A sorte está lançada.
O barulho dos carros não chegava a incomodá-lo tanto. O que o incomodava mesmo era o calor. Muito calor.
A cidade em si já parecia uma panela de pressão: os edifícios, a falta do verde e todos aqueles automóveis dificultavam tanto a passagem de ar... "Sufocante". Na rua, as pessoas trajavam roupas mínimas: mulheres com bastante pele exposta, homens de bermuda, crianças com as suas roupas mais frescas. Para alguém que não vive no clima típico latino, aquilo tudo pareceria um show de futilidades... Não tinha como culpar a "falta de roupa".
Muito calor.
Mas São Paulo tem a peculiaridade de gostar de ter todas as estações do ano em um dia só. Coisa de paulista...
Porém tinha que admitir que a cidade tivesse um "quê" que nem ele mesmo poderia explicar. Parecia ter sido minuciosamente pintada por um emaranhado de culturas, crenças, ideias e sonhos... Era alemã, francesa, italiana, grega, portuguesa, japonesa, africana, árabe e tantas outras faces presentes não só na arquitetura como na essência da população. A cada ano, cerca de 10 milhões de visitantes vêm à cidade para alavancar os negócios ou estreitar contatos profissionais, fazer compras ou aproveitar um calendário cultural ligado com o que se faz no mundo.
Mas o calor... Que inferno!
O prédio que se estava á sua frente era o do seu trabalho. O dia já começava.
- Pontualidade britânica como sempre – ele ouviu a voz conhecida de seu companheiro de trabalho. Olhou na direção do seu locutor e não deixou de mostrar, é claro, o leve desprezo pela palavrinha "britânica" – Não precisa me olhar assim. É uma piada!- disse o colega ao se aproximar e dar alguns tapinhas no ombro dele - Por que não apareceu no churrasco?
- Estive doente... - tentou disfarçar. A verdade era que não gostava que lhe tratassem de forma tão "informal" no trabalho, mas ao que parecia, essa era uma marca do povo brasileiro. O bendito "complexo de amizade instantânea" como ele gostava de chamar – E a coletiva?
-Tudo nos trinques – ele piscou um olho e fez um sinal positivo com o dedo polegar – Tem um público bem diverso pra "nóis" hoje - ele riu e entregou ao companheiro uma pasta com alguns papéis – seu discurso?
- Esta onde deveria estar – ele deu uma olhada rápida nos papeis – público "bem diverso"...?
- Muitos (1) moscas, alguns "falantes"... – ele deu em ombros.
-Mas isso não serria o normal?
- Tem muitos tipos de moscas ai... E tem os gabineteros também.
- Oh... - "É claro que eles estarão aqui... Que político não quer tirar o proveito dos progressos policiais? Pegar parte do nosso esforço e transformar em um mérito seu". – O chefe?
O companheiro riu irônico. O "chefe" era uma lenda no lugar, todos sabiam dele, mas ninguém o via a um par de anos, na verdade desde um incidente que ninguém o vê mais. Poucas eram as fotos que haviam do "chefe", na maioria ele estava mascarado: já fora um soldado de elite, um dos melhores e como suas missões eram sempre de alto risco... Levava a máscara. Fora apelidado de o "sacerdote", a lista dos motivos era imensa. Agora o porquê de haver "sumido" da vista de todos e só se comunicar por telefone... Esse era o maior mistério.
- Por aqui – disse o companheiro apontando para a porta que daria em um imenso corredor.
Caminhavam a passos largos e rápidos. Enquanto passavam, uns amontoados de pessoas iam e vinham, cidadãos de todos os tipos abafando ainda mais o prédio antigo. Ele tentou manter o controle sobre si mesmo, não desviava o olhar, nem para responder ás provocações que escutava enquanto se deslocava por entre a multidão:
- Oi gatão – lhe disse uma prostituta, com o cabelo todo ensebado, cheirando a sexo e cocaína – Eu cobro bem...
