Somente O Nada
Ele era tudo. E ao mesmo tempo, nada. Ele era o branco, a junção de todas as cores; e também o branco, que indicava somente o vazio.
Sua tez alva brilhava sobre a fraca luz emanada da falsa lua que repousava no céu daquele local, daquele mundo. Afinal, ele era o brilho no escuro. O branco no negro. E, ao mesmo tempo, representava o negro que encobria o branco. O escuro que escondia o brilho. De qualquer modo, ele sempre seria o nada.
Seus olhos verdes traziam felicidade a todos que neles olhassem. Eles emanavam a esperança inexistente para ele mesmo. Mostravam uma melancolia e tristeza tão duradouras e tão efêmeras, simultaneamente, que chegavam a trazer sofrimento a quem prestasse atenção em seus orbes esmeralda.
As manchas que escorriam de seu rosto mostravam as lágrimas que ele nunca derramara, ou derramaria. Não por não querer, e sim por não poder. Afinal, ele era apenas o vazio, o nada, e como este, não podia sentir, sofrer, sorrir ou chorar.
O negro de seus fios demonstrava sua personalidade, escura, sóbria, fria, sombria. O preto de seus cabelos mostrava solidão, vazio. Mostrava niilismo, mostrava tudo, e nada.
Então, o preto atravessou o branco. O negro se misturou à escuridão. E a espada se cravou em seu peito. Fria, gélida, como a própria seda pálida que repousava em seu corpo.
Neste único momento, uma cor se sobressaiu em seu mundo vazio, manchando o branco, manchando o vácuo. Manchando a esperança e felicidade, a tristeza e a melancolia, o brilho e a escuridão, a sombra e o frio, a solidão e a sobriedade. O sorrir, o sentir, o chorar e o sofrer.
Manchando sua pele branca que mostrava o nada, seus olhos verdes que refletiam o nada, suas manchas esverdeadas que entristeciam o nada, seus cabelos negros que brilhavam como o nada. Seu coração gelado, que não sentia nada.
E ele se misturou ao nada ao qual ele sempre pertenceu. Ao nada do qual ele nunca pode fugir. Afinal, ele era o nada. Somente o nada.
N/A: Olha eu seu que deve estar uma porcaria, mas... Não me matem!
Enfim, eu sou completamente louca por ele!
Beijos,
DBS.
