Sonhos

Por: Sissi

Disclaimer Os personagens principais desta história foram retirados do anime Inuyasha de Rumiko Takahashi; somente o enredo é meu.

Notas da Autora: Esta drabble é I/K, acreditem. Eu gosto deste casal, apesar de ter escrito poucas histórias com eles. Espero que gostem.

Nº de palavras: 578


- Você quer um sonho, Inuyasha?

Kagome acabara de voltar de sua casa do outro lado do Poço Come-Ossos, e ela parecia feliz. Em suas mãos, ela segurava delicadamente uma sacola de plástico com um desenho de asas estereotipadas, e em seu rosto, esboçava-se um grande sorriso.

- É um doce muito gostoso, tenho certeza que você vai gostar! – ela disse com entusiasmo.

O hanyou olhou para o lado, e sacudiu a cabeça. Kagome retirou um pequeno e frágil embrulho de dentro da cesta, e ofereceu uma a Shippou, que saiu pulando pelo campo. Sango, por sua vez, agradeceu pelo doce, e Miroku sorriu amavelmente quando recebeu o seu presente. Kagome olhou novamente para o hanyou, e ela abaixou os olhos. Respirando fundo, dando um tapa na cara – apenas em pensamento - ela abriu um novo sorriso e tentou novamente.

- Por que não, Inuyasha? Está muito gostoso! – Kagome replicou, dando uma mordida na massa macia e suculenta. O sabor doce e suave da massa, juntamente com o frescor e a leveza do recheio que derretia sobre a sua língua era o que havia de mais delicioso no mundo.

Não era à toa que seu doce favorito fosse o sonho.

Kagome lambeu os lábios, e sorriu. Ela estendeu a mão, e ofereceu o doce novamente.

- Experimente.

- Feh, não quero. – Inuyasha cruzou os braços, e se sentou sobre um tronco caído de uma árvore. Kagome sacudiu os ombros, e terminou de comer o sonho. Ela limpou os lábios com um lenço que estava dentro de seu bolso, e se sentou ao lado do hanyou, que fazia caretas enquanto Shippou dançava e cantava cada vez que dava uma mordida na guloseima.

- Você tem medo de coisas novas e diferentes? – Kagome perguntou, sorrindo enquanto observava a reação do seu amigo.

- Não, - ele respondeu, de cara fechada.

- Então qual o seu problema com o sonho? – ela perguntou, curiosa.

Ele permaneceu calado, olhando para o horizonte. Kagome mordeu o beiço, e resignou-se. Seu amigo podia ser muito difícil e teimoso à vezes.

Às vezes não, quase sempre, ela pensou.

- Sonhos não foram feitos para serem destruídos, - ele replicou, e Kagome arregalou os olhos. Inuyasha continuou a falar, ignorando a reação de sua companheira de viagem, - eles foram feitos para serem alcançados e venerados. Afinal, eu não quero destruir sonhos, mas construir novos, e foi por isso que eu não quis.

- Mas é apenas um doce... – ela sussurrou, agora sentindo seu coração ser apertado por uma mão invisível.

- Não importa. Sonho é sonho para mim.

Kagome sorriu, e apoiou sua cabeça no ombro do rapaz, que sentiu o sangue subir pelo seu rosto.

- Ka-Kagome? – ele balbuciou, e olhou de esguelha para a garota em questão. Ela apenas sorriu, levantou a cabeça e pousou ambas as mãos sobre seu peito.

- Da próxima vez que eu trouxer sonhos, quero que aceite.

- Feh, eu já disse que não quero!

Os olhos dela se suavizaram, e ela sussurrou.

- Inuyasha, quero que você apenas aceite os meus sonhos, e não que você os devore. Quero que os aceite de coração, e guarde-os com você. Por favor, sim?

Inuyasha suspirou, e pousou uma garra sobre sua testa.

- Não está com febre... – ele brincou, e Kagome bateu de leve na sua mão.

- Bobo.

Ele sorriu.

- Está bem.

Ambos sorriram, e ficaram observando seus amigos prepararem a fogueira para a noite.

- finis -