Short fic de Rute Riddle
Romance

Leva-me contigo

Capitulo 1

Passado e presente

O vento fresco batia-lhe na face, fazendo-a fechar os olhos. Suspirou mais uma vez olhando para os lados da rua. Deserta! Não havia ninguém perto.
E ele não chegava.
Enrolou os braços, tentando aquecer-se. Tinha arrefecido muito, e ela começava a sentir frio. Queria que ele aparecesse depressa. Muito depressa mesmo.

Fechou os olhos, sentindo em seguida um casaco pesado sobre seus ombros. Abriu os olhos no mesmo instante, virando-se para ele e enrolando em seguida os braços ao pescoço do homem que estava mesmo ali, perto de si.

"-Vieste."
"-Eu disse que vinha." – Murmurou ele ao ouvido dela, apertando-a contra o seu peito.

Era tão arriscado, estarem ali os dois, abraçados. Mas ele não queria sair dali. Amava-a mais do que alguma vez imaginou amar alguém. Não tinha culpa do sentimento que nutria por ela.

Fechou os olhos, enquanto cheirava os cabelos ruivos dela, fazendo-a sorrir.
Se ele não tivesse sido tão burro ao início a relação deles não seria tão perigosa, tão proibida. Poderiam ser felizes, mas ele era o único motivo porque não o eram.

"-É melhor irmos para outro local, ainda alguém nos vê." – Disse ele.

A ruiva afastou-se do seu corpo, sorrindo, e em seguida entrelaçou os dedos nos dele, aparantando.

--//--

Aquilo começava a sufocá-lo. Vê-la no outro lado do salão, de costas para ele. Como deixara aquilo acontecer. Como se podia ter zangado com ela? Com seu Anjo? Como?
E foi então que se lembrou. Ele tinha-o feito porque era um tremendo idiota. Tinha medo, medo do que sentia. Medo do que pensava por ela.

Estava apaixonado pela Weasley, e já não conseguia voltar atrás, mesmo que quisesse, por mais que quisesse.

Mas agora ela estava ali, tão longe dele. E ele não queria isso. Queria voltar a ver o sorriso dela, queria voltar a sentir os lábios dela nos seus, a sentir os dedos pequenos dela na sua nuca, queria voltar a sentir o calor do corpo dela, contra o seu corpo gelado.

Queria aquela ruiva que era só dele.

Mas ele era Draco Malfoy! E ele não sabia reagir aos sentimentos. Não sabia o que fazer, sentia-se sufocar por causa daquele sentimento. Sentia que tudo em que sempre acreditou acabara por causa do sentimento por ela.

Amava-a! E isso era assustador.
Por isso acabou com ela. Por isso foi duro com ela dois dias antes. Por isso a ofendera tanto. Por isso a fez chorar.

Suspirou, desviando os olhos das costas dela. O ano estava a acabar. Em breve ele estaria em casa, e Ginevra Weasley seria apenas uma memória, mais nada.
Mas ele não sabia naquela altura, como estava enganado.

--//--

Sorriu ligeiramente, vendo que estavam no pequeno apartamento dela.

"-Não achas perigoso?" – perguntou ele, vendo-a sorrir.
"-Não." – Respondeu simplesmente beijando-o.

Os lábios estavam juntos como tantas outras vezes. O beijo era incrivelmente apaixonado.

"-Anjo o teu…"
"-Shiii….não penses em nada Draco, somos só, nós, os dois amor. Apenas nós os dois. Como nunca devia de ter deixado de ser." – Murmurou ela pousando os dedos nos lábios dele.

Draco afastou-se virando-se de costas para ela, sentindo novamente a culpa invadi-lo. A culpa por ter sido tão estúpido. A culpa por a ter deixado anos antes. A culpa por ser quem era.

"-A culpa é minha. Se eu não tivesse sido tão burro era tudo mais fácil, e nós nunca teríamos ficado afastados. E não haveria tudo isto. Eu não seria o que sou, e tu não serias de quem és. Serias minha."

