Silencio
Por AkashaTheKitty
Tradução por CamHerve
Hermione andava rápido, quase correndo. Estava atrasada e já tinha sido dado o toque de recolher, mas não conseguiu resistir ir à biblioteca para dar uma olhada em um detalhe que a estava incomodando, e então, como sempre, perdeu a noção do tempo. Murmurando baixinho, correu pelos corredores, dando o melhor de si para lembrar-se de tudo que havia lido, palavra por palavra.
"Essência de murtisco ajuda a resistir a azarações, enquanto-" e bateu de frente em um corpo que parecia ter saído do além.
"Ai! Olhe para onde está indo, Malfoy!" disse irritada, enquanto tentava sem sucesso passar por ele para continuar em seu caminho.
"Ora, ora, ora. Veja se não é a amiguinha do Potter, andando sozinha por aí. E depois do toque de recolher, devo acrescentar." Draco Malfoy sorriu desagradavelmente e com desdém, seus olhos acinzentados cheios de malícia. "Acho que devo reportar isso."
Hermione deu um grunhido exasperado e irritado. "Ah, é? E como você explica o fato de estar aqui também? Bom, deixe isso pra lá – você intimida bem menos que o comum sem seus comparsas de sempre."
Um lampejo de raiva passou pelos olhos cinza, mas ele deu um sorrisinho sarcástico. "Melhor ter comparsas do que lamber os sapatos dos outros, imagino. Além disso, estou cumprindo uma tarefa para o Professor Snape. Qual é a sua desculpa? Salvando o mundo outra vez?" Ele riu, claramente pensando que aquilo era uma piada.
Hermione revirou os olhos e tentou passar por ele de novo, apenas para ser prensada contra a parede. Enfurecida, procurou pela varinha, mas ele agarrou seus pulsos e os colocou acima da cabeça. "Não tem medo de mim, hein?" zombou. "Se você tiver um pouco de bom senso, sangue-ruim, vai ter medo. Eu não preciso de Crabbe ou Goyle, nem mesmo de mágica, posso te matar facilmente se quiser".
Hermione parou de lutar por um segundo para dar a ele um olhar de tédio e desgosto. "Então vai logo ou me deixe ir embora. Eu não tenho tempo pra isso!" Na última palavra, ela ergueu o joelho, perdendo por pouco o alvo – as preciosas jóias de sangue puro – pois ele moveu a perna para proteger o que havia ali no meio.
Malfoy soltou um palavrão que teria feito sua mãe esfregar sua boca com sabão e, colocando os pulsos dela em uma única mão, escancarou a porta mais próxima e praticamente a atirou lá dentro, mandando-a aos tropeços até metade da sala. Antes mesmo que pudesse se equilibrar de novo, ele sacou a varinha e disse "Accio varinha!", tomando seu único mecanismo de defesa.
Apesar de sua arrogância anterior, Hermione começou rapidamente a se sentir nervosa. Mas ele não a machucaria de verdade, machucaria? Ele a ofenderia com certeza, e talvez até a empurraria, mas não usaria uma Maldição Imperdoável bem aqui em Hogwarts... Certo?
Ele riu, percebendo seu desconforto. "Não tão arrogante agora, não é, sangue-ruim?" disse com seu sarcasmo habitual, andando vagarosamente até ela, saboreando a vantagem.
Hermione olhou ao redor procurando por algo que a ajudasse a se proteger ou desequilibrá-lo, mas não tinha nada ali. Eles estavam no que parecia ser uma sala de aula antiga, com mesas e cadeiras de escola. Estaria realmente escuro, não fosse a luz da lua entrando pelas janelas largas que ocupavam uma das paredes. Rapidamente, ela correu e colocou uma mesa entre eles, fazendo com que Malfoy risse ainda mais.
"Ah, sim, é claro, sangue imundo" ele disse com uma falsa doçura. "Essa mesinha baixa realmente vai repelir qualquer azaração minha. Bem pensado!"