-Me desculpe senhor! – se apressou em dizer um – Vou leva-la já!
Respirou fundo novamente, apertou forte o punho cerrado, balançou a cabeça e finalmente chegou aonde deveria chegar.
-Nos separamos aqui... – o companheiro lhe dirigiu um olhar carinhoso e preocupado, tanto que o deixou sem graça – Você vai se sair bem! – e piscando foi embora.
Á sua frente estava uma porta alta, larga, mas bem suja. Desgastada com o tempo... Só os que passaram por ali saberiam exatamente o que essa porta já "vivenciou", o que ela "viu", "ouviu"... Quantas pessoas haveriam estado ali? Quantos tantos outros como ele?
Ao abrir a porta se deparou com o salão de coletiva de imprensa da cidade de São Paulo, situada dentro do próprio prédio da policia federal. O lugar era grande o suficiente para receber um número "X" de pessoas, mas a multidão que se encontrava ali ultrapassava demais o valor limite. No palco havia quatro cadeiras, uma delas seria ocupada por ele próprio e o restante por seus outros colegas de trabalho que já se encontravam em um canto. O microfone ao centro, o brasão da policia federal do Brasil se via imponente fixado á parede de cor preta, as bandeiras devidamente colocadas... Tudo pronto para a coletiva.
Quando todos já estavam em seus devidos lugares, um homem barbudo, gordo e suado se posicionou em frente ao microfone principal:
- Bom dia senhoras e senhores. É com um imenso prazer que abrimos hoje esta coletiva de imprensa, a fim de relatar os avanços do sistema de polícia federal...
Os repórteres, jornalistas, comentaristas, donos de blog e porta vozes de rádios jornais estavam presentes. Todos inquietos, não deixavam de fazer barulho enquanto um dos delegados falava.
A coletiva tinha 2 aspectos importantes: um era para vangloriar a polícia paulista de haver capturado alguns líderes do morro, vendedores de drogas, e supostamente livrado uma "favela inteira" do domínio dos traficantes. A segunda era da vinda de um delegado trazido "da Europa", "delegado fino" entre outros apelidos carinhosos que ele havia ganhado após a disseminação da notícia.
Chegada finalmente a sua hora de falar, após um exaustivo discurso sobre as consequências positivas que tal ato traria á comunidade, foi sua vez de ser apresentado.
-Quero dar as boas vindas ao s.r. Drake Gluec, o investigador de força e consistência da polícia britânica. Ele...
Ao ouvir seu nome ele prestou finalmente atenção ao que dizia o seu futuro companheiro de profissão: ele detalhou mais o fato de Drake ser da polícia inglesa, de "fora do país" do que qualquer outro de seus atributos policiais que estão detalhadamente comentados em sua ficha policial...
Devidamente escondida do mundo.
-Senhor Gluec, por favor, venha receber a nossa "querida" mídia brasileira...
Ele se posicionou em frente ao microfone e olhou com desdém a todos os que estavam ali, presentes e eufóricos, prontos para pegar qualquer frase sua e distorcê-la até seu último ponto final. A luz estava forte, bem em seu rosto. Marcava seus cabelos vermelhos, cor de sangue e sua pele branca e de aspecto gelado, assim como sua própria personalidade.
- É com muito gosto – apesar de sua voz refletir totalmente o contrário – que venho aqui em nome de Vossa Majestade, a Grandíssima Rainha Elizabeth II, em nome da polícia britânica e principalmente em nome do povo inglês, prestar serviços á população brasileira, dona de um país com imensa extensão territorial e grande força policial...
Tentou ser o mais breve em seu discurso e torcia o nariz a cada mentira que contava em especial a menção ao nome "Elizabeth II e britânico". Com custo conseguia dominar o idioma português, ainda que em sua fala, soassem pequenos sotaques característicos de sua terra natal.
"Pronto" pensou. "Agora basta que eu aguente algumas perguntas idiotas sobre "como vai se adaptar", "o que achou do país" e "vocês tomam mesmo tanto chá"? e tudo estará acabado e finalmente poderei me focar no que realmente importa".
