Esta fanfic foi traduzida, e não me pertence. Harry Potter não me pertence.
Harry Potter and the Descent into Darkness
Harry estava sozinho. Ele nunca se sentiu tão perdido e sozinho em sua vida. Mesmo quando estava nos Dursley, quando era criança, ele não havia se sentindo sozinho como agora. Ao menos, antes, tudo o que ele havia conhecido era a solidão. Ele nunca havia tido nada para comparar. Agora, ele havia conhecido a amizade e sabia o que era ter amigos e confidentes… Aqueles com quem pudesse confiar. Ter tudo isso arrancado dele… De uma forma tão súbita e dolorosa… Fazia com que ser imerso no abismo da se tornasse ainda mil vezes mais esmagador, quase como se estivesse destroçando seu corpo.
Era apenas três de novembro, mas seus problemas já havia dado início em trinta e um de outubro. Ele já havia aceitado que coisas sempre aconteciam no Dias da Bruxas. Então, logicamente, ele deveria ser o mais cauteloso possível. A experiência havia ensinado que Harry deveria temer esse dia mais do que todos, mas ele jamais havia previsto o que realmente aconteceu nesse dia. Dessa vez, havia acontecido uma coisa que ele não poderia realmente imaginar.
Ele estava em seu quarto ano na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts e as coisas tinham começado bem o suficiente. O ataque dos Comensais da Morte na Copa Mundial de Quadribol, que aconteceu algumas semanas antes do início do ano, o que havia sido uma experiência bastante desagradável. Depois haviam os sonhos… Ou melhor, os pesadelos que Harry andava tendo, mas até o momento, a escola havia sido incrível! Até mesmo o professor de Defesa havia sido o mais brilhante desde Remus. Louco, era verdade. Mas mesmo assim ele era brilhante.
Dessa forma, quando o nome de Harry havia sido expelido para fora do Cálice de Fogo, fazendo dele um dos campeões Tribruxo, ele havia sido recebido por um silêncio ceifador.
A escola inteira estava convencida de que Harry havia encontrado um meio de enganar o Cálice de Fogo. Que ele havia sido capaz de ultrapassar a Linha Etária que Dumbledore havia criado ao redor do Cálice e colocado seu nome nele. Mais do que isso, sua 'fraude', de alguma forma havia estragado tanto as coisas que agora havia dois campeões para representar Hogwarts, ao invés de haver apenas um.
No dia após os campeões terem sido escolhidos, uma repórter do Profeta Diário chamada Rita Skeeter havia vindo para entrevistar os quatro. O artigo que ela havia produzido havia sido como uma bomba nuclear de horror e constrangimento em sua vida. Era um monte de lixo e fofocas idiotas, é claro, mas isso não havia impedindo as pessoas de acreditar no que havia sido escrito por Skeeter.
A escola inteira estava contra ele. Ele era um pirralho em busca de atenção, enganador, mentiroso, que ainda chorava a morte de seus pais durante a noite, e tinha sérios problemas de estabilidade mental. Porém, tudo isso estaria – provavelmente – dentro de sua capacidade para ele ser capaz de suportar, caso ele não houvesse sido abandonado pelas duas únicas pessoas na qual ele havia pensado que podia depositar sua confiança. Pessoas que ele sempre pensou que jamais duvidariam dele.
Rony estava com raiva. Ele não havia acreditado em Harry, nem mesmo por um momento, quando este havia dito que não colocara seu nome no Cálice. Ele estava convencido de que Harry havia encontrado um meio de passar pela Linha Etária, sem se importar em compartilhar essa informação com ele. Isso porque Harry não queria que a competição aumentasse. Que ele não queria dar a chance de Rony roubar sua glória, quando seu nome saísse do Cálice.
O idiota era tão desejoso da fama que Harry possuía, que ele era cego para verdade. O fato de que ele poderia, honestamente, acreditar que Harry iria querer alguma coisa com a "glória eterna" o machucou. Isso mostrava que Rony não o conhecia realmente.
E então, se isso já não fosse o suficiente, houve Hermione. Mesmo ela não acreditava nele. Ela estava zangada por ele sempre estar se metendo em situações de risco. Ela estava com raiva que ele havia estrago um importante evento de confraternização entre as escalas, fazendo com que houvessem quatro campeões ao invés dos três que deveriam haver. Ela estava enfurecida por ele ser imprudente e não respeitar as regras. Sua raiva era tanta, que ela nem mesmo havia parado para pensar que ele, simplesmente, não havia feito aquilo!
Era sábado e ele estava se escondendo em seu dormitório. Todos os seus colegas haviam ido para o Grande Salão para o desjejum. Nenhum deles se preocupou em 'acordá-lo', já que ninguém falava com ele. Não que ele queria ir para o Grande Salão comer, de qualquer maneira. Ele estava enojado dos olhares e sussurros, e as zombarias dos alunos de Slytherin.
Ele se deitou em sua cama, enterrando-se profundamente dentro das cobertas vermelhas, escondido sobre as pesadas cortinas que rodeavam sua cama de dossel. Ele fechou os olhos e tentou limpar sua mente de toda a dor e solidão que sentia. A sensação de abandono total preenchendo seu corpo… Ele apertou a mandíbula com força demasiada. A respiração afiada, enquanto tentava empurrar todo aquele sentimento para longe. Afastar tudo aquilo. Desligar-se de cada sentimento. Desligar-se de tudo.
Nada.
Sua respiração diminuiu e foi se tornando mais calma… Mais profunda. Afundou-se em sua mente de uma forma que ele não havia feito durante anos. Ele costumava fazer isso quando estava trancado no armário, tentando não chorar por causa de algo especialmente ruim que seus parentes haviam lhe dito, ou feito. No entanto, ele havia parado de fazer isso em algum momento de sua vida.
Conforme ele mergulhava mais e mais fundo em sua mente, lentamente ele começava a reconhecer o lugar. Fazia tanto tempo desde que ele havia feito isso. Ele havia esquecido totalmente daquele lugar. O espaço era amplo e sem uma forma exata. Uma grande extensão branca que possuía um plano ambíguo como chão, paredes brancas rodeavam o grande espaço vazio. Na verdade, ele havia se esquecido que ela se encontrava ali. Em um canto distante, notou uma mancha fria e escura que ele não tinha prestado atenção antes. Ele analisou a mancha escura curiosamente por um momento. Suas memorias sobre ele eram nebulosas e haviam desaparecido com o tempo. Fazia tanto tempo desde que ele havia se escondido naquele lugar. Para ser honesto, muitas vezes ele havia pensado que apenas havia imaginado tudo aquilo.
No entanto, como ele havia pensado sobre esse pequeno ponto escuro isolado em sua mente, ele percebeu que isso sempre havia estado ali. Ele sempre havia estado com ele, mas Harry tinha perdido completamente a consciência dele durante muitos e muitos anos. Lembrou-se de alguma memoria perdida, há muito tempo, quando ele havia tido medo desse lugar escuro e frio dentro de sua mente. Que havia alguma… Razão pela qual ele deveria ter medo. Em sua ingenuidade juvenil, ele havia pensado que era algo horrível que precisava ser evitado e escondido, mas ele não conseguia se lembrar porquê.
Ele sabia que, em algum momento, a muito tempo atrás, ele havia começado a se afastar. Ele havia mantido separado por uma grande força de vontade. Quase como se ele houvesse construído alguma barreira mental grande, envolta dele para mantê-lo longe de si. Para que ficasse separado daquele ponto escuro e assustador que havia em sua mente.
