Oi meus lindinhos!

Estou eu aqui com mais um one-shot de um casal bem diferente: Marin x Alberich.

Esse foi um desafio proposto pela minha amiga Lisle, que é fã e entusiasta da saga de Asgard, e me perguntou se eu toparia fazer esse casal. Como eu adoro um bom desafio e casais incomuns, aceitei. Demorou um pouco, mas finalmente saiu.

Espero que tanto o casal quanto a história agradem!

Desfrutem e boa leitura!

Dança das chamas

Era inverno em Asgard, e o frio esse ano, estava ainda mais rigoroso. Hilda, sacerdotisa de Odin, havia feito um convite à Atena e a Poseidon para a celebração de dois anos do acordo que firmaram para a proteção da Terra.

Saori foi às terras nórdicas acompanhada de suas fiéis guerreiras, Marin e Shina, pois achava elas tão competentes e capazes quanto qualquer cavaleiro dourado para essa missão.

Chegando ao Palácio de Valhalla, foram recebidas com um suntuoso banquete, pois Hilda era excelente anfitriã e uma pessoa que não economizava quando a questão era agradar aos seus hóspedes.

Todos sentaram-se à mesa, menos a Águia que deu uma desculpa qualquer, e preferiu almoçar em seu quarto.

Porém, o real motivo do seu recolhimento, era a sua máscara, pois não queria tirá-la na frente dos demais.

A lei da máscara já tinha sido abolida há tempos, tanto que Shina e as outras guerreiras não as usavam ela mantinha a tradição e sinceramente não sabia bem o porque, mas achava melhor manter seu rosto incógnito.

Terminou seu almoço e queria dar um passeio pelo vilarejo, pois dali à dois dias começariam os festejos e não teria mais tempo hábil para isso. Colocou uma blusa de gola alta, de mangas compridas azul céu, calça jeans, bota de cano curto marrom, e foi chamar Shina para acompanhá-la. Procurou por todo o Palácio e a encontrou em um dos jardins internos, conversando animadamente com o avatar de Poseidon, Julian Solo.

Ficou observando a cena. Viu os olhos da esverdeada brilharem. "Ela está afim do Julian? Será possível?". Olhou também para o rapaz e notou o mesmo brilho em seus olhos. "Acho que ele não é indiferente à ela!". Saiu discretamente, e andou em direção à saída do Palácio.

Quando estava nos portões, encontrou Sigfried voltando do vilarejo. Vendo que ela ia pra fora dos limites do castelo, falou-lhe com um tom de preocupação.

- Se eu fosse você deixaria esse passeio pra amanhã. Hoje há previsão de nevasca, e quando isso acontece, o nosso cosmo é praticamente anulado pela baixíssima temperatura. Torna-se ainda mais perigoso por você não ser nativa daqui.

Marin o olha com certa desconfiança. Achou que só lhe falou isso para querer inferiorizá-la pelo fato de ser mulher. Com uma voz indiferente, responde cortante.

- Obrigado pelo aviso, mas sei muito bem me virar sozinha. Com licença. - virou-se e continuou seu caminho.

O Guerreiro-Deus a viu se afastar e balança negativamente a cabeça e pensa "Eu tentei avisar!", e vai rumo à biblioteca, onde acompanharia Saori em sua busca por clássicos da literatura nórdica.

Estava tranquila, já quase chegando à vila, quando, de repente, foi pega por uma poderosa ventania carregada de muita neve. Acendeu o seu cosmo o máximo que pôde, mesmo assim não teve êxito e sentiu seu corpo esfriar de maneira brusca. Estava sem rumo, pois devido a baixa visibilidade, perdeu seu direcionamento e começou a desesperar-se por não conseguir usar seu cosmo de maneira adequada. "Bem que o Sigfried me avisou! Essa minha teimosia ainda vai me matar!" pensa aflita, enquanto procura uma saída rápida para o seu problema.

Com muito frio e perdendo as forças, Marin abre um largo sorriso ao avistar um Castelo estilo medieval com as luzes acesas. Reúne as poucas forças que tem, e anda vagarosamente até o local.

