N/A: Escrevi essa história depois de assistir alguns vídeos de "Boner Test", em que dois caras tentam provocar uma ereção no outro e onde pelo menos um deles é hétero. Eu recomendo que quem for ler assista também, pra ter uma base. Mas o ponto da coisa é fazer com que o cara hétero fique excitado com alguém do mesmo sexo.

Sei que o ship não é muito comum, mas... imaginei e escrevi hehe.

Boa leitura!


— Eu vou perder… – Simon murmurou, enquanto entrava no quarto, seguido por Jace e bastante consciente da porta sendo fechada atrás deles. — Em nome de Odin, Jace, não esqueça de trancar a droga da porta.

— É claro que vai perder. – replicou Jace, com um sorriso arrogante no rosto. A chave girou no trinco e Simon sentiu o ar entrar e sair com mais facilidade de seu corpo, ninguém poderia ver o que os dois estavam prestes a fazer. O alívio, porém, durou pouco. Era impossível ignorar o fato de que se encontrava preso em um local pequeno e fechado com um Caçador das Sombras. E Jace não o deixaria esquecer, caminhando em sua direção como um predador e enchendo o cômodo com a sua presença. Foi a ideia mais estúpida que alguém já teve. — É um jogo, mundie, e eu sempre ganho.

Simon fez uma cara para a falta de modéstia. Para se distrair, ele tirou uma câmera da gaveta e a posicionou sobre a escrivaninha, mirando o centro da cama, onde ele deduziu que toda a ação ia acontecer.

— Sabe, eu não tinha ideia do quão exibicionista você era. – Jace comentou, sentando na cama exatamente onde as lentes focavam, obrigando Simon a olhar pra ele mesmo que o estivesse tentando ignorar. Simon sorriu de lado.

— Eu não sou um exibicionista, não sei se você se lembra, meu amigo Caçador de Sombras, mas esse vídeo que nós vamos gravar é uma questão de teste de prova, para o caso de você trapacear. Isso aqui nunca, em hipótese nenhuma, vai sair desse quarto. – respondeu, se dando por satisfeito com os ajustes que fez e ficando de pé, encarando Jace. — Você, por outro lado, seria um ator pornô se não tivesse nascido com sangue de Nephilim na veias. Isso ou um daqueles caras de sobretudo que se escondem em becos escuros e ficam mostrando o…

— Já entendi, mundie. Pode calar a boca agora. – Jace fez um sinal para fazer Simon baixar a bola e não começar a tagarelar, como costumava fazer quando começava desse jeito. — E agora? O que eu tenho que fazer?

— Como assim o que você tem que fazer? Você me mandou aquele vídeo ridículo em primeiro lugar. – Simon decidiu não ficar perdendo tempo com discussões desnecessárias e tirou a camiseta antes que a coragem desaparecesse. Jace estreitou os olhos. — Vai tirar a roupa ou não vai? A coisa é de cueca. Por Poseidon, me diga que você está usando alguma coisa embaixo dessa calça.

— Não seja idiota. – murmurou, se livrando da camiseta também e desabotoando os jeans. Não tinha como aquela situação ficar ainda mais absurda. — E eu te mandei aquele vídeo porque ele era engraçado, não especificamente porque eu estava a fim de fazer.

— Jura? – Simon respondeu, usando a acidez para disfarçar a pontinha de mágoa que surgiu no fundo da garganta. — Porque mandar aquilo pra mim em um momento em que você sabia que Magnus Bane, o Magnífico e Purpurinado Feiticeiro do Brooklin estaria presente, me parece uma maneira bem sagaz de arranjar pra que as coisas acontecessem. A porra de um gay desafiando um hétero a ter uma ereção!? Jace… É claro que ia ficar enchendo o saco pra gente fazer!

— Eu não fico pensando nas coisas desse jeito. Não sou um gênio do mal. – resmungou, deitando de costas na cama, expondo a sua pele bronzeada, seus músculos bem definidos e perfeitos e suas marcas, as frescas e as antigas. Simon não deveria aceitar fazer coisas que sabia que ia perder miseravelmente. — Vamos fazer isso ou não?

— Na verdade, eu deveria ficar em baixo e você por cima. – ele disse, mas pensou melhor e completou: — Isso não faz muito sentido, faz? Porque é óbvio que o cara gay vai ficar duro com outro cara fazendo coisas em cima dele. Não é justo.