Hermione sentiu o rosto esquentar. Ela sabia, claro, que a mesa não ajudaria contra azarações; simplesmente não queria estar a uma curta distância dele. O jeito com que ele a sobrepujara e desarmara tão facilmente a deixara cautelosa. Silenciosamente, rezou pra que Harry ou Ron viessem procurá-la, mas sabia que não viriam. Eles assumiriam, corretamente, que teria perdido a hora, e provavelmente iriam para a cama sem se preocupar. Considerou gritar, e ao pensar que era uma boa ideia, abriu a boca para fazê-lo.
"Silencio!" Malfoy disse imediatamente, deixando-a literalmente sem palavras. "Por que será que eu não fiz isso de uma vez? É tão mais agradável quando não tenho que ouvir sua voz chorosa. Você não é tão esperta como todo mundo pensa, é? Se fosse, não estaria aqui sozinha, comigo, silenciada e sem varinha". Ele riu outra vez.
Hermione correu na direção da porta, apenas para ouvi-lo dizer "Colloportus!" numa falsa voz entediada. Ela tinha perdido por enquanto, e poderia continuar a correr assustada, dando-lhe essa satisfação, ou poderia resistir. Girando nos calcanhares, andou de volta em direção a ele e não parou até que seu corpo quase o tocasse. Desafiando, levantou o queixo e olhou em seu rosto, movimentando os lábios para dizer "faça seu pior, canalha".
Malfoy pulou para trás com uma expressão de desgosto. "Isso não é um convite, sangue-ruim. Mantenha a distância." E limpou a roupa com as mãos, como se ela fosse realmente imunda e tivesse deixado marcas de sujeira nele.
Sentindo o rosto esquentar de novo, Hermione estreitou os olhos. Mal podia pensar coerentemente por causa da raiva correndo por seu corpo. Ah, então ele não queria que ela o infectasse?
Porque todo mundo sabe que parentesco é contagioso, pensou sarcasticamente.
Além disso, não havia nada errado com seu parentesco. Seus pais eram bons, decentes, amigáveis, pessoas amorosas que faziam sempre o melhor por ela, e levavam uma calma e produtiva existência; já os pais dele eram sociopatas, Comensais da Morte. Ela é quem deveria ter medo de que ele a contagiasse.
Ao invés disso, deu mais um passo em sua direção, sorrindo amargamente quando o garotose retraiu de novo. E mais um passo. Ele pareceu se dar conta do que estava acontecendo quando suas pernas bateram na mesa do professor, e corou constrangido, depois por raiva.
Que garoto nervoso, pensou, mas ela mesma não se sentia tão calma.
Fincou o pé e riu sem som algum quando ele a empurrou, fazendo com que desse vários passos pra trás. Em seguida, estaria destrancando a porta e correndo para sua sala comunal, deixando-a livre para ir para a cama. Tão previsível.
Ainda ria quando ele agarrou seu pulso e atirou-a contra a mesa, possivelmente machucando sua coxa, e forçou-a para trás sobre o tampo, segurando-a pelos pulsos no mesmo aperto de aço de antes.
Essa não deveria ter sido a reação dele. O riso deu lugar a uma carranca, e lutou contra ele sem sucesso, mas acabou presa por suas pernas. "Eu vou ter que tomar banho e queimar minhas roupas agora" ele rosnou. "Então é melhor fazer você pagar por isso!"
Os olhos de Hermione se arregalaram. Ele não pretendia fazer – não, não iria fazer isso. Estava apenas demonstrando o quanto o enojava estar perto dela e, além disso, seria expulso e mandado para Azkaban. Ele não arriscaria isso, não desse jeito. Só estava tentando assustá-la. Seu coração batia rápido e com força e sentiu uma vibração no ventre que atribuiu ao nervosismo. Apesar desses pensamentos, começou a lutar com força renovada.