Agora que Harry estava realmente prestando atenção nele, percebeu que ele ainda estava fazendo isso. Era como uma espécie de mecanismo de defesa automática. Só estava lá. Ele só fazia isso. Ele estavam sempre fazendo isso. Em torno do ponto escuro e nebuloso havia uma barreira invisível, e ele podia sentir uma grande quantidade de poder mágico estava sendo usada para mantê-la contida. Por um momento, Harry se perguntou o quanto de sua energia havia sido dedicada, para manter constantemente essa pequena coisa isolada durante todo aquele tempo.
Ele examinou o ponto escuro, com um olhar especulativo agora. Querendo saber se realmente havia alguma razão realmente boa para ele temê-lo, ou se valia a pena gastar tanta energia para continuar com a barreira. Parecia um tanto inocente para ele agora.
Sua primeira experiência em se aproximar do ponto escuro, era comparáveis a cutuca-lo com uma vara longa. Enviando estímulos mentais para ele. Gestos rápidos e curtos. Curioso para observar qualquer tipo de resposta. Não obteve nenhuma.
Ele continuou a examinar e, mentalmente, 'abordar' a escuridão por algum tempo. Encontrou-se mais e mais perto, até onde ele lhe permitiu chegar. O mais estranho, era que não era realmente frio. Era quente. E… Harry arriscava dizer, confortável. Era quase como se fosse uma presença estranha, no entanto, não era uma presença que ele sentia qualquer tipo de vontade de expulsar.
Harry se inclinou mais contra a presença escura, sentindo-se quente e confortável. Em sua paisagem mental, ele imaginou-se de pé na grande sala branca, e a mancha escura era nebulosa e embaçada, mas ainda assim substancial. Existente, ele ergueu a mão em direção ao ponto escuro, hesitante, ele começou a acariciá-la… Harry gostou do que sentiu. Não era apenas uma suavidade contra sua 'mão', mas um arrepio que percorria todo o seu corpo. Um formigamento vertiginoso que o fez sorrir… Seu primeiro sorriso verdadeiro desde os eventos no Halloween.
A barreira ainda estava ativa, encarcerando a mancha escura em seu próprio canto, mas Harry decidiu desfazê-la. O ponto escuro não parecia ser realmente uma ameaça. Ele não tinha mais o que temer a muito tempo, e ele não via nenhuma razão para usar sua magia apenas para manter o ponto escuro isolado.
Ele encerrou a batalha constante que sua magia havia travado contra a mancha escura nos últimos anos, sentindo como se um enorme peso fosse retirado repentinamente de seus ombros. Harry engasgou com a diferença enorme que ele sentiu, quase que instantaneamente. Ele não conseguia acreditar o quanto de sua magia estava sendo direcionada para aquilo! Havia sido loucura!
Ele se perguntou se era por isso que ele sempre havia tido resultados tão patéticos nas aulas, durante os últimos três anos. Teria sua habilidade mágica sido reduzida por causa dessa batalha em seu subconsciente?
Harry voltou a concentrar-se no ponto escuro novamente, agora observando-o como ele reagia a liberdade repentina. Na verdade, não parecia ter feito grandes mudanças. Ele ainda estava lá. Harry ainda sentia que era… Agradável tocá-lo. Não havia aumentado ou me movimentado, ou até mesmo o atacado de alguma forma. Ele apenas ficou ali, sentado em sua mente, sentado incrivelmente inofensivo. Harry se perguntou por que, em nome de Merlin, ele havia tido medo daquilo em primeiro lugar. Ele percebeu que, provavelmente, era algo infantil que não tinha importância real. Ele havia construído essa barreira em seu subconsciente por meio de magia acidental e a havia mantido instintivamente.
Era inacreditável que uma magia acidental, que ele havia feito quando tinha quatro ou cinco anos, poderia ter sido mantida durante todos aqueles anos. Era quase detestável.
Ele finalmente emergiu do interior de sua mente, deixando que um suspiro profundo escapasse de seus lábios, aceitando que ele precisava sair da cama. Mesmo que ele evitasse as refeições com o resto da escola, ele ainda possuía lições de casa que precisavam ser feitas e isso era algo que ele não podia mais ignorar.
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Foi… Incrível. Sua mente estava tão clara. Sua magia era tão fácil de controlar e manipular. Podia sentá-la girando em torno dele, fluindo e refluindo como poderosas ondas, batendo sobre a magia que se encontrava enraizada no castelo. Ele nunca havia se sentindo tão em sintonia com sua magia antes.
Ele nunca havia percebido quanto de sua magia e seu subconsciente haviam dedicado na tarefa de lutar contra o pequeno ponto escuro, até que ele havia decidido parar de lutar. Agora a magia estava perfeitamente certa em suas mãos, respondendo tão rápido e com tanta facilidade. Sua mente era muito mais clara agora. Ele apenas entendia o que estava escrito no livros e o que os professorem diziam. Agora, tudo fazia tanto sentido, e ele ficou pasmo que ele simplesmente não havia conseguido antes.
Era tão óbvio! Como ele poderia ter passado tanto tempo sem ser capaz de ver a verdade? Sem entender o que estava fazendo?
A teoria da magia sempre havia sido muito além do seu alcance. Ele era capaz de fazer executar os feitiços se praticasse bastante, mas ele nunca havia entendido com ou porquê das magias. Mas agora ele era capaz. Ele podia ver a magia. Ele sentia como ela trabalhava ao redor e através dele. Sua magia trabalhava de uma forma tão fácil, fazendo com que ele sentisse uma emoção de controle que era emocionante.
A última semana de aulas havia sido uma das experiências tão inacreditável, que ele havia conseguido superar a zombaria e os olhares furiosos que o seguia aonde quer que fosse.
Cada noite, antes de se deixar ser carregado pelo sono, ele regulamentava sua respiração e se deixava sua consciência deslizar até aquele lugar profundo em sua mente, para que ele pudesse examinar a mancha escura um pouco mais. Ele queria manter sobre controle qualquer tipo de reação, mas até o momento nada havia acontecido. Ele continuava no mesmo lugar e na mesma forma, descansando no fundo de sua mente.
Por que diabos ele tinha perdido tanta energia e concentração mental, por tanto tempo, na luta contra aquele pequeno ponto escuro em sua mente!
Harry desejou ser capaz de se lembrar do que poderia ter acontecido, para fazer com que o seu eu mais jovem ficasse com tanto medo daquilo.
Ele, gradualmente, começou a se aproximar mais e mais do ponto escuro. As aulas e os momentos em que ficava estudando haviam se provado uma grande distração, mas ele ainda se sentia terrivelmente só. Ter seus dois melhores amigos evitando-o totalmente ainda machucava horrivelmente, mas quando ele se deixava levar e se aproximava do ponto escuro, toda a horrível dor desaparecia. A mancha escura havia preenchido um lugar vazio, com seu calor estranho que o fazia deixar escapar pequenos suspiros de contentamento.
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Mais alguns dias se passaram. Hagrid havia lhe levado para a Floresta Proibida – quando estava escondido sob sua capa de invisibilidade – e lhe mostrado os dragões. Madame Maxime havia estado lá também, e em seu caminho de volta para o castelo, Harry havia se deparado com Igor Karkaroff, por isso não havia dúvida de que tanto Krum, como Delacour saberiam sobre a existência dos dragões.
