Nota da autora: Essa fanfic não é uma Nc. Mas é uma insinuação. Tudo nela leva ao sexo, só não está narrado especificamente. Só pra avisar.
- Cachoeira! - exclamei ao mirar uma ela cachoeira. Não era enorme, tinha uns quatro metros de comprimento, e caía num riozinho super limpo e de água cristalina.
- Linda, não, é?
- É fantástica! - exclamei. - Parece que ninguém vem aqui, como foi que você desco...?
Mas antes que eu pudesse terminar a frase, um forte relâmpago e um trovão cortaram o céu.
- Droga! - reclamou Tiago. - Acho que vai chover.
Não deu outra, mal ele terminara de falar e a chuva começou a cair, e bem pesada.
- Corre! - ele gritou, segurando minha mão e correndo até a cachoeira, enquanto alguém parecia estar jogando baldes e mais baldes de água fria sobre nossas cabeças.
Uma vez vendo até onde ele queria me levar, foi fácil acompanhá-lo. Bem atrás da cachoeira parecia haver uma espécie de caverna, que conseguimos entrar subindo por umas pedras escorregadias.
Era um lugar escuro e úmido, que me deu arrepios.
- Tiago... Tem certeza de que aqui não tem nenhuma...
- Aranha? Cobras venenosas? Morcegos?
Era difícil ouví-lo com todo aquele barulho lá fora, mas eu pude ver, pelo sorriso em seu rosto, que não havia motivos para me preocupar.
- Vamos ter que esperar a chuva passar aqui, suponho? - perguntei tirando minha jaqueta enxarcada. Passara frio sem ela, mas com ela passaria ainda mais. Droga! Porque fui deixar a bendita varinha em casa? Essa idéia de passeio de trouxa definitivamente não deu certo!
- Passar eu não sei... - ele disse, também tirando sua blusa molhada, o boné e os óculos. - Mas pelo menos maneirar. Devíamos ter imaginado isso, teremos muita sorte se a chuva chegar a parar mesmo.
- E para piorar, acho que vai esfriar pra valer.
Tiago não pôde responder, naquele momento um vento forte veio contra nós e trouxe junto vários litros de água.
- Venha, vamos sair de perto da cachoeira, acho que ali no fundo a água não vai nos alcançar...
Alcançando ou não, eu já estava morrendo de frio. Droga! E se a chuva não parasse? Teríamos que passar a noite naquele lugar gelado? Morreríamos congelados até o amanhecer!
Chegamos no fundo daquela gruta, onde parecia seco, e nos sentamos no chão, lado a lado.
Ficamos muito tempo em silêncio. Estava congelando mas tentava desfarçar, não queria preocupá-lo.
- Você está tremendo - ele disse de repente. - Deve estar morrendo de frio! Olha, acho que é melhor você ficar com a minha camisa, não está tão molhada...
- O quê? - exclamei ao vê-lo desabotoar a própria camisa. - Você só pode estar maluco, vai virar gelo se tirar essa camisa... Não se preocupe!
Ao ver que ele continuava desabotoando segurei nas suas mãos.
- Está tudo bem - disse-lhe. - Por favor, não faça isso.
Ele me encarou por um momento, então pareceu cair na real e desistir daquela idéia maluca.
- Acho que não vai adiantar muita coisa - ele disse se curvando para a cesta. - mas ainda temos a toalha que usamos no pique-nique. Veja, ainda está seca. Fique com ela - acrescentou, retirando a toalha da cesta e a colocando delicadamente sobre mim.
- O quê? - repeti, perplexa. - Mas e você?
- Não se preocupe, não estou com tanto frio.
Mirei-o incrédula. É claro que ele estava mentindo, seu rosto estava ainda mais branco do que normalmente era, e seus lábios ainda mais corados tremiam suavemente.
Apesar da situação em que nos encontrávamos, não pude deixar de observar (mais uma vez) como ele era belo! Como seus olhos castanhos esverdeados pareciam refletir a água daquela cachoeira com um brilho ainda mais encantador! Como seus cabelos negros e úmidos caíam deslinhadamente naquele belo rosto, onde se encontravam os lábios mais belos e desejáveis que eu já havia visto! Naquele momento tão vermelhos, tão chamativos, tão... tão próximos!
Tive que me segurar para não beijá-lo naquele momento! Se o fizesse, o que ele pensaria? Eu havia aceitado sair com ele, e o havia feito prometer que não tentaria nada, agora, eu iria beijá-lo assim? Sem mais nem menos?
Sacudi a cabeça e ainda encantada com tanta beleza percebi que ele estivera me observando também, com um olhar tão intenso quanto o meu.
- Você vai acabar congelando! - disse-lhe para escaparmos daquele Silêncio embaraçador.
- Antes eu do que você - ele me respondeu sorrindo.
Acho que não será preciso dizer que me derreti novamente.
- Não seja bobo! - exclamei tentando parecer descontraída. - Olha podemos dividir a toalha...
- Não sei se... seria correto. - ele respondeu me surpreendendo ao corar.
Sabia que ele dizia aquilo pelo que tinha me prometido. Sabia o que ele estava pensando. Afinal, o que seria nós dois em um tempo como aquele, num lugar afastado, embaixo de um mesmo "cobertor"?
Mesmo assim, vocês não sabem como é estranho ver Tiago Potter corado.
A chuva lá fora pareceu aumentar, estava esfriando cada vez mais e apesar de termos um teto, não poderíamos dizer que estávamos em um lugar muito aquecido. Disse-lhe isso e ele pareceu se render.
Estendi a toalha sobre nós dois. Como era pequena, nos aproximamos mais, e Tiago passou o braço pelos meus ombros.