Bate a porta, e essa se abre lentamente. Ela estranha o fato, mas resolve entrar assim mesmo, pois já estava beirando a uma crise de hipotermia.

Fecha rapidamente a porta para evitar que o frio invada a residência e olha admirada o grande salão. Era muito espaçoso, com alguns móveis antigos, porém elegantes, vários quadros com pinturas de pessoas que pareciam nobres, um enorme e felpudo tapete marrom claro perto de uma lareira.

Foi em direção à esta, sentou-se no tapete, riscou alguns fósforos que estavam em cima de uma pequena mesa, acendendo a fogueira, e procurou se esquentar o máximo que pôde. Ficou se perguntando onde estariam os donos do lugar, pois não parecia abandonado, dada a limpeza e o cuidado que via ali. Se alguém aparecesse,explicaria o que houve e pediria perdão pela invasão.

Sua temperatura estava, aos poucos, voltando ao normal, quando ouviu o ranger da porta principal. Virou-se para ver quem era o proprietário de tão bonito lugar, e ficou espantada ao dar de cara com um antigo desafeto.

- O que faz em minha casa, mulher? - indaga com um misto de curiosidade e ironia.

- Alberich de Megrez!?

- Assustada, amazona? - sorri debochado - Eu é quem deveria estar surpreso, afinal, você é uma estranha e está em minha casa. E pelo que eu saiba, não lembro de ter convidado você ou qualquer um dos seus para vir aqui!

- Esse Castelo é seu? - indaga furiosa - Não seja por isso, já estou indo embora! - levanta -se devagar, mas sente uma súbita tontura, e iria ao chão, se não fosse a rápida intervenção do ruivo

- Orgulhosa… - balança a cabeça negativamente - Por causa disso que você está aqui, não é?

- Como assim? - pergunta confusa.

- Siegfried me avisou por cosmo que uma das amazonas de Atena estava indo à vila, mesmo com o perigo de uma nevasca, e pediu para que eu ficasse atento e a ajudasse caso a encontrasse. - a olhou indiferente - Não me admira que seja você a tal amazona inconsequente!

- Como ousa imbecil! Vou sair daqui agora mesmo! - se livra dos fortes braços do asgardiano, mas esse a segura pela cintura, a trazendo pra bem perto de si, fazendo a ruiva sentir um forte arrepio.

- Você só sai daqui quando estiver com a sua temperatura totalmente normalizada - fala com o rosto bem próximo a face mascarada da Águia - Apesar de não ser mais um Guerreiro-Deus, prometi à senhorita Hilda que ajudaria no que fosse possível, isso inclui a segurança de vocês convidados.

A amazona arregala bastante os seus olhos por baixo da máscara. Primeiro pela grave e potente voz do rapaz ressoando tão próxima aos seus ouvidos. E segundo, por ele ter dito que não era mais um Guerreiro-Deus. "Como assim?" pensou ela.

Se soltou outra vez daquele agarre, e sentou-se numa confortável poltrona na lateral da lareira. Olhou para o homem e perguntou intrigada.

- Porque não é mais um Guerreiro-Deus?

- Porque não sou digno de usar tão sagrada robe… - fala com a cabeça baixa, demonstrando vergonha e arrependimento - Achei melhor voltar a minha condição de nobre e ajudar as princesas na parte burocrática do reinado. Errei muito… não me sinto à altura de representar a elite de Asgard. - uma solitária lágrima cai de seus marejados olhos.

Marin não sabe o que pensar. Ele sempre foi um homem arrogante, sem escrúpulos e vaidoso ao extremo, ainda assim, parecia sincero na expressão de seus sentimentos. Estava arrependido. Mais que isso, estava triste por não se achar honrado o suficiente para voltar ao seu posto como guerreiro.

Ela se compadeceu de seu tão íntimo sofrimento e involuntariamente pegou sua mão e fez uma leve carícia.

Ele para em seco. Estava verdadeiramente surpreendido pelo gesto da moça. Se agacha e fica no mesmo nível de seus encobertos olhos, retribuindo o toque e fala com muita tranquilidade em sua voz.