Harry duvidava que alguém havia se preocupado em avisar Cedric sobre isso.
Naquela noite, depois de ver os dragões em primeira mão, Harry havia tido uma conversa com Sírius. Seu padrinho havia lhe avisado que Karkaroff havia sido um Comensal da Morte. Ele também disse a Harry que ele suspeitava de quem havia colocado seu nome no Cálice de Fogo, provavelmente, tinha esperanças de vê-lo morto.
Pessoas morrem nesse torneio. Havia uma razão para que apenas feiticeiros maiores de idade haviam sido autorizados a competir. Harry, que havia apenas iniciado seu quarto ano, era totalmente despreparado para as tarefas que ele teria de enfrentar. Ele simplesmente não havia estudado magia o suficiente. Quando comparado aos seus companheiros campeões, ele não passava de um bebê segurando uma varinha.
Nesse ponto, Harry ainda estava completamente horrorizado com a perspectiva de ter de enfrentar um dragão. Sírius havia dito que ele sabia uma maneira de lidar com um, mas havia sido interrompido quando Harry havia escutado alguém descendo para a Sala Comum. Eles tiveram de terminar a conversa mais cedo e Harry sentiu-se incrivelmente desapontado com isso.
Sua decepção transformou-se em raiva amarga, quando ele descobriu que a pessoa que havia interrompido sua conversa, havia sido ninguém menos do que Rony. O ciumento, idiota, traidor que outrora dizia-se ser seu melhor amigo.
Ele é apenas um cachorro miserável em busca de atenção e glória.
Tudo o que ele queria, era aquecer-se a luz do "Menino-Que-Sobreviveu". Uma vez que ele percebeu que estava apenas vivendo na minha sombra, ele ficou com raiva e se virou contra mim.
Uma pequena voz dentro da cabeça de Harry observou com amargura.
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Harry passou todo e qualquer momento livre que ele poderia ter na biblioteca, pesquisando sobre dragões. Quanto mais ele lia sobre eles, mais ele percebia o quão terrivelmente perigosos eles eram. Normalmente, era precisado de enormes equipes de feiticeiros para dominar e subjugar essas criaturas. Certa de vinte feiticeiros lançando, simultaneamente, uma poderosa sequência de feitiços estuporantes, para derrubar um único dragão.
Ele colocou o livro que estava lendo para baixo em sua mesa de cabeceira, deitando-se sobre as cobertas e suspirando profundamente. Já era tarde – provavelmente em algum momento depois da meia-noite – e todos os seus colegas de quarto estavam dormindo. Ele estava estressado e estava a um passo de começar a surtar. Faltava apenas uma semana para a tarefa e ele ainda não tinha ideia do que ele iria fazer!
Ele deitou-se sobre o travesseiro, fechando os olhos, escapando para a sua paisagem mental. Ele descobriu que passar um tempo perto da mancha escura acalmava seus nervos desgastados de uma forma bastante agradável. Ele gostava de estar perto dele. Gostava de esfregar os 'dedos' ao longo de sua superfície. Ele até começou a deitar-se sobre a mancha escura. Inclinando-se para ele como uma almofada gigante. O calor que o envolvia era maravilhoso. Era como se cada nervo saturado e desgastado de seu corpo, começassem a relaxar e ser massageados. Ele podia pensar mais claramente depois de estar dentro de sua paisagem mental, ele sentia-se fortalecido e magicamente rejuvenescido após passar um tempo naquela estreita proximidade com o ponto escuro.
Harry escapou novamente, só então, indo diretamente para ele e acomodando-se ao seu lado. Sentiu o calor envolvendo-o. Harry deixou um suspiro feliz escapar, ele precisava da sensação de que havia alguém lá para ele. Harry não era capaz de explicar, mas quando ele estava com esse pequeno ponto escuro em sua mente, sentia-se como se aquele ponto fosse outra pessoa. Como se ele não estivesse sozinho.
Um novo suspiro escapou de seus lábio e, mesmo sem decidir o que fazer, ele começou a falar. Divagava e falava sobre o que estava acontecendo em sua vida. Sobre o estresse e a preocupação que o afogava, devido a periculosidade da tarefa que se aproximava mais e mais.
Ele nunca havia realmente feito isso antes. Conversar com… Ele mesmo, de verdade. Enquanto pensava sobre o que estava fazendo, ele sabia, racionalmente, que era algo incrivelmente louco de se fazer. Ele só… Ele queria alguém para conversar e, mesmo que ele soubesse que era loucura, ele realmente sentia-se bem com a pequena escuridão em sua paisagem mental. Era como se fosse uma pessoa separada dele mesmo.
Depois do que pareceu ser muito tempo, e uma longa sessão de falatório, Harry ficou em silêncio, sendo finalmente capaz de relaxar diante da presença reconfortante. De alguma forma estranha, ele sentia-se limpo. Era bom desabafar. Colocar tudo para fora. Finalmente, ser capaz de dizer a alguém, mesmo esse alguém fosse ele mesmo.
Foi quando a presença negra pareceu… mudar. Era uma mudança pequena e insignificante, mas Harry estava bem ciente e foi capaz de notar a mudança no instante que ela ocorreu.
Ele endureceu e todos seus sentidos entraram em alerta, enquanto observava mentalmente para qualquer e todas as alterações.
A mancha escura não mudou de 'forma' ou 'tamanho', mas a presença parecia… Abraçar Harry. Isso tudo foi mental e, qualquer manifestação física, foi puramente imaginado por Harry. Muito daquilo não tinha qualquer tido de manifestação física… Era tudo mais parecido com… Uma impressão e um sentimento. Mas se Harry fosse escolher uma palavra para descrever o que havia mudado, ele diria que a presença havia acabado de puxá-lo para um abraço.
Lentamente, ele relaxou imerso na sensação calmamente. O abraço continuou e ele calmou-se de maneiras que não havia como serem descritas. Harry nunca gostou de ser tocado. Ele não estava acostumado ao contato físico. O único contato que ele já havia recebido dos Dursley, havia sido doloroso ou apenas fundamentalmente negativo. Ele nunca tinha sido segurado ou abraço antes de vir para Hogwarts. Sendo assim, mesmo quando alguém tentou fazer contato físico com ele agora, ele sempre evitava. Ele não sabia como reagir, então ele apenas fugia.
Mas isso era diferente.
Ele não sentia nenhum desejo de se afastar. Nenhum desconforto ou incerteza. Ele não se sentia estranho. Não houve constrangimento, ou vontade de ficar longe e voltar para sua zona de conforto. Esta era sua zona de conforto.
Um longo suspiro escapou, lentamente, ele sentia a montanha de tensão derreter. A presença envolveu-o mais apertado e foi como se estivesse embrulhando-o inteiramente e segurando-o perto. Ele nunca tinha se sentido tão aceito em toda a sua vida. Ele adorou. Ele quis que aquilo nunca mais acabasse.
Ele queria abraçar a presença em retorno, e ele descobriu que era possível. Harry e a presença escura se abraçaram por um longo tempo, enquanto sua mente era embalada lentamente para a inconsciência, até que deslizou totalmente para o sono.