Ficamos ali, abraçados... Eu, com minha cabeça apoiada sobre seu ombro podia escutar sua respiração, apesar do estrépito que a chuva fazia ao cair. Ele estava tão próximo! Era incrível que o cara que eu dera tantos foras e rejeitara tantas vezes estivesse ali comigo! Realmente inacreditável!
Me encolhi mais para perto daquele abrigo doce que era o Potter, e senti sua outra mão abraçar-me pela cintura por baixo daquele cobertor improvisado. Automaticamente, lancei um braço ao seu peito, podendo tocar sua pele macia graças aos botões ainda abertos de sua camisa. Ao fazer isso, notei um ligeiro tremor por seu corpo.
Desconfiei que a minha mão estaria gelada demais, e fiz mensão de tirá-la, mas desfazendo o abraço que acabara de me conceder, ele a segurou onde estava.
- Não se preocupe - sussurrou bem próximo ao meu ouvido.
Senti um arrepio ainda mais forte ao ouví-lo. Tive certeza de que não era por causa do frio.
Suavemente ele ergueu minha mão e logo senti seus lábios tocarem as pontas dos meus dedos com carinho. Depois ele a colocou de volta ao seu peito, e afastando a camisa, a deslizou ate seu coração.
Estava disparado.
Enquanto ele me abraçava novamente, percebi que já não sentia mais tanto frio. Algo novo estava acontecendo naquele momento...
Não consegui permanecer parada. A chuva, a cachoeira, o lugar, a toalha, o cheiro perfumado de homem que vazava dos poros de Tiago e invadiam minhas narinas, tudo parecia me embalar, me consumir de tal forma a não conseguir pensar em nada... nada além dele.
Minha cabeça, até o momento estacionada em seu peito pareceu cansar-se de ficar naquel mesma posição. Fui movendo-a lentamentem aproximando do seu pescoço, cada vez mais entorpecida pelo perfume que seu corpo exalava. Minha mão que estava pousada em seu coração começou a agir por conta própria... Deslizou-se lentamente para os lados, tocando cada parte daquela pele macia e milagrosamente quente que podia alcançar...
Senti minha respiração ocilar. Seu corpo emitiu novamente aquele tremos repentino e seus braços me envolveram num abraço mais apertado, mais caloroso...
Nossos rostos roçavam um no outro, num ritmo musical inexistente. Me surpreendi ao sentir minhas costas naquele chão frio, e abrindo os olhos vi que tinha escorregado completamente e que meio corpo de Progs estava debruçado sobre mim. Eu não sentia seu peso, sentia apenas seu calor...
Finalmente, senti seu lábios macios e quentes tocarem meu rosto, a procura dos meus, que estavam anciosos e impacientes por aquele encontro. Mas antes de se encontrarem, como para me deixar ainda mais fora de mim, senti seus lábios deslizarem úmidos até o meu queixo e descerem ao pescoço... Depois, delicadamente, descendo as alças de minha blusa, aos meus ombros...
A paixão já nos havia consumido. Não pude esperar mais, enquanto vagamente eu sentia todo o seu corpo em cima do meu, agarrei os seus cabelos e o trouxe para perto de meu rosto.
Foi como um choque elétrico em todo o meu corpo quando senti seus lábios tocarem os meus, e sua língua macia invadindo a minha boca e explorando cada canto... Como se a conhece há muito tempo...
E que beijo! Que beijo aquele garoto tinha! Me fez apertá-lo ainda mais contra mim, e suspirar, pensamentos desorganizado em minha mente...
Ele sorriu, e se afastou um pouquinho...
- E o que houve com a minha promessa? - sussurrou em meu ouvido.
Minhas unhas apertaram a pele de suas costas involuntariamente.
- Dane-se a promessa! - respondi, sem fôlego.
Ele riu ainda mais, e passou a beijar o lóbulo de minha orelha, e meu pescoço...
Lílian Evans... Cadê você? Quem é essa no seu lugar? O que fez com a antiga Lílian? A certinha, a incorrigível, a determinada...
Oras... dane-se a antiga Evans também!
Puxei sua camisa para cima, e ele se livrou dela em um instante, logo em seguida me ajudando com a minha blusa. Ficou algums segundo me fitando, o que estava me deixando constrangida, mas ao ver meu constrangimento, se inclinou novamente sobre mim e voltou a me beijar...
- Tem certeza de que quer isso?
- huhum...
Ele não disse mais nada, enquanto meus dedos passeavam pelo cós de sua calça e o ajudava a se livrar dela, ao que ele fazia o mesmo comigo.
Já estávamos ofegantes. O frio, dera lugar a um calor insuportável, ao mesmo tempo em que um longo suspiro escapava de minha boca, minhas unahs cravaram em suas costas, e para mim, havíamos chegado ao céu, ao paraíso... Juntos.
- Isso-foi-realmente-maravilhoso... - exclamei, enquanto ele deitava do meu lado e me acolhia em seu abraço.
- Lilian Evans, quer se casar comigo quando terminarmos a escola?
O encarei para ver se falava sério.
- Está me pedindo... sério?
- Acha que estaria brincando com algo assim?
Ele realmente, falava a verdade, seus olhos confessavam.
- É claro que eu aceito. - respondi. E dessa vez ele pareceu surpreso.
- Fala sério?
- Tenho cara de quem está brincando?
Ele sorriu. Paguei na mesma moeda.
- Eu te amo. - Ele disse. Não acredito. Ele disse mesmo isso?
- Eu também - respondi, lhe dando um beijo apaixonado.
E a noite ainda estava apenas começando.