Ela passou com os braços em volta do peito dele, fazendo-o voltar-se para si novamente. Sorriu. E em seguida beijou-o.
E mais uma vez ele sentiu o perdão que buscava há anos. Mais uma vez o beijo dela o fazia sentir-se menos culpado. Mas por mais beijos que houvessem, ele sentir-se-ia sempre culpado.

--//--

Acordou suado e com o coração aos pulos. Tinha sonhado com ela novamente. Sonhado com Ginevra Weasley. Levou as mãos à face, afastando os cabelos loiros. Há 3 anos que não a via. Há 3 anos que tinha saído de Hogwarts. Nunca mais falara com ela, nunca mais a vira. Nunca mais nada.

Só ouvira falar dela no dia antes. Na tarde antes.
Assim que olhou o jornal viu-a. A sorrir na primeira página, a sorrir mais o Potter. O cabeçalho fez com que ele sentisse vontade de explodir tudo ao seu redor.

Mesmo em meio de guerra há amores que nascem e persistem. Harry Potter e Ginevra Weasley casaram-se ontem em segredo!

A sua ruiva, a sua pequena, o seu Anjo tinha casado. Com outro. Com o Potter. Mas e então? A culpa fora dele! Ele é que a deixara, ele é que a ofendera, ele é que a fizera chorar. Apenas ele, nunca o Potter.
Suspirou. Era melhor assim. Ela com o Potter. Como todos queriam. E ele devorador da morte, como todos queriam também.

Mas ele não queria aquilo. Não era capaz. Não mais.
Levantou-se no segundo seguinte, vestindo-se rapidamente. Olhou em volta antes de aparatar em frente da Toca.

«Faz com que ela esteja aqui, por favor!» – pediu mentalmente, procurando pela janela que sabia ser do quarto dela.

Pegou numa pequena pedrinha e atirou-a ao vidro da janela. Depois noutra, e mais noutra. Mas nada aconteceu. A janela não fora aberta. Ela não aparecera.
Sentou-se no chão, enterrando a face nas mãos, sentindo o desespero invadi-lo. Ela não estava ali, e ele queria tanto vê-la. Explicar-se.

Mesmo não havendo mais esperança para eles, ele precisava de lhe contar a verdade. Não seria capaz de continuar se não o fizesse.

"-Por favor Anjo aparece." – Pediu baixinho, sentindo em seguida uma mão quente no seu ombro.

Virou-se no mesmo instante, sentindo os olhos castanhos e penetrantes dela nos seus. Tentou sorrir, mas não foi capaz, não conseguiu reagir. Ela abaixou-se ao lado dele, sem desviar os olhares, e em seguida perguntou:

"-Porquê?"
"-Porque o amor por ti assusta-me." – Respondeu simplesmente.

Ela sorriu, antes de colar os lábios aos dele, para um beijo sôfrego, arrebatador.

Quando Draco deu por si, encontrava-se num pequeno apartamento que não conhecia. Mas não importava. Ela estava ali, consigo, beijando-o calmamente, enquanto lhe tirava a roupa.

"-Desta vez não vais embora de manhã?" – perguntou ela retirando-lhe a camisa.
"-Não."

Ela sorriu, mas o sorriso desapareceu vendo a marca negra no braço dele. Viu-a fechar os olhos, e em seguida ela levou o dedo à marca, desenhando-a, fazendo-o arrepiar-se.

"-Lamento Anjo, lamento muito." – Murmurou ele, afastando-se dela.
"-Não vás. Fica comigo." – Pediu ela, fazendo-o sorrir aliviado. – "Eu já sabia. Mas….não me importo. Tu estás aqui comigo, e neste momento só isso me importa Draco. Por favor, faz amor comigo! Faz-me gemer! Faz-me sentir quente e completa! Por favor!" – pediu ela, antes de sentir os lábios dele nos seus, e as mãos dele na sua cintura, apertando-a. Aquecendo-a. Protegendo-a.

