram. Dentro da sala, Giovanni sentou em sua poltrona atrás da mesa e Erica ficou de pé esperando ele falar algo, quando finalmente começou:
– Eu vou te dar a chave do seu quarto, que vai ser onde você vai ficar nessa base. Ele fica do outro lado do corredor, onde são os quartos para os melhores da nossa equipe, e convenhamos, são poucos. Você vai dividir seu quarto com o nosso melhor agente: Sempre o chamamos de Número 73, o qual é o código de agente dele. Talvez ele não saiba disso, então avise a ele quando o vir. Sempre que eu precisar de vocês para algo, eu vou chamar. O pessoal da Elite faz o que quer, mas sempre devem estar disponíveis para quando eu chamar. Por hoje é só, já pode ir.
– Sim, senhor. – respondeu Erica ao pegar a chave e fazendo uma reverência ao sair.
Ela foi andando pelos corredores, olhando tudo a sua volta. Os outros agentes olhavam para ela, fazendo comentários. Ela foi andando naturalmente. Olhou sua chave viu o número do quarto. Enquanto ia andando, chegou uma hora que o corredor além de ir reto, virava também à direita. Ela olhou nesse outro caminho e ele dava para um lugar enorme com um teto de vidro, onde dava para ver tudo o que ocorria no lago e tinha também várias mesas e vários agentes sentados, a maioria comendo ou bebendo. Do outro lado, tinha outro corredor que dava para mais quartos. Ela resolveu ir ver seu quarto primeiro para depois aparecer por lá.
Andou, andou e andou, até chegar finalmente no seu destino. Enfiou a chave e abriu a porta. A hora que entrou, não tinha ninguém e sua mala de roupa já estava lá dentro. Era um cômodo médio com uma cama encostada em cada parede, com uma mesa entre elas. Quarto de carpete branco e parede branca também, com uma porta para o banheiro do lado. Ela estava um pouco cansada, então se jogou em uma das camas, sem saber qual era a sua e pegou no sono.
Quando acordou, sem saber que horas eram, tinha um agente parado do seu lado, de braços cruzados. Ele era bem diferente dos outros: usava roupas brancas, no lugar de pretas e tinha vários detalhes em amarelo. Usava uma capa que se prendia com a blusa de manga comprida, luvas e botas pretas. Estava com uma boina parecida com a dos outros, mas era branca também, com uma faixa preta em volta dela. Apesar do que parece, ele não era nenhum carregador da paz e muito pelo contrário. Tinha o cabelo liso caído até o ombro e usava óculos. Era alto e em ótima forma.
Erica olhou para ele com sono e esfregou os olhos enquanto sentava na cama. Ele continuava imóvel olhando para ela.
– Você que é o 73? – perguntou ela.
– Sou. – respondeu ele secamente – Espero que você não seja nenhuma fã, senão as coisas vão ficar feias para o seu lado.
Ela ajeitou o rabo de cavalo.
– Desculpa... Fã?
– Vou dar trinta segundos para você sair.
Erica então se levantou e tentou explicar.
– Não, calma. Me deixe explicar...
Ele ficou olhando para ela sério, esperando.
– Eu sou Erica, uma velha agente da Equipe Rocket, mas nova aqui nessa base. Sou uma oficial e o Giovanni me trouxe para cá para melhorar minhas habilidades. Ele disse que eu iria dividir meu quarto com você e que de fato você não sabia disso.
– Ele não me avisou, porque eu iria recusar, mas agora não tem mais o que fazer. Para você ter vindo parado aqui, deve ser de fato muito boa. – disse ele ainda sério e se virando para a outra cama. Sentou-se e começou a tirar a bota.
Quando Erica percebeu, tinha um Raichu deitado no travesseiro dele que não estava ali antes.
– Esse Raichu é seu?
– É.
– Você trabalha com pokémons, então?
– Por que pergunta?
– Porque eu não gosto deles. É só um comentário.
– Na verdade eu só tenho o Raichu. Não suporto nenhum outro pokémon.
Raichu dormia, mas Erica percebeu que ele ainda escutava o que os dois falavam.
– Ele nunca entra na bola. – continuou 73 – Não gosto delas.
– Percebi.
Ela sentou em sua cama, enquanto o outro terminava de desamarrar a outra bota. Erica fez outra pergunta:
– Qual é o seu nome verdadeiro?
– Algum motivo em especial para querer saber?
– Se é especial é não sei, mas chamar outra pessoa por um número eu não gosto.
– Não gosto de falar a ninguém – disse ele tirando a luva – mas como você agora vai dividir quarto comigo, eu me chamo Erick.
– Coincidência. Seu nome e sua aparência combinados não me são estranhos...
Ele tirou a calça e colocou um short, depois tirou a blusa para colocar uma de manga mais curta, o que o levou demorar um pouco para responder. Erica percebeu que ele não está nem aí para nada, muito menos para o que os outros pensam.
– Claro que já. Eu era parte da Elite dos Quatro lá na Liga Johto. – respondeu finalmente e deixando a boina de lado, quando sentou para colocar tênis.
Ela pareceu surpresa.
– Você ta brincando comigo certo?
– De verdade, eu tenho mais coisa para me preocupar.
– Então é você mesmo?! É verdade que você tem um Lugia?!
– Não dê ouvido a boatos. – respondeu ele saindo do quarto.
Ela ficou com um monte de dúvidas no ar, mas preferiu não o aborrecer mais com isso.
