Um noivado e corações partidos

Athena resistiu com grande estilo a todos os teste que a reencarnação de uma deusa poderia suportar. A flecha dourada quase atravessou seu coração, mesmo assim, estava de pé novamente ao lado de seus cavaleiros. Usou sua cosmo-energia para impedir que o gelo das calotas polares derretesse em Asgard, mais uma vez se encontrava ao lado de seus fies cavaleiros de bronze. Conseguiu aplacar a ira do deus dos mares, que investiu contra o mundo uma tormenta de sete dias contínuo com a mesma graça de outras batalhas. As conseqüências deste episodio trouxe a amarga comprovação de que mais uma vez, seus fies cavaleiros de bronze tinham se sacrificado para ver seu bem estar e do mundo. Sabia que sua dor não se comparava a que eles sofreram, e por este motivo decidiu viver no santuário, ordenando liberdade aos cavaleiros de bronze. Ignorando a ordem da deusa, os cavaleiros de bronze participaram da pior batalha em que a deusa pelejou até o presente momento. Aos poucos, os mais poderosos cavaleiros restantes morreram. O cavaleiro de Pégasus ficou invalido, sem nenhuma chance de enfrentar a nova batalha que se aproxima. Só o milagre do cosmo pôde mudar esta realidade, e finalmente outra batalha teve seu fim, ou pelo menos parecia ser. Athena estava descontente com o resultado de tantas batalhas embora suas vitórias eram sempre notórias. Cansada de sempre esperar a primeira peça do tabuleiro mover-se, decidiu enfrentar os deuses restantes do Olímpio. Foi uma batalha sangrenta, embora levasse tão poucos consigo. Um a um padecia com a super potencia dos deuses. Não havia glória no rosto de Athena no final da guerra, apenas tristeza. Tanta tristeza que o coro das musas que outrora só conhecia músicas alegres, agora enchia o salão com a mais triste, e fúnebre melodia. O soluço e choro das ninfas completavam a cena dramática quando Athena com o corpo coberto de sangue, seu e de seus cavaleiros jogou-se aos pés de seu pai, chorando junto com elas. O próprio Zeus comoveu-se com tal atitude. Perséfone implorou compaixão a Hades que também parecia comovido com a determinação de Athena em mostrar firmeza para chegar aonde chegou sem nunca lamentar, e no fim, estava disposta a morrer para ver seus cavaleiros vivos novamente. Athena dizia que abdicaria da terra, de seu corpo mortal e sofrer todos os castigos durante sua estadia no Olímpio, mas que seus cavaleiros voltassem a vida e os reinos entrassem em acordo de paz.. Shion, seria jovem assim como Dohko, assumindo o papel que fora destinado a muito tempo atrás. Tendo como seu futuro substituto, Saga, pois era o único disponível já que Dohko preferiu virar toda a sua atenção aos cavaleiros com treinos mais rigorosos. A tristeza que assolava o Olímpio cessou-se quando Hades e os demais deuses aceitaram a proposta. A terra ficou livre da atenção dos deuses, e a paz entre Asgard, o Reino dos Mares, e do Santuário foi finalmente entregue a humanidade.

No entanto, tudo isso é uma outra historia que contarei a vocês em outra oportunidade, porque neste momento, o mais importante de tudo é as conseqüências de todos esses fatos.

Santuário, salão do Grande Mestre

- Entendo o motivo de sua viagem, Kanon. Tem passo livre para ir e vir ao Templo do Reino dos Mares.

- Obrigado por compreender minha situação, Grande Mestre. Entretanto, saiba que estarei a postos se um dia for necessário usar a armadura de gêmeos novamente.

