AMIGAS
Capitulo 1
A menina tinha nove anos, ela desceu a encosta correndo, era primavera e a vida gritava através da natureza, com as flores florindo em várias cores e tamanhos, que despontavam através da grama verdinha e molhada de orvalho que cobria todo o chã árvores davam seus frutos e os ninhos dos passarinhos tinham seus filhotes que pediam comida. Ela corria com um filhotinho de pardal, bem protegido em suas pequenas mãos, seus pés ligeiros corriam pela inclinação e ela sorria! Seus cabelos, de um peculiar tom de mogno, balançavam enquanto ela corria. Seus olhos marrons brilhavam de empolgação, assim que ela alcançou seu objetivo que era a porta azul descascada do imenso casarão azul e branco. Ela não parou, virou-se de costas e com as nádegas empurrou a porta, pois não queria abrir suas mãos e deixar o pequeno pardal fugir.
Porém, para a sua surpresa a porta se abre repentinamente fazendo com que ela perdesse o equilíbrio, caindo de costas. Seu coração disparou e ela fechou seus olhos esperando por seu baque no chão, Isabella sabia que isto iria doer e trincou seus dentes. Mas, duas mãos grandes e quentes a apoiaram antes da queda acontecer!
_Ops!
O som da risada alegre e espontânea do homem a fez abrir seus olhos e se deparar com os dele. Ela foi colocada com muita facilidade em pé pelo estranho homem. Assim que se voltou de frente para ele, Isabella pôde olhá-lo melhor e, começou a fazer uma inspeção de baixo a cima. Notou os sapatos pretos e brilhantes para depois seguir subindo pelas pernas muito compridas, vestidas com jeans azul escuro. Ela percebeu que o estranho havia colocado suas mãos nos bolsos de sua calça e que ele vestia uma camisa branca, quando finalmente ela chegou ao seu rosto, se perturbou e abaixou seus olhos rapidamente!
Ele era muito bonito!
_Nossa é a primeira vez que eu vejo uma pessoa que anda de costas! - O estranho gargalhou alegre antes de perguntar o nome dela.
_Qual é o seu nome querida?
Uma desconfiança tomou conta de Isabella, que já vira aquela cena tantas e tantas vezes! As perguntas se alternavam como:_Oi, como você esta? E, _Tudo bem com você, meu anjo?
Isabella já estava preparada para tudo isto desde os cinco anos. Então ela usou aquele tom de voz que tanto irritava Rennee e, foi impertinente, coisa que ela sabia bem o significado, de tanto que já o fizera.
_Como você sabe que eu sou querida? A gente nem se conhece!
Mas, para desagrado dela, o estranho não perdeu o seu bom humor, tão pouco, seu sorriso enorme se apagou de seu belo rosto!
_Oras, se não tem razão! Vamos resolver este impasse, deixe me apresentar para você! Meu nome é Carslile Cullen, como você se chama?
Isabella o viu estender sua mão enorme para ela e a olhou como se fosse algo muito estranho, para depois, dizer, mantendo toda a sua impertinência e petulância:
_Não vê que estou com as mãos ocupadas?
_Verdade! Posso perguntar o que carrega ai?
Ele era insistente! Foi o que ela pensou! Mas, assim que ela ergueu seus olhos, a fim de dar-lhe uma resposta bem mal educada, foi desarmada por aquele olhar, cúmplice de um sorriso encantador, então sem alternativas ela responde, até mesmo com certo entusiasmo em sua voz:
–É um filhotinho de pardal!
Depois as palavras passaram a sair de sua boca, sem qualquer freio:
_Ele caiu do ninho!
_Talvez fosse melhor colocá-lo no ninho novamente!
_Não! Eu quero mostrá-lo para a minha irmã!
_Pode mostrá-lo dentro do ninho, quente e protegido! Veja como ele está tremendo!
_Oh! Será que está morrendo?
_Não! Mas sente frio e o ninho é o melhor lugar para ele! - Isabella olhava para a avezinha e concordou com o estranho.
_Eu vou colocá-lo de volta!
_Mas onde fica o ninho?
_No galho da árvore no alto da colina!
_Então talvez fosse melhor um adulto ajudá-la!
_Não precisa! Vou colocá-lo no bolso da frente do meu macacão e subirei na arvore bem fácil!
_Você sobe em arvores?
_Claro! Sou uma verdadeira especialista! – Dizendo isto, Isabella se volta correndo por onde veio, antes, porém, de começar a subir a encosta da colina, ela coloca com carinho o passarinho no bolso de seu macacão, como dissera que o faria. Ela ainda se volta olhando para trás, a tempo de ver uma mulher muito bonita, com olhos bondosos se aproximando do homem que se chamava Carlisle Cullen, ela lhe disse algo e os dois entraram no casarão.
_Sim! Vão e peguem outra criança!
Isabella voltou-se e subiu rapidamente a encosta, logo ela já se encontrava diante da arvore frontosa e, com uma agilidade impressionante, a escalou até chegar em um galho torto. Perto da conexão do galho com o tronco, em um pequeno buraco, que denunciava o ninho, ela sorriu e depositou o passarinho no ninho. Seu sorriso aumentou assim que ouviu o piar do pardalzinho, que julgou ser de alegria!
Ela ficou um bom tempo naquele galho olhando para a pequena ave antes de se decidir descer, mas antes, ela olhou para baixo, para o lado do casarão azul e branco e viu com surpresa o home sair com a mulher. Eles deram as mãos para Charlie e Rennee enquanto falavam alguma coisa. Isabella teve um pressentimento e se perguntou:
_Quem será que foi desta vez?
Depois ela desceu a arvore sem nenhum problema e se aproximou da encosta da colina observando a cena lá embaixo, quando o homem olhou para cima a vendo, de onde ela se encontrava pode vê-lo sorrindo e ascendo para ela. Se sentindo livre ela acenou de volta. Depois ela viu o casal entrando no carro e partindo. Acompanhou o veículo com os olhos, até ele sumir de suas vistas pela estrada de terra e cascalhos.
_Isabella? Está na hora do almoço!
Rennee gritou e depois entrou no casarão, Isabella desceu a encosta rapidamente correndo para dentro da casa, mas parou ao ouvi-lo falar com ela:
_Bella, quantas vezes terei que lhe dizer para não subir naquela arvore?
_Está tudo bem Charlie, eu sei me cuidar!
Charlie Swan se aproximou da pequena Isabella antes de colocar suas mãos em seus cabelos macios.
_Se você cair e se machucar? Tem que me prometer que não irá mais fazer isto, ou terei que cortar aquela arvore!
_Não pode! Vai destruir a família de pardais que mora lá!
_E a culpa será tua, se continuar a insistir em subir nela!
Isabella começou a chorar imaginando tamanha crueldade com a família de pardais.
_Está bem, eu prometo não subir mais!
_Otimo, entre e vá lavar as suas mãos!
Ela enxugou suas lágrimas com as mãos, borrando a sua face! Antes de entrar, lembrou-se do casal e perguntou:
_Charlie, quem eles levaram dessa vez?
_E porque você quer saber? Nunca se interessou por qualquer casal antes! Alias, sempre os assustou! – Isabella deu de ombros antes de dizer com convicção!
_É claro, pois eu nunca serei adotada! Nunca!