[HarryPotterAndTheDescentIntoDarkness]
Na manhã seguinte, ele acordou com o que só poderia ser descrito como uma epifania. Harry agora sabia exatamente como lidar com o dragão. Não era apenas um simples 'feitiço', como ele sabia que não era a mesma coisa que Sírius estava pensando – e ele duvidava que Sírius fosse pensar que Harry poderia planejar fazer. No entanto, mesmo que isso não tivesse nada a ver com o que seu padrinho havia tentado sugerir, ele sabia que essa sua resposta era, provavelmente, a melhor de qualquer maneira. Ele estava absolutamente certo que ele iria conseguir.
Primeiro, ele precisava ter certeza de que o dragão que ele enfrentaria seriam o Meteoro Chinês, ou Verde Galês. Ele sabia que iria funcionar muito melhor nessas duas espécies, do que seria contra o Rabo-Córneo ou o Focinho-Curto. O Meteoro Chinês seria o mais fácil. Ele queria ouvir. Sendo um Leão Dragão Oriental, seria capaz de compreender melhor. O truque agora é ter certeza de que ele conseguiria.
Harry estava tão consumido com o seu planejamento para a tarefa, que foi quase um dia inteiro depois, quando ele começava a se preocupar de onde essa súbita inspiração havia vindo.
Tinha lido tantos textos sobre dragões ao longo dos últimos dia, que os conhecimentos e os livros estavam malditamente juntos. Disse a si mesmo que ele deveria ter lido em algum lugar no meio de todos aqueles livros, mas quanto mais pensava nisso, mais ele tinha certeza de que ele não tinha.
De fato, como ele continuou sua busca agora, ele percebeu que não poderia encontrar uma única referência, que dissesse que um… Parseltongue seria capaz de se comunicar com um dragão.
De onde havia surgido essa ideia?
Foi apenas um sonho idiota, e ele estava baseando todos os seus planos em algo que não daria certo?
Mas ele estava absolutamente certo de que daria. Ele apenas estava. Então ele pressionou pela parede de incerteza e reorientou-se para a sua tarefa atual.
Seu trabalho foi facilitado quando ele viu Ludo Bagman no jardim próximo a floresta naquela tarde. Ele rapidamente correu atrás do homem e conseguiu um encontrar um lugar silencioso para conversarem. Uma voz na parte detrás da cabeça de Harry lhe disse que ele estava, provavelmente, 'trapaceando', mas uma voz supreendentemente mais alta insistiu que sua prioridade era sobreviver, não ganhar. Ele não se importava com o que precisaria fazer. Ele só queria terminar aquele ano vivo.
Ele perguntou a Bagman como seria formada a escolha para a próxima tarefa, que se houvesse várias coisas para escolher, qual método seria utilizado para que cada uma dessas coisas fossem atribuídas aos campeões. Bagman rapidamente percebeu o que Harry estava fazendo e, graças a suas dívidas de jogo que seriam pagas caso Harry vencesse, ele lhe contou tudo de bom grado.
Harry descobriu que tudo seria feito em base de um sorteio, onde cada um dos campeões iria retirar uma versão miniaturizada dos dragões de um saco e, seria a versão real que eles teriam de enfrentar.
Ele também descobriu que, como ele era o mais jovem dos quatro campeões, ele teria seria o último a escolher. Isso complicou muito seus esforços. Ele não estava disposto a confiar na sorte durante o sorteio, quando suas chances eram apenas de uma para quatro. Ele precisava do Meteoro Chinês e não poderia acreditar que a sorte seria sua aliada naquele momento.
Naquela noite, quando ele entrou em sua paisagem mental e contou seus problemas e suas preocupações para o ponto escuro, enquanto relaxava de volta para o quente e reconfortante abraço. Quase podia jurar que a presença estava respondendo a ele de vez em quando. Não havia palavras ou sons, mas havia a nítida impressão de sentimentos. Foi como se seus males fossem afastados. Ele gostava daquela sensação. Era como uma mãe, segurando e balançando uma criança quando ela estava com medo e sozinha. E, no entanto, também era como um bom amigo. Ou um companheiro que entende você melhor do que ninguém jamais poderia. Aquele que você pode realmente confiar que estará sempre lá para você.
Harry não poderia explicar porque ele se sentia de tal jeito. Nada disso poderia realmente ser colocado em palavras. Apesar da falta de lógica, ele não tinha vontade de lutar contra isso. Sentiu-se melhor do que ele já tinha se sentido antes. Sua magia era mais forte, ele se sentiu-a mais à vontade com ele mesmo, de uma forma que ele jamais havia sentido durante toda a sua vida.
A presença segurou-o e acalmou seus nervos em frangalhos. Ela ouviu suas preocupações e, adicionando as pequenas vibração que sentia aqui e ali, fez com que Harry se tornasse completamente convencido que que o ponto escuro era capaz de lhe escutar. Se isso fazia algum sentido… Harry sabia que não.
Na manhã seguinte, Harry acordou com um sorriso largo decorando seu rosto. O sorriso espalhava-se por seu rosto e ele chegou a se sentir um idiota por isso. Havia aquela forte vontade de rir… Ou talvez carcarejar. Mas um momento depois, ele conteve essa vontade e franziu a tenta ligeiramente, enquanto deixava sua mente realmente analisar o que estava planejando agora.
A um certo nível, ele sabia que não era certo. Que era… Injusto, ou algo igualmente ridículo. Razões estupidas para colocar a vida em risco, honestamente. Ele empurrou esse pensamento para longe, lembrando-se que não era realmente injusto. Nenhum dos outros campeões seriam beneficiados, caso terminassem com o Meteoro Chinês. Harry era o unido capaz de falar a língua das serpentes, ou seja, era o único que realmente teria algum benefício em enfrentar o Meteoro Chinês.
Na verdade, o Meteoro Chinês era um dos mais perigosos do grupo. O Rabo-Córneo seria perigoso também, no sentido físico. Ele era cheio de espinhos mortais. O Meteoro Chinês é o que possui o maior alcance do "hálito de fogo", sem mencionar que possuía um variação realmente assustadora, fazia lembrar um spray de líquido de fogo fundido.
Se ele fizesse certo e os outros competidores não pegassem o Meteoro, ele estava realmente fazendo um favor a todos. Realmente.
Após o almoço naquele dia, Harry seguiu Cedric Rigor para fora do Grande Salão. O adolescente popular da Hufflepuff foi rapidamente cercado por outros alunos – alunos que usavam a insígnia Potter Fede –, mas Harry se forçou para ignorar aquilo e se aproximou do mais velho.
- Potter? O que quer? – Cedric perguntou, lançando vários de seus amigos se calassem.
- Nós precisamos conversar. É importante.
Cedric lhe deu um olhar desconfiado, hesitante, mas finalmente concordou com a cabeça. Ele disse aos amigos que ele estaria de volta em um minuto e seguiu Harry até uma sala vazia. Harry respirou fundo, ainda não tendo certeza se ele poderia realmente conseguir. Havia uma guerra sendo travada em seu mente, sobre a moralidade do que estava planejando fazer e, ainda assim, estranhamente, a parte dele que estava lutando contra, porque ele sabia que era "errado" foi surpreendentemente mais fraca. Era como se ele estivesse lutando contra aquilo, apenas porque ele sentia que deveria estar lutando, ao invés de fazê-lo porque realmente acreditava que aquilo era errado.
