Essa fanfic é o oitavo volume da série Ano Zero, que você pode encontrar em meu perfil.
Puella Magi Madoka Magica, Puella Magi Oriko Magica e seus personagens não me pertencem.
Metamorfose
O chá vermelho fumegava enquanto Mami preenchia a sua xícara. Era mais uma noite em Mitakihara, com a sua selva de prédios iluminados além das grandes janelas da sua sala do apartamento. Contudo, ela não tinha tempo para apreciar a vista, pois não estava sozinha e não era apenas Nagisa.
Sobre a mesa triangular havia uma semente da aflição equilibrando-se em sua ponta, seu globo negro continha adornos metálicos na forma de uma ampulheta. O vidro da mesa refletia a face do dono daquele objeto. "Eu fiz algumas descobertas sobre nossa natureza. Devo salientar novamente que preste bastante atenção, Tomoe-san."
Quando Madoka disse que iria fazer aquela visita, Mami só estava sabendo que ela falaria sobre a mudança para a sua antiga casa, que havia sido destruída por Walpurgisnacht no ano passado. Ao que tudo indicava, Madoka também não sabia que Homura iria insistir naquele assunto. "Eu irei, Akemi-san."
Homura assentiu. "Eu preciso demonstrar..." Ela estendeu a mão esquerda e uma gema violeta em forma de losango surgiu sobre ela.
"Sua gema da alma," comentou a loira.
Então Homura pegou a semente sobre a mesa com a outra mão e rapidamente, com a ponta metálica, ela o usou para golpear a gema.
Mami arregalou os olhos. "Akemi-san?!"
"Está tudo bem." Ela deixou que os fragmentos da gema caíssem sobre a mesa. Eles começaram a evaporar em uma fumaça, que espiralou para dentro da semente.
Nagisa, que assistia aquilo quieta, não conseguiu deixar de ficar espantada. "Nossa..."
"Acho que isso deixa claro," Homura continuou, "as sementes é que contém as nossas almas agora."
"Pelo o que posso me lembrar, eram as gemas da alma que faziam esse papel. Só de pensar que Kyuubey literalmente a arrancou de mim..." Mami suspirou e forçou um sorriso. "Então não seria melhor começar a chamá-las de sementes da alma ao invés da aflição?"
Nagisa até parou de comer uma fatia de queijo para concordar. "Essa é uma ótima idéia!"
Mami perguntou, "O que acha Madoka?"
A garota de cabelos rosa ao lado de Homura deu um sorriso. "Acho que poderíamos tentar."
Mas sua companheira tinha outra opinião. "Não se enganem." Ela ficou examinando a superfície completamente negra do globo. "Elas não contem só as nossas alma, mas também está completamente preenchida pelas cores de nossas maldições. Além disso, elas não se comportam da mesma maneira."
"Não?" Mami olhou para a gema amarela brilhante em seu anel. "Eu sei que não estamos precisando purificá-las, mas..."
"Eu fiz o teste dos cem metros."
"Cem metros?" Nagisa ficou confusa.
Mami também, mas então ela se lembrou. "Nós não podíamos ficar longe, não é?"
"Agora podemos, mas... não." Homura abaixou olhar, em uma expressão séria.
"O-O que aconteceu?" Mami tão curiosa quanto assustada.
Enquanto isso, Madoka degustava uma xícara de chá calmamente.
"Quando eu me afastei mais de cem metros da minha semente, nada aconteceu," falou Homura, "mas quando eu voltei, ela não estava mais lá."
"E onde ela estava?"
"Dentro de mim, novamente."
Mami ficou sem saber o que dizer.
"Isso é uma teoria minha, mas eu quero que você compreenda." Homura apertou a mão que segurava a semente. Parecia que tinha a esmagado, mas na verdade ela a tinha absorvido. "Nossas antigas gemas da alma continham a magia, mas elas usavam nossos corpos como um meio de expressá-la. Já as sementes não dependem disso. As barreiras e tudo contido nelas são projeções de uma magia sem limites."
Mami concordou, "É... uma teoria bastante plausível..."