- Senhor Drake, como o senhor espera ajudar a polícia brasileira sem ter um conhecimento prático do que é investigação criminal em nosso país?
A pergunta o fez encarar de forma rápida o seu locutor: um jornalista. Ele torceu o nariz á pergunta. Não a estava esperando.
- Bom - ele começou – Crimes seguem padrões específicos que são estudados durante as investigações. Os padrões...
-O senhor quer dizer que vai se basear em "padrões" britânicos para conduzir as investigações brasileiras? – "Ok. Já entendi. Esse jornalista é do tipo sensacionalista" – E é com a mesma competência fraca que investigaram o caso "Seraphina" e com a mesma violência no caso "Jean Charles" que o senhor pretende presentear a polícia brasileira?
Drake possuía um único sinal realmente visível de seu nervosismo: uma pequena veia que saltava frente a essa situação psicológica tão agressiva ao ser humano. Ela ficou visível, marcada em seu rosto branco. Nos poucos segundo que antecederam sua fala, ele pôde visualizar a figura de uma menina de longos cabelos loiros, olhos azuis e suplicantes á sua frente...
- O senhor jornalista da Folha de São Paulo está esquecendo-se dos esforços que foram feitos. E não trate tais casos como situações banais visto que...
-Mas não foram a partir de situações banais que elas aconteceram? Como o senhor irá enfrentar os vários crimes de estupro, roubo, assassinato dentre outros que ocorrem no país?
-Tudo bem – ele disse finalmente perdendo a paciência – Até agora você não me deu a liberdade de discurso. Quero responder ás suas perguntas, mas non me atropele – ele respirou de forma espaçada e tranquila e começou a falar em tom firme – Em primeiro lugar, para conduzir uma investigação criminal você deve ter atributos acadêmicos, uma visão completa de espaço e um raciocínio rápido. Pesquise mais sobre isso, acho que será necessário. Os padrões em crimes existem porque toda a humanidade segue padrões. – ele levantou a mão esquerda para gesticular levemente - mesmo aqueles que parecem estar escondidos – abriu a palma da mão – e até mesmo aqueles que são evidentes. Os psicólogos, psiquiatras e vários outros profissionais da área poderiam lhe dar todas essas informações também. Não vou fazer o "dever de casa" para o senhor. – ele fez uma pausa para inspirar – os casos citados são de infeliz final... Um deles ainda permanece como mistério a todo Reino Unido...
Ele parou pela primeira vez e focou-se de fato no jornalista. Era bonito: longos cabelos ondulados, pele morena banhada ao sol, físico impecável, mas sem exageros. Um estilo meio "bad boy" tendo em vista as roupas que vestia e mais... Um olho azul profundo, oceânico e tão misterioso quanto o próprio emaranhado de águas...
- Quanto á questão da solução dos crimes... Existem todos os recursos: humanos e tecnológicos oferecidos pelo sistema policial brasileiro. No mundo é conhecida pelos seus esforços e grandes sucessos em operações de risco.
- O senhor só pode estar de brincadeira quando chama o sistema policial brasileiro de "eficiente".
- O senhor jornalista...
-Me chamo Milo!
- O senhor "Milo" – "nome realmente incomum para um brasileiro, mas com certeza tem herança européia em você"- me parece muito radical e cego perante os avanços da polícia e...
-Muito pelo contrário! Eu sou o maior defensor da policia brasileira! - disse Milo se exaltando – o que me encuca é o porque de "importarem" um suposto inglês para fazer um trabalho de peso no órgão de proteção pública do país e também – ele disse e se virou aos colegas de profissão – o porque de acharem que acabaram com o tráfico na favela! Se nem mesmo certeza se toda a sua organização foi...
-JÁ CHEGA! – um dos delegados se pôs de pé e apontou o indicador para Milo – Levem-no daqui! Não há como discutir com a ignorância!
