Título: Vitral
Autora: Dana Norram (mais detalhes, vide profile)
Shipper: Rude/Reno
Classificação: Nc-17
Gênero: Romance/Drama/Yaoi
Parte: 01 de 06
AVISO: Este fic contém YAOI/LEMON, e é IMPRÓPRIO para menores de 18 anos. Você ainda é um pirralho? Não gosta de dois homens se agarrando? Então clique em "VOLTAR" na sua barra de navegação e procure algo que lhe agrade. Se continuar é por sua conta e risco, eu sou Pilatos e lavo minhas mãos.
N.A: Quem já leu qualquer outra história minha, deve saber que eu normalmente não "pego pesado" nas cenas nc-17, mas o caso aqui é bem diferente e se você não gosta de cenas de sexo um pouco mais "cruas", não recomendo a leitura deste texto. Não venha me torrar o saco depois!
"Em mil pedaços
Quebrado.
A pele que toca,
Se corta.
O sangue que escorre
Vermelho.
O vulto espelhado
Sem face.
Os olhos que reflete
Vazios.
A vida do outro lado
Tão torta.
As palavras que sussurra
Mudas.
O coração que bate
Não ressoa.
O amor jurado
Sem reflexo". ¹
— Vitral
Por Dana Norram
(P.O.V.² RUDE)
Não precisei escutar o nome para saber que falavam de Reno.
Sempre estavam falando de Reno. Ao menos, falavam há meses. Acho que falavam mais de Reno do que de suas esposas, amantes e namoradas.
Acontecia que Reno era diferente. Era diversão. Nada sério. Afinal, Reno não estava interessado em passar o resto dos dias com nenhum deles.
E eu inspiro fundo quando um dos soldados começa a descrever o que fizera com Reno alguns dias atrás. A riqueza de detalhes é tanta que eu quase posso visualizar cada gesto do ruivo.
Praticamente todos ali já tinham tido alguma coisa — ou algumas — com Reno. Desde uma punheta até os 'finalmente'.
Até eu tivera. Duas vezes, por falta de uma. Confesso que de primeira estava um pouco bêbado, mas não obriguei Reno a nada... muito pelo contrário. Ele parecia gostar daquilo, gostar de ser fodido durante horas e horas. Minha memória não é lá muito fiel, mas acho que nunca ouvi alguém gemer tanto antes.
Não me orgulho do que fiz e, para ser sincero, sequer consegui olhar nos olhos dele durante os dias que se seguiram.
Mas não resisti quando houve uma segunda "investida" da parte dele. Parecia até que Reno tinha decorado os meus horários, já que apareceu no escritório na única noite da semana em que eu tinha plantão.
O resto é previsível.
Ele deixou que eu fizesse de tudo, bem, quase tudo. Na verdade nem cheguei a tentar, mas não me pareceu exatamente que Reno quisesse...
"Ser beijado..."
Prendo a respiração. Parecia que alguém acabara de ler a minha mente, literalmente tirando as palavras da minha boca. Apurei os ouvidos, mas (para meu profundo alívio), parecia que a conversa continuava normalmente a despeito dos meus pensamentos.
"Comigo também..." disse uma outra voz em tom de chateação. "Reno deixa a gente fazer de tudo, mas é só chegar perto da boca que ele pira".
"Deve ser coisa de vadia mesmo". Escuto um outro dizer e, — apesar de concordar, sinto uma enorme vontade de arrancar os olhos do dono da voz. "Várias das putas com quem já saí também se recusam a dar 'beijo na boca'... dizem que dá azar, que beijo assim é amor... blá blá blá..."
"Acho que não passa de frescura". Interpôs uma terceira voz, jocosa. "Reno adora dar o rabo, mas se a gente tentar ser um pouquinho mais 'romântico'... ele salta fora!"
Um coro de risadas ecoa pelo vestiário e decido que não quero mais ouvir uma só palavra. Sorrateiramente deixo o box, semi-vestido, colocando meus óculos escuros.
Os risos cessam tão logo eles me vêem. Todos sabem que Reno é um de nós.
"Algum problema?" Pergunto aos soldados tranqüilamente, mirando seus olhos arregalados.