Harry virou-se para enfrentar o Hufflepuff mais velho, colocando uma máscara nervosa bastante convincente. Seu nervosismo era real, no entanto, ele deixou-o quase no mesmo instante em que ele decidiu realmente fazê-lo, sendo substituído por uma onda de alegria que enchia a boca do estomago. Ele estava quase animado para ver se ele poderia realmente fazer isso. Se ele realmente era capaz.
- Cedric, eu queria avisá-lo.
O menino mais velho estreitou os olhos e a suspeita estava de volta com força total.
- Eu sei o que é a primeira tarefa – disse Harry, dando ao outro rapaz um aceno determinado e olhando diretamente em seus olhos. Ele sentiu o turbilhão de magia ao seu redor. Ela inclinou-se a sua vontade sem qualquer esforço. Ele nem sequer precisou dizer nenhuma palavra! Não que ele tivesse alguma ideia mais explicita do que permitiria uma pessoa de ler a mente de alguém, de qualquer maneira. Ele estava fazendo isso apenas instintivamente. Ele realmente não sabia porque ele era capaz, mas ele sabia que ele poderia fazer. E foi tão fácil! Inferno, ele nem ao menos estava segurando sua varinha! Ele escorregou na mente do garoto com facilidade e podia sentir os pensamentos e emoções que rodavam em torno dele.
Cedric estava ansioso e animado sobre a perspectiva de obter uma vantagem, mas ele se perguntou por que, em nome de Merlin, Harry estaria dizendo-lhe aquilo.
- A primeira tarefa são dragões – continuou a falar. O menino mais velho ainda era totalmente alheio à presença de Harry em sua mente. Foi preciso muito esforço da parte de Harry para não sorrir. Isso é muito fácil.
- Dragões! – Cedric quase gritou e sua mente se tornou cheia de imagens de enormes feras escamosas, com presas afiadas, que lançavam poderosas rajadas de fogo.
- Sim, eles tem quatro. Um Focinho-Curto Sueco, um Rabo-Córneo Húngaro, um Verde Gales e um Meteoro Chinês – Como Harry falou a última parte, ele seguiu os pensamentos do mais velho e o cercando com o sentimento mais forte de medo e ódio que pudesse sutilmente reunir dentro da mente de Cedric. Ele encerrou o próprio pensamento com um forte desejo de evitá-lo a todo o custo.
Não escolha o Meteoro Chinês.
A expressão de Cedric só mostrou o horror absoluto diante da ideia de lutar contra um dragão, por um momento antes de conseguir dominar seu rosto em uma comprometida, senão ainda bastante nervosa, mascara. Os pensamentos do Hufflepuff não estavam ordenados e controlados. Ele estava completamente em pânico no interior.
Cedric observou, por uma fração de segundos, que era estranho que ele deveria ser tão aterrorizado com o Meteoro Chinês, mas ele também sabia que os dragões chineses possuíam de fogo fundido ao invés do fogo normal e, percebeu que esse era o provavelmente porquê de seu medo.
- Por que você está me dizendo isso? – Cedric perguntou de repente, a suspeita de mais cedo voltando a tomar conta de seus pensamentos.
- Quando os vi, os dragões quero dizer, eu vi Madame Maxime e Karkaroff lá também. Se eles sabem, então seus campeões também sabem. Era injusto que você fosse o único dos quatro de nós a não saber… - Harry falou com um olhar inocente e um simples encolher de ombros. Cedric o olhou surpreso e comentou sobre como mentalmente Harry era ingênuo.
Harry precisou lutar muito contra a vontade de exibir um sorriso maroto.
Ingênuo de fato. Ele riu mentalmente.
Eventualmente, Cedric aceitou o gesto de Harry e lhe agradeceu pela informação. Os dois se separaram e Harry finalmente permitiu que o sorriso dissimulado se espalhasse por seu rosto.
Apenas fácil demais.
[HarryPotterAndTheDescentIntoDarkness]
No dia seguinte, Moody havia mandado que Harry ficasse após a aula de Defesa e quase parecia como se o homem estivesse tentando oferecer sutilmente sua ajuda para Harry. Ele chegou ao ponto de lhe dizer fazer batota fazia parte do histórico do Torneio Tribruxo. Esse fato calmou um pouco a consciência de Harry – ao menos a pequena parte que insistia em fingir que ele realmente se importava.
Moody perguntou se Harry possuía algum plano para enfrentar a tarefa facilmente. Ele pareceu realmente surpreso quando Harry afirmou que sim, dizendo isso com uma quantidade surpreendendo de confiança.
Moody olhou-o com curiosidade, mas finalmente concordou com a cabeça e deixou-o ir para a próxima aula.
[HarryPotterAndTheDescentIntoDarkness]
Encontrar Krum sozinho foi bastante fácil. Ao que parecia, ele passava uma grande parte de seu tempo livre na biblioteca. O truque era falar com ele antes de seu "fã-clube" chegar.
Harry havia facilmente notado um padrão entre o momento em que o aluno de Durmstrang aparecia na biblioteca, já que o próprio Harry havia começado a passar um bom tempo naquele lugar, e foi lá que ele o esperou na tarde seguinte. Ele encurralou Krum quase que instantaneamente, porque ele sabia que não tinha tempo a perder. Convocou a magia ao seu redor, vagamente agarrando sua varinha na mão e colocando-se na mente de Krum.
O estudante de Durmstrang foi imediatamente cauteloso e sua mente estava cheia de sujeita. Harry usou basicamente a mesma história que havia usado com Cedric – com algumas modificações necessárias. Ele sabia que Krum já estava ciente sobre os dragões, mas Krum não sabia que Harry estava lá no momento – encoberto sobre seu manto de invisibilidade –, quando Karkaroff estava na floresta. E uma vez que Krum não queria ter seu diretor em apuros, ele fingiu não saber sobre o que seria a primeira tarefa.
Depois de um breve momento na mente do mais velho, Krum finalmente pareceu notar que algo estava… Estranho. Ele não sabia o que era, mas ele registrou mentalmente que algo parecia estranho. Harry manteve sua estadia na mente de Krum por pouco tempo, e olhou em volta o menos possível, de modo a não chamar a atenção para a sua presença.
Krum já possuía o desejo de enfrentar o Focinho Curto ou o Verde Galês, então Harry sutilmente empurrou para o Focinho-Curto, acrescentando uma aversão ao Meteoro Chinês. Ele também reduziu a aversão que Krum tinha em relação ao Rabo-Córneo, e acrescentou no pensamento que não seria tão ruim, já que ele possuía o menor alcance de disparo.
Ele deixou o adolescente mais velho e menos esperto, com um sorriso ainda mais presunçoso estampado em seu rosto.
Falar a sós com Fleur Delacour se mostrou uma tarefa absolutamente impossível. Ela estava sempre cercada por uma horda de estudantes franceses risonhas. O grupo lançava punhais de raiva com os olhos a qualquer garoto que tinha coragem de abordá-las. Claro, a maioria dos meninos que se aproximavam da meia-veela, havia feito-o de forma desastrosa, gaguejando incoerências e idiotices hormonais, por isso a irritação das meninas foi claramente justificada.
A tarefa estava a um dia de distância e Harry estava começando a se sentir um pouco desesperado. Ele precisava falar com Fleur. Suas chances na primeira tarefa haviam melhorado drasticamente, mas Fleur ainda iria escolher antes dele, e com a sua sorte, ela iria acabar pegando o Meteoro Chinês.