- Você é enigmática, mulher! Ao mesmo tempo em que é grosseira e orgulhosa, também sabe ser gentil e amável. Aposto que seus olhos estão inundados de compaixão pela minha pessoa. - acarinha seu rosto, bem na borda de seu frio acessório, deixando Marim nervosamente excitada - Porque ainda usa essa horrenda máscara? Sei que essa lei foi extinta há tempos e nenhuma de suas companheiras as usam mais? - chega seu rosto cada vez mais perto do dela - O que você tanto esconde? Do que você tem medo? - puxa delicadamente a máscara prateada, e fica maravilhado ao ver o perfeito rosto da garota.

Marin fica estática. Como ele se atreveu? E como ela permitiu? Estava louca? Nunca mostrou seu rosto nem mesmo para a sua deusa, e deixou esse prepotente tirar tão facilmente sua honra!

- Maldito desgraçado! Se aproveitou da minha fraqueza pra me desonrar? - lança um forte tapa na face do homem, que irado, a segura pelos pulsos, levantando-a junto consigo.

- Você acha mesmo que a sua honra está nessa máscara ridícula? A honra de uma pessoa é algo muito mais profundo e complexo do que isso! - seus verdes olhos umedecem e uma solitária lágrima cai sem que sinta - Eu sou uma pessoa desonrada! Me voltei contra Hilda e Odin por ganância! Podia ter impedido toda aquela guerra desde o princípio, mas quis tirar proveito, quis manipular a situação em prol de minhas próprias ambições! Pessoas morreram, o planeta quase foi destruído… tudo por causa de poder. Isso é desonra! - suspira pesadamente - Você é só uma covarde, que se esconde atrás desse maldito objeto pra não se permitir viver como uma pessoa normal! - roça seus lábios aos dela, e fala sedutor - Você me dá pena, mulher! - a joga com força de volta à poltrona.

Marin sente-se quente, apesar de toda raiva que sentia. O delicado roçar de sensuais lábios dele com os seus a deixou desconcertada, sem reação e estranhamente úmida em sua intimidade. Nunca havia se sentido excitada antes, e a proximidade física desse homem despertou em si sentimentos bem conflitantes: uma imensa ira por ter dito que sentia pena de si, e uma atração por aquela sexy boca, que por poucos instantes tocou a sua.

Ela se levanta com os olhos banhados em lágrimas de pura frustração e grita raivosa.

- Não preciso de sua pena! Quem você pensa que é? Fala que sou covarde, que me escondo atrás de uma máscara, mas você é quem está fugindo do seu destino! - sorri sarcástica - Prefere a monotonia da realeza, e ficar se lamentando o resto da vida por ter errado, do que reassumir seu lugar de direito como um guerreiro de Odin! - dá um sorriso seco - Quem é o covarde aqui?

Ele a pega pelos ombros e a encosta contra a parede da lareira. Com as duas mãos prende os braços da ruiva, que ainda fraca, não consegue se soltar. Chega sua boca perigosamente perto do canto de seu lábios, levantando o seu olhar e fala de maneira bem sexy.

- Você é corajosa, mulher! - beija seu rosto suavemente, descendo pelo pescoço e voltando ao cantinho dos lábios - Desde que lutamos há anos atrás, tinha uma incrível vontade saber como era o seu rosto... de provar de sua boca… acho que os deuses me agraciaram com essa oportunidade… não vou desperdiçá-la!

- Alberich… - ela suplica ofegante - Não...

Ele a toma com um beijo possessivo, ardente, carregado de desejo. Ela, apesar de hesitante, abre a boca, o deixando aprofundar o contato. Suas línguas se entrelaçam em perfeita sincronia. O ruivo cola seu corpo ao dela e sente-se instigado ao encostar seu peitoral nos seios da amazona. Ainda que cobertos, eram macios, então, não resistiu a tentação de tocá-los. Ela arfa, arqueia seu corpo, fazendo com que sua parte mais íntima se encontrasse com o membro rígido do asgardiano. Seu corpo queima intensamente. Estava assustada. Nunca tinha sido beijada, muito menos tocada desse jeito tão lascivo, porém, no fundo, gostava do que sentia.

