Título da fic: Difícil Amor

Anime: Fruits Basket.

Casal: Kyo x Yuki/ Menção de outros casais.

Classificação: Yaoi/ Lemon / Angust

Autora: Aiko Hosokawa

Beta: Yume Vy

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Nota inicial

Fanfic continuação de 'Fascínio', mas se não quiser ler a primeira basta saber que Yuki teve sonhos 'quentes' com o Gato. Para melhor compreensão, estou colocando, em itálico, a última cena da fic anterior.

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Difícil Amor Aiko Hosokawa

Capítulo 01 – Desencontros...

"KYO!". Gritou a ratazana levantando-se em um impulso rápido, vendo-se só em seu quarto, a respiração acelerada, a face afogueada, contendo uma expressão de surpresa, o corpo suado e seu baixo ventre demonstrava toda a excitação que aquele sonho havia lhe causado.

Pegou o travesseiro colocando no colo, como que querendo negar a si mesmo o que sentia por aquele maldito felino! Abaixou a cabeça, ambas às mãos por sobre a almofada, sentia-se ridículo!

"Foi apenas um sonho...". Admitiu triste, voltando o travesseiro para o devido lugar.

"Continuo a acordar sozinho..." Disse para si mesmo em um murmúrio triste, deixando o corpo ainda quente cair lentamente, novamente deitando.

"Alguns sonhos poderiam mesmo se tornar realidade...". Disse virando de lado, encolhendo o corpo em posição semifetal, como que procurando proteção, mantendo os olhos brilhantes em dúvida, abertos. Suspirou pesadamente serrando os violetas.

"Gato estúpido...". Murmurou baixo, sentindo o frio abandono da noite...

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Kyo revirou-se na cama, abrindo os olhos, virando para a janela, vendo-a aberta, contemplando o movimento das cortinas claras e o brilho da lua cheia que iluminava todo o quarto. Gostava tanto daquele brilho prateado! De modo estranho ele lhe lembrava alguém...

Suspirou conformadamente, novamente fechando os olhos.

Nesse instante escutou um grito vindo do quarto de Yuki, era seu nome sendo chamado em voz alterada. Sobressaltou-se, levantado em um impulso rápido, tocando com os pés descalços o piso frio, e, em movimentos velozes se dirigiu para fora do cômodo. Por um milésimo de segundo se perguntou o porquê de ter deixado a porta aberta, mas desvencilhou-se rapidamente dessa idéia, indo ao encontro do Rato que havia gritado. Como um torpedo, adentrou facilmente no quarto de Yuki, já que a porta estava aberta. Tão rápido se moveu que não reparou no que fazia.

"Yuki, o que aconteceu?". Perguntou aflito, ajoelhado ao lado do outro, fez menção de tocá-lo, mas deteve as mãos, porém seu olhar era nitidamente preocupado, sentia o coração acelerado e o mesmo ritmo se observava na respiração afoita.

Um estrondo, a porta se abrindo e o ruivo entrando. Yuki observou atônito cada acontecimento, tentando processar na mente cada um deles, o mais rápido que seu corpo permitiu sentou e encarou os rubis ansiosos, que brilhavam de maneira quase mística e muito instigante.

A formigação em seu baixo ventre se fez notar novamente, só então percebeu que ainda estava excitado devido ao sonho que até a pouco tivera, porém nem mesmo isso conseguiu retirar-lhe do encantamento.

Kyo estava lindo! Os cabelos revoltos de maneira selvagem devido a veloz movimento recém encerrado, os olhos brilhavam tais como a jóia mais rara, os lábios rosados entreabertos quase em convite... Os traços eram perfeitos, formas belas e jovens moldando com magnitude cada detalhe daquele ser que mais parecia um anjo vindo dos céus, ou quem sabe de seus mais doce sonhos...

"Kyo... O que faz no meu quarto?". Perguntou apenas em um murmúrio incerto, aliviado por estar coberto até a cintura de forma que o outro não poderia notar o estado de seu corpo.

Situação essa que se agravou ao notar que o Gato estava vestido exatamente como no seu sonho, com camiseta larga de manga curta e com aquele short branco que deixava as pernas morenas à mostra a partir da metade da coxa roliça. Suspirou tentando olhar apenas para a face do outro, o que não era exatamente algo que lhe fizesse voltar a si.

"Você me chamou... Eu vim!". Afirmou certo e, estranhamente, calmo o ruivo.

"Aconteceu algo?". Agora o tom preocupado voltou a voz de Kyo.

O Gato aproveitava o momento para olhar o lindo Rato, reparando no rubor das bochechas e em como ele ficava lindo assim, de pijama azul-gelo com botões belamente frágeis que praticamente pediam para se arrancados. Contemplou fascinado cada traço delicado, desde os olhos violetas que pareciam estrelas a brilhar em noite limpa, passando pelo nariz perfeitamente colocado para dar ainda mais pureza, até chegar aos lábios finos apenas um pouco mais rosa que o resto da pele e extremamente sensual!