"Agora, nossas almas e memórias estão implantadas nessas sementes. Somos frutos dela também," declarou Homura, se abraçando, "Esses nossos corpos, nessa forma, são simulacros construídos da mesma maneira que nossas bruxas e lacaios. Isso vale também para as nossas gemas."
"Simulacro?" Mami franziu a testa.
Homura explicou, "uma cópia, uma imitação de algo que já não existe mais. Conseqüentemente, ela não é composta pelo mesmo material do orig-"
Mas a loira interrompeu, "Eu sei o que é um simulacro."
Homura encarava ela, pensativa, e então acenou com a cabeça. "Claro. Você sabe disso melhor do que nós."
Mami paralisou com tal afirmação.
Tanto que Madoka interferiu. "Mami-san. É você, não tenha dúvidas. Eu pessoalmente resgatei sua alma. Nós mudamos, mas não se poderia dizer o mesmo quando nos tornamos garotas mágicas?"
"Você já sabia disso?" Mami a questionou.
Madoka sorriu. "Bem... Muitas que garotas que eu resgato se perguntam sobre o que elas se tornaram. Algumas investigaram e fizeram descobertas similares, mas eu não contei para Homura, pois eu tinha esperanças que ela encontrasse algo novo."
"Entendo..." Mami suspirou e voltou sua atenção para garota com tranças. "Descobriu mais alguma coisa? Talvez sobre os lacaios. Antigamente, lacaios desgarrados podiam se tornar bruxas se não fossem destruídos."
"Eu não pude testar por motivos óbvios," respondeu Homura.
Madoka enchia mais um pouco a sua xícara com chá vermelho. "Posso dizer que isso nunca aconteceu na Lei dos Ciclos."
"De qualquer forma devemos evitar que eles interajam com as pessoas," concluiu Homura.
A mesma que Mami chegou. "Sim."
"Voltando ao assunto sobre os nossos corpos, eu tenho algo a dizer." A garota de cabelos negros mantinha sua expressão inerte diante da loira. "Eu tive a minha menstruação ontem."
Madoka parou de tomar o chá, quase o deixando derramar.
"Oh... bem..." Mami ficou piscando os olhos, sem idéia de como reagir com aquela súbita declaração. "Que incômodo, não?"
Homura olhou para Nagisa. "Charlotte já menstruou?"
Ela desviou o olhar e enrubesceu.
Mami respondeu, "Oh... não, ela não teve a menarca ainda."
Homura continuava a olhar para ela. "Ela está crescendo..."
Mami se alegrou, vendo ali a oportunidade de mudar de assunto. "Huhu. Vocês notaram, não é? Quando ela fica na ponta dos pés, ela quase bate no meu queixo."
Nagisa se manifestou, não tão alegre, "Eu tive que trocar todo o meu armário... e acho que vou ter que mudar de novo logo."
"Não se preocupe, Bebe, uma hora isso estabiliza."
"Sim," disse Madoka, reclamando, "no meu caso eu acho que foi cedo demais. Será que irei ficar mais baixa que a minha mãe?"
Mami abriu um sorriso mais largo. "Eu acho que você pode conseguir mais alguns centímetros, huhu."
Contudo, a expressão dela foi cortada pela pergunta de Homura. "E você, Tomoe-san, está menstruando?"
"Homura..." Madoka sorriu nervosamente. "Eu não acho que isso seja apropriado."
"Não é uma pergunta boba." Homura se mantinha séria.
Com o ambiente mais tenso, Mami abaixou o olhar e disse em voz baixa, "Não... eu... nunca..."
"Você nunca menstruou?" Homura estava surpresa.
"Não, não é isso! É que..." Mami apertou os lábios antes de continuar. "Eu tive a minha primeira um pouco antes dos meus pais falecerem."
Nagisa abaixou olhar também.
"Já como garota mágica, quando veio a menstruação, isso me trouxe tantas memórias... Eu decidi usar magia para nunca mais ter."
"Sinto muito, Mami-san," disse Madoka.
Já Homura não estava satisfeita. "E suas outras funções corporais estão normais?"
Mami ficou irritada. "O que há de importante nisso?"