"Pare de se debater!" disse, parecendo sem fôlego por tentar contê-la. Ele não era tão forte quanto temia; isso lhe deu outro jorro de energia. "Não vou – Eu não vou! Por que eu iria querer fazer isso? Pare de se debater!"
Não foi tanto pelo fato de ele ter pedido pra parar que a garota o fez. Foi porque era muito descaracterístico dele assegurá-la de qualquer coisa, a não ser o desperdício de oxigênio que era. Parando de lutar, seu pânico abrandou. Ele ofegava muito, a lua acentuando suas feições pálidas. Chegou a abrir a boca para perguntar se ele a deixaria ir, mas claro, a azaração do silêncio ainda estava funcionando. Fechando a boca de novo, se resignou a observá-lo.
Os olhos dele estavam fechados e parecia estar forçando a respiração a acalmar. Era estranho, não tinha lutado tanto assim, com certeza. Era mais esperta, mas ele era mais alto e atlético. Provavelmente malhava pra impressionar garotas estúpidas como Pansy Parkinson. Soltou o ar pelo nariz, zombeteira, deixando clara sua opinião sobre o assunto. Mas, claro, ele não sabia nada do que ela estava pensando pra começo de conversa, então era um pouco redundante.
Com o som, os olhos dele se abriram, espantando-a com sua fria e prateada claridade. Eles estavam... Diferentes, de alguma forma, de sua costumeira malícia. Quase gentis. O coração de Hermione começou a bater com força de novo, sem razão aparente, e ela sentiu o calor subindo pelo pescoço até as bochechas outra vez. Abriu a boca para pedir que ele a soltasse e os olhos voaram para os lábios dela. "Me deixe ir" ela murmurou."Não vou contar pra ninguém". Realmente não ia. De alguma forma, não queria que ninguém soubesse.
Devagar, ele balançou a cabeça. Ela o empurrou, tentando se desvencilhar, usando apenas seu corpo. Ele estremeceu e agarrou seus pulsos com mais firmeza. As mãos dela começavam a adormecer, e sabia que ficariam marcas, mas não estava realmente se importando. De alguma forma, não sentia mais medo também. Podia sentir o corpo dele contra o seu, tenso e ameaçador, mas o coração batia rápido e a respiração era rasa. Além disso, ele não estava fazendo nada além de mantê-la imóvel.
"Você está me machucando!" tentou dizer, ao que ele fez uma expressão confusa e relaxou um pouco as mãos. Mesmo assim, não a deixou ir. Parecia estar debatendo algo consigo mesmo. O loiro havia movido as pernas um pouco de novo para se apoiar melhor, e mesmo que não pudesse chutá-lo, poderia empurrá-lo usando boa parte de seu torso. Ignorando a voz no fundo da cabeça que dizia para esperar e ver o que ele faria, a garota se moveu, o que o fez inspirar forte e gemer quando seus abdomens se juntaram.
Hermione enrijeceu, incerta. Não tinha como negar que ele estava excitado; dolorosamente, pelas suas feições. A expressão em seu rosto era de confusa necessidade e era difícil saber o que concluir disso. Claramente, ele estava tão surpreso quanto ela, e não sabia o que fazer. Não que ela soubesse. Não se iludiu pensando que ele não havia notado sua reação. Ignorou as sensações desconhecidas que corriam por seu corpo, sem vontade de examiná-las mais, mas sentindo-se decididamente quente.
Finalmente, ele pareceu se decidir. Inclinando-se em direção a ela, disse, numa voz rouca pelo esforço, "Eu te odeio!".
Hermione abriu a boca para responder, ao mesmo tempo em que a dele esmagou seus lábios. Estava despreparada tanto para o ataque como para o choque que percorreu seu corpo, fazendo-a gemer sem som. Quase não notou que ele havia soltado seus pulsos, mas também não lhe ocorreu se levantar. Sentia as mãos dele deslizando pelas laterais de seu corpo, e então segurou a cabeça dela, puxando-a mais para perto.
