Capitulo 1
Jared andava de um lado para o outro em seu quarto. Já há algum tempo tinha parado com essa mania, mas agora que se encontrava extremamente nervoso, ela havia retornado. Já nem sabia quantas voltas havia dado em seu quarto enorme, o maior da casa, mas sabia que se continuasse acabaria fazendo um furo no piso de madeira.
Chad, estava sentado na ponta de sua cama apenas assistindo-o ir e vir de um lado para o outro. O homem poderia ter dito alguma coisa ou ter simplesmente zombado da mania boba de Jared. Sim, ele poderia. Qualquer outro se o fizesse estaria morto em menos de um minuto, mas Chad não. Chad podia dizer qualquer coisa à Jared sem temer uma reação violenta da parte dele. Mas mesmo assim, Chad não disse nada. Chad apenas o observava.
– Estou nervoso. – Jared declarou.
– Tente se acalmar. – Chad disse num tom confortador. – Não fica bem o "poderoso alfa" estar todo nervoso por causa de um encontro.
Jared riu. Nunca pensava em si mesmo como o "poderoso alfa" como Chad gostava de brincar. Sim, Jared era o alfa. Nascera para sê-lo. Na verdade, quando nascera bem poucos poderiam sê-lo. Em um mundo cada vez mais industrializado, cada vez mais urbanizado, os shifters estavam desaparecendo. Ninguém sabia dizer ao certo o que eram os shifters. Se eram humanos com a capacidade de se transformarem em lobos ou se eram lobos que podiam se transformar em humanos. Havia muitas lendas e poucas verdades comprovadas. A única certeza era que cada vez menos shifters nasciam e a raça estava morrendo, se extinguindo. Como se isso não fosse o bastante, ainda havia a guerra. As várias espécies de lobos haviam se odiado e lutado desde que se lembravam. Muitas espécies foram totalmente extintas, outras se uniram a outras raças formando mestiços, mas ao longo dos anos, apenas duas grandes espécies se mantiveram puras o suficiente e fortes o bastante para continuarem a guerra: os lobos madeira, os maiores e mais selvagens lobos de todos, e os lobos brancos, os mais ágeis e mais astutos.
Jared era um lobo madeira. Um dos últimos lobos nascidos. Há anos quase nenhum lobo nascia. Os genes dos lobos eram dominantes no sexo masculino e recessivos no sexo feminino. Uma filha de lobo jamais se transformaria, mas era capaz de dar a luz a um lobo caso se acasalasse com um. Bem, mas isso era antes. Bem antes. Já fazia alguns anos que até mesmo os bebês do sexo masculino nasciam com o gene recessivo. Se a situação continuasse, logo não haveria mais lobos no mundo. Não haveria mais shifters.
Ninguém sabia ao certo o motivo dessa catástrofe. Havia muita especulação, no entanto. Um respeitado ancião lobo, do qual ninguém conhecia a espécie ou a idade, dizia que a culpa era da urbanização. Cada vez mais prédios e menos florestas. Isso poderia estar matando o lobo de todos, embora ninguém entendesse bem o que isso queria dizer. O ancião era velho, muito velho. Ninguém conhecia sua idade, mas Jared sabia que ele já era um ancião na época em que seu pai era jovem. Alguém vivido como ele, era respeitado em todas as matilhas de todas as espécies.
As matilhas de lobo estavam cada vez menores. Vivendo junto aos humanos, se misturando a eles, os lobos estavam se tornando menos selvagens. Ainda que preferissem áreas pouco urbanizadas e com florestas para que pudessem se transformar e correr livremente á noite, era cada vez mais difícil ser um lobo nesse mundo humano e urbano. A matilha de Jared, a Matilha de Santa Bárbara, era uma das poucas com mais de vinte lobos. As outras eram bem menores. Jared já ouvira falar de matilhas com apenas seis lobos.
Toda matilha tinha que ter um alfa, o lobo líder com a capacidade e a vontade para liderar os demais lobos. Antigamente toda matilha tinha um alfa, ao menos um beta, aquele que detinha o poder logo após o alfa e era seu irmão nas decisões e nos combates, e um ômega, aquele com o poder de unir a matilha e guiá-la espiritualmente. Com a constante diminuição dos lobos, era raro encontrar uma matilha com sequer um alfa e um beta decentes. Cada vez menos lobos nasciam e ômegas eram tão raros que já eram considerados quase extintos.