Kyo não conseguiu evitar de descer o olhar para o resto do corpo de Yuki e uma vontade louca de retirar aquela coberta e fazer-se presente no lugar dela sobre aquele corpo lindo se formou em seu coração.

Yuki ruborizou ainda mais ao notar o olhar sobre si, queria acreditar naquele olhar, desejava afoitamente que aquilo realmente fosse desejo e que o corpo maior cobrisse o seu como no sonho, porém sua racionalidade não permitia, o medo atingiu em cheio o coração apaixonado e, mais uma vez, resolveu esconder o que sentia.

"Tive um pesadelo... E você estava nele, só isso!". Afirmou com convicção, deixando se formar em sua face uma expressão inóspita, sem sentimentos.

"Pesadelo?". Perguntou Kyo levantado a sobrancelha esquerda, sem evidenciar a decepção que sentiu.

"Você era um monstro repugnante... Dava medo. Agora saia do meu quarto!". Disse em tom frio com superioridade.

Cada palavra foi como afiada farpa de gelo atingindo o coração do Gato, mas não demonstrou isso, apenas franziu o cenho em um gesto irritado.

"É por isso que nunca alguém se aproxima de você, Rato maldito!". Disse o ruivo irritadíssimo, estreitando ligeiramente os olhos tal como um animal feroz, levantando-se em seguida, virando de costas sem pestanejar indo a porta, pisando duro.

Yuki abriu a boca para praguejar algo, porém as palavras ficaram pressas em um nó na garganta que só pode ser engolido, em seguida viu a porta se fechar fazendo um pequeno barulho. Viu-se só, virou para frente abaixando a cabeça... Vencido sem nem ao menos duelar! Assim sentia-se...

No corredor...

"Maldito!". Praguejou o Gato ao se ver do lado de fora.

"O que aconteceu?". Perguntou um sonolento e preocupado Shigure, esfregando o olho esquerdo com a mão esquerda, tentando manter os olhos abertos.

Kyo prestou atenção ao pijama do Cão, parecia acetinado branco com inúmeros desenhos de cãezinhos em traço infantil, todos vestindo pijama e alguns abraçados a almofadas vermelhas e outros debaixo de cobertas azul-piscina, não conseguiu deixar de reparar nas pantufas em formato da face um cão marrom que sorria e piscava o olho direito.

"Só a princesa dando um de seus chiliques!" Falou irritado, indo direto para seu quarto, tão rápido que não deu oportunidade para que o outro processasse mais perguntas.

Apenas fechou-se, deitando novamente na cama, puxando a coberta de maneira irritada para cobrir-lhe o corpo, fechando os olhos e fingindo dormir, uma coisa que não conseguiria pelo resto daquela noite.

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O Cão apenas viu o irritado bichano sair rapidamente, no mesmo instante suas feições sonolentas se desfizeram e um semblante sóbrio se formou em sua face.

"Yuki não aprende nunca!". Pensou, balançando negativamente a cabeça.

Foi então em direção a porta do quarto da 'princesa'. Sem demora a alcançou e abriu. Logo teve a visão do cabisbaixo rapaz que, sentado sobre a cama, mantinha o corpo curvado, os braços abandonados sobre as pernas esticadas criando uma aura de tristeza e abandono, reforçada pelos fios cinza que caiam em desordenada cascata e pela luz prata que envolvia aquele ser.

"Teu corpo demonstra, teus olhos não mentem... Um dia o Gato vai embora e o Rato não vai ter com quem brincar. Restar-lhe há apenas uma opção... Será que você a quer, Yuki?". Disse o Cão quase em profecia, sem mudar sua expressão.

Yuki se surpreendeu, arregalou os olhos sem virar o rosto, apenas sentindo aquelas palavras atingindo-lhe o coração, provocando uma dor fina e profunda. Retomou sua feição inóspita e virou-se para o Cão.

"Sai!". Disse apenas, e logo se viu só, porém cada palavra dita voltava-lhe a mente para doer, ferindo-o cada vez mais fundo.

Sentia frio, solidão... Angustia! Desejava calor e amor e que ambos viessem de Kyo. Abraçou a si mesmo, deitando de lado na cama, fechando os olhos e, nesse instante, o óbvio lhe veio a mente.

"Mas por quê?". A pergunta de formou em seus delírios.

"Por que Kyo estava tão preocupado?". Perguntou-se em pensamento.

Perguntas e mais perguntas, "Será mesmo possível?", "Vi mesmo aquele sentimento?", tudo se misturava às palavras de Shigure... O Gato poderia mesmo ir sem nunca mais voltar? Yuki sentia a cabeça latejar, a confusão aumentava, já não sabia o que fazer!

Em um pulo levantou-se.

"Isso não passa dessa noite!". Afirmou em voz baixa, mas confiante.

Em passos decididos foi até a porta, abrindo-a, estreitou a cabeça por ela para ver se estava tudo vazio. Constatou que esse fato era real e que tudo já estava escuro, finalmente saiu completamente de seus aposentos e foi de encontro à porta do quarto do Gato. Parou diante dessa olhando-a incertamente...