Fez uma rápida reverencia respeitosa. Seu gesto foi copiado pela pessoa idêntica a ele, e ambos saíram sem comentar o assunto. Neste momento, o pensamento de Kanon estava longe, muito longe de onde estava. "Tétis, será que você sobreviveu a queda do reino dos mares? Foi difícil até mesmo para mim conseguir sair a salvo das ruínas, o que dirá a você que era tão delicada. Arrependi-me tanto com a forma em que te tratava, minha doce sereia. Se eu soubesse que este seria seu fim, jamais teria sido tão mesquinho nos momentos em que desejava ser reconhecida como minha mulher. Sinto falta de suas doces palavras na intimidade de seu quarto, das lágrimas sinceras que transbordavam de seu rosto quando eu me negava a assumir uma relação intima a todos. Tudo o que me importava naquele momento era apenas manipular Poseidon, e tornar-me dono do mundo. Para expiar meus pecados, voltei ao Santuário onde pedi perdão a Athena, mas nunca passou por minha cabeça te procurar e pedir seu perdão por tudo que eu fiz. Só agora, depois de Athena abdicar da terra, é que tenho pensado em voltar ao reino dos mares. Vou reconstruir todo ele para que minha penitencia seja completa. Mesmo assim, não acredito que consiga sentir-me como se estivesse pago por todos meus pecados. Isso só aconteceria se um dia eu a encontrasse a salvo e feliz. Suportaria vê-la nos braços de outro se estivesse feliz, coisa que eu nunca pude fazer por você, meu amor". Seus pensamentos foram interrompido ao escutar o som de um corpo caindo ao chão. Olhou na direção do barulho, e lá estava, Saga ajudando uma amazona a levantar-se.

- Desculpe-me... mestre Saga... eu... – A amazona gaguejava nervosa, sem olhar para cima.

- Sente-se bem, June?

- Sim... – falava hesitante – Eu apenas estava distraída...

Kanon percebeu que não era apenas nervosismo que a amazona de camaleão sentia. Estava confusa. Tinha certeza que embaixo daquela máscara, exibia olhos arregalados e rosto corado. Deu um meio sorriso ao imaginar o que se passava pela cabeça da jovem. June perdia a voz toda vez que deveria dizer alguma coisa a seu irmão. Estava na cara o que ela sentia. Saga era o único que não entendia o motivo, ou pelo menos mostrava não entender. Assim que June saiu, Kanon deu uma gargalhada profunda, chamando a atenção de seu irmão:

- Não é nada engraçado rir da desgraça alheia, Kanon.

- Estou rindo de outra coisa. A coitada não sabia o que dizer...

- E como você se sentiria se esbarrasse com alguém que se passou por Grande Mestre, uma pessoa sem escrúpulos como fui naquele tempo?

- Certamente não agiria dessa forma...

Replicou com um tom que deixava algo mais pairando no ar.

- Você é incorrigível, Kanon... Sei que muitos perdoaram o que nós dois fizemos, mas ela, tenho certeza que não me perdoou. Depois do que fiz a seu mestre... Espero um dia poder mudar sua concepção.

- Pois eu acho que deveria deixar ela pensar livremente em vez de tentar mudar sua forma de pensar.

Kanon falou maliciosamente com uma gargalhada enquanto afastava-se, e isso deixou Saga mais confuso ainda. O que ele estaria tentando dizer com aquilo?

Templo de Poseidon

Kanon caminhava pelas ruínas daquele lugar mágico. Como poderia descrever o que vira se não mágico? Depois de Athena, junto com seus cavaleiros de bronze terem derrotado o senhor daquele reino, houve uma grande inundação que varreu os destroços dos pilares. O pilar centrar fora quase todo destruído. O que impediu aquele lugar ficar completamente submerso em água era algo desconhecido por ele, ex-general marina e agora meio cavaleiro de Athena. Olhando ao redor, podia ver a água do céu que na verdade era mar caindo como uma cachoeira, produzindo um magnífico espetáculo. Podia também sentir uma poderosa cosmo-energia envolvendo todo o ambiente. Quase não se lembrava como conseguiu sair vivo daquele lugar, principalmente porque sua escama, nome dado a armadura dos servos de Poseidon, havia abandonado seu corpo. Pensando nela, procurou em alguns lugares constatando que as escamas de seus companheiros estavam em seus devidos pilares, como se estivesse sustentando cada oceano. Encontrou a sua escama no Atlântico Norte, mas não viu a escama de Sorento. Se a dele não estava ali, isso significava que talvez ele tivesse sobrevivido. Correu até o pilar principal, vendo a formosa vestimenta do deus dos mares. Estava tão próximo, que sentiu vontade de estender a mão em sua direção. Hesitante, fez menção em tocá-la mas uma voz o deteve:

- Como ousa pensar em tocar na vestimenta de um deus? O que? Você é... Dragão Marinho?!!

- Você também conseguiu sobreviver? Não sabe o quanto me deixa feliz saber disso...

