A certa distância era possível avistar um casebre do tipo neogótico, ele possuía uma pintura azul mais se percebia que já havia sido pintado de mais umas três cores anteriormente, e por algum motivo ainda não descoberto aquele lugar chamou muito minha atenção. Era como se sua arquitetura antiga e o mistério que envolvia ninguém a habitar por cerca de 50 anos me atraíssem. Havia janelas entre abertas e suas portas em um tom de azul marinho permitia uma entrada sem complicações, e é meio que evidente que eu fui até lá. Empurrei uma das janelas com cautela e avistei uma velha cadeira de balanço, logo a cima dela um quadro todo empoeirado, parecia um casal se abraçando, mais as teias de aranha complicavam a visão. Fiz um leve esforço e adentrei o recinto. Fui diretamente ao quadro que me deixou um tanto quanto instigada, ele trazia a fotografia de um lindo casal, ela com seus cabelos louros que davam a entender serem mais finos que o normal, com um olhar profundo e penetrante, o rapaz com seus cabelos escuros que chamavam atenção para seus olhos claros, quase um tom de mel. Eles se olhavam e pelo meio sorriso percebia-se o quanto se amavam, era quase possível ouvir os dois falando coisas clichês tais como: "Você sempre será o amor de minha vida!" ou "Tu és tudo de mais lindo que possuo!". E realmente, eles eram lindos, uma beleza encantadora, simples e singela, porém lindos, algo inexplicável. Não me contentaria em ir embora a partir dali, havia quartos e muito mais amor espalhados por aquela casa. Ao dar um giro de 90° avistei várias outras fotografias, cada uma mais bela que a outra, todas pediam para serem decifradas e era exatamente isso o que desejava fazer, avistei algumas fotos de casamento, e em cima de uma escrivaninha um porta retrato que capturou meu olhar, dei alguns passos a frente e há vi sem nenhum fio de cabelo em sua cabeça, e o que mais me intrigava era o lindo sorriso em sua face, e como nas demais fotos ela estava a olhar para os olhos do seu amado, que brilhavam era algo encantador de se observar. Passei alguns minutos a olhar tamanha beleza até que uma mão suavemente tocou-me o ombro e ao olhar para trás apenas sorri.
(Esses são olhos de uma poetiza que observam amor nos seus mínimos detalhes. )