"Qual será a reação dele?" Perguntava-se em pensamento.

"Será que devo?".

"Sim! Farei!". Finalmente entrou em consenso consigo mesmo dando fim ao diálogo interno. Elevou a mão direita com o punho fechado indo tocar a porta, porém... A mão parou no alto a dois centímetros de distância da porta.

Abriu a mão só então tocando a madeira marrom, levemente e sem causar ruídos, como se estivesse a acariciar uma de suas plantas... Curvou os dedos colocando mais força, ainda sem causar barulho, fazendo a energia aplicada pressionar as próprias articulações dobradas.

"Isso é loucura!". Afirmou para si em pensamento deixando o braço cair lentamente, olhou para o chão e então se virou ficando de costas para a entrada do cômodo onde desejava passar a noite...

Voltou ao próprio quarto e sentou-se na cama mantendo o olhar ainda perdido e triste. Após alguns instantes, deitou-se novamente se perguntando se conseguiria dormir... Logo constatou que é resposta era um obvio 'não'... E, lentamente, viu cada hora noturna passar...

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Na casa dos Souma, pela manhã um desagradável clima se instaurou. Gato e Rato não discutiam como de costume, permaneciam em silêncio tratando-se com a mais pura indiferença enquanto o Cão apenas observava. Estavam à mesa, e o único 'Bom dia' daquela manhã havia sido dito por Shigure, porém não ouve resposta.

"Isso é chato..." Comentou o Cão em tom de descaso, esperando alguma resposta.

Silêncio.

"Realmente tá complicado, nem o Kyo está esbravejando como louco..." Pensou olhando para os dois jovens.

"Sabiam que o contrário de 'amor' não é 'ódio'?...". Disse o cão.

Só então a dupla reagiu, sem nada dizer, apenas surpreendendo-se e arregalando quase imperceptivelmente os olhos.

Shigure esboçou um pequeno sorriso de satisfação.

"É a 'indiferença' o contrário do 'amor', é o pior sentimento que se pode ter por alguém... 'Ódio' é apenas 'amor' deturpado". O escritor achava que estava sendo claro demais, porém aqueles dois precisavam perceber...

"Eu não entendi nada do que cê disse..." Kyo falou com cara de interrogação, sempre achou que Shigure fosse excêntrico e agora tinha certeza!

O Cão ergue-se chocado, apontando para o ruivo.

"Você é mesmo um estúpido vulgar! Não merece ouvir as belas palavras que brotam da minha imaginação!" Disse em tom elevado, fingindo estar ofendido.

"Hum... Eu já ia pra escola mesmo...". Kyo falou ao se levantar, ignorando o Cão que permanecia com a expressão mais exageradamente chocada do mundo e o passivo Yuki.

"Hei! Não vai esperar o Yuki?". Shigure virou-se para encarar Kyo, ficando de costas para o Rato.

O Gato encarou o homem mais velho que parecia querer dizer algo com o olhar, agora sério, pois as orbes escuras brilhavam daquela maneira única vista apenas no Cão, parecia sempre que esse brilho dava a Shigure a capacidade de ver a alma dos outros e causava leve tremor interno, incomodando absurdamente o impulsivo bichano.

"Ignore Yuki, ignore..." O Rato pensava consigo.

"A princesa sabe o caminho". A voz de Kyo soa irritada e logo sai, abandonando a casa dos Souma.

Yuki apenas ouvia, permanecia sentado e comendo, não se importara com nada do que foi dito e sentindo apenas alívio pelo bichano não ter esperado.

"Medo... Perturbação angustiosa do ânimo que paralisa o ser... A única possibilidade de 'ter' é lutando contra esse receio...". Novamente a expressão de Shigure tornou-se sóbria, a voz saiu carregada de mistério e as palavras cheias de duplo sentido.

Yuki levantou o olhar assustado, cada palavra fazia sentido na mente perturbada, engoliu seco contendo algo que parecia querer sair de dentro de si, então novamente adotou feições sérias.

" 'Ter?'... Não compreendo o que disse. Você está cada dia mais perturbado.". Mentiu o jovem encarando o outro.

Tortuoso silêncio se fez por intermináveis segundos.

Shigure novamente sorriu cruzando os braços, colocando as mãos para dentro do quimono cinza, os lábios se moveram, porém as palavras não foram pronunciadas, apenas um pequeno sorriso se desenhou parecendo dizer 'Creio que me compreendeu bem, Yuki'. O Cão apenas virou-se para a porta, saindo do local.

Yuki suspirou, aquelas haviam sido à noite e a manhã mais estranhas de toda sua vida! Resolveu deixar tudo de lado e ir estudar.

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Colégio Kaibara. Yuki entrou na sala, logo pode ver a senhorita Honda junto a Hanajima e Uotani conversando animadamente, porém logo notou que o estúpido felino não estava ali.

