Hogwarts

Desde o primeiro dia em que pisará em Hogwarts, Ted sabia que ali seria sua verdadeira casa. Não por não ter uma casa boa com sua avó Andrômeda, nada disso, sua avó era a melhor avó do mundo. E ainda tinha Harry, que o buscava para jantar na casa dos Potter quase todo dia. Mas foi ali que eles passaram os últimos momentos de sua vida, era ali que Ted buscava respostas.

É muito difícil perder alguém querido, mais difícil ainda é nem ter conhecido. Remus e Nymphadora, nomes conhecidos por outras bocas, rostos conhecidos por fotos antigas, pessoas amadas por lembranças alheias. Eles pareciam tão distantes, tão irreais.

Apesar da morte, eles pareciam mais próximos de Ted em Hogwarts. Como se seguissem o filho pelos corredores de pedra do imponente castelo, na esperança que o menino fosse tão feliz como eles foram naquele lugar. Na esperança que ele cultivasse laços para vida inteira, aprendesse bem mais que apenas feitiços e guardasse as melhores lembranças da vida dele.

As palavras de Harry sobre a coragem de seu pai ou das trapalhadas da sua mãe faziam Teddy nutrir um amor incondicional por aqueles que haviam dado a vida para que ele tivesse uma vida mais feliz. Mas não substitua o carinho de uma mãe ou as palavras acalentadoras de um pai, algo que, por mais que Harry e Andrômeda tentassem, é insubstituível. Queria Remus ali para ajudá-lo em uma matéria mais difícil, queria Nymphadora ali para torcer por ele no Quadribol. O mais próximo que conseguia disso era a estatua, um tanto austera, dos combatentes mortos, era ali que Teddy sentava quando precisava do conforto dos pais.

Era nas lembranças um pouco embaçadas e fora de foco de cabelos muito coloridos e olhos âmbar profundo, nas vozes estranhas mais tão familiares, nas fotos antigas, nas discrições deles, em cada pedacinho de conhecimento que possuía sobre seus pais que Ted pensava quando deixou o castelo pela última vez, quando deixou o conforto de casa e a proteção dos pais.