Jared se tornara alfa após a morte de seu pai, o antigo alfa da matilha, pelas garras de um lobo branco. A guerra entre as duas raças de lobos continuava a fazer vítimas, mesmo após o ancião ter dito a todas as matilhas de todo o mundo que os shifters estavam correndo risco de extinção e que por isso eles deveriam parar de lutar entre si e se juntarem para buscar uma solução.
Levou mais de cinco anos até que lobos brancos e lobos madeira consentissem em sentar e conversar. Mais dois anos até que se chegasse a um acordo. Jared, o alfa da maior matilha de lobos madeira existente, aceitaria um lobo branco como seu ômega. Essa união deveria unir as duas espécies e encerrar o conflito que durava séculos e séculos, talvez milênios.
Por essa razão Jared estava ali andando de um lado para o outro. Jensen, o ômega dos lobos brancos, chegaria em breve e Jared não sabia o que fazer. Após muita insistência do ancião e de muitos alfas de outras matilhas de lobos madeira, Jared concordara em aceitar o lobo branco, mas a idéia não o agradava. Seu pai havia sido morto por um lobo branco e Jensen era o filho do alfa da matilha que guerreava contra a matilha de Santa Bárbara há anos. Ao entender de Jared, a morte de seu pai era culpa do pai de Jensen. Mesmo que não fossem as presas do alfa da Matilha do sul que cortaram a jugular de seu pai, fora um de seus lobos e por suas ordens.
– Sabe que não pode descontar sua raiva no ômega, não sabe? – Chad o lembrou.
Jared sorriu de lado. Chad Murray sempre sabia no que ele estava pensando. Não era a toa que ele era seu beta. Bom, um deles. Jim Beaver havia sido o beta de seu pai e seu melhor amigo. Quando seu pai morreu, Jared manteve Jim em sua posição, mas escolheu seu irmão de criação como segundo beta.
– Eu não vou machucar o ômega. Não se preocupe. – Jared assegurou.
Ômegas, ao contrário dos outros lobos que nasciam para se tornarem grandes e fortes para o combate, eram sempre pequenos e frágeis. O trabalho do ômega consistia basicamente em trabalhar o lado espiritual da matilha e muitas vezes a cura quando esse era um de seus dons. Ômegas eram fracos e sensíveis, por isso deviam ser guardados e protegidos. Maltratar um ômega era mais que um crime entre os lobos, era uma abominação que merecia a morte. Mesmo em situação de guerra, quando às vezes até mesmo mulheres e crianças não eram poupadas, os ômegas nunca eram tocados.
Sendo assim, não seria Jared a cometer tal abominação. Não. Jensen não seria maltratado. Jared lhe daria um bom quarto ao lado do seu, iria alimentá-lo, vesti-lo e protegê-lo, como qualquer outro alfa faria, e uma vez por mês ele se deitaria com o ômega, conforme a tradição. O que Jared não faria mesmo era se afeiçoar ao lobo branco. Eram inimigos naturais e por mais que o bom senso lhe dissesse que Jensen só poderia realizar seu trabalho de ômega se tivesse uma relação cordial com o alfa e os betas da matilha, Jared não estava disposto a confraternizar com o filho do lobo que matara seu pai. Não mesmo.
– Alfa, o ômega chegou. – Tom Welling, um de seus lobos executores anunciou ainda do lado de fora do quarto, sem ao menos se aproximar muito da porta. Lobos madeira tinham a melhor audição entre os lobos e Jared o ouvira perfeitamente.
–Vamos? – Chad se levantou. Jared suspirou profundamente.
– Vamos.
Jared deixou que Tom e Chad descessem as escadas antes dele. Quando chegou ao grande saguão de entrada, toda a matilha estava ali. Seus vinte e cinco lobos e suas companheiras, filhos e filhas. No meio deles se encontrava um sujeito franzino com a barba mal feita e um olhar assustado como se estivesse no meio de uma tribo canibal pronta para comê-lo. Jared riu. O homem era um lobo branco, então era normal que ele se sentisse intimidado estando no meio de lobos madeira. Jared só lamentou que o homem não fosse bonito. Mas como só se deitaria com ele uma vez por mês, não sofreria tanto.