"Bom dia!". Cumprimentou as garotas assim que se aproximou.

"Bom dia, Senhor Yuki!". Respondeu animadamente a menina com seu meigo sorriso habitual.

"E ai! Que cara de quem não dormiu!" Arisa disse como se fosse algo sem importante.

"Bom dia...". Hanajima falou.

"... Suas ondas me parecem mais caóticas do que de costume". Como sempre o tom da morena era sério, quase assustador.

Tohru então reparou. Realmente Yuki não parecia bem, ao redor dos olhos violetas existiam leves olheiras, quase imperceptíveis, de pronto imaginou que ele havia adoecido e passado mal durante a noite.

"O senhor está bem?". Ela pergunta preocupada, levantando-se rapidamente colocando a mão direita sobre a testa do rapaz.

Nesse momento três meninas, entre elas a ativista Mio com suas indefectíveis madeixas negras lisas que não chegavam ao ombro e outras duas militantes do fã-clube 'Prince Yuki' olharam raivosas, as orbes brilhando em vermelho intenso com intenções assassinas.

Hanajima virou-se para elas mantendo o olhar vazio e frio.

"Algum problema?". Perguntou em tom mórbido com os olhos brilhando de maneira predatória. No mesmo instante as garotas recuaram, unindo-se uma as outras como se esse ato pudesse protegê-las.

"É a bruxa, cuidado com ela!" Murmuraram entre si, temerosas.

Yuki corou levemente devido ao toque de Tohru, segurou levemente a mão direita dela, retirando-a de lá.

"Não se preocupe, estou me sentindo muito bem, apenas tive uma leve insônia, não há motivo para preocupações". Disse meigamente.

Nesse instante um pequeno grupo de três garotos entrou na sala. Um deles era Souma Kyo, o Gato, que vinha com uma expressão irritada na face enquanto os outros riam.

"Ahhh Kyon-Kyon não faz essa cara! Você e seus gatinhos são a coisa mais bonitinha do mundo!" Um loiro falou passando o braço esquerdo sobre o ombro do ruivo levando a mão direita para o rosto do felino, pegando a bochecha, apertando-a enquanto ria alto.

"Concordo Seiki!" Falou o moreno que vinha do outro lado do ruivo, colocando a mão esquerda na cabeça do Gato e mexendo-a com vigor, desalinhando os fios laranja.

"Não enche!" Kyo respondeu irritado desvencilhado-se de ambos, afastando-se deles indo em direção às meninas e a Yuki. Chegou em sua carteira, sentando na cadeira colocando o pé esquerdo sobre ela, abraçando o joelho erguido, permanecendo em silêncio.

"Bom dia pra você também, ô irritadinho... Logo pela manhã e já com essa cara! Qual o problema Kyon-Kyon?" Uotani disse em tom de provocação.

"Vê se não enche, ô delinqüente!" Falou irritado virando o rosto.

"Kyo, o senhor está com algum problema?" Tohru perguntou calidamente, os olhos castanhos brilhando em preocupação.

O Gato olhou para a menina e sentiu-se desarmado e toda a irritação que possuía simplesmente sumiu.

"Não se preocupe, apenas não dormi bem". Confessou em tom bem mais ameno.

"Do mesmo modo... Suas ondas estão mais caóticas hoje..." Hanajima falou olhando para o ruivo tentando entender o motivo daquela confusão.

"Houve algum problema na casa durante a noite?" Honda perguntou aflita quase se erguendo da cadeira tamanha a apreensão.

"Apenas a princesa dando um de seus chiliques..." O Gato respondeu entre os dentes tentando conter a irritação.

Nesse momento Yuki sentiu a face corar e o nível se fúria começar a subir.

"O que houve com o senhor, Yuki?" Novamente Tohru levantou-se, fechando os punhos com força e mantendo-os próximo ao peito.

"Não preocupe senhorita Honda, apenas tive um desagradável sonho com uma criatura repugnante!" Respondeu sem graça movendo ambas as mãos na frente do corpo em negação.

Yuki então olhou para Kyo de canto de olho demonstrando a ira que aquela revelação havia lhe causado. O Gato não deixou por menos e trocaram farpas afiadas apenas com o olhar.

"Qual o problema, pri..." O ruivo ia perguntar quando...

POFT

Um barulho soa e imediatamente Kyo leva as mãos à cabeça como se pudesse diminuir a dor que ali existia.

"Caso não tenha percebido eu já cheguei!" Disse a professora em tom sóbrio, balançando a prancheta que trazia na mão direita.

"Sua doida! Porque eu? O Yuki tá em pé!" Quase gritou o ruivo achando aquilo uma grande injustiça.

"Mas só em você é engraçado! Agora silêncio que a aula vai começar!" Sentenciou a professora dando as costas ao rapaz.

Kyo ainda pensou em revidar, porém resolveu deixar de lado.

Enquanto a confusão acontecia Yuki e os outros se ajeitaram nos devidos lugares e a aula começou.