A voz de Sorento agora soou fria:

- Em um momento de sua vida, você foi um cavaleiro de Athena que traiu sua própria benfeitora, em outro você é um General marina que ambiciona tomar o controle do mundo usando Poseidon adormecido no corpo de Julian Solo... o que mais pretende fazer agora, Kanon?

- Esqueceu de mencionar que pedi o perdão de Athena, que aceitou e permitiu que usasse a armadura de Gêmeos. Também não disse que morri na batalha contra Hades.

- Vejo que para quem morreu, está bem vivo...

- Não me amole com besteiras, Sorento. Depois de tudo o que passei, queria apenas encontrar meus companheiros e mostrar meu arrependimento.

- Eu soube através de Poseidon ao qual fez uma rápida aparição no corpo de Julian, que os cavaleiros receberam a dádiva de Hades, e para isso Athena deixou o corpo de Saori Kido.

- Mesmo que Saori Kido não seja mais a nossa deusa Athena, nem mesmo por ignorar as batalhas que travou, deixou de ser protegida. Os cavaleiros de bronze estão trabalhando para a Fundação Kido ao mesmo tempo em que fornecem sua segurança.

- Acha que o mesmo não acontece com Julian Solo? Dia e noite há sempre alguém a seu lado.

Kanon não podia acreditar no que acabara de ouvir. Isso significava que eles dois não eram os únicos sobreviventes.

- Isso quer dizer que Hades devolveu a vida a todos? Bian,

- Não. Acho que o amor e a sabedoria de Athena conseguiram comover os outros deuses apenas o suficiente para trazer seus cavaleiros novamente ao mundo.

- Mas se você está aqui, quem está ao lado de Julian?

- Quem mais poderia ser, se não a amiga de infância de Julian? – Sorento viu pela expressão estampada no rosto de Kanon e falou com pouca paciência – Tétis, a sereia.

Incrédulo, essa era a única palavra que Sorento poderia descrever sobre o homem a sua frente. Parecia não acreditar no que ele falara, sua voz receosa demonstrava isso:

- Mas como? Tem certeza que é a Tétis mesmo?

- Oras, Kanon, esqueceu-se como Tétis é cheia de surpresas? Parece que não se lembra de como foi a aparição dela no reino dos mares. Aquela garota toda cheia de si, que dizia ser capaz de quebrar todos nossos ossos se não devolvêssemos Solo.

Kanon desencavou memórias passadas em poucos segundos. Tétis surgiu no reino dos mares acompanhada de Julian Solo. Enquanto esteve inconsciente, conseguiu escutar ao fundo Kanon e Sorento discutindo o que deveria ser feito com ela, afinal de contas, precisavam apenas de Poseidon. Num salto, pôs-se em posição de ataque, enquanto exigia que soltassem Julian. Sorento explicou tudo para a jovem, e poucos minutos depois ela contava seu passado. Sua família não tinha muito dinheiro, no entanto pagavam um colégio muito caro onde se dedicou não só aos estudos como aos esportes também. Precisou ser campeã feminina de artes marciais entre os campeonatos com as outras escolas para conseguir a bolsa de estudos que era apenas parcial. Quando seus pais morrerão, os Solo pagaram seus estudos, e a levou para mora em sua mansão. Lá ela nadava praticamente todos os dias na piscina.

Tétis está viva, e cuidando da segurança de Julian. Um súbito ar de desapontamento estampou-se em seu olhar. Ela não se deu ao trabalho de procurá-lo. Devia estar muito aborrecida com ele.

Receoso com o que poderia escutar, esforçou-se para perguntar no tom mais seguro e neutro que pôde:

- E como ela está?

- Confesso que no inicio tive pena dela. Estava definhando num modesto casebre, nem mesmo se importava em cuidar dos ferimentos. Estaria assim até hoje não fosse pela intervenção de Julian. Seu olhar readquiriu o brilho que perdeu a muito tempo.

Aquelas notícias foram recebidas como um soco no meio do estomago de Kanon.