– Eu sou Jared. – Disse ao se aproximar do homem que recuou um passo. – Seja bem vindo à Matilha de Santa Bárbara.
– An... – O homem gaguejou e apontou o dedo para a porta de entrada ainda aberta. Jared olhou por cima do ombro do homem e viu o que ele apontava. Havia um sujeito retirando a bagagem do porta-malas de um carro parado junto à entrada. Jared imaginou que aquele fosse um lobo branco mandado para ajudar Jensen com suas coisas.
– Tom, ajude o homem com a bagagem, sim? – Jared disse voltando a olhar para Jensen que parecia cada vez mais constrangido. – Não fique nervoso. Ninguém aqui irá machucá-lo.
– Sabe, eu realment... – O homem pareceu engasgar com as palavras quando se ouviu um rosnar vindo de fora.
Jared olhou para a entrada e viu o lobo branco rosnando para seu executor que rosnou de volta. O alfa revirou os olhos. Lobos brancos e lobos madeira não conseguiam ficar a menos de cinco metros um do outro sem brigar. A antipatia de uma espécie pela outra era enorme. Normalmente Jared não se importaria se Tom despedaçasse o sujeito, mas ele estava ali acompanhando um ômega e havia um acordo de trégua sobre eles.
– Um instante. – Jared pediu a Jensen. – Eu resolvo isso.
– Mas... – Jensen ainda tentou falar algo, mas Jared o ignorou indo até junto dos lobos furiosos.
– Qual o problema, Tom?
– Eu vim pegar as malas do ômega, mas esse aí rosnou para mim e me mandou manter a porra das minhas garras longe de suas coisas.
– Eu não preciso de ajuda para carregar umas três malinhas. – O lobo branco rosnou. – Só me mostre o caminho.
Jared estreitou os olhos. O lobo a sua frente não tinha exatamente o físico dos lobos brancos. Lobos brancos geralmente eram homens menores e mais franzinos. O lobo a sua frente devia ter no mínimo 1, 85 e ele tinha um corpo bem definido, forte. Se não estivesse sentindo o cheiro de lobo branco no cara, Jared poderia tê-lo confundido com um lobo madeira. Além disso, o lobo era bonito. A pele era muito clara, como a de todos de sua raça, os olhos verdes como esmeraldas eram emoldurados por cílios longos que lhe davam uma aparência quase feminina. Seus lábios eram vermelhos e carnudos e, mesmo estando o homem de cara fechada, eles pareciam pedir por um beijo.
O alfa balançou a cabeça. Era um desperdício que o homem fosse um lobo branco. Realmente um desperdício. Jared, como o alfa da matilha, tinha a obrigação de encontrar uma mulher para gerar filhotes, mas sua real preferência eram os homens. Contanto que ele fosse capaz de acasalar com uma fêmea e dar-lhe filhos, ele poderia se divertir com quem quisesse e ali a sua frente estava um lobo com quem ele adoraria se divertir um pouquinho. Pena que o cara era um lobo branco.
– Segundo andar. – Jared disse. – Segunda quarto à esquerda. Tom vai com você.
– Não preciso de babá. – O lobo olhou feio para Jared.
– Nenhum lobo branco vai ficar passeando sozinho pela minha casa. – Jared cruzou os braços sustentando o olhar do homem. O lobo branco lhe deu um sorrisinho desdenhoso e passou por ele carregando as malas. Tom, de mau humor, o seguiu.
Jared balançou a cabeça. Estava feliz que o sujeito viera só ajudar Jensen com suas coisas, por que por mais que ele fosse lindo, Jared acabaria rasgando a garganta do cara se tivesse que conviver com ele.
Quando voltou para o saguão de entrada, Jensen observava nervosamente o lobo branco subir as escadas carregando a bagagem e sendo seguido por Tom.
– Eu deveria... – Jensen começou a dizer apontando para a escada onde o lobo branco sumira.
– Não se preocupe com isso. – Jared disse sinalizando para o ômega segui-lo.
Jared foi até o outro lado do salão onde havia uma grande porta que dava para um jardim ricamente decorado para a festa de boas vindas do alfa. Havia mesas e cadeiras espalhadas pelo jardim e uma enorme mesa central com comidas e bebidas. A cerimônia de reivindicação do ômega seria mais tarde e era restrito apenas aos membros do circulo interno, ou seja, o alfa e seus betas. Mas a festa de boas vindas era para toda a matilha.