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A aulas haviam terminado há poucos minutos, Tohru e Yuki estavam nos portões do colégio, parados esperando por Kyo.

"Será que aconteceu alguma coisa?" Disse a menina em tom preocupado, abraçando a mochila, preocupada. Também nessa noite Honda não estaria em casa, mas queria muito caminhar parte do caminho ao lado dos garotos, para só depois ir trabalhar e passar a noite na casa de Hanajima.

"Se fosse algum problema já saberíamos... Se me lembro bem, assim que a aula terminou aquele tal de Seiki chamou por aquele bichano e o estúpido foi!" O Rato tentava manter-se indiferente, falando com desprezo.

"Mas... Mas... O Kyo..." Os olhos castanhos brilharam novamente daquela maneira única, tão preocupada e meiga ao mesmo tempo, impossibilitando qualquer negação.

"Vamos procurá-lo..." Yuki deu-se por vencido, realmente era impossível dizer 'não' para aquela jovem.

Tohru sorriu alegre, agradecendo empolgada e a dupla retornou para dentro da instituição.

"Se nos separarmos vai ser mais rápido. Vai por ali que eu vou por aqui". O Rato falou já dentro do prédio, começando a caminhar em direção aos corredores da esquerda enquanto a menina ia pra à direita.

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"O que você queria falar comigo, Seiki?" Kyo perguntou quando finalmente pararam.

O ruivo prestou atenção ao local onde estava, era um corredor sem saída, havia apenas uma porta na parede do fundo a qual estava fechada, era uma ala pouco usada da escola, por isso nunca tinha ido até ali.

O loiro fitou a face amorenada do ruivo, contemplou a boca delicada de aparência tenra, viajou pelos traços da face e nariz, depois se perdendo no profundo mar escarlate daqueles olhos lindos.

"Kyo... Eu..." Disse em voz baixa, corando violentamente, tentando criar coragem para falar.

"Desembucha logo ou eu vou embora!" Afirmou o Gato em tom ligeiramente irritado, recostando à parede, colocando as mãos nos bolsos da calça do uniforme e fechando os olhos tentando se controlar.

Seiki engoliu seco ao ver aquele ser displicentemente recostado. Sentiu o coração acelerar, uma coragem gigantesca tomou sua consciência, por instinto deu os primeiros passos aproximando cada vez mais, até que chegou a uma distância que não poderia ser repelido pelos ágeis movimentos do ruivo.

Kyo abriu os olhos assustados com a presença que percebeu muito próximo de si, arregalou os belos rubis ao ver o loiro tão próximo, estranhamente sentiu todos os músculos contraindo-se impossibilitando qualquer movimento. Estremeceu ao ter a face tocada pelo rapaz mais alto, abriu a boca para falar algo, porém as palavras não vieram, um frio enorme cresceu dentro do peito enquanto a mão direita do outro lhe acariciava com delicadeza.

"Kyo... Eu gosto muito de você!" Seiki disse subindo a mão para pegar alguns fios do cabelo laranja que achava tão bonito, aproveitando o calor que o outro corpo emitia.

"Sei... Seiki... Não..." A voz de Kyo falhava a respiração acelerou levemente como se estivesse sofrendo alguma pressão.

Pressionando... Era exatamente assim que o Gato sentia-se, a atitude do colega era tão forte quanto inesperada, não sabia como reagir e, por alguma razão que desconhecia, não se via capaz de repelir aquele jovem.

O loiro respirou fundo em seguida chegando ainda mais próximo daquele ruivo lindo, sentindo o perfume daquelas madeixas bonitas.

"Me deixa mostrar... O quanto eu gosto..." A voz do loiro soa rouca e sensual e o hálito quente toca a pele do Gato.

Kyo estremece com o pedido, instintivamente fecha os olhos e não consegue se mover, estranhamente o único pensamento que tinha era "Se fosse uma menina eu estava ferrado!".

Os corpos se colaram. Seiki segurou com delicadeza os dois lados da face do ruivo entre as mãos, aproximando os rostos contemplando o máximo de tempo possível àqueles traços perfeitos, então finalmente fechou os olhos azuis quando tocou os lábios que tanto desejava.

Kyo ficou estático, abriu os olhos vendo a face tão próxima... Embora estranho o contado não era de todo ruim, e mentalmente se perguntava "Por que não?". A resposta não vinha de modo algum e por isso abriu os lábios e fechou os olhos vermelhos, segurando timidamente com as duas mãos a cintura do rapaz maior.

Seiki não vacilou, segurou o ruivo com mais paixão, aprofundando o beijo.

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Yuki andava a passos acelerados, estava em uma parte do colégio que não costumava ir, aliás, a ala era quase inativa, a possibilidade daquele Gato estúpido estar ali era mínima, mas já tinha prometido a Tohru que iria procurar...

"Um corredor..." Pensou ao ver o vão bem próximo de onde estava.

Acelerou mais e em poucos instantes deparou-se com o vazio.