Todos murmuraram coisas do tipo "Não. Nada, senhor..." mas não estou a fim de ouvir desculpas. Visto minha jaqueta e saio do vestiário em direção ao dormitório de Reno.
x-x-x
Por todo o caminho fiquei me perguntando porque estava zangado. Como se eu precisasse de uma resposta. Era tão óbvio.
Eu tinha caído por Reno.
Antes mesmo de ter qualquer coisa com ele, na verdade. E provavelmente foi por isso que fiquei tão chateado quando nossa primeira vez simplesmente "aconteceu".
Não foi nada do que se espera da primeira transa com alguém de quem você gosta... foi tudo tão rápido e quando percebi já estávamos um de costas para o outro. Reno caíra no sono e eu ficara a noite inteira em claro com uma dor de cabeça espetacular.
Reno podia não passar de 'uma vadia' como todos os soldados da companhia gostavam de dizer, mas ele era especial.
Especial para mim.
Sempre sorrindo, de bom humor, fazendo piadas — até mesmo com Tseng, que não era exatamente conhecido por seu senso de humor. A verdade era que todos gostavam dele, embora poucos admitissem.
Eu gostava de Reno.
Gostava da maneira como ele andava, como se estivesse constantemente de pileque. Gostava dos olhos vidrados, verdes e apaixonantes, do cabelo tingido de vermelho, todo revolto e, principalmente, de suas mãos.
Poucos reparavam, mas Reno tinha mãos lindas. Esguias e firmes. Delicadas, embora ao mesmo tempo fortes e ágeis. O modo como ele tamborilava os dedos sobre a mesa quando estava entediado, como estalava as juntas quando estava ansioso, principalmente antes de alguma luta. Ah... ele era um tremendo perigo com aquelas mãos.
A despeito de suas 'habilidades sexuais' Reno era um Turk e um soberbo lutador — o que por um lado também me chateava, afinal eu sequer podia cogitar a idéia de que ele fosse obrigado a trepar com metade da companhia.
Era claro que fazia tudo aquilo porque gostava. Porque o satisfazia. Lhe dava status...
Quantas vezes eu não o pegara contando vantagem de suas "aventuras" na sala de reuniões, antes que o Presidente ou Tseng chegassem?
E não tinha o menor pudor. Nunca... jamais ele corava — a não ser que quisesse, de propósito, claro. Sempre com alguma palavra de atrevimento na ponta daquela língua quente e afiada.
É. Eu sabia que estava caído. Totalmente caído. Talvez passasse, talvez não. E de qualquer forma... só havia um jeito de saber.
Tão logo bati na porta ouvi uma voz abafada me dando permissão para entrar. As luzes apagadas, apenas a televisão emprestando uma leve claridade ao ambiente. Algumas latas de cerveja sobre a mesa de cabeceira e Reno semi deitado na cama.
Sem camisa.
Fechei os olhos por um segundo e inspirei fundo. Não queria forçar a barra, mas mesmo assim tirei minha jaqueta.
"Yo, Rude". Ele disse, encolhendo as pernas para que pudesse sentar perto dele. "Bebe?"
Fiz que 'não' com a cabeça. Normalmente eu aceitaria, mas não quero beber.
Não agora.
Ele dá de ombros e tira a franja da frente dos olhos verdes, bebendo mais um gole da latinha. Um segundo depois, sacudiu-a, verificando que já tinha secado-a por inteiro. Resmungou algo e a jogou longe, contra uma das paredes. Apoiando-se nas mãos, Reno ficou de gatinhas sobre a cama, procurando algo que logo se mostrou ser o controle remoto.
Com um acionar de botões, ele desligou a TV, que transmitia um programa esportivo e ainda na mesma posição acendeu a luminária.
Virou-se na minha direção e sorriu. Aquele sorriso enorme e quente. Instigador. Reno poderia desarmar qualquer um com aquele sorriso.
"Então, que me conta de novo?"
Murmurei um 'nada' em voz baixa. Vi-o sorrir outra vez. Ele se endireitou e me encarou. As sobrancelhas arqueadas, parecendo desconfiado. Mordeu o lábio inferior, como se medisse as palavras antes que passassem por ele...
"Até onde eu sei, Rude, você não costuma visitar seus colegas de trabalho em lindas noites de domingo para dizer que não está havendo nada..." e se aproximando ainda mais, Reno colocou uma das mãos sobre a minha perna e apertou os dedos em torno dela.