Ele tinha planos. Ele possuía, pelo menos uma confiança moderada, de que ele ainda poderia sobreviver a tarefa com os outros dragões… Ou, pelo menos, ele realmente esperava que sim… Mas duas chances eram muito, mas muito melhor se ele enfrentasse o maldito Meteoro!
Ele tinha passado todas as manhãs e as noites em sua mente, com a presença escura. Ele lhe ofereceu força e coragem. Sempre que Harry estava se sentindo sem esperança, que ele iria fazer com que se sentisse melhor. Era como se estivesse de alguma forma, dizendo-lhe que ele era forte e poderia fazê-lo, mesmo que não usasse palavras para lhe dizer. Ele podia sentir sua confiança crescendo a cada visita, e todas as manhãs acordava se sentindo melhor e mais confiança do que antes.
Então, naquele manhã, com apenas um dia antes da tarefa, depois de uma hora maravilhosa e revigorante de relaxamento dentro de sua própria mente, ele se levantou da cama com um pulo ansioso, fazendo rapidamente seu caminho para os terrenos. Ele havia visto as meninas de Beauxbatons muitas vezes nesse lugar, e esperava que elas estariam lá, fazendo com que fosse desnecessário percorrer todo o colégio atrás delas.
Ele sorriu largamente ao vê-la sentada no gramado com várias outras meninas de azul. Harry caminhou até o grupo com uma confiança que ele nunca sentiu antes de derrubar a barreira que o separava da presença escura. Ele sempre havia sido tão tímido e inseguro. Ele estava tão feliz que ele não se sentia mais assim. Ele estava tão fascinado com a forma como ele era agora. Que o pequeno, fraco e estupido menino não estava mais ali.
- Mademoiselle Delacour? – Ele chamou com um sorriso confiante, mas incrivelmente calmo. As meninas sentadas com Fleur olharam para ele com uma mistura de surpresa, ou aborrecimento. Uma varredura rápida nos pensamentos das meninas não ajudou muito, uma vez que eles eram todos pensamentos em francês, mas suas emoções e imagens mentais disse a Harry que elas ficaram chateadas por terem sua sessão de estudo interrompida por um garoto estupido. Mas várias delas estavam surpresa com o fato dele conseguir se aproximar de Fleur sem gaguejar e falar um monte de besteiras.
- Monsieur Potter? – Falou ela, levantando uma sobrancelha curiosa, mas ainda dando-lhe um olhar um pouco hesitante e curioso.
- Sinto muito por interromper sua sessão de estudo, mas eu tenho algo muito importante para lhe dizer. Só vai demorar um pouco. – Disse em um tom de voz doce, educado e um sorriso inocente.
Ela estreitou os olhos e todos as suas companheiras de estudo o encaravam com desconfiança e surpresa, mas Fleur se pôs de pé e se juntou a ele cerca de vinte metros de distância. Harry ficou surpreso ao notar como ele era pouco afetado pela aura veela. Ele facilmente ignorava o efeito da atração da meia-veela. Desejo irracional e o ligeiro aumento dos sentimentos lascivos, era facilmente colocado de lado, quase como se não estivesse ali. Ele podia reconhecer que ela era um menina bonita o suficiente, embora, certamente, nada dramaticamente maior do que qualquer uma das belas garotas de Hogwarts. Mas ele realmente não encontrava-se intensamente atraído por ela em tudo. Ela era apenas uma garota um pouco mais bonita que a média.
Ele já estava exercendo sua magia rodando com facilidade a mente de Fleur, colocando no fundo de sua mente sem qualquer esforço. Ela já sabia sobre os dragões, assim como ele havia suspeitado, embora ela não estivesse familiarizada com as raças específicas de dragões que teriam de enfrentar. Assim como Krum, ela agiu como se ela não tivesse nenhum ideia do que a primeira tarefa envolveria, e ficou bastante surpresa e impressionada com o sendo do que era "certo" e "justo" de Harry. Krum tinha simplesmente pensou que Harry era incrivelmente ingênuo para compartilhar informações, mas Fleur pensou que ele era nobre por fazê-lo.
Ela não tinha noção da presença dele em sua mente, e foi uma tarefa incrivelmente fácil planar uma forte aversão ao Meteoro Chinês em seu subconsciente.
Harry deixou que ela voltasse para suas colegas, olhando para o menino mais novo com um pequeno sorriso curioso. Harry não podia deixar de olhá-la por cima do ombro e dar-lhe um sorriso arrogante. Ela revirou os olhos e voltou para o grupo animado e risonho de meninas.
[HarryPotterAndTheDescentIntoDarkness]
A tarefa foi agendada para a tarde do dia seguinte, mas apenas as classes após o almoço haviam sido cancelas, assim Harry sentou-se em sua cadeira na aula de Feitiços naquela manhã em uma névoa impaciente. Uma enorme parte dele só queria acabar logo com aquilo. Ele estava ansioso e impaciente. Outra parte dele ainda estava com medo de que a sua teoria sobre como lidar com a tarefa não iria funcionar e que ele estava indo para ser frito vivo.
Apesar de sua estranha fé inexplicável na parselmagic que ele iria usar, Harry também tinha passado um pouco de seu tempo pesquisando feitiços a prova de fogo e blindagem anti-chamas na biblioteca, apenas como um plano B.
Naquele dia, a classe havia praticado um feitiço convocatório, e Harry tinha conseguido executá-lo com perfeição em sua primeira tentativa e, por tanto, não viu nenhum motivo de continuar a praticá-lo, quando ele já sabia que ele era capaz de fazê-lo. Sentou-se em sua mesa e continuou repassar os feitiços anti-chamas para a prova.
A classe estava tendo óbvios problemas com o feitiço de invocação, o que Harry achou levemente divertido. Ao mesmo tempo, ele sabia que se ele tivesse tentado realizar o feitiços um mês antes, ele provavelmente teria tido dificuldade com ele também. Era realmente incrível como era enorme diferença que fazia, agora que ele não estava lutando contra presença escura.
Hermione continuou atirando olhares de desaprovação para ele, quando sentou-se em silêncio e batendo sua varinha sobre os diversos livros, penas e pergaminhos encadernados que ele puxou de sua bolsa. Ele olhou para ela e ela olhou de volta.
Ela não achava que ele poderia fazê-lo. Pensei que ele era incompetente.
Ela não tinha fé em suas habilidades. Pensou que ele, provavelmente, estaria falhando epicamente em todas as suas lições de casa, desde que ela não estava mais ali no último mês para fazer isso por ele.
Claro, ela não tinha pensamento essas coisas tão literalmente, mas era evidente a partir da sensação geral e a forma com que seus pensamentos e sentimentos. Ela mascarava um pouco de sua falta de fé nele com preocupação e o desejo de ajudá-lo a melhor, mas a base fundamental da sua opinião sobre ele era clara.
Sua carranca se aprofundou e a raiva se intensificou.
Ela franziu a testa e ficou claro que ela estava confuso, com as emoções que ele exibia por trás de seus olhos esmeraldas brilhantes.
Harry suspirou com irritação leve e voltou seu foco para uma das maçãs que estavam na mesa do professor. Ele apontou a varinha e desejou que a maçã viesse até ele. Harry não se preocupou em dizer o encantamento accio. Ele não precisava. A magia vinha a ele com tanta facilidade, que ele realmente acreditava ser um desperdício de energia verbalizar o feitiço.