"Ninguém aqui também". Pensou, vendo que o local não tinha saída.

Voltou para o corredor principal olhando para os dois lados e resolveu verificar o corredor um pouco mais adiante. O Rato já estava cansado da procura, iria voltar dali mesmo, mas resolveu checar apenas aquele corredor prometendo a si mesmo que não procuraria mais por aquele bichano!

Enfim chegou...

Yuki ficou atônico! Os sons desapareceram, tudo parecia se mover em câmera lenta, sentiu o coração falhar uma batida começando a rufar lenta e dolorosamente, as pernas enfraqueceram, poderia ir ao chão...

Kyo beijava Seiki... Tão calidamente... Com tanto sentimento... Tão... Apaixonadamente! Inevitavelmente uma raiva enorme começou a nascer no coração do garoto, poderia matar aqueles dois.

"Kyo..." A voz abafada do Rato sai apenas murmurada.

O ruivo surpreendeu-se parando de pronto o que fazia, os rubis vibrantes arregalaram-se ao ver a ratazana parada e completamente pálida.

"Yuki... Não é isso que você está pensando!" Afirmou afoito afastando os corpos, quebrando todo o contado com o loiro, preocupando-se apenas com o Rato.

Seiki olhou interrogativamente para Kyo, o ruivo parecia não vê-lo mais, só tinha olhos para...

Yuki recuou um passo enquanto Kyo avançou... O Rato estava confuso, aquela cena era... Era... Nojenta!

"Ridículo..." Murmurou antes de girar sobre os calcanhares e começar a correr pelos corredores.

O bichano ficou ainda mais surpreso, sentiu uma grande pontada no peito, algo parecia se quebrar... Vacilou um instante, mas no outro moveu as pernas acelerando o movimento indo atrás do outro que já estava longe.

"Fui completamente ignorado.". Constatou o loiro em pensamento, após ter ficado só. Continuava olhando para a direção tomada pelos Souma e com o cenho franzido, achando aquilo muito estranho.

O Rato corria como se a própria vida dependesse desse fato, ia o mais rápido que seu corpo permitia, sabia que aquele bichano estava logo atrás, mas nunca o alcançaria. Finalmente viu Tohru parada onde haviam se separado. Parou de pronto assim que chegou a ela, em questão de segundos Kyo também chegou.

Tohru olhou curiosa. Os dois jovens arfavam cansados e ambos curvaram-se apoiando as mãos nas coxas respirando também pela boca, buscando o máximo de ar possível.

"O que aconteceu?" Perguntou com tom inocente e curioso.

"Apenas... Apenas mais uma disputa..." Yuki disse sem olhar para o primo, já começando a caminhar sendo acompanhado dela jovem.

Kyo nada disse, apenas começou a caminha ao lado dos dois, seguindo finalmente para casa.

Por todo o caminho o silêncio se fez, Honda ficou preocupada, não era comum ver aqueles dois se ignorando daquela maneira.

"Tenha uma boa noite, senhorita Honda!". Yuki disse educado, no momento em que eles iriam se separar.

"Até amanhã!". O Gato falou tentando esconder a apreensão que crescia a cada segundo dentro de si.

"Boa noite..." Respondeu Tohru. Deveria estar alegre, porém algo lhe dizia que uma coisa muito importante iria acontecer àquela noite, no entanto, parecia que deveria ser sem sua intervenção.

Kyo e Yuki recomeçaram a caminhada, ao poucos os primos se afastavam caminhando um em cada lado da estrada. A casa já estava próxima, no entanto, nunca pareceu tão distante. Ambos iam de cabeça baixa, não conseguiam se encarar.

O Rato... Nesse um enorme e desagradável sentimento crescia, sufocando como se impedisse o ar de entrar. Doía, machucava, preso na garganta, tomando conta completamente do corpo delgado esmagando até mesmo o coração.

Já Kyo estava apreensivo, lançava discretos olhares para a ratazana, não sabia o que fazer e se Yuki contasse o que viu para alguém? Se bem que para o bichano esse não era o maior problema, incomodava profundamente o fato do outro ter visto, se era realmente possível, sentia-se ainda mais distante do Rato.

Finalmente a 'remota' residência foi alcançada.

Caminharam de encontro à porta de entrada, que foi aberta pelo Rato. Ao mesmo tempo fizeram menção de entrar, mas pararam e Kyo deixou que o outro entrasse, o viu colocar os sapatos próximos à porta e logo depois fez o mesmo, fechando-a em seguida.

O silêncio era mórbido e constrangedor!

Kyo ficou na sala onde jogará seu material em cima do sofá enquanto Yuki entrou na cozinha colocando a mochila sobre uma cadeira, foi até a geladeira querendo pegar algo para beber e, grudado no metal através de um imã, lá encontrou um bilhete em papel branco escrito em preto.

"O 'trio amigos do peito' vai relembrar os velhos tempos! Até amanhã..." Yuki viu que estava assinado por Shigure.