Sentiu-se gloriosa e sabia que não deveria. Harry e Ron a odiariam se soubessem. Mas deixou esse pensamento de lado. Já que tinha pecado, melhor aproveitar bem antes de sofrer as consequências.
Devolvendo o beijo com um abandono que surpreendeu a ambos e fez Draco gemer outra vez, Hermione acariciou seu peito através da camisa com mãos que ainda recuperavam os sentidos. Ela o sentia firme, quente e vivo. Nem um pouco como um monstro. O coração batia forte e rápido contra suas mãos, e ele tremeu quando as mãos ou os lábios dela fizeram algo que apreciou muito. Não, ele parecia muito humano. E ela queria mais. Sentiu-o deslizar suas vestes para cima até que estivessem em sua cintura, e se acomodou entre suas pernas. A garota gemeu sem som, aproveitando a sensação de tê-lo ali. Inconscientemente, o puxou pelas vestes.
Ele quebrou o beijo. "Não, pare" ofegou. "Não posso controlar–" e com um grande rasgo, Hermione terminou a discussão, inconscientemente partindo a roupa dele ao meio, numa atração feroz. Não era nada que um reparo não pudesse consertar. Pela surpresa no rosto de Malfoy, não esperava que ela fosse com tanta sede ao pote. Na realidade, algo em seus olhos sugeria que não esperava nada além de um tapa e um empurrão por beijá-la. E algo sugeria que talvez tivesse preferido isso ao que estava pra acontecer ali.
Hermione mal reparou, já que olhava para seu peito e cueca parcialmente relevados, além da evidência de que ele a achava atraente. Sentiu-se um pouco constrangida, mas não podia evitar, e com outro de seus rubores agora comuns, estendeu a mão para tocar a tal evidência. Malfoy sibilou numa inspiração e a coisa se mexeu na mão dela, mas se manteve firme. A garota não percebeu que teve medo de que ele se afastasse até sentir o alívio por não tê-lo feito. Reuniu toda a sua coragem e olhou em seus olhos. Estavam raivosos e na defensiva, desafiando-a a rir ou ridicularizá-lo. Sacudiu a cabeça; não tinha a menor intenção de fazê-lo.
"Vá embora, Granger," ele disse. "Antes... Antes que eu decida que quero machucá-la mesmo assim." Era uma desculpa tão esfarrapada que ela apenas o olhou, perplexa. "Hermione...", suplicou. Tentou se lembrar se alguma vez ele havia usado seu nome. Talvez nem mesmo Malfoy poderia beijar uma garota em um segundo e ofendê-la no próximo. O pensamento a fez sentir... Diferente. E sorriu para ele.
"Merda," o garoto quase gritou. "Você não tem bom senso nenhum? Saia daqui! Alohomora!" Sacou sua varinha outra vez e destrancou a porta. "Era isso que você estava esperando, não era? Vá!" Apenas olhou-o. "O que você quer de mim?" perguntou, pateticamente. "Eu nem sequer gosto de você".
Hermione sacudiu a cabeça de novo. Não, ele não gostava dela, e nem ela dele, mas... Olhou para seu membro rígido novamente. Não havia diminuído nem um pouco, e a visão fez seu coração bater mais rápido e esquentar o sangue. Estava curiosa. Esticou a mão outra vez e acariciou o membro por todo o comprimento, sentindo um arrepio satisfeito quando ele jogou a cabeça pra trás e fechou os olhos em um gemido. Ele queria estar dentro dela e, agora, queria senti-lo também. Deslizou da mesa e parou bem em frente ao garoto, pegou a barra de suas próprias vestes e puxou pela cabeça.
Tremendo um pouco pelo frio e pela antecipação, e também por pavor de que ele simplesmente saísse andando e rindo, Hermione ficou só em roupas íntimas, incapaz de olhar em seus olhos. Pelo menos ele não tinha ido embora ainda. Parecia estar parado ali, olhando-a. Fechando os olhos, tentou se recompor o suficiente para erguer o olhar, quando de repente estava sendo erguida de volta à mesa e violada por beijos, enquanto Malfoy lutava para se livrar de suas vestes. Doce loucura.