Eu não me mexi, mas ele continuou.
"Então, se... não tem mesmo nada pra dizer, suponho que veio aqui com outras intenções".
Ele sorriu ao dizer aquilo. Ou melhor, sorriu mais e mais, torcendo os lábios num trejeito de desdém que lhe era tão característico. Resisti bravamente ao desejo de lhe dar um tapa e comê-lo de uma vez. Era provavelmente o que ele queria.
Fiquei em silêncio, só o encarando. Ainda estava escuro, mas devido à proximidade de seu rosto pude ver as marcas que ele tinha nas laterais dos olhos. Eram duas linhas grossas e avermelhadas, como se fossem tatuagens ou algum tipo de queimadura. Até onde sei, ninguém nunca perguntara a Reno sobre elas — ainda que muitos dissessem que tinham sido ganhas por retaliação.
Reno subiu a mão que tinha sobre minha coxa para o peito e puxou minha camisa do cós da calça, começando a abrir os botões. Tentei protestar, segurando suas mãos.
"Pare". Murmurei.
Ele fez beicinho e balançou a cabeça. Respirei fundo novamente.
"Você vem até aqui, senta na minha cama, diz que não está acontecendo nada e não quer que eu trepe com você? Ah, qualé Rude..."
Suspirei. Como alguém podia simplesmente dizer-lhe 'não'?
O meu silêncio deve ter lhe servido como incentivo, porque Reno voltou a desabotoar a camisa e tirou minha gravata, jogando-a no chão. Passou os dedos finos sobre meu peito, sorrindo ao ver que aquilo me provocava arrepios. Sem qualquer aviso, então, ele sentou-se no meu colo e me encarou, um novo sorriso despontando em seu rosto.
"Faz tempo que não vejo seus olhos..." ele disse, lânguido. "Será que eles continuam da mesma cor?"
Senti que meus óculos eram removidos e devolvi o olhar. Ele pareceu satisfeito e enfiou as mãos por dentro da minha camisa, abrindo espaço para que pudesse beijar o meu pescoço. Suspirei ao sentir a língua quente sobre a minha pele, os dedos apertando cada centímetro do meu peito. Eu já estava excitado e claro, ele percebeu, porque começou a se mexer de maneira mais provocante sobre meu colo. Segurei-o pela cintura.
"A porta está aberta". Eu disse e ele soltou um muxoxo do tipo "quem se importa?" mas mesmo assim levantou-se para fechá-la.
Aproveitando que estava de pé, Reno livrou-se do restante das roupas sem o menor constrangimento, puxando fora suas calças e a roupa de baixo. Achei por bem fazer o mesmo.
Ele não prestou atenção em mim, ocupado demais procurando alguma coisa no armário. Quando ele veio próximo da luz vi que se tratava de preservativos e um pequeno tubo, que supus ser lubrificante.
É... ele pensava em ir até o fim comigo. Bem, eu não iria reclamar, ia?
Reno subiu na cama e sem o menor pudor segurou meu membro com uma das mãos. Reprimi um gemido e escutei-o rir-se bem baixinho. Ele então começou a descer e subir com os dedos, me acariciando. Mordi meu lábio inferior, mas não fechei os olhos. Vi-o abaixar a cabeça e prendi a respiração quando senti sua língua sobre minha pele. Escutei os ruídos úmidos e não resisti, soltei um gemido baixo, rouco, que só fez com que ele aumentasse o ritmo, parecendo se divertir.
Passamos vários minutos somente naquilo — não que eu estivesse reclamando. Reno colocava quase inteiro dentro da boca, depois lambia a extremidade com máxima precisão. Era claro que ele sabia perfeitamente bem o que estava fazendo.
Segundos depois Reno também gemeu e baixando os olhos, vi que ele estava se masturbando com a outra mão, enquanto me chupava.
"Nossa Rude... parece que você andou crescendo nas últimas semanas..." escutei-o zombar.
Segurei seus cabelos entre meus dedos e ele deslizou da língua até a base, me fazendo trincar os dentes.
"E você..." balbuciei. "Parece que aprendeu um truque ou dois..."
Ele parou com o que fazia e ergueu o rosto. Sorria como sempre, mas era um sorriso mais ácido. Percebi que por algum motivo eu não deveria ter dito aquilo, mas dei de ombros.