Três anos sem sentir o corpo dela. Três anos sem se encaixar nela. Sem a fazer gemer. Mas ele sabia o que fazer. Conhecia-a melhor que ninguém. Sabia como a fazer gemer, sabia como a fazer pedir por mais, sabia como a fazer tremer de prazer.
E só isso lhe importava naquele momento. O Mundo podia explodir lá fora. Voldemort podia morrer. O Potter podia morrer. Não importava. Só importava ela, só importavam os beijos dela, as mãos dela nas suas costas, os gemidos dela ao seu ouvido, o corpo dela a tremer debaixo do seu.

Apenas isso. Apenas ela. Mais nada importava.

--//--

Observou-a dormir como tantas outras vezes. Olhou em volta, em volta do pequeno quarto de casal que era dela, e do marido dela. Dela e do Potter.
Sorriu. Há dois anos que era assim. Sempre que o Potter não estava eles encontravam-se. Cada segundo, cada minuto, cada instante ao pé, um do outro era essencial para ambos.
E ele não se importava de ser o amante. Sabia que ela o amava como nunca amara outro. Sabia que ela fazia amor consigo como não fazia com o marido.

Sabia isso. E mais uma vez só isso importava. Nada mais importava.

Olhou para a aliança dela que estava em cima da mesinha de cabeceira, como sempre. Em seguida, voltou a contemplá-la. Adormecida, ali, ao seu lado, com um fino sorriso na face.
Beijou o ombro dela, e em seguida a curvatura do pescoço e depois ouviu-a rir, e sentiu-a arrepiar-se.
Passou com o braço pela cintura dela, aninhando-a no seu peito, e em seguida sua mão começou a passear pelo ventre dela. Suspirou contra o pescoço dela, o que a fez perguntar:

"-O que foi?" – indagou sentindo o carinho dele parar.
"-Um dia, ele vai querer um filho teu."
"-Eu não quero um filho dele. Apesar de ele querer um meu." – Murmurou ela aninhando-se mais no peito dele.
"-Anjo, um dia…. Um dia não vamos mais conseguir esconder." – Sussurrou no ouvido dela.
"-Não importa. Deixa esse dia chegar, eu não quero saber."
"-Eu quero. Voldemort vai ficar furioso. Ele pode fazer-te tanto mal, Anjo."

Ela não disse nada, apenas se aconchegou mais no peito dele sentindo-se protegida como sempre.

"-Queres um filho meu?" – perguntou ela num murmúrio sentindo a mão dele voltar a acariciar o seu ventre.
"-Muito. Mas é impossível." – Respondeu ele.

Ela sorriu. Sim era impossível. Mas ela queria um filho, um filho dele.
Virou-se de modo a encará-lo, e em seguida beijou-o, puxando-o para si, querendo unir os corpo novamente, querendo sentir-se completa com ela.

Acabou de se vestir, vendo-o apertar os botões da camisa negra. Sorriu levemente. Era hora de ele ir embora, como sempre. Queria que ele ficasse. Queria ter um relacionamento normal com ele. Queria poder dizer que o amava mais que tudo, e que era amada por ele.
Mas não podia. Ela apenas não podia. Ele era um Devorador da Morte, e ela a mulher de Harry Potter.

"-Tenho que ir." – Murmurou encostando a testa à dela.
"-Eu sei."
"-Teu marido deve de estar quase a chegar." – Disse antes a beijar levemente.
"-Sim….ele deve." – Concordou baixinho, antes de sentir um beijo suave nos seus lábios, e de o ver desaparatar em seguida.

Fim do capitulo 1

N/A: Fic escrita de modo a oferecer à Rebeca Maria no seu aniversario. Era uma short mas acabou por ser uma fic com 3 capítulos mais epílogo. Espero que gostem….e que comentem……a actualização será rápida….assim espero….Beijos!

Parabéns BECA!!!!

Rute Riddle
6 De Março de 2007