Ele desce suas mãos pela cintura e quadris, passando pelo redondo bumbum da amazona, o apertando e o trazendo pra perto de si, estreitando ainda mais o contato de suas intimidades.

Marin geme de maneira intensa. Estava sendo literalmente arrebatada por aquela sensação entorpecente que provinha do beijo ardente daquele homem. Estava perdendo o alento, a razão, a sobriedade.

Ele quebra devagar o caloroso beijo, e acaricia o seu divino rosto. Sua pele sedosa, seus lábios macios de gosto adocicado, seus olhos de um azul cristalino, somados à respiração entrecortada da moça o deixam verdadeiramente fascinado, desejoso por algo mais do que uma simples beijo.

Queria ela. Queria possuí-la, fazê-la mulher em seus braços. Fezer queimar todo o fogo que ela escondia em sua capa de altivez e frieza.

Ela, por sua vez, se perdeu em seus olhos verdes, e pela primeira vez em sua vida sentiu-se como mulher. Gostou de ser beijada pelo orgulhoso e pedante guerreiro. Gostou de ser tocada e apalpada por ele. Adorou saber que ele se pôs duro como pedra com o simples roçar de seus corpos. Queria mais. Sentir mais, ter mais daquela inquietante sensação.

Mas não podia. Seu senso de dever não deixava. Lembrou-se de como a confinou em sua Couraça Ametista. De como debochou dela por ser fraca em relação à ele. E quem podia garantir que ele só estava fingindo? Que só queria usá-la para depois se vangloriar de ter possuído uma das amazonas de Atena? Que a humilharia e tripudiaria de sua tolice e ingenuidade?

Não. Jamais daria esse gosto à ele.

O olha profundamente nos olhos do belo rapaz e fala com uma expressão de profundo rancor.

- Eu tenho nojo de você!

Ele não acredita naquilo que acabou de ouvir. Depois daquele beijo que o encheu de alegria e desejo, ela teve coragem de dizer que lhe tinha nojo?

A liberta de seu agarre, a mira extremamente decepcionado, e fala com uma frieza mórbida em sua voz.

- Sai da minha casa!

A ruiva se arrepende amargamente de ter dito aquilo, mas já era tarde. O magoou. Feriu mais do que seu orgulho, feriu o seu brio de homem. Ele estava sendo sincero, despiu-se de sua arrogância frente à ela, revelando o seu mais profundo penar e ela o humilhou sem dó.

Levou sua delicada mão ao rosto dele na intenção de acariciá-lo, mas ele a reteve. Repetiu outra vez à gelada frase.

- Sai da minha casa, amazona!

Marin chorou silenciosamente até a porta de saída. Olhou para traz e o viu derramando amargas lágrimas em frente à lareira. Seu coração apertou. "Burra! Estúpida!" pensou enquanto abria a porta. Olhou pra fora e o tempo parecia melhor. Ia fechá-la, quando sentiu as quentes e grandes mãos de Alberich colocarem um pesado casaco de peles em seus ombros. Ela olhou pra trás e viu os olhos do homem cheios de tristeza. Abriu a boca pra falar, mas foi interrompida pelo ruivo.

- Fique com este casaco. Sua temperatura ainda não está boa. - estendeu sua máscara, a qual tinha se esquecido completamente. Vira-se para entrar, quando sente ela segurar de leve a sua mão.

- Porque ainda se preocupa comigo? - pergunta confusa.

- Porque ao contrário de você, eu lhe tenho apreço. Não quero que nada de ruim te aconteça. - deixa rolar uma última lágrima - Adeus Marin!

Fecha a porta deixando a amazona, corroída pelo remorso, vagar sozinha até o Palácio Real.

Chegando ao seu destino, foi direto ao quarto que dividia com Shina, tirou a maldita máscara, e chorou copiosamente. Olhou para a janela e viu que já tinha anoitecido.