Drake observou o belo jornalista ser segurado violentamente pelos braços e arrastado até a porta. O detento não apresentava nenhum tipo de resistência e ao contrário do que geralmente ocorria, ele não se incomodou com a situação. "Vai ver está acostumado".
Passaram-se exatos sete dias desde sua "posse" na área investigativa policial.
Ele aprendera em pouco tempo o nome de mais da metade dos funcionários, incluindo o pessoal da limpeza e dos "lanches", e percebeu como funcionava a hierarquia "oculta" no sistema policial identificar os policiais corruptos, aqueles que se corrompiam facilmente e também aqueles que eram obrigados a se corromperem. Foi com um deles, Cassius, que conseguiu a senha que tanto queria para começar sua investigação. E foi com ela que ele abriu todos os relatórios, fotos dentre outras provas guardadas e arquivadas no sistema digital da polícia.
Toc.
Toc.
Toc.
Ele ouviu alguém á porta. Ergueu o olhar e finalmente falou:
- An... – parou de falar. "Concentre-se no sotaque" – Entrée.
Era o delegado Shura, espanhol de nascença, mas radicado brasileiro em 2009 com todas as honras possíveis. Fora estudante de direito, um aluno notável, um delegado brilhante, mas como todos os outros, um ser humano falho. Tinha o porte de um homem forte, com um físico bem trabalhado, mas igual ao jornalista, sem exageros. O cabelo formava um topete que Drake poderia jurar ser contra a vontade do próprio Shura e o rosto trazia marcas de preocupação.
- Boa tarde, Drake. – Shura ainda estava de pé. Esperava pelo convite a se sentar – vim lhe tomar um pouco de seu tempo em uma investigação que precisa ser analisada com mais detalhes...
Drake continuava com o rosto parcialmente escondido pela tela do computador, o seu de uso pessoal, apenas com os olhos verdes fixados em Shura como um leão se fixa em sua presa. Ele não demonstrava agressividade, mas Shura conseguia "sentir" certa frieza no modo em que o tratava. Já haviam se cruzado algumas outras vezes pelos tumultuosos corredores da delegacia e as poucas palavras que Drake expeliu em cada mini diálogo... Não tinham um tom cem por cento amistosas...
-Posso me sentar?
- Ah, claro – ele disse finalmente e fechou o computador pessoal – e o que estarríamos enfrentando...?
- Sequestro de jovens mulheres...
-Hn... – ele pegou a pasta que Shura havia trazido e fingiu interesse ao folhear algumas páginas - Acredito que será de maior eficácia se o caso for destinado á delegada Marin e a investigadora Shina da área de sequestro de mulheres... – disse Drake ao entregar a pasta de volta ao delegado - aqui diz "desaparecimentos", não "sequestro".
-Quero a sua análise sobre o caso – disse Shura de forma firme – A parte da delegacia feminina tem encontrado certas dificuldades no manejo dessa onda de "desaparecimentos"– "não é de se espantar visto que tanto a delegada quanto a chefe de investigações são como cão e gato" pensou Drake ao ouvir Shura – acredito que uma visão "outsider" do caso as auxilie a traçar um caminho mais voltado á realidade.
-E qual seria a realidade?
-São casos de sequestro.
Na anatomia da criminalidade brasileira, o sequestro é uma atividade financeira em que ocorrem menos riscos e se fatura muito dinheiro num pequeno lapso de tempo.