Noite, Mansão Solo

Kanon queria constatar com seus próprios olhos de que Julian estaria realmente fazendo Tétis feliz. Não estava certo se seu coração agüentaria vê-los juntos, mas não suportaria ver em seus olhos um pingo de arrependimento em uma relação cujo principal intuito seria esquecer o passado. Teria Tétis esquecido ele e os poucos, porém, significativos encontros ardorosos? Furtivo por entre as árvores, próximas as janelas dos incontáveis aposentos da mansão, Kanon pode ver o vulto de duas pessoas, iluminados pela pálida luz concebida pelo abajur. Ambos tinham cabelos longos, mas silhueta se tratava de Julian e uma mulher. Julian acariciava sem pudor nenhuma aquele corpo perfeito. Acariciava sua doce Tétis, pensou Kanon. Seus olhos crispavam fogo, e seu corpo fora abraçado por uma fúria sem fim. A razão mandava que fosse embora, mas seu corpo dizia o contrario. Seguindo o instinto, deu um passo a frente com a intenção de ir lá e separar os dois. Aos infernos com toda a confusão resultantes de seus atos, pensou. Só neste momento, escutou um ruído quase inaudível vindo de uma árvore próxima. Não dava para identificar pelo simples fato das folhas cobrirem a luz do luar. Em segundos, uma bomba humana atirava-se contra ele com chutes e socos, deixando apenas um pequeno espaço a suas perguntas. Quem estaria interessado em atacar aquele que já foi a reencarnação de Poseidon e por que motivos, já que todos os reinos entrarão em acordo de paz? Não dava para ficar o tempo todo se esquivando daqueles golpes firmes e precisos. Ao investir um soco em seu oponente, sentiu o metal que cobria seu corpo, e junto, algo mais que soou bastante familiar. Conhecia muito bem aquele perfume que despendia no ar. Como se tinha certeza que essa pessoa estaria em outro lugar? Com um movimento rápido, derrubou seu oponente com uma rasteira e pôs-se seu corpo contra o outro embaixo de si. Não podia acreditar que estava naquela posição depois de tanto tempo. Seus lábios cobrirão aqueles que emanavam um hálito fresco e agradável que a muito desejava provar novamente. No entanto, o corpo que estava sob o seu debatia-se ferozmente, sem corresponder a suas caricias. Eis que algo alem daquele momento mágico o fez desprender-se do beijo:

- Tétis? É você que está ai fora?

Hesitante, o corpo feminino que estava coberto pelo corpo musculoso de Kanon responde quase sem fôlego:

- S-sim. Estava sem sono, por isso resolvi passear pelo jardim, e em um descuido tropecei na raiz desta árvore. Desculpe-me, senhor Solo.

A luz do quarto estava acesa demonstrando o dono daquela mansão encostado na janela tentando ver o que se passava lá fora.

- Oras, o que é isso, Tétis? Somos amigos a tanto tempo, não precisa me tratar com esse tratamento formal.

- Desculpe-me.

Julian voltou a apagar a luz, e continuou de onde tinha parado. Quando ao que acontecia próximo a Tétis as coisas tinham mudado bastante. A pessoa que prendia seu corpo entre o chão e o corpo quente havia aproveitado a confusão que Julian tinha provocado naquele instante para fugir sem dizer nada. Um aperto no peito deu lugar a todas as duvidas que preenchia sua mente. Esta pessoa parecia intima demais para ser um inimigo. Podia jurar que conhecia aqueles lábios. Mas por que em nome de todos os deuses, ele teria ido embora sem dizer nada? Por que ele queria atacar seu amigo e senhor? Seria apenas uma ilusão, um sonho que mais parecia um pesadelo? Depois de tanto tempo para arrancar as lembranças que seu amado havia cravado em seu ser, ele volta como um fantasma do passado, querendo assombrá-la. Encolhendo-se no chão em posição fetal, deixou as lagrimas correrem soltas por seu rosto delicado. Seria apenas impressão sua, ou teria ouvido aquele homem que havia beijado a pouco dizer: "meu amor"?

Santuário

Kanon voltou para casa um tanto aborrecido consigo próprio. Devia ter ficado lá, e dito tudo o que aconteceu. Deveria pedir desculpas a Tétis por tudo o que fez ela sofrer no passado.

Nem se preocupou em servir-se do jantar que Saga havia preparado. Foi diretamente para seu quarto onde demorou a conciliar o sono, pensando no que deveria fazer no dia seguinte. Ao acordar, seu humor estava péssimo. Distraído, pegou a primeira roupa que viu pela frente sem se importar de que ele seria o dono ou não.

