Sempre disseram a Rose que ela era a menina dos olhos do pai.

Tudo o que ela dizia ou fazia, seu pai sempre estava lá, orgulhando-se de sua filhinha. Quando aprendeu a andar, a falar, a ler e a escrever. Sempre ele, ao lado dela. Sua mãe também se orgulhava, mas não era tão cegamente louca pela filha, apesar de elas terem gostos muito parecidos.

Naquele dia, porém, seu pai estava triste. Ela iria para Hogwarts, afastando-se dos pais e irmão pelos próximos sete anos. Ela subiu no vagão do trem, indecisa entre a felicidade e a saudade, e logo encontrou um vagão junto a Albus. Queria olhar uma última vez para os pais, prometer a Hugo que escreveria sobre Hogwarts, apenas vê-los.

Quando olhou para a janela, entretanto, viu algo diferente. Seus pais estavam abraçados, e seu pai parecia realmente triste por deixar sua filha ir para Hogwarts. Quando se soltaram do abraço, ele colou sua testa à da mulher e ficou ali, apenas olhando, sem dizer uma palavra. E sorriu. Um sorriso tão alegre que o fez parecer muitos anos mais jovem. Um sorriso só para a sua mãe.

Foi então que ela pecebeu que era mentira.

Sua mãe era a menina dos olhos dele.