Utilizando táticas de guerrilha, ações são cada vez mais audaciosas e contam com sofisticado apoio logístico, atingindo níveis incontroláveis em determinados estados. Isto representa atualmente um risco de vida imediato para um número cada vez maior de pessoas, destacadamente as mulheres e empresários. Contudo, já é alta a estatística policial de casos onde os sequestrados são da classe média e os valores dos resgates se limitam a bens móveis. Evidencia-se, desta maneira, que o sequestro já é um fato comum, coisa de nosso dia-a-dia, e que as sequelas causadas às vítimas são de proporções muito maiores do que possa parecer. Aliado a esses aspectos, há um agravamento da situação quando ocorre a divulgação desorientada do sequestro, o envolvimento de pessoas despreparadas e o aparecimento de "heróis" oportunistas. É sob este prisma que se faz necessário radiografar o sequestro e compreender que a primeira defesa é conhecer profundamente que tipos de pessoas o fazem, suas motivações, objetivos, técnicas e organizações; em segundo plano, é importante saber conhecer o risco de vir a ser uma futura vítima desta modalidade de crime e, por fim, como administrar claramente o evento chamado "cativeiro".
- Estou realmente atarefado aqui com esta pilha de casos para análise – ele apontou para as pastas de crimes que havia sobre sua mesa. Todas devidamente empilhadas e bem... Intocadas até agora – não sei se poderei...
-Eu tenho ouvido histórias interessantes sobre seu comportamento aqui na delegacia – ele cruzou os dedos e apoiou as mãos sobre a perna – suas caminhadas pelos corredores são notáveis. – ele encarou Drake esperando que este deixasse transparecer qualquer tipo de variação anatômica momentânea que o indicasse culpado.
-Não sabia que estava impedido de circular pelos corredores – Drake disse de forma cínica e irônica.
-Ah, mas é claro que não... – Shura aproximou o corpo á mesa e olhou, com suas íris castanhas, a face calma e irônica de Drake – contudo alguns setores da delegacia,relatórios e arquivos são de uso único de delegados e profissionais superiores a você.
"Merde...". Ele precisava pensar rápido o suficiente para não deixar o silêncio se prolongar e acabar por delatá-lo. Qualquer mínima suspeita deveria ser evitada e como não perceberá antes a atenção de Shura?
-Compreendo o que quer dizer e peço desculpas pela minha curriosidad – ele forçou o sorriso mais amigável que poderia – mas infelizmente estou atarefado com os outros processos investigativos – ele pegou um deles e para sua "sorte" era de um assassinato – não sei se poderei dar alguma luz útil a área de investigação feminina se...
-Não há problema com isso – ele pegou a pasta e a estendeu a Drake– tenho certeza que um dos outros investigadores me fará o favor de analisar este caso – e trocou a pasta do assassinato pela do caso das jovens desaparecidas – Espero um relatório seu até às 17 horas da terça feira.
-Sim senhor... – Drake pegou com desgosto a pasta e a pousou sobre a mesa.
Era plena sexta feira, a noite caía barulhenta e promissora para aqueles que se aventurariam pelo o que as ruas de São Paulo teriam a oferecer... Para Drake eram só barulhentas.
Exatos sete dias haviam se passado desde sua "expulsão amistosa" da última coletiva policial.
Milo estava sentado em frente ao seu computador: já eram 19 horas. O dia havia passado rápido e com ele também vieram os pesos do jornalismo sobre seus ombros. A matéria da coletiva policial havia ficado perfeitamente imparcial, apesar de detestar essa "imparcialidade" que tinha de marcar em cada uma de suas matérias e que acabava com sua opinião sobre o assunto.
A Folha de São Paulo é um jornal brasileiro editado na cidade de São Paulo e o segundo maior jornal de circulação do Brasil, segundo dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC). Ao lado de O Globo, Correio Brasiliense e O Estado de S. Paulo, a Folha de S. Paulo, que pertence ao Grupo Folha, é um dos jornais mais influentes do país.
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Opinião - com layout fixo, ocupa as primeiras páginas do jornal, A2 e A3. A primeira página é ocupada por um ou dois editoriais; três artigos de colunistas, de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro; e a coluna vertical, com artigos de políticos e intelectuais com espaço fixo. A segunda página é ocupada pelo Painel do Leitor, pela seção Erramos e também pela seção Tendências/Debates, que aos domingos e dias de semana publica artigos assinados por personalidades (principalmente políticos, empresários e cientistas), geralmente composições políticas contrárias entre si e aos sábados lança uma questão que é respondida com um artigo favorável e outro contra.