Homura ergueu as sobrancelhas com tal reação e então respondeu, "Como havia dito, nossas sementes contém nossas almas e memórias, assim podemos tomar a forma do que nós éramos." Ela semicerrou o olhar intenso. "Porém, se esquecermos do que nos fazia humanos, estaremos mais próximas dos monstros que permeiam a nossa magia."
Mami engoliu em seco.
Era Nagisa que tinha as palavras agora. "Mas caso uma de nós se tornar bruxa e não conseguir voltar ao normal, Madoka pode ajudar."
"Uhum," a garota de cabelos rosa assentiu.
"No entanto ela não pode reparar os danos causados a esse mundo e muito menos trazer os mortos a vida," Homura disse, ainda mais séria, "Nós temos consciência do que somos, é o mínimo que assumam a responsabilidade e os riscos."
Mami olhou para a cidade além da janela. "Você tem razão, Akemi-san..."
Madoka rapidamente limpou a boca com um guardanapo e se levantou. "Eu acho... melhor irmos, já está tarde."
"Você está certa." Mami também.
Nagisa começou a pegar os pratos. "Deixa que eu limpo."
Enquanto Homura ficava de pé, ela avisou, "Eu recomendo que vocês evitem exames médicos, especialmente os que envolvam coleta de amostras."
Mami acenou com a cabeça, sorrindo. "Eu não visito um médico há muito tempo."
A anfitriã guiou as visitas até a saída.
Quando as duas já estavam no lado de fora, Madoka começou a se despedir, "Obrigada pelo chá, Mami-san. Eu espero novidades de Shirome."
"Ainda são os primeiros dias de aula," respondeu Mami, "terá que ter paciência."
Homura questionou, "Você ainda está mantendo contato com aquelas garotas? As bruxas plêiades..."
Mami viu que o interrogatório não havia terminado. "Como cobrimos todas as cidades vizinhas, eu não tenho mais acompanhado elas. Eu sei que elas se dirigiam para Tóquio e ultimamente não encontraram mais nenhuma garota mágica, apenas bruxas."
"É natural que seja assim," Homura ponderou, "como Kyuubey tem feito poucos contratos, a população de garotas mágicas diminui, até que só restem as bruxas."
Então um raciocínio pavoroso veio a mente de Mami, "Mas se está sendo assim em outros países, significa que há bruxas atuando sem que haja garotas mágicas para impedi-las," vendo que Homura estava surpresa, ela ficou mais assustada ainda, "já passou todo esse tempo e nós ainda estamos apenas atuando no Japão!"
"Não se preocupem!" anunciou Madoka, "eu tenho recebido sementes do mundo todo através da ajuda de Kyuubey. Eu tenho selecionado algumas dessas garotas e enviado de volta para ajudar na nossa missão de trazer esperança e milagres."
"Verdade?" Mami consultou Homura.
Ela desviou o olhar e estremeceu, com a respiração presa.
A loira voltou atenção para Madoka, balançando a cabeça e sorrindo. "Que... grande surpresa!"
"Eu não quis que você pensasse que seus esforços eram desnecessários, por isso evitei falar."
"Eu entendo." Mami assentiu. "Eu me lembro que você disse que não precisava da minha ajuda."
Madoka levou a mão ao peito. "Você ajudou mais do que eu imaginei e ficou feliz com isso. Agora você pode ter algum descanso."
"Acho que sim."
O celular toca. Era o da Madoka. "Meu pai deve estar preocupado. Precisamos ir, tchau Mami-san."
A loira segurou a porta. "Tchau Madoka-san, fiquem a vontade para me visitar novamente."
"Claro." Madoka olhou para o fundo do apartamento e exclamou. "Tchau Nagisa-chan! Vejo você na escola!"
Então veio a voz da garota. "Eu também! Tchau para vocês!"
Homura se inclinou. "Obrigada, Tomoe-san..."
"Tenha uma boa noite, Akemi-san." Mami lentamente fechou a porta.
As duas garotas foram até o elevador. Enquanto esperavam ele chegar, Madoka observou Homura.
Ela estava com um semblante sério e estático, salvo um leve, porém inquieto movimento de sua mandíbula.