Reno pareceu se recuperar muito rápido, usou uma das mãos para pegar um preservativo no criado mudo e com uma habilidade que eu já presenciara, colocou-o em mim. Em seguida, pegou o lubrificante e deslizou os dedos úmidos por toda minha extensão. Várias e várias vezes. Vi-o também passá-lo em si mesmo — o lábio superior mordiscando o inferior enquanto ele cerrava os olhos e sentava sobre o meu colo.
Segurei-o pela cintura enquanto ele se acomodava, vi-o apertar os olhos com mais força, reprimindo um gemido pela dor que certamente estava sentido. Tentei abraçá-lo, mas Reno subiu as mãos sobre meu peito, nos separando. Se foi de propósito ou não, eu nunca soube.
Ele abriu os olhos e me encarou. Os lábios estavam fechados — vi a marca de seus dentes neles. Levei uma das mãos até seu rosto.
"Dói?"
Reno balançou a cabeça negativamente. Claro, estava mentindo. Ele então começou a se movimentar. Tentei esquecer do prazer que eu mesmo sentia e continuei o encarando, me perguntando se deveria fazer o tinha em mente, se realmente queria fazê-lo...
"Em que planeta você está, Rude?" Escutei a voz arquejante me perguntar, o tom era zombeteiro, mas senti um leve ar de preocupação nele.
Encarei-o, e ele me devolveu o olhar. Estava um pouco escuro, mas eu podia ver as gotículas de suor descendo por sua face ligeiramente contraída. Ele entreabriu os lábios e gemeu alto, me incentivando de alguma forma...
Subi uma de minhas mãos, uma daquelas que se encontrava em sua cintura, em direção de seu rosto. Deslizei meus dedos sobre seus lábios úmidos e o vi sorrir. Ele fechou os olhos, o ritmo aumentando. O calor crescendo.
Acariciei os fios úmidos de sua nuca, segurando com firmeza em volta de seu pescoço. Então, numa fração de segundos enquanto ele abria os olhos de repente, eu o beijei.
Não pedi permissão — sequer dei chance para que ele dissesse "não". Senti-o enrijecer o corpo, pressionei meus lábios contra os dele com força e esperei por uma rejeição que nunca veio...
É.
Para minha grande — para minha enorme surpresa, Reno retribuiu o beijo. Subiu as mãos sobre meu peito novamente, enlaçando-as no meu pescoço, abrindo a boca e deixando que sua língua se juntasse a minha. Ele parou de se movimentar enquanto me beijava, mas eu não importei.
Ficamos em silêncio durante segundos, enquanto recuperávamos o fôlego, nossas testas encostadas, uma contra outra. Reno foi o primeiro a fazer um movimento.
Ele sorriu. Sorriu pura e simplesmente e eu, num movimento rápido, inverti as posições e deitei por cima dele, o abraçando.
Encarava-o quando comecei a me mexer outra vez, me enfiando entre as pernas esguias, que se enlaçavam em minhas costas. Vi-o cerrar os olhos com força por um segundo, para depois abri-los novamente.
Úmidos. Vítreos.
Sua boca, também entreaberta, soltava gemidos curtos, constantes e somente a vontade de beijá-lo outra vez fez com que eu os parasse.
Mais uma vez ele retribuiu o gesto. Deixou que eu o beijasse. Deixou que eu o abraçasse e o amasse como se fossemos dois apaixonados em nossa primeira noite.
Mas nós não estávamos apaixonados. E aquela não era nossa primeira noite.
Tampouco seria a última.
x-x-x
A respiração de Reno foi se acalmando aos poucos. Eu o tinha em meus braços, relaxado e quase adormecido. Ao menos assim eu pensava, já que a despeito do peito que subia e descia ele não fizera nenhum único movimento.
Acariciei os cabelos ruivos, lisos e bagunçados. Senti a umidade provocada pelo suor e sorri calmamente.
Estava satisfeito, tão satisfeito como estaria um noivo após sua tão esperada lua de mel. Senti Reno se mexer um pouco, apertando ainda mais os abraços em torno de mim. Olhei para baixo e vi que ele mantinha os olhos abertos.
Parecia pensativo.