"Hummm... Ainda não sei como o Hatori suporta". Murmurou o Rato, lembrando-se de como eram o irmão e o Cão quando estavam juntos, pareciam ainda piores do que o normal!

"Disse alguma coisa?" Perguntou Kyo entrando na cozinha, ouvindo sem compreender o que o outro acabará de dizer.

"Não falei com você!" Yuki respondeu seco, tudo o que menos queria era falar com o bichano naquele instante.

Kyo tencionou responder da mesma maneira mal educada, porém outros fatos lhe vieram a mente.

"Yuki... Sei que temos nossos problemas, mas...". Tinha que tomar coragem para falar! Não poderia deixar as coisas como estavam.

"O quê? O quê foi, Kyo? Vai me pedir segredo sobre aquela cena deplorável?" Estranhamente o Rato não conseguiu se conter, desferindo, ao olhar para Kyo, cada palavra carregada de raiva e frustração em tom levemente mais alto que o normal.

O Gato arregalou os olhos, jamais esperou tal reação do 'príncipe'! Yuki era sempre tão contido e cortês, mesmo quando estavam em disputas, ele nunca expressou tamanho descontrole e raiva.

"Yuki... Eu não entendo...". Não conseguia formular palavras, tão pouco conseguir formular uma tese que explicasse aquela atitude.

"Não entende? Isso não me surpreende! Sabe porque não consegue perceber?" Yuki ficava cada vez mais irritado, porém o tom da voz havia parado de subir e os olhos violetas brilhavam em pura cólera.

Novamente Kyo não conseguiu responder, apenas balançou negativamente a cabeça em resposta a indagação do outro.

"Porque você é burro! E muito cego! Não enxerga nem um palmo à frente do nariz! É tão sem noção que supõe que aquele garoto quer algo com você! Burro! Ele está te enganando! Quem iria querer algo com um monstro repugnante como você!" Finalmente parou de falar.

Silêncio.

Yuki ouviu as próprias palavras em pensamento e instantaneamente arrependeu-se! Sentiu o coração doer absurdamente com se tivesse sido oprimido por gigantesca força impedindo o batimento... Espalhando dor por todo o peito, ficou mudo completamente atônito apenas fitando o ruivo.

Kyo sentiu o chão fugir a seus pés vendo-se mergulhar em imensa e fria escuridão, apenas aquelas palavras ecoando em sua mente...

"Quem iria querer algo com um monstro repugnante como você?"

"Ele sabe..." Constatou em pensamento após ter ouvido novamente as palavras ecoando na mente

"Yuki me viu... Naquele instante em que Tohru me aceitou...". A dor no peito moreno parecia aumentar a cada segundo. Baixou a cabeça deixando os fios laranja cobrirem os olhos escarlate.

"Ele viu... Sente nojo. Nunca... Nunca... Ele nunca irá me aceitar... Não ficará ao meu lado...". Cerrou os punhos com força, se odiando por ter-se deixado invadir por aquele cálido sentimento que agora sabia... Nunca seria correspondido.

Kyo não conseguia sair do lugar, os pensamentos atormentavam, o coração parecia não bater, as pernas enfraqueceram, todo o corpo parecia apenas uma fina casca incapaz de esconder o horror que guardava dentro de si, era como se nesse instante tivesse se transformado naquela coisa medonha que, embora pareça forte, é frágil como cristal.

O Rato não sabia o que fazer, se arrependera amargamente no instante em que calara, mas agora já era tarde, não poderia apagar nem mesmo tirar o peso das palavras que proferiu, sentia que havia afastado de forma definitiva qualquer possibilidade de ter seus sonhos transformados em realidade.

"Kyo...". Sussurrou temeroso erguendo a mão direita, querendo tocar o rosto do ruivo que parecia tão distante, mas na realidade ainda estava na porta da cozinha. Inutilmente a ratazana tentava ver os olhos do amado, porém não conseguia, parecia que a cada misero respirar o outro se afastava...

"Você venceu... Yuki". Disse apenas, dando as costas para o outro indo ao segundo andar.

"Não!" A palavra saiu em pequeno murmúrio quase inaudível proferido pelo jovem de bonitas madeixas cinza.

"Eu perdi... De vez..." Yuki admitiu para si em pensamento e então abraçou o próprio corpo. Não se sentia capaz de mover sequer um músculo.

Incapaz de mudar o que disse deixou-se ficar ali perdido na angustia abraçado ao próprio corpo. Estranhamente tudo o que havia ao redor desapareceu, ouvia apenas as próprias palavras ecoando repetidamente, acompanhado apenas da visão mais tortuosa de toda existência, os tristes rubis amados desolados como o de alguém traído por um ser amado...Então seguido da cabeça baixa... Derrotada e sem vontade...

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"Quem iria querer algo com um monstro repugnante como você?"

As malditas palavras ecoaram mais uma vez na mente do ruivo, assim que entrou em seu quarto. No instante em que começara a conversa, Kyo havia resolvido finalmente revelar o que sentia por aquela ratazana, dizer que o ódio na verdade era outro sentimento que tentava a todo custo deturpar, porém nem mesmo por um misero segundo conseguiu fazê-lo! E agora...