A porta do elevador se abriu e as duas entraram em silêncio, silêncio que permaneceu enquanto ele descia.
Madoka resolveu quebrar o ar tenso. "Você também ficaria assim se eu lhe tivesse contado antes."
Sem responder, Homura observava os números dos andares ascenderem e apagarem no painel.
"Não deve se preocupar. Eu só enviei garotas de boa índole." Madoka alcançou a mão da outra garota. "Eu vi as memórias delas, eu não posso ser enganada."
"Está bem."
O elevador parou e Homura puxou sua mão de Madoka.
Surpresa, Madoka a viu sair do elevador assim que a porta abriu.
Até que ela parou e olhou para trás. "A porta vai se fechar..."
Madoka trouxe a sua mão para si e a seguiu.
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Nagisa terminava de secar e guardar a louça. "Hoje Homura-chan estava sendo dramática como de costume."
Enquanto Mami limpava a pia. "Sim..."
"Vou tomar banho," disse Nagisa ao guardar a toalha.
"Oh! Espere! Quero te mostrar algo."
Surpreendida, a garota se viu sendo guiada por Mami pelo apartamento. "O que seria?'
"Você já vai ver! Huhu..." Elas chegaram até o quarto fechado da Mami. A loira abriu a porta e gesticulou. "Venha! Entre."
Nagisa não estava preparada para aquilo.
Sutiãs, vários deles espalhados sobre a cama. As cores eram variadas, assim como as decorações, alguns faziam par com calcinhas.
Mami alegremente comentava enquanto mostrava cada um deles, "Eu pensei em trazer as nossas visitas aqui, mas como você disse, Akemi-san foi dramática."
Nagisa riu sem entusiasmo, "Haha..."
"O que achou desse?" Mami se aproximou com um dos sutiãs. "Ele é de bolinha, como você gosta."
"É legal, mas..." A garota de longos cabelos brancos olhou para o seu peito. "Eu não acho que preciso deles."
Mami cruzou os braços, ficando mais séria. "Você não estava reclamando que seus bicos estavam sensíveis?"
Nagisa fez uma careta. "Sim... e deve ser por causa do tecido do uniforme da escola."
"Bobagem." Mami voltou a sorrir. "Eles estão crescendo, não estão?"
A resposta de Nagisa era quase inaudível. "Hmmm... Só um pouquinho..."
"Veremos como eles estarão daqui a um ano."
Com isso Nagisa ergueu a cabeça, com os olhos arregalados. "Será que eles vão ficar grandes que nem os seus?"
Mami ficou confusa. "Mas os meus não são grandes."
Nagisa semicerrou o olhar e fez um beicinho.
"P-Por que está me olhando assim?" Notando que seus braços cruzados estavam valorizando o busto, Mami o desfez. "Eles são apenas acima da média, existem muitas garotas assim. Não há nada de especial neles. Além disso, acredito que isso seja hereditário."
"Ah..." A expressão de Nagisa esmoreceu, com um olhar perdido. "Eu não me lembro dos seios da minha mãe."
A afirmação foi como um baque para Mami.
"Eu acho que ela não tinha porque a doença a deixou muito magra."
Mami logo buscou mudar a direção da conversa. "Não precisa ser sua mãe, pode ser qualquer um da família, até a do seu pai."
"Hmmm... Tinha umas mulheres velhas na família do meu pai com seios grandes." Nagisa colocou ambas as mãos na altura da barriga, como se estivesse segurando algo. "Eles eram bem caídos."
A loira passou a mão em seus próprios seios, desviando o olhar. "Não é hora para pensar em algo tão distante no futuro..." Ela coletou os outros sutiãs que estavam na cama e os ofereceu para outra, sorrindo nervosamente. "Por que não experimenta eles depois do banho?"
Nagisa os recebeu. Eram tantos que ela quase deixou caírem alguns.
"Se precisar de ajuda é só chamar." Mami saiu do quarto. "Mas tente fazer isso sozinha. Logo você vai ver que será tão natural quanto pôr uma calcinha."
"Certo..." Nagisa respondeu, enquanto 'apreciava' aquele emaranhado de alças, rendas e bojos.