E as seções semanais:
Segunda-feira: Folhateen, Tec
Terça-feira: Equilíbrio
Quarta-feira: Comida
Quinta-feira: Turismo
Sexta-feira: Guia da Folha (circula apenas em São Paulo)
Sábado: Folhinha
Domingo: Ilustríssima, revista São Paulo (circula apenas em São Paulo), Veículos, Construção, Imóveis, Empregos, Negócios.
Ele fazia parte da equipe de jornalistas que ficara encarregado de concorrer á "Primeira Página". Era a "folha" mais disputada entre todos, chegava a dar brigas, desentendimentos passageiros ou que durariam pelo resto da vida, disfarçados por sorrisos, mas apunhalados pelas costas. Ele próprio já havia sido apunhalado uma vez...
Durante seu dia, ele saia á rua em busca de notícias. Tinha lá seus contatos, amigos na polícia e também nos lugares mais obscuros da Grande São Paulo. Faz parte de a profissão ter suas fontes de contatos... Não importa exatamente de que lado ela é.
Basta que seja confiável a informação.
-Que interessante... – ele pegou uma de suas anotações e a analisou com cautela
Em uma das suas anotações viu que uma casa, na área nobre de São Paulo, estava constantemente sendo alvo de reclamação dos moradores: "gritos á noite", "luzes que se ascendem e apagam rapidamente", "cheiro de tinta constante próximo á casa"...
- Interessante, mas não é um trabalho para mim, o super jornalista.
-O "super jornalista"? – a familiar voz de seu chefe – Acho louvável sua auto estima – ele sorriu para Milo que retribuiu o sorriso – trabalhando até agora?
- Bom... Eu amo o meu trabalho – ele se virou para encara frente a frente seu chefe – e é por isso que acho que eu deveria ter um aumento de salário! Urgente!
- Você teria se fosse mais pontual – ele pegou a anotação "interessante" de Milo – casa mau assombrada?
- Náa... – ele gesticulou – Devem ser mendigos ou adolescentes com os hormônios á flor da pele.
-E o que eles têm a ver? – perguntou o chefe curioso.
- Bom... Tem roda aquela euforia sexual na adolescência e se atrever a "fazer" em lugares assombrosos chega a ser excitante...
- Você e sua mente pervertida... – ele segurou a folha e a observou de novo – vá investigar essa casa e resolver o mistério, Milo, "o super jornalista".
- O quê? – ele contraiu o rosto em tom de desaprovação – isso aqui é piada, passe para um dos responsáveis do "Guia da Folha" e peça para que incluam a casa como ponto turístico do terror. – ele olhou para o chefe que parecia não ter gostado do que ouviu – isso não é realmente uma notícia...
- Faremos uma aposta – ele pegou a folha – vá e investigue. Se você conseguir resolver o mistério, ganhará a Primeira página!
- E um aumento? – ele falou esperançoso. "Já que é pra cobrir uma besteira dessas eu poderia ao menos ter um aumento né?".
-Vá ver a casa. Depois conversamos sobre isso – disse o chefe ao dar as costas a Milo e ir até a porta.
-É sério isso mesmo? – perguntou o jornalista ainda incrédulo com a proposta – o da primeira página?
-Sim é sério. Você tem até a terça feira.
Ola a todos!
Meu nome é "Brim Mask" e depois de anos apenas lendo as histórias feitas pelos vários escritores do eu finalmente resolvi "dar a cara a tapa" e publicar uma história que vem sido elaborada em minha mente há muito tempo...
Obrigada a você por ter dedicado um tempinho a ler esse começo de estória.
Críticas construtivas são sempre bem vindas.
Elogios também.
hahahahahaha
Espero que gostem da história, só far não há e há muita informação não é?
Veremos,veremos...
Convido vocês então a esperarem pelo próximo capítulo da minha série "The Grisly Reminder".
Um beijo a todos.
B.