Jensen entrou timidamente no jardim e ficou um passo atrás de Jared, como se estivesse deslocado ali. Jared gostou desse comportamento. Jensen seria fácil de lidar. Já podia ver o homem passando a maior parte de seu tempo trancado em seu quarto e saindo apenas quando fosse solicitado. Jared não teria problemas com ele. Na verdade, nem precisaria conviver muito com ele. Isso era bom.
– Seu lugar. – Jared puxou a cadeira ao lado da sua na mesa de honra onde eles se sentariam entre os betas. O homem recuou gesticulando nervosamente.
– Não... Não... Esse não é meu lugar...
– Sente-se aqui, agora. – Jared rosnou baixo.
Se teria que ter Jensen ao seu lado, era melhor o homem ir se acostumando a obedecê-lo. Por isso Jared não teve o menor escrúpulo em usar a voz de comando com o ômega. Um alfa tinha domínio total sobre os lobos de sua matilha. Com sua voz de comando ele obrigava qualquer lobo de sua matilha a obedecê-lo irrestritamente. Jensen era um lobo branco e enquanto a cerimônia de aceitação não fosse realizada, ele não se submeteria a sua voz de comando, talvez até depois disto visto que eram de espécies diferentes. Mas bastou o tom de voz de Jared e seu olhar furioso para fazer Jensen correr e se sentar onde fora mandado.
– Sentem-se todos! – Jared disse a sua matilha. – Hoje é um dia de festa. Hoje celebramos a paz com os lobos brancos e recebemos de presente um ômega. Alegrem-se!
Todos se sentaram, uma banda começou a tocar e comidas e bebidas começaram a ser servidas. Jared se recostou na cadeira ao lado de Jensen se perguntando por que o homem não tocara na comida nem na bebida.
– Por que não está comendo nem bebendo? Acha que vamos te envenenar?
– Não, senhor... Eu só... – O homem se encolheu com medo.
– Coma e beba. – Jared rosnou.
Imediatamente Jensen enfiou uma coxa de frango na boca e tomou junto uma taça de vinho. Jared o olhou estupefato. Aquilo estava começando a irritá-lo. Queria que Jensen fosse submisso, mas tê-lo o tempo todo apavorado era um aborrecimento. Passeou seu olhar pelo jardim e surpreendeu-se ao ver o lobo branco mandado para ajudar Jensen parado na entrada olhando ao redor como se estivesse confuso. A festa era para a matilha de Santa Bárbara, mas Jared não se importaria se o carregador de Jensen quisesse participar. Afinal, era falta de educação mandar o homem para casa com fome sendo que havia tanta comida por ali. Quando seus olhares se encontraram, Jared gesticulou convidando o homem a se juntar a festa. O homem olhou para Jensen ao seu lado e jogou a cabeça para trás numa gargalhada divertida antes de curvar a cabeça para Jared em sinal de agradecimento pelo convite. Jensen ficou extremamente pálido com esse gesto e Jared estranhou esse comportamento.
O lobo branco foi até a mesa de Buffet e serviu-se. Depois ele foi se sentar sozinho junto à fonte onde algumas crianças atiravam moedinhas. Jared estava observando o lobo branco comer com uma cara de pura satisfação no rosto quando viu Tom se aproximar.
– Alfa... – Tom sussurrou nervosamente.
– Agora não, Tom. – Jared estava intrigado com o lobo branco. Tinha algo nele que o incomodava. – Você poderia, por favor, ficar de olho naquele lobo branco?
– É justamente sobre ele que quero falar, alfa. – Tom disse abaixando ainda mais o tom de voz.
– Agora não, Tom. Apenas fique de olho nele até o fim da festa. Antes da cerimônia de aceitação, vou mandá-lo embora.
– Embora...? – Jensen gemeu ao seu lado.
– Você quer que ele fique? – Jared perguntou surpreso. – Se quiser que ele passe a noite aqui, tudo bem, mas ele terá que ir embora amanhã bem cedo.
– Mas meu senhor, ele não pode ir embora. – Jensen gemeu. – Ele é o ômega.
– O quê?! – Jared, Jim e Chad perguntaram ao mesmo tempo.