Lembrou-se do beijo. Do gosto mentolado de seus lábios. Do toque firme e quente de suas másculas mãos. Do arrepio fino e intenso que tomou conta do seu ser, somente com esse único beijo. Pensou em como pôde ser tão mesquinha em ter distorcido um ato tão espontâneo e sincero da parte dele? Como deixou seu estúpido orgulho, por algo que passou faz tempo, destruir o que estava prestes a viver naquele momento?

Precisava falar com alguém. Esperaria sua companheira chegar pra poder desabafar e se aconselhar. Enquanto isso não acontecia, tomou um relaxante banho quente, numa confortável banheira, e depois, deixou-se vencer pelo cansaço e tristeza que se apoderou de seu belo corpo, deitou-se na cama e adormeceu subitamente.

Abriu os olhos com lentidão, e viu que Shina ainda não tinha chegado. Olhou o relógio na parede e já eram mais de uma da manhã. Estranhou muito o fato da italiana estar fora de seu quarto até uma hora daquela.

Já tinha se levantado pra procurá-la, quando ouviu o ruído vindo da porta de seu aposento. Era ela, que entrava envolta em um robe vermelho sangue, e com um sorriso lindo, de orelha à orelha.

A Águia fica intrigada com a alegria efusiva da Cobra, e indaga taxativa.

- Onde você estava?

- Eu… estava… - gagueja nervosa.

- Responde Shina!

- Eu e o Julian, nós…

- Shina… você transou com o Sr. Solo? - pergunta estarrecida.

- Sim Marin! Nós fizemos amor! - suspira feliz - E foi maravilhoso!

- Mas Shina… você era virgem! E se ele só quis te usar? - indaga com preocupação em sua voz.

- Sinceramente? Não sei… só sei que um dia teria que perdê-la mesmo, e senti que... tinha que ser com ele! - sorri com um brilho radiante nos olhos - Sabe Marin, é tão difícil você descobrir quem é a pessoa certa, que num piscar de olhos a vida passa e você simplesmente não se permite viver. Há tempos que ele não sai do meu pensamento, e ele me disse que sentia o mesmo em relação à mim, então resolvemos tentar. Quem sabe dá certo?

Marim balança a cabeça desconcertada.

- Ele quer namorar você?

A esverdeada assente positivamente.

Marin fica abobalhada. Se sente pior ainda. Desperdiçou a chance de viver o princípio de algo muito bom, por desconfiança, por medo. Lembrou do que ele havia lhe dito: "Desde que lutamos há anos atrás, tinha

uma incrível vontade saber como era o seu rosto... de provar de sua boca…"

- Ele me queria… - pensou alto, o que fez a Cobra levantar uma de suas sobrancelhas - O que ele sentia era verdadeiro…

- Do que você está falando? - se preocupa ao ver Marin paralisada, com os olhos rasos d'água - Marin! Responde! - a sacode pelos ombros.

A ruiva abraça a italiana com força, e chora amargamente. Sua amiga afaga seus cabelos e sentam-se em uma das camas, onde consola a tristonha amazona.

- Calma… me diz o que foi que houve? Ficará só entre nós! - fala num tom amável.

- Eu… eu vou te contar tudo.

Passou-se um bom tempo, desde que Marin começou a narrativa de sua decepcionante atitude. A Cobra escutou tudo atentamente, enxugou as lágrimas de sua amiga e falou bastante convicta.

- Deixe o seu orgulho de lado, vá atrás dele, peça perdão e diga o que você está sentindo! O máximo que ele vai te dizer é que não a quer mais. Ainda assim, sua consciência estará mais tranquila! - fala com um singelo sorriso.

- Tem certeza? - pergunta hesitante.

- Sim Marin! Permita-se viver, amar, ser amada… seja feliz, nem que seja apenas por uma noite! - diz acarinhado o rosto da ruiva.

Marin abre um tímido sorriso e abraça a italiana com carinho. Seguiria o conselho dela e iria naquele instante ao Castelo do guerreiro.

Abriu a porta de seu quarto e deu uma última olhada na alegre esverdeada.

- Me deseje sorte!

- Sorte amiga! Seja feliz! - responde com um largo e sincero sorriso.