Jace engoliu em seco, mas sorriu daquele jeito debochado e se aconchegou melhor nos travesseiros.

— A gente faz como você achar melhor. – Jace piscou um olho. — Eu sei que eu já te deixo animadinho mesmo sem estar com o meu corpo sexy e desnudo sobre o seu.

— Eu não sou tão gay assim. Sou bi. Você não me afeta mais do que a Clary me afeta. – Simon replicou, pondo um joelho sobre o colchão e se preparando para passar a perna sobre Jace e sentar em suas coxas. Ele demorou alguns segundos para perceber o que tinha dito e se arrepender amargamente. — E eu quero deixar claro que eu não quis dizer que eu gosto de você como eu gosto da Clary, porque eu amo a Clary e te odeio, muito, pra falar a verdade. O que eu queria explicar era que eu sinto o mesmo tesão por meninos e por meninas, entende? E a Clary é uma menina e me pareceu muito apropriado usá-la como exemplo, mas eu esqueci o quanto você é um babaca e poderia pensar que eu estava dizendo mais do que eu disse e…

— Simon. – Jace interrompeu, com uma expressão de tédio e um sorriso preguiçoso no rosto. — Cala a boca. Sério, se você pretende levantar alguma coisa aqui, é melhor tentar outra abordagem.

Certo, Simon pensou, tagarelar não vai fazer Jace Wayland ter uma ereção, nem mesmo se ele fosse gay, o que não é, na verdade, ninguém é mais hétero que Jace e…

— Estou ouvindo você pensar daqui, mundie. – ele trouxe Simon de volta para o mundo real aumentando o aperto que estava fazendo em suas pernas. — Eu não estou a fim de ficar aqui o dia todo sem fazer nada.

— Fica quieto. – Simon resmungou e se colocou em movimento. Alinhou seu corpo ao de Jace e apoiou uma mão de cada lado de sua cabeça e ficou na posição de quem estava prestes a começar a fazer flexões, assim como o homem do vídeo. Se ainda fosse um ser humano comum, Simon jamais seria capaz de manter essa posição por mais de 3 segundos, naquele momento, entretanto, ele não poderia se sentir mais confortável. Parado, à uma distância segura, Jace com suas mãos quietas, esperando.

— Já entendi porque os héteros tem que ficar em cima. Alguém tem que fazer alguma coisa. – Simon revirou os olhos para o comentário e tentou imitar o que viu no desafio, descendo até encostar suas pélvis. A força da gravidade ajudou para que Simon sentisse muito bem onde estava tocando lá embaixo. Se o sangue de seu corpo ainda circulasse como antes, Simon estaria com sérios problemas para tentar disfarçar o rosto corado.

Aqueles movimentos, contudo, não estavam certos, nem mesmo pra ele. Simon não sabia que tipo de relacionamento aqueles dois amigos tinham para conseguirem se excitar tão rápido, mas com eles, não estava funcionando, então, Simon resolveu mudar de tática.

Ficou de quatro sobre Jace, os joelhos ao lado dos quadris dele. Assim, quando se abaixava, conseguia mais atrito e era mais fácil provocá-lo quando seu traseiro chegava perto do pênis do outro, que começava a ficar desperto. Talvez Simon tivesse se enganado sobre perder logo de cara.

— Você está trapaceando. – Jace acusou, antes de lamber os lábios e colocar suas mãos de novo nas pernas de Simon, com uma força desnecessária. Simon sorriu. Não era sempre que ele apreciava suas novas habilidades como vampiro, mas ser capaz de sentir o fluxo sanguíneo de Jace aumentar e se direcionarem para partes específicas de seu corpo era fascinante. Ele não negava que aquilo deixava sua boca seca e uma vontade quase irresistível de romper a pele daquele pescoço e saborear aquele sangue rico e fresco, principalmente depois de já ter experimentado aquilo antes, mas o desejo de Simon naquele momento ultrapassava sua sede de sangue.

— Não é trapaça. – respondeu, suave, se aproximando ao máximo da orelha do outro sem tocar. — Eu mal estou encostando em você, não estou? Pelo menos não mais do que as regras permitem, é claro.

Quando suas semi ereções se tocaram desta vez, Simon prolongou o contato e fez um movimento simulando uma estocada. Jace emitiu um som que Simon não soube dizer se era um rosnado ou um gemido. No instante seguinte, entretanto, os dois estava rolando na cama e Jace estava por cima, na exata mesma posição torturante em que Simon o provocava.