Dessa vez não havia hesitação nele; era como se estivesse desafiando-a a pará-lo, a afastá-lo. Nada poderia estar mais longe de sua mente. Ele realmente beijava muito bem, até onde podia dizer. Tinha um jeito de fazê-la derreter só usando seus lábios e sua língua. Sentiu o sutiã se soltar e ironicamente pensou que essa não era a primeira vez em que ele abria um. Novamente, uma imagem de Pansy Parkinson, seguida por um estranho ressentimento, passou por sua mente, mas rapidamente se livrou disso. Não cabia a ela censurá-lo pelo que havia feito ou faria depois. O que estava havendo entre eles fazia parte do agora. Além do mais, era bom que tivesse praticado primeiro. Quase teve um acesso de risinhos com esse pensamento.
Malfoy jogou o sutiã longe e olhou faminto para seus seios, antes de abaixar-se para capturar um com seus lábios e língua, enquanto gentilmente acariciava e beliscava o outro com uma de suas mãos. Não eram os maiores seios do mundo, mas ele parecia tê-los aprovado. Hermione convulsionou embaixo dele quando sua língua tocou o mamilo do jeito certo. O loiro repetiu o movimento, conseguindo uma reação parecida novamente. Ela estava quase contente de ter sido azarada, ou então teria gritado, alertando toda a escola para o que estava acontecendo ali. Quando inverteu as carícias que ministrava, ela teve certeza de que se continuasse, o clímax chegaria bem antes da hora. Sentia-se febril e inquieta e desejava senti-lo... Esfregou o abdômen contra ele e caiu para trás na mesa, dominada pelas sensações.
Malfoy levantou a cabeça e puxou sua calcinha. Mesmo sabendo que esse era o próximo passo, sentiu um pouco de medo. Nunca tinha feito isso antes, e estava a um passo de fazer com a única pessoa no mundo que teria a mínima razão ou inclinação de ser gentil com ela. Hesitou por um segundo, vendo-o rasgar sua calcinha, as mãos tremendo. Não, não havia mais volta, tinha que saber como era. Então, sem aviso, seu dedo entrou no lugar mais íntimo dela. Estava úmida o suficiente para que a penetração fosse muito fácil. Convulsionou com tanta violência que bateu a cabeça na mesa, adicionando estrelas aos fogos de artifício que já estava vendo. Isso não se parecia com nada que já tivesse sentido antes! Ofegando com força, implorou por mais.
Devagar, ele começou a mover seu dedo, adicionando outro, e ainda assim isso não ajudou a aplacar seu desejo. Queria mais, mais, muito mais. Estava vagamente consciente do olhar assombrado no rosto dele e da concentração que lhe dedicava. Sem voz, tentou implorar: "Por favor", mas ele não parou de movimentar os dedos, e mesmo que precisasse se aliviar um pouco de vez em quando através das boxers, não parou e não a penetrou. Não importava o quanto ela quisesse. Com a mandíbula apertada e suor brotando de sua testa, ele simplesmente a observava em silêncio.
Hermione sabia que não poderia aguentar muito mais. O garoto parecia saber onde tocá-la, e ela choramingava com a necessidade insatisfeita. Não a penetraria, sabia disso. Terminaria o que estava fazendo com os dedos e iria dormir com Pansy. O ressentimento dentro dela cresceu. Desejou que não tivesse começado com isso, mas já o tinha feito. Parecia a vingança perfeita para ele. "Eu te odeio", murmurou, lágrimas de frustração descendo pelas bochechas. Malfoy simplesmente assentiu e continuou, implacável.