A Águia anda devagar e sorrateira pelos corredores que dão acesso às escadas que descem ao salão principal. Para seus passos quando escuta o ranger de uma das portas e rapidamente se esconde atrás de um grande arranjo floral que enfeitava o corredor.

Ficou de boca aberta ao ver Sigfried sair do quarto de sua deusa somente com uma calça de moletom. Ele deu alguns passos na direção contrária à dela, quando viu Saori o puxar pra si, e dar um ardoroso beijo no chefe dos Guerreiros-Deuses.

Marin fica pensativa. "Até Atena está experimentado um sentimento novo, com alguém bacana, e só a burra aqui teve que botar tudo a perder!" Suspira com amargura, "Espero que ele me perdoe!"

Assim que o inusitado casal se separa, e cada um vai para o seu quarto, a ruiva finalmente desce as escadas e vai ao Castelo de Aberich, tentar obter o seu perdão.

O asgardiano não conseguiu dormir. Estava entristecido. Sentiu-se ferido, humilhado. Queria fervorosamente aquela mulher, e ela o desprezou.

Degustava uma taça de vinho em frente à lareira, vestindo somente um roupão negro e com os pés descalços sobre o fofo tapete, quando ouviu o barulho da porta se abrindo.

Olhou pra trás e ficou surpreso ao ver a linda ruiva com o pesado casaco de pele que lhe deu, botas de neve e o rosto livre, sem a horrível máscara prateada.

Levantou-se, colocou a taça numa mesinha ali perto, deu alguns passos e parou. Ficou esperando a misteriosa mulher agir.

Ela se aproximou, ficando perigosamente perto do forte rapaz, subiu na ponta dos pés e falou bem sexy em seu ouvido.

- Eu menti… não tenho nojo de você! Eu… te quero, Alberich! - chega a sua boca a milímetros da dele, sussurrando num fio de voz - Me perdoa?

O nórdico não resiste à esse excitante pedido e a beija com voracidade, lascívia, ardor. Passa a mão por sua nuca, enredando seus dedos entre os vermelhos cachos da amazona, a trazendo mais pra si, devorando-a ainda mais com sua ávida boca faminta de tesão.

Ela puxa as curtas mechas cor de fogo do guerreiro, que dá um gemido rouco, e retira o felpudo casaco da garota.

Fica maravilhado ao vê-la com um delicado conjunto de calcinha e sutiã, todo em renda, num tom de azul celeste, que o deixou em seu limite. Sentiu uma forte pontada em seu baixo ventre, e voltou a beijá-la com intensidade. Ela retribui da mesma forma. Adorava se sentir desse jeito: feminina e desejada.

Separaram-se buscando por ar, e ele viu seus pés ainda com as botas. Ela também olhou pra baixo e sorriu tímida. Fez mensão que iria retirá-las, mas o rapaz a deteve gentilmente.

- Deixa que eu faço isso, Marin!

Ela dá um sorriso franco, pois ele nunca a tinha chamado por seu nome. Sinal de que as coisas só iriam melhorar dali por diante.

Toma sua fina mão e a guia para sentar-se na confortável poltrona em frente à lareira. Tira com cuidado a bota do pé direito, beijando todo ele com muito carinho. Ela sente seu corpo todo arrepiar e seus pelos se eriçarem. Tira a bota do pé esquerdo, subindo seus beijos pelo tornozelo, panturrilha, parte interna das coxas, onde para um pouco e a olha profundamente nos olhos.

O olhar da Águia era de pura excitação. Queimava de desejo.

Ele a traz para o tapete percorre os ombros dela com molhados e torturantes beijos. Retira devagar o rendado sutiã e fica extasiado em ver tão perfeitos e rosados seios diante do seu atônito olhar. Os toca com cuidado, massageia aqueles peitos tão tentadores e toma um deles com sua boca. Passeia sua língua devagar e fazendo movimentos circulares, arrancando gemidos sensuais da japonesa. Com a mão livre, aperta com vontade o outro seio, fazendo Marin arquear seu lindo corpo pra trás. Ele volta a beijar a sua sedutora boca, a abraçando com força. A queria. A teria.