"Realmente... Um monstro não tem o direito de amar...". Pensou triste abrindo o armário.

"Pelo menos agora sei a resposta..." Disse em tom baixo para si enquanto pegava alguns objetos...

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Segundos... Minutos... Horas? Yuki não conseguia definir o tempo. Havia ficado parado no mesmo lugar por todo o tempo, por isso ainda estava uniformizado e abraçado ao próprio corpo. Longinquamente um som veio lhe chamar a atenção... Teve dificuldade de identificá-los até o momento em que recobrou completamente a consciência e então percebeu...

Eram passos! Passos de Kyo que descia a escada! Yuki finalmente saiu do torpor olhando para a porta por onde logo viu o ruivo passar sem olhar para os lados e... Com uma mochila nas costas!

"... Um dia o Gato vai embora e o Rato não vai ter com quem brincar, restar-lhe há apenas uma opção... Será que você a quer, Yuki?"

As palavras de Shigure novamente vieram à mente do jovem.

"Ele vai embora!" A certeza assolou a mente e o coração do rapaz.

A única luz que iluminava a escuridão em que vivia estava se afastando... Diminuindo tal qual uma porta que é fechada lentamente, trazendo apenas frio e abandono... Como se tivessem vontade própria, as pernas de Yuki moveram-se indo para a porta da cozinha, parando onde o ruivo havia passado há poucos instantes.

"Kyo... Aonde vai?" A pergunta saiu afoita, quase desesperada, mas ainda em tom baixo. Estava próximo à parede e a segurava com a mão direita, como se aquilo pudesse evitar que caísse enquanto a outra se mantinha envolta na cintura esguia.

"Para qualquer lugar bem longe daqui!" Respondeu o ruivo seco, sem olhar para trás.

"Mas... E Akito?" Tinha que impedir! De alguma forma tinha que evitar que o Gato fosse!

Kyo então se virou, os rubis sempre tão brilhantes, ainda estavam ofuscados pela dor e agora expressavam cólera!

"Ele que se dane! Ele e toda família Souma! Sou o Gato, lembra? Não pertenço ao Doze Signos e não tenho que me submeter àquele patriarca idiota!".

Yuki ficou mudo, não sabia o que fazer para manter Kyo sob aquele teto. Deveria falar o que realmente sentia? Não! Seria pior, o ruivo iria embora de vez com toda certeza! Mas ainda havia mais um argumento...

"E a senhorita Honda?" Sabia, ela era o ponto fraco de ambos e quem sabe com isso o bichano desistisse de partir.

Kyo parou, a imagem da jovem de longos cabelos castanho-claro, de sorriso bobo e fácil, e olhos tão brilhantes quanto estrelas, veio-lhe à mente...

"Tohru..." Murmurou a voz rouca só para si. Tantas coisas compartilhadas, tantas feridas curadas... Tanto carinho e amor... Amenizou a expressão ficando sereno e pensativo por longos segundos.

"Ela compreenderá..." Disse apenas.

Como em câmera lenta, Yuki viu o outro girar sobre os calcanhares e caminhar para a porta que então se abriu. O sol lá fora ainda brilhava, agora alaranjado. A luz veio misturando-se e se confundindo com a silhueta do bichano... Lentamente a claridade foi sumindo... A porta foi fechada e novamente Yuki se viu só em meio à escuridão.

Solitário, abandonado por aquele que amava, a culpa pesava e o coração doía. Incapaz, insignificante, inferior... Yuki sentia tudo isso. No entanto, uma delicada figura se formou em sua mente... Tohru Honda! Ela nunca se entregava, continuava a sorrir e a caminhar não importasse a adversidade, ela sempre continuava! E lutava sempre para seguir o que acreditava.

"Tenho que lutar... Não posso desistir... Tenho que tentar... Mudar!" A certeza surgiu no âmago do rapaz, não iria ficar parado e apenas deixar a porta se fechar!

Kyo caminhava cabisbaixo, acabara de abandonar a casa que ainda podia ser vista a suas costas, na verdade ainda estava no jardim, no entanto parecia ter andado quilômetros! A cabeça pesava e as pernas pareciam não querer obedecer aos comandos de ir para longe.

"Espera!" Um grito soou desesperado e afoito. O vento soprou mais forte causando rebuliço entre as folhas das árvores, desprendendo folhas verdes que bailaram acelerada no ar...

Continua...

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Ultra-especial nada importante – Parte I

(Rsrsrsrs... Não resisti!).

Tenho que admitir: Estive com muito medo de lançar essa fic! Sem brincadeiras!

"Fascínio" foi muito bem aceita e recebi até ameaça de morte exigindo a continuação... Estou com medo de ter ficado um lixo! (T-T )

Por isso dividi em dois capítulos, se tiver ruim nem publico o segundo. ¬¬'