– Era isso que eu queria dizer. – Tom desabafou.
– Mas eu pensei que você era o ômega? – Jared olhou para o homem, depois para Tom.
– Foi o que o beta Jim, falou. – Tom encolheu os ombros. – Só descobri que o outro era o ômega há alguns minutos.
– Ei, eu pensei que fosse esse aqui. – Jim disse constrangido. – O outro chegou dirigindo o carro e esse aí no banco de trás...
– Eu fui enviado para dirigir o carro, mas quando nos afastamos do território da Matilha do sul, o ômega Jensen disse que queria dirigir e me mandou ir para o banco de trás. Quando chegamos, eu saí para poder pegar as malas do ômega, mas ele disse que podia fazer isso sozinho, então eu entrei para avisar que ele havia chegado, mas tinha tantos lobos madeira que eu não consegui abrir a boca. – O homem se encolhia a cada palavra e parecia que iria sumir se continuasse falando.
Jared balançou a cabeça e olhou para o verdadeiro Jensen que comia tranquilamente enquanto assistia as crianças brincando em torno da fonte. Se sentindo um tolo e irritado além da conta, Jared se levantou e foi até o lobo.
– Achou engraçado me fazer de palhaço, ômega? – Jared rosnou. Jensen levantou a vista para Jared e sorriu com deboche.
– Você fez isso sozinho, alfa. – Jensen tomou um gole de vinho.
– Para a mesa. – Jared rosnou baixo se segurando para não se transformar e dar uma mordida em Jensen. – Agora.
– Não. – Jensen disse suavemente. – Gosto mais de ficar aqui.
– Não me desafie. – Jared ameaçou.
– Ou o quê? – Jensen sustentou seu olhar. – Vai me bater, alfa?
Jared rosnou alto chamando a atenção de toda a matilha. A banda parou de tocar, as crianças pararam de correr de um lado para o outro e homens e mulheres ficaram parados observando o alfa irritado rosnando para o lobo branco. Jared se deu conta de que estava chamando muita atenção e tentou se controlar.
– Para a mesa. – Rosnou baixo.
– Não. – Jensen disse novamente.
– Ômega Jensen... – O lobo branco franzino havia se aproximado. – Seu pai disse para se comportar.
– E eu estou me comportando. – Jensen retrucou. – É esse troglodita que está rosnando para mim.
– Eu estou rosnando por que você está me desafiando. – Jared disse irritado.
– Eu não estou desafiando ninguém. Só estou lhe mostrando minhas preferências. – Jensen disse dando de ombros. – Gosto de me sentar junto da fonte. É mais fresco.
– Seu lugar é ali. – Jared apontou a mesa.
– Por quê?
– Por que eu estou mandando.
– E quem disse que você pode mandar em mim?
– Eu sou o alfa! – Jared rosnou alto.
– E eu sou o ômega! – Jensen rosnou de volta.
– Senhores, por favor. – Jim se aproximou. – Não façam uma cena. A matilha já está assustada o bastante por ter um lobo branco no circulo interno. Não comecem brigando.
– É culpa desse lobo branco que ousa me desafiar... – Jared se justificou.
– É culpa desse pirralho que pensa que pode mandar em mim. – Jensen rebateu.
– Pirralho?! – Jared rosnou novamente para Jensen.
– Pirralho sim. – Jensen disse com desdém. – Não leu meu arquivo, não? Eu li o seu. E quer saber? Sou quatro anos mais velho que você, pirralho. Então não ouse me dar ordens!
Antes que Jared se desse conta do que estava fazendo ele já havia se transformado e estava rosnando contra Jensen que se transformara também. Por mais que estivesse prestes a rasgar a garganta do outro, Jared não pôde deixar de se admirar ao ver o enorme lobo de pelos brancos e olhos verdes brilhantes. Aquele era o maior lobo branco que Jared já vira na vida. Mas isso não impediria Jared de colocar o lobo em seu lugar. Não mesmo.
– Jared Tristan Padalecki. – Jim rosnou baixo. Jared, então, parou de rosnar contra Jensen. Jim era o único que podia chamá-lo pelo nome todo, mas quando fazia isso era por que Jared estava fazendo besteira. – Agora se transforme antes que você seja abominado por matar um ômega.