Flitwick guinchou de excitação, enquanto observava a pequena fruta vermelha voar por toda a sala e ir diretamente para a mão estendida de Harry. Harry olhou para Hermione quando ouviu seu suspiro de choque e deu-lhe um sorriso maroto antes de reorientar-se ao pequeno professor animado.
[HarryPotterAndTheDescentIntoDarkness]
O almoço foi suave para ele. Um minúscula e aterrorizada voz na parte de trás de sua cabeça ficava imaginando se essa seria sua última refeição, mas uma voz maior ficava dizendo a si mesmo que ele estava exagerando e que ele só precisava se acalmar e manter o foco e ele iria sobreviver a essa tarefa estupida.
Obrigou-se a comer e evitou olhar para qualquer um dos alunos de Gryffindor sentado ao seu redor, que lhe enviavam vários olhares. Alguns pareciam preocupados com ele. Alguns estavam irritados. Harry não se importava. Eles eram todos burros, tanto quanto ele estava preocupado, todos eles poderiam ir para o inferno. A opinião deles não importava de qualquer maneira.
Por fim, a professor McGonagall aproximou-se dele e levou-o à pelo Grande Hall, para os terrenos da escola, até uma tenda montada para os campeões. Os outros já estavam lá, e todos eles pareciam estar em vários níveis de medo e terror. Fleur parecia pálida e andava de uma lado para o outro. Cedric parecia um pouco verde. Krum estava em pé ao lado da tenda, de costas para tosos eles e os ombros curvados cheios de tensão.
Harry soltou um resmungo impaciente e encostou-se em uma mesa lá.
Parecia que o tempo passava lentamente. Durante a longa espera, eles podiam ouvir todos os estudantes e outros espectadores que chegavam e ruidosamente faziam seu caminho para as arquibancadas.
Rita Skeeter ainda tentou deslizar para dentro da tenda para entrevista-los. Harry olhou para ela com raiva e foi apenas um segundo antes de azará-la, junto com seu fotografo, que Krum gritou para que ela saísse.
Finalmente, os diretores e Ludo Bagman entraram na tenta e os detalhes da tarefa foram descritos a eles.
Aparentemente, os dragões eram todos mães. Harry queria gemer com essa informação. Eles estavam indo para serem jogados em um combate brutal e cruel! Cada dragão tinha um ninho colocado na extremidade do estádio e dentro do ninho havia um ovo de ouro. Os campeões deveria recuperar o ovo de ouro sem serem mortos.
Ótimo. Parece fácil. Harry pensou sarcasticamente.
Assim, a tarefa era passar pelo dragão, não derrotá-lo. Isso, pelo menos, foi um alívio. Harry duvidou que ele pudesse realmente matar o dragão com o preparo que havia tido até então. Apenas passar por ele, não deve ser algo muito difícil.
Os três diretores e Crouch seriam os juízes. Eles deveriam atribuir pontos aos campeões com base em quão rápido eles completariam a tarefa, o nível de proficiência e de feitiços que eles usariam, e vários outros fatores menores, como fazer tudo sem danificar os ovos no ninho.
Harry preocupou-se por um momento, como os diretores pontuariam seu feitiço, desde que ele usaria a língua das cobras, mas empurrou a preocupação para longe. Ele não dava a mínima ideia para a maldita pontuação. Ele estava fazendo aquilo para sobreviver, não para ganhar. Ele não estava interessado na "glória eterna", ou no estupido prémio em dinheiro.
Finalmente Bagman tirou a pequena bolsa que estava se movendo um pouco, como se alho vivo estivesse rastejando dentro dela.
Uma a um, os quatro campeões haviam colocado a mão dentro do saco e retirado um dos objetos. Os objetos, é claro, eram versões miniaturizadas dos dragões. As quatro raças eram fáceis de identificar ao toque, e Harry observou com alegria como Cedric tirou o Focinho-Curto, Fleur o Verde Galês, em seguida, Krum o Rabo-Córneo. Todos haviam evitado o Meteoro, assim como ele queria.
Harry precisou abafar uma risada e colocar uma máscara nervosa, quando ele colocou a mão dentro da bolsa e retirou o magro e sem asas, longo dragão serpentina.
O Meteoro tinha o número três em torno de seu pescoço, então ele iria ser o terceiro. Ele sentou-se na barraca e esperou impacientemente, enquanto Cedric foi o primeiro, seguido de Fleur. Ele podia ouvir os comentário, mas ficou preso dentro da barraca durante os eventos reais. Pelo que ele podia entender a partir os comentários, Cedric tinha transfigurado uma grande rocha em um cão e o uso para distrair o dragão, enquanto ele ia para o ovo. Ele acabou sendo queimado no processo e foi levado para a tenda médica.
Fleur tentou colocar o Verde Galês em uma espécie de transe. O dragão não foi completamente subjugado, no entanto, e explodiu uma rajada de fogo na direção dela. Parecia que ela não tinha chegado a se queimar muito, mas havia sido levado a tenta médica de qualquer maneira.
Por fim, foi a vez de Harry. Seu coração estava disparado. A adrenalina estava correndo em suas veias e ele sentiu sua magia vibrar ao seu redor em excitação. Ela estava girando e dançando, fazendo com que sua pele formigasse com a energia mágica.
Seu nome foi chamado e ele fez o seu caminho para o estágio rochoso.
No primeiro momento, ele não podia ver o dragão em nenhum lugar, mas ele podia sentir uma forte presença mágica apenas em torno só um monte de pedras, decidiu lançar rapidamente as magias à prova de fogo em sua roupa antes do dragão tornar-se ciente de sua presença.
Alguns movimentos de varinha complexos sobre ele mesmo e as magias silenciosas foram lançados. Em seguida, ele conjurou um escudo mágico invisível e colocá-lo em seu braço esquerdo para que pudesse proteger seu rosto, se fosse necessário. A magia fluiu por ele com tanta facilidade que o fazia se sentir tonto, tamanha era sua expectativa. Ele estava quase surpreso ao descobrir o quão animado ele se sentia naquele momento.
Por fim, depois de se sentir tão preparado quanto podia, Harry começou a subir com cautela as rochas. Ele ouviu um assobio ameaçador encher o ar. Era um som estranho. Ele compreendeu as palavras que foram assoviadas, mas elas estavam um pouco distorcidas. Quase como ouvir alguém falando inglês com um sotaque forte.
MEUS ovos. Proteger. Devo defender. Humanos nojentos. Tomando meus ovos de mim. Eles vão pagar. Fogo. Incêndio ardente. Criaturas insignificantes. Insolentes. Desafiador. Ignorante.
Harry entrou na mira do dragão e ele gritou em raiva. Foi uma fração de segundo antes do dragão vomitar o líquido de fogo fundido, ele gritou.
- §PARE! § - Sua voz saiu com um poderoso tom de comando, atacando com uma onda de persuasão mágica.
A besta congelou, atordoado e recuando para trás, olhando-o com cautela.
Ele começou a andar, com cautela ao longo do caminho rochoso, sempre mantendo o contato visual. O dragão chiou com raiva e se enrolou em uma posição defensiva, conforme ele avançava para mais perto do ninho. Foi sibilando palavras de raiva para ele, dizendo-lhe que o ninho era seu e que ela não iria permitir que ninguém prejudicasse seus ovos.