Isso é o que eu chamo de trapacear. – rebateu Simon, segurando a ponta das cobertas sob ele com força, para não acabar fazendo o que não deveria, como puxar Jace para perto e acabar com aquela palhaçada de desafio.

Foi a vez de Jace sorrir vitorioso.

— Eu decidi que quero seguir as regras dessa vez.

— Quando lhe é conveniente, não é mesmo?

— Claro.

Simon olhou para baixo de relance e viu que sua samba canção não poderia ficar mais apertada porque ele estava completamente duro agora. Em compensação, Jace não estava menos do que isso e seu estado estava ainda mais evidente em suas cuecas boxer.

— Ainda bem que a gente está gravando. – Simon comentou, sorrindo e desistindo de manter suas mãos para si mesmo, colocando-as na cintura de Jace. — Porque eu não faço a menor ideia de quem chegou lá primeiro.

— Ninguém chegou ainda. — Jace constatou e o olhar que ele lançou para Simon não foi nem um pouco brincalhão ou divertido, era provocador. Jace o estava comendo com os olhos e, mesmo que Simon não pudesse mais sentir a temperatura ambiente como antes, sentia na pele o calor emanando do Caçador de Sombras dominando-o. Ele engoliu em seco, sem reação.

O jogo já tinha terminado. Eles deveriam se desvencilhar um do outro. Rir e xingar como os idiotas que eles eram, assistir ao vídeo e debochar da cara do perdedor. Mas ninguém ali parecia querer fazer qualquer uma dessas coisas.

— O que você está fazendo? – o vampiro não tinha nenhuma intenção de soar fraco naquela hora, mas não pôde evitar. Não quando Jace o encarava daquela maneira. Não enquanto ele tirava o seu punho apoiado ao lado de sua cabeça e começava a brincar com o elástico de sua roupa.

— Eu não faço trabalhos pela metade, mundie. – respondeu, quebrando totalmente o clima de distância que eles tinham e se colocando entre as pernas de Simon, capturando-o pelas coxas e encaixando-as em torno de sua cintura. Simon não ofereceu resistência, porque, por mais que soubesse que fazer isso geraria um monte de merda, não tinha mais nada que ele quisesse fazer naquele momento senão aquilo. Tudo em Jace era rude e ansioso. O contato pele com pele, as mãos que deslizavam sobre o seu corpo com destreza e pressa, as unhas e os dentes que o inflingiam, nada disso se assemelhava aos toques que Simon recebera antes.

Nessa posição, suas ereções mantinham contato constante sob o tecido, roçando uma na outra, provocando sensações que iam dos pés a cabeça e uma necessidade cada vez maior de fricção. Simon enfincou as pontas dos dedos nas costas de Jace, impulsionou-se para frente, sentando em seu colo e grudando de vez os seus corpos. Ele podia sentir a camada fina de suor sobre a pele de Jace encostar na sua, os batimentos cardíacos dele contra o seu peito e a respiração descompassada dele contra seu pescoço, seu rosto, sua nuca, por todos os lugares em que Jace beijava, como uma trilha quente sobre o frio.

Somente quando ouviu um gemido especialmente alto e agressivo vindo de Jace foi que Simon percebeu que tinha os seus dentes sob a pele dele. O sangue viscoso e morno deslizava por entre seus lábios e descia por sua garganta de um modo tão perfeito que Simon quase não teve forças para abrir a boca e afastar-se.

Merda… – sussurrou, baixo demais para ser ouvido. Não importava o que ele acreditava ou no quão averso a beber sangue humano Simon era, ver aquele líquido manchar o ombro de Jace e escorrer por seu dorso, seguindo a trilha de seus músculos era demais pra ele. Simon precisava. Precisava daquele sangue e precisava de Jace de um jeito que nunca tinha experimentado antes.

Um lado de Simon era incapaz de se controlar, mesmo tendo percebido o que estava fazendo, ele voltou para aquela fonte inebriante, não se satisfazendo apenas em sugar dele, mas lambendo os furos que havia deixando, provocando, segurando o pescoço de Jace com força para mantê-lo no lugar, para dar espaço para tudo o que ele quisesse fazer. Porque era dele. Lhe pertencia.