Uma jovem amazona estava subindo os degraus em direção a terceira casa, com estes pensamentos ao ver quem estava descendo: "É agora ou nunca. Não perderei esta chance. Conhecendo ele agora, tenho certeza que será favorável a meus planos". A jovem andava cabisbaixa, quando inocentemente distraída sente seu corpo chocar-se contra do homem a sua frente. Sua máscara cai no chão com o impacto, revelando seus olhos azuis fitando o rosto pasmo do cavaleiro a sua frente. Um leve sorriso esboçou em seu rosto enquanto falou com alegria disfarçada de preocupação:

- Por Athena, Saga!! O que faremos agora? Eu... eu não tenho força para lutar contra um cavaleiro tão forte quanto você, e também não quero morrer lutando...

O homem a sua frente parecia tão branco quanto um fantasma. Sua voz não conseguia sair, estava entalada em sua garganta.

- Por favor, Saga. Temos que resolver este dilema de uma forma que ambos...

- Eu não sou o Saga.

Sua voz saiu seca e sem sentimentos. A pequena alegria que o cavaleiro pode ver estampada em seu rosto agora dava lugar a angustia. Os olhos da amazona estavam banhados em lagrimas. Com o coração vacilante, conseguiu gritar:

- Era pra ser o Saga. Ele que deveria ver...

- O que era para eu ver?

Para a infelicidade total de June, ao virar-se, deu de encontro com os olhos inquisidores de Saga e mais alguém. Outro cavaleiro, e logo quem? Shaka que quase nunca abria os olhos abriu-os para ver qual era o motivo em que, seu companheiro Saga, soltou um gemido angustiado. Rapidamente, o cavaleiro de Virgem fechou os olhos e deu meia volta dizendo que havia esquecido de comunicar a Mu algo muito importante. Para Saga e Kanon, a desculpa esfarrapada não colou, pois sabiam que ele poderia simplesmente entrar em contato com o cavaleiro de Áries com os pensamentos. Os três agora se encontravam imóveis como estatuas. Mas isso não durou muito tempo, pois Saga fitou os olhos da amazona de Camaleão profundamente, como se tentasse alcançar a profundeza de sua alma e depois analisou Kanon dos pés a cabeça. Com uma expressão furiosa estampada em seu olhar, saiu sem dizer nada.

Kanon estranhou este comportamento. Não podia acreditar que seu irmão estivesse tão irritado por causa de seu descuido ao pegar as roupas dele. Escutou os gemidos de frustração vindos da amazona a sua frente, que pretendia fugir para qualquer lugar. Kanon, em um impulso agarrou seu pulso com certa força, obrigando-a a olhar diretamente em seus olhos. Ao ver o desespero de June, desistiu de repreendê-la. Sem entender o porquê do que estava preste a fazer, fez assim mesmo. Deu um forte abraço na amazona, passando a mão livre suavemente em suas costas, tentando conformá-la.

- Sinto muito que as coisas não tenham saído como você planejou, June. Estava mesmo desejando que as coisas dessem certo entre você e meu irmão.

- Você sabia o que sinto por Saga? – June mal conseguia pronunciar estas palavras, tamanho o nervosismo que abatia seu ser.

- Quase todo Santuário sabe, June. Você pode usar máscara, mas é muito transparente em relação aos seus sentimentos.

- Mas por que Saga nunca se aproximou? – June desfazendo-se do abraço, gaguejou e mesmo assim se fez entendida.

- Saga passa a maior parte do tempo se menosprezando que nem consegue perceber o que acontece a sua volta.

- Meu Zeus!! Você me viu sem máscara... eu não quero... eu não posso... lutar contra você... eu... eu...

Kanon percebeu que aquelas palavras não era incoerentes como parecia ao pronunciá-las com dificuldade. June estava nervosa por ter perdido sua única chance de tentar ser feliz com a pessoa que ela amava. Por outro lado, não queria morrer em uma batalha inútil para seguir as leis do santuário. Se apenas ele tivesse visto o rosto de June, teria proposto que ela agisse como se nada tivesse acontecido. Mas agora que Shaka tinha visto, tinha certeza que ele havia contado para Mu, e logo todo Santuário saberia. Com um suspiro resignado, segurou as mãos de June para sentir-se mais seguro:

- Não se preocupe, June. – procurou o tom de voz mais firme possível, e prosseguiu – Prepare suas coisas, que daqui a uma semana, você se casará comigo e viverá no templo de gêmeos.

- Mas eu...

- Não discuta, June. Você não faz idéia do quanto penoso está sendo para mim tomar esta decisão.

Continua...

Olá a todos!! Espero que tenham gostado deste capitulo.

Até a próxima pessoal.

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