Uni minhas sobrancelhas, confuso, mas não por muito tempo. Logo escutei a voz ligeiramente rouca se dirigindo a mim, então, engoli em seco.
"Por que me beijou?"
Reno voltou a ficar quieto, mantendo os braços ao meu redor. Então eu suspirei, sem saber o que falar.
"Me pareceu o mais certo a fazer..." acabei respondendo, após alguns minutos de silêncio. Reno continuava parado, o cenho franzido. Ele então comentou, num tom baixo:
"Eu não tenho esse costume, sabe..."
Senti um arrepio forte me subir pela espinha.
"Eu sei. Os rapazes sempre comentam de você no vestiário..."
Vi Reno erguer-se bruscamente, me mirando nos olhos e cruzando os braços sobre o peito nu. Não gostei nadinha da expressão dele.
"Ah... isso explica tudo! Não passou de uma aposta, certo? Foi tudo para provar que você podia mais, né? Então vai Rude... vá se exibir pros outros pobres coitados que tudo que conseguem é uma chupada da vadia aqui! Diz que você conseguiu o que todos eles queriam, vai!"
Ele fez menção de se levantar, mas eu fui mais rápido. Segurei-o pelo braço com mais força do que a educação recomendaria.
Reno arregalou os olhos verdes e deixou a boca pender de leve.
"Eu não tenho a mínima intenção de contar o que acontece entre eu e você a qualquer pessoa, Reno. Principalmente porque..." inspirei fundo e senti-o tremendo debaixo de meus dedos. "Porque eu não quero mais que falem de você. Eu... eu não quero que você fique dormindo com metade dessa maldita companhia... nunca. Nunca mais, me ouviu, Reno?"
Reno sequer atreveu-se a se mexer. Ficou me encarando, os olhos ainda arregalados, a boca pendida, descrente.
"Rude... você não..."
"Quero que se mude para o meu alojamento, Reno. Quero tomar conta de você".
Os olhos verdes arregalaram-se ainda mais, se é que isso era possível.
"Você não quer dizer que...?"
Fiz um gesto afirmativo com a cabeça. Firme e decidido. Passei uma de minhas mãos pelo rosto macio e aproximei meus lábios, mas antes que chegasse perto o bastante, Reno virou-se, sentando na cama, de costas para mim.
Fez-se alguns desagradáveis segundos de silêncio. Fiquei esperando por uma resposta, por uma explicação...
Em vão.
Quando já estava desistindo de esperar calado vi os ombros de Reno tremerem de leve, seguido de um gemido rouco.
Reno estava chorando, lenta e silenciosamente, claro. Mas estava.
Por um minuto me perguntei o que tinha feito ou dito de errado. Me aproximei dele, passei um braço por cima de seus ombros.
"Reno..."
"Eu não posso".
Fiquei em silêncio, sem saber como agir. E ele continuou.
"Sinto muito, Rude... mas não posso..."
Segurei seus ombros, fiz com que virasse o corpo. Que me encarasse. Com relutância, ele o fez. Segurei em seu queixo.
"Reno, tem alguém te ameaçando? Eu juro que se puser as mãos..."
Silenciei quando vi o gesto negativo da cabeça ruiva. Ele tinha os olhos baixos, não me encarava mais e sua voz saiu funda quando pediu que eu fosse embora.
Continua...
Notas: ¹A "poesia" que inicia este texto é de MINHA autoria. Agora, a sigla ²P.O.V, para quem não sabe, é uma abreviação de "point of view" (ponto de vista, em inglês). Logo, quando o capítulo começar com o "P.O.V RUDE" significa que aquele trecho em questão será narrado do ponto de vista do Rude. "P.O.V RENO" será narrado do ponto de vista do Reno, etc. Se bem que, nesta fanfic, só haverá povs desses dois personagens mesmo...
Final Fantasy VII e seus personagens pertencem a Square Enix. Em outras palavras eles não são meus e eu não estou ganhando um único gil com esta história. Na verdade, ela me custou muitas noites mal dormidas.
MASesta fanfic ME PERTENCE, e vou ficar puta da vida se por um acaso do destino eu a encontre em algum lugar sem minha prévia autorização, OK? Quer usar qualquer trecho dela para qualquer coisa? Tudo bem, mas me avise antes, né?
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