- §Eu não quero prejudicar seus ovos! § - Ele disse, no mesmo tom de voz alta e dominante, que não deixou espaço para duvidar de suas palavras. - §Um dos ovos dentro do ninho é falso! Não é um de seus ovos. Ele é uma ameaça aos seus filhotes! Ele vai chocar primeiro e, em seguida, quebrará todos os seus ovos para destruir a concorrência! Estou aqui para ajudá-lo. Vou levar o impostor para longe. §
- §Você não vai tocar nos meus ovos! § - A besta sussurrou de volta.
- §Eu não vou. Seus ovos vão continuar intocados! § - Harry gritou de volta. Ele ainda estava fazendo seu caminho para o ninho. - §Você não irá me prejudicar. Você vai para trás! § - Ordenou novamente, e a magia vibrou em torno dentro de suas palavras e enlaçando o dragão. A fera sibilou em voz alta em protesto e balançou a cabeça, mas ele começou a andar para trás, deixando cada vez mais espaço entre ele e Harry.
Harry estava claramente consciente do silêncio total e absoluto das arquibancadas ao seu redor. Mesmo os comentários de Bagman haviam cessado. Sua exibição havia claramente surpreendido ao público, mas ele não ia se importar com isso. Todo mundo já o odiava, e os estudantes e professores de Hogwarts já sabiam que ele era um Parseltongue.
Harry fez seu caminho até o ninho, lenta e progressivamente, uma vez que nunca quebrava o contato visual com o dragão. O animal estava claramente lutando contra o comando e estava observando cuidadosamente, tentando detectar qualquer sinal de que Harry poderia prejudicar seus ovos.
Harry estendeu a mão em direção ao ninho e o dragão arqueou-se e sibilou ameaçadoramente. Harry sibilou com raiva, com a reação do dragão, que começou a recuar novamente. Sua mão tocou o ovo de ouro e com cuidado o pegou-o.
Ainda com o mesmo cuidado lento com que ele se aproximou do ninho, Harry começou a se afastar. O dragão ainda estava tenso, mas ele foi capaz de identificar que o ovo de ouro que Harry carregava não era, realmente, um dos seus. Por isso, ela não lutou contra os comandos e o deixou passar. Assim que Harry se encontrava em uma distância descente, ele sibilou que ela poderia retornar ao ninho. A fera o fez rapidamente, enrolando seu corpo curvilíneo e longo ao redor do Dinho defensivamente, rosando furiosamente para as pessoas nas arquibancadas.
Finalmente, confiante de que ele estava bem, Harry correu para longe e retornou a saída do estádio.
Demorou um pouco, mas as arquibancadas explodiram em aplausos e Ludo Bagman finalmente retomou seu comentário, exclamando sobre o desempenho surpreendente de Harry.
[HarryPotterAndTheDescentIntoDarkness]
As reações diante o seu desempenho havia sido mistas. Dumbledore, aparentemente, não aprovava o uso de Parseltongue em tal cenário público, mas não expressou sua desaprovação abertamente, mas sim essas sugestões indiretas, sutis e irritantes que ele sempre usava.
Ele também havia dado a Harry um 9.0 em sua pontuação, enquanto Madame Maxime e Karkaroff haviam lhe dado um perfeito 10. Crouch deu-lhe um 9.5. Harry achou divertido que os dois concorrentes tinham realmente lhe dado uma nota perfeita, enquanto seu próprio diretor havia reduzido seus pontos devido ao uso de habilidades 'escuras' em público, mesmo que fosse para ele não ser comido ou queimado vivo.
Legal. Harry zombou amargamente. Nem Maxime ou Karkaroff haviam dado aos demais campeões – com exceção dos seus próprios – um 10 perfeito. Então Harry sentiu-se bastante satisfeito com seu desempenho.
Após a pontuação serem dadas e os campeões foram finalmente autorizados a sair da tenda e voltar para o castelo, Moody andou com Harry e perguntou-lhe sobre seu desempenho.
- Quer dizer que você não sabia? – Harry respondeu surpreso que seu professor não fazia ideia que ele era um Parseltongue.
- Como diabos eu poderia saber de algo assim? – O auror grisalho perguntou indignado.
- Ah… Bem, eu só pensei que Dumbledore teria dito que… Quer dizer, ele lhe contou sobre o basilisco no meu segundo ano, certo?
- Basilisco! – Moody exclamou em choque confuso.
Harry ficou boquiaberto com o homem.
- Ele não disse a você! – Ele não conseguia acreditar que Dumbledore não tinha dito a um professor de defesa sobre isso, mas talvez Dumbledore tenha evitado a dizer aos novos professores de defesa sobre o que havia acontecido com seus antecessores.
- Dizer-me o quê, Potter?
- No meu segundo ano eu descobri a Câmara Secreta debaixo da escola. Um dos alunos estava sendo possuído por um artefato e foi controlado em uma tentativa de matar os nascido muggles. Terminou na Câmara, enquanto o artefato tentou possuir seu corpo e drenar toda a sua energia. Eu sabia que eu podia falar com as cobras, e foi por causa disso, que eu era capaz de descer até a câmara. Havia um basilisco gigante lá e eu… Bem, eu matei ele. Mas durante todo o ano eu tinha ouvido assovios, como ele se arrastava pela tubulação da escola. Sempre sibilando coisas com raiva e eu era o único capaz de entender.
Moody estava olhando para Harry em estado de choque, e a expressão totalmente atordoada era realmente estranha no rosto cheio de cicatrizes.
Demorou alguns minutos de caminhada em direção ao castelo, até que Moody pode finalmente sair de seu estado de estupor.
- Isso ainda foi imprudente, Potter. – Disse ele, por fim.
- Huh? Foi?
- Usando a língua das cobras na frente de todas essas pessoas. Imprudente, eu digo!
- Como assim? – Harry perguntou confuso.
- Muitas pessoas não vão ter amabilidade se você, se você é um Parseltongue.
Harry fez uma careta.
- Claro, como se eu me importasse. Já tenho o maldito mundo me odiando. Todos na escola, terceiro ano para cima, já sabiam que eu sou um Parseltongue.
- Talvez, mas eles tinham claramente esquecido. Você só jogou um lembrete brilhante em seus rostos. Parseltongue é uma arte das trevas, Potter. Pessoas não vão demonstrar muita gentileza diante da ideia de seu salvador praticando algo parecido.
- Pff. Como se eu me importasse. Nunca me ofereci para ser o maldito salvador.
Moody estreitou os olhos e deu a Harry um olhar especulativo.
- Isso não te incomoda? Que você usou conscientemente algo escuro para ganhar?
- Eu fiz o que tinha de fazer para sobreviver! – Harry argumentou defensivamente. – Além do mais, eu quase não vejo como algo escuro. Então, eu posso falar com as cobras. Grande coisa. Magia é sobre a intenção e como você a usa. Luz e escuridão são relativos. Se eu tivesse que usar magia para sobreviver, então que seja. É melhor do que acabar como comida de dragão, e a magia só vem a mim naturalmente. É fácil e… - Harry parou de falar, as palavras congelando em sua boca e olhando para o professor de defesa hesitante. De repente, preocupado que o homem não aprovaria o que ele tinha acabado de dizer.
Curiosamente, o canto da boca de Moody foi transformada em um irônico sorriso. O velho acenou com a cabeça e rapidamente mudou de assunto, pelo bem de Harry. Ele estava grato.