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A escola de Mitakihara estava com os seus corredores repletos de alunos, sem nenhum resquício da catástrofe que atingira a cidade.
Um desses alunos era Nagisa, que saía do banheiro, pois a aula estava prestes a começar. Contudo ela bem que gostaria de ficar mais tempo lá dentro para ajeitar o novo acessório.
As alças apertavam a pele do ombro. Uma sensação de calor, as costas suavam. O abraço do sutiã em suas costelas, em especial sob os braços. Mami dizia que era apenas uma questão de se acostumar, mas Nagisa só se perguntava se a outra sentia isso todos os dias.
O pior de tudo era que, apesar daquele não ter bojo, Nagisa sentia que seu busto estava maior. Ainda que fosse os primeiros dias de aula e não ter se aproximado de ninguém, ela temia ser notada e se tornar o assunto do dia na sala de aula.
"AKI! AKI! AKI! AKI!"
Nagisa parou. As aclamações daquele nome vinham da escadaria. Logo surgiu um grande grupo de alunos, muitos da sua sala.
Em meio a eles estava um garoto loiro e franzino, carregando um grande número de malas de estudantes. Ele usava ambos os braços como cabide, além de carregar algumas mais sobre a cabeça e ombros. Com todo aquele peso, ele subia com dificuldade os degraus.
Ao lado dele estava um aluno bem mais alto, de cabelos azuis espetados. Ele era o que mais torcia, chegando a gritar no ouvido do outro. "VAI LÁ AKI! SEJA HOMEM!"
Suas pernas tremiam, mas Aki Hidaka mantinha a confiança, pois faltavam poucos degraus. Enquanto isso, garotos e garotas atrás dele falavam.
"A aula vai começar." "Sério?!" "Tá quase na hora!" "Cara, vai rápido!"
Ele não soube quem foi, só sentiu o empurrão. Aki tropeçou no degrau e caiu, derrubando as malas no chão. Houve certa comoção, algumas gargalhadas. Ele buscou se levantar e se viu sendo ajudado pelo garoto mais alto, do qual ele conhecia muito bem.
Takuma Kuroki indagou, "Se machucou?"
Aki balançou a cabeça. "Não." Então ele começou pegar as malas. "A-A aula vai começar..."
Porém Takuma segurou o braço dele. "Espera. Você decepcionou o pessoal da sala, sujando as malas deles, inclusive a minha."
"D-Desculpe..."
"Um homem deve assumir tanto as responsabilidades quanto as conseqüências." Takuma pegou uma das malas e a abriu. "Essa é a sua, não é?"
Aki abaixou a cabeça, em silêncio.
Takuma então chutou a mala com toda a força. Ela e as coisas dentro se esparramaram pelo corredor, próximo de onde Nagisa se encontrava.
Uma nova comoção e gargalhadas. Enquanto isso, Aki foi buscar as suas coisas sem fazer nenhum protesto.
Mas Takuma o impediu. "Primeiro as nossas malas."
"É! Tu é muito devagar!" "O professor vai chegar logo!" "Marica!"
Aki sentiu o peso das malas sendo postas sobre ele pelos outros colegas, com isso ele deixou suas coisas para trás.
Nagisa observou o grupo se afastando e entrando na sala de aula. Ela olhou envolta e viu que os outros alunos já haviam voltado para as suas rotinas, mesmo com toda aquela bagunça no chão do corredor.
Ela começou a recolher o que havia ali. Cadernos, lápis, canetas... havia também uma calculadora que por sorte não estava quebrada. Ela foi colocando tudo dentro da mala, tentando deixar o mais organizado possível.
Isso levou tempo, tanto que quando estava terminando viu um par de sapatos e as longas calças claras que os meninos usavam.
Era Aki, ofegante, com os seus olhos vermelhos cheio de surpresa.
Nagisa se levantou e entregou a mala, sem idéia do que dizer.
Aki viu se tudo estava lá dentro, olhando também, de relance, para a garota. Sua voz saiu fraca, "A aula... vai começar..."
Sem chance de uma resposta, Nagisa viu ele se virar e correr.
Próximo capítulo: Sob as cerejeiras