Por outro lado, Simon queria gritar, implorar para que Jace usasse as suas habilidades como Caçador de Sombras e o tirasse dali, se protegesse e o impedisse de agredi-lo daquela maneira. Ele havia feito uma promessa, havia dito que nunca mais tocaria no sangue de Jace (e de mais ninguém), mas não encontrou força de vontade suficiente para manter sua palavra.

Por que diabos Jace não estava reagindo!?

Mas Jace estava reagindo. Do jeito mais errado impossível.

Os gemidos que ele passou a emitir não eram de dor, mas de puro prazer. Simon sabia que depois de um tempo a mordida oferecia alívio às vítimas, as sedavam para suportar a tortura que era ter seu sangue drenado completamente por um vampiro. Mas Jace não parecia mais calmo, não parecia estar sucumbindo. As mãos que o seguravam nas costas o prenderam com mais força e o garoto sabia o que estava fazendo, tinha plena noção de que as feridas em Simon se curavam tão rápido que era como se nunca tivessem existido e, por isso, enfincava suas unhas sem dó em sua pele, retribuia a mordida com outras espalhadas pelos ombros de Simon, arranhava usando toda a força que seu sangue de Anjo lhe proporcionava.

Quando menos esperou, Simon estava sendo jogado de costas na cama, com as pernas ainda entrelaçadas na cintura de Jace, silvando de frustração pela ausência de contato e pelo líquido, grosso e avermelhado, sendo desperdiçado.

Simon poderia explodir de excitação, sentia-se à um passo de atingir o orgasmo mais intenso e mais estranho de sua vida. A sensação que tinha era de que estava há um passo da felicidade, como se aquele turbilhão de sentimentos fossem se chocar e se transformar naquilo que ele mais desejou, como se nunca mais fosse precisar de outra coisa. Estaria completo.

— Simon… – Jace disse, sua voz tão rouca que mal parecia pertencer-lhe. Seus olhos dourados estavam quase completamente escuros e ele passava suas unhas continuamente através de seu abdômen até os quadris, novamente ameaçando retirar a bermuda de Simon. Sua ânsia em marcá-lo, deixar alguma pista de que ele estava ali, era visível e fazia Simon querer chorar e gemer e mordê-lo de novo, tudo ao mesmo tempo. Jace umedeceu a mão em seu próprio sangue e o ofereceu em pequenas doses para Simon, sem desviar os olhos enquanto o vampiro chupava dedo por dedo, roçando seus dentes distendidos em sua pele, tomando cuidado para não cortá-las.

Mais alguns movimentos e os dois não conseguiram segurar mais. Simon gozou primeiro, sua supersensibilidade colocando-se à prova mais uma vez, fazendo-o enxergar o mundo com cores ainda mais brilhantes e explosivas por alguns segundos, fazendo-o sentir cada vibração, cada espasmo vindos do corpo de Jace enquanto ele mesmo alcançava o ápice. Ele não ainda não tinha tentado fazer sexo depois que se transformou em vampiro e nunca esperou que as sensações fossem tão absurdamente intensas.

Jace desabou sobre Simon na certeza de que ele não se incomodaria com o seu peso. A respiração dele irregular e pesada, seu rosto pressionado contra o peito do outro.

— É melhor eu ir. – o Caçador das Sombras murmurou, depois que havia se recuperado o suficiente para falar com firmeza. Desvencilhou-se de Simon, pegou suas roupas do chão e deu uma última olhada para trás.

— Você realmente tinha planejado isso, não tinha? – Simon questionou, antes que Jace tivesse saído de vez e o sorriso que ele lhe lançou como resposta definitivamente descrevia o gênio do mau que ele era.

Depois que Jace foi embora, Simon continuou estirado na cama por um tempo, sem conseguir acreditar no que tinham acabado de fazer. O cheiro do suor, do sangue e do sêmen ainda estava forte, queimando em suas narinas.

Olhou para a câmera, a luz vermelha ainda acesa.

Pelo menos ele tinha como provar que tinha não só provocado uma ereção em um cara hétero, como também tinha transado com Jace Wayland. Ninguém ia acreditar se ele contasse. Não que ele fosse contar, claro.

— O que você está fazendo? – perguntou para si mesmo, antes levar os dedos sujos de sangue à boca e sorrindo ao sentir o gosto do loiro mais uma vez.


N/A: E aí? O que acharam? Me digam nos comentários.

Por algum motivo bem louco, essa fanfic tem três partes, que eu vou postando com o passar do tempo. Saber a opinião de vocês é muito importante pra mim, ok?

Obrigada por ler!