Ao final, a luta fora inútil. Quando ele acariciou seu clitóris com o dedo, uma, duas, três vezes, não havia nada mais que pudesse fazer, e com um grito silencioso, as ondas de prazer a inundaram, deixando-a trêmula e satisfeita. Quando readquiriu alguma noção do que estava acontecendo ao seu redor, viu Malfoy bem mais pálido do que antes; estava suado, mesmo que não tivesse feito muito esforço, e tremia violentamente num eco dos mudos tremores dela.
A ideia de vê-lo tão afetado a satisfez imensamente. Não parecia capaz de chegar até o Salão Principal, que dirá a Sala Comunal da Sonserina. Ele não fez nenhum movimento para se afastar, também; ao invés disso, segurou-a pelos braços e se inclinou para beijá-la outra vez. Surpresa, não sabia se reagia favoravelmente ou o punia por ter sido tão passivo, mas ele logo exigiu uma reação, e o corpo dela lentamente reacendeu.
Malfoy quebrou o beijo e engoliu com esforço. "Eu imagino que você seja virgem", sussurrou, quase inaudivelmente. "Sei-sei que dói para garotas. Você está mais relaxada agora. Eu não consigo esperar nem mais um segundo". Hermione percebeu que ele havia removido as boxers, e que ambos estavam nus, além de estar mergulhado nos cabelos dela. Ele não a deixaria apenas no desejo. Por que não havia dito nada antes? Abriu a boca para perguntar, mas engasgou quando ele a penetrou, e havia uma estranha pressão que crescia a cada centímetro. Ele soltou algo entre um gemido e um rosnado, enquanto avançava pra dentro dela.
Hermione se moveu um pouco, tentando acostumar-se à sensação, mas ele segurou seus quadris. "Você é tão apertada", ele disse. "Assim você vai me fazer gozar". Só a ideia trouxe uma maré quente e excitante que lavou seu corpo. Moveu-se outra vez, e ele a segurou, dessa vez com mais força. "Pare com isso ou vou acabar te machucando!" rosnou. Não era uma ameaça, já que mal conseguia se controlar, e sentiu que se o provocasse mais, o garoto perderia o controle de vez e simplesmente buscaria seu próprio prazer. De repente, inclinou-se e mordeu o pescoço dela com força, e quando o empurrou e abriu a boca para reclamar da maneira com que estava sendo tratada, ele avançou, rompendo seu hímen.
A dor a cegou, e novamente o empurrou, não achando aquilo nada prazeroso. Só queria ir embora, voltar para sua cama quentinha e segura. Por que alguém gostava disso estava além de sua compreensão, e arrependeu-se de ter desejado fazê-lo. "Saia! Você está me machucando!", murmurou.
"Eu sei," ele gemeu. "Relaxe, você só está piorando as coisas."
Ela estava piorando as coisas? Não era ela quem saía abrindo buracos nos outros com sua carne rígida. "Saia!"
Ele balançou a cabeça negativamente. "Não posso". Respirou fundo. "Tente relaxar, vai acabar logo".
A dor tinha diminuído muito, mas ainda estava desconfortável. Ela tentou flexionar alguns dos músculos doloridos. Estava ficando um pouco melhor. "Eu te odeio", ela disse sem voz, mal-humorada.
Duvidava que ele tivesse percebido sua última admissão de ódio, já que tinha os olhos fechados e os lábios se moviam como se recitasse alguma coisa. Hermione se esforçou pra ouvir, mas a única coisa que pensou compreender foi "Finbar Quigley," que era, se lembrava corretamente, algum jogador de Quadribol. Por que pensar em Quadribol agora?
Ainda murmurando sob sua respiração, ele gentilmente retrocedeu um pouco, apenas para avançar novamente, provocando um gemido em si mesmo. Hermione achou que, desta vez, não tinha doído nada. Ainda ardia um pouco, mas não a perturbou como antes, ainda que estivesse desconfortavelmente esticada por dentro. Ele repetiu o movimento algumas vezes, seus lábios recitando qualquer coisa cada vez mais rápido enquanto gemia e estremecia a cada impulso. Hermione percebeu que se importava cada vez menos, até que estivesse se movendo também, o desejo crescendo. Ele se moveu mais rápido, com mais força, o controle escapando, sua própria necessidade crescendo, mas ela agora o encontrava em cada estocada, até que, novamente, sentiu as ondas de seu prazer varrendo tudo para longe. Implacável, ele continuou, fazendo-a atingir o orgasmo segundos depois; de novo, de novo, e de novo. No que devem ter sido alguns minutos, sentiu que entrava e saía do clímax por horas, e estava convencida de que não poderia aguentar mais.
Com uma estocada final, ele afundou-se nela, seu rosnado forte penetrando o silêncio enquanto ela o sentia pulsando dentro de si, fazendo-a tremer em resposta. Ele desmoronou em cima dela, arrepios percorrendo todo o corpo.
Hermione se sentiu a deriva no mar com a pura exaustão.
Alguns minutos depois, acordou para a dura realidade do que havia acabado de fazer. Dormira com Draco Malfoy, o pior inimigo de seu melhor amigo. Ele poderia usar isso contra ela de tantas maneiras; chamá-la de vadia, provocar Harry e Ron a atacá-lo, fazendo com que ambos fossem expulsos. E sua reputação estaria arruinada; seria forçada a ir embora de Hogwarts também ou suportar as ridicularizações. Sem falar que os amigos nunca mais falariam com ela.
Falhara com todos eles e Draco Malfoy vencera.
Seu repentino movimento pareceu acordá-lo, já que estava divagando também. Ele deu uma olhada em seu rosto arrasado e pulou para trás rogando uma praga, a expressão de ressentimento em seu rosto nem um pouco disfarçada. Com as pernas tremendo, Hermione deslizou para fora da mesa e começou a se vestir, percebendo sua calcinha rasgada e a mistura de fluidos em suas coxas com uma pontada de culpa. Atrás dela, ouviu um penetrante "Reparo!", enquanto Malfoy consertava suas vestes. Que ela havia rasgado em sua desesperada ânsia de despi-lo. Fechou os olhos e cobriu o rosto com as mãos. O que estivera pensando? Não podia ser inteligente, era muito estúpida pra isso. Duvidava que poderia haver um bruxo ou trouxa mais estúpido do que ela havia sido naquela noite.
Arriscou um olhar para Malfoy. Estava completamente vestido e ainda com a expressão de ressentimento; mas agora, era mais pronunciada e havia um novo elemento: o desgosto. Qualquer esperança que tivera de suplicar-lhe desaparecera. Não, seria melhor fingir que não se importava. Talvez se acordasse Harry e Ron e explicasse a situação, eles poderiam se preparar para os ataques de Malfoy. Talvez ninguém acreditasse nele. Bem, com exceção dos sonserinos, mas ninguém se importava com eles de qualquer jeito.
Com suas roupas em ordem, começou a caminhar em direção à porta – até que ele a puxou pelo braço e a prensou contra a parede com uma força desnecessária. "NINGUÉM vai saber disso, entendeu?" sussurrou com ferocidade, o rosto lívido com ódio e fúria. "Não quero que ninguém imagine que eu, Draco Malfoy, sequer consideraria tocar uma sangue-ruim nojenta como você!". Enfiou a varinha dela em sua mão, escancarou a porta e marchou para fora. Pensando melhor, apontou sua própria varinha para ela e resmungou "Sonorus!", suspendendo a azaração do silêncio, antes de ir embora.
E ela ficou ali, olhando para o lugar onde ele havia estado, com uma mistura curiosa de alívio e mágoa atravessados na garganta.
Obs.:Esta tradução foi feita com a permissão da autora.
A história pode ser lida em inglês no perfil dela, está nos meus favoritos.
Quaisquer dúvidas, sugestões de tradução, beta-reading e etc, fico à disposição :)