Lentamente se separam, e ele olha atentamente os vermelhos cabelos da moça contra o fogo da lareira. Eram quase da mesma cor. Cor da paixão, da luxúria, do êxtase. Tudo que queria e iria viver aquela noite ao lado da enigmática mulher que roubou sua razão.

A deitou cuidadosamente no macio tapete, e retirou com delicadeza sua calcinha. Ficou maravilhado em ver a linda intimidade da moça. Era a mulher mais bonita com quem havia se relacionado em toda a sua vida. Percorreu o alvo corpo com suas grandes mãos, fazendo a ruiva ter calafrios de excitação. Abre devagar suas pernas, passando seus dedos na entrada dela. Ela geme e ele sorri. Retira seus dedos embebidos do mel que escorria da encharcada vagina. Desce seu rosto até lá, e lambe languidamente aquela parte tão almejada. Chupa, suga, introduz a quente e esperta língua na profundidade de sua zona mais prazerosa. Ela grita, se contorce e é tomada por fortes espasmos. Teve um orgasmo, e foi delicioso.

Ele termina de tomar todo o precioso mel de sua adorada amazona, volta a se ajoelhar, retira seu roupão deixa exposto o seu corpo nu, dando a perfeita amostra do seu maravilhoso e potente mastro.

Marin se apoia nos cotovelos, e fica abobalhada com tão incrível visão. Era imenso, grosso, pulsante. Adorou saber que latejava assim por ela. Porque a queria.

Ele a puxa pelas mãos, a traz pra si, e sussurra em seu ouvido.

- Me toca, mulher!

Ela não raciocinou. Somente obedeceu aquele comando tão altivo e sedutor. Tocou o falo ereto, passou a ponta dos dedos com suavidade por toda a sua extensão, arrancando um grunhido do ruivo. Fechou sua mão em torno deste, e começou a movimentá-lo com lentidão. Aumentou a cadência quando o percebeu altamente excitado. "Ele está gostando!" pensou travessa. Ele já chegava ao limite quando interrompeu essa torturante delícia e a beijou com posse e luxúria.

Parou o inquietante beijo, a olhou com admiração e disse com a voz firme e decidida.

- Vou te fazer minha… minha mulher!

Hipnotizada, ela o beija desesperadamente, e se deixa levar por aquele homem o qual aprendeu a querer, a desejar.

Ele volta a deitá-la, e ela já o faz com as pernas afastadas, o que deixa o homem extremamente satisfeito. Era um claro sinal de que ela o desejava tanto quanto ele.

Posiciona seu membro rígido na úmida entrada da garota, e força aos poucos os movimentos, para adentrar-se em seu inexperiente corpo. Ela sente um leve incômodo seguido de um pontada de dor, que logo passa, dando lugar à um indescritível prazer.

Ele geme como um animal ao se sentir dentro daquela molhada e flamejante vagina. Era muito apertada e ardente, fazendo o asgardiano urrar de prazer.

Estando totalmente encaixado nela, intensifica o ritmo das investidas, a estocando com força e firmeza. Ela enlaça as pernas em torno dele, e ele a investe mais seguidamente. Ela delira. Adora aquela sensação tão boa e entorpecente, sentia-se fora de si, absorta em tamanho deleite.

Ele vê a expressão de puro êxtase em sua angelical face e fica instigado a penetrá-la mais profundamente. E assim o faz. Estoca com voracidade a provocante ruiva, que sente seu corpo tremer e queimar como brasa. Gozou de maneira devastadora, e por alguns instantes, ficou sem alento.

Ele a abraçou, e com destreza, virou-se rapidamente trocando de posição. Ela continuou encaixada nele, o sentindo pulsar dentro de si. Era gostoso demais tê-lo assim tão intimamente.

Ele segura seu rosto com carinho, beijando suavemente seus lábios. Fica feliz em ver estampado em seu semblante despretensiosamente sensual o tanto de prazer que havia lhe dado.

Ela retribui o gesto, erguendo-se em seguida e começando a rebolar, ainda que sem jeito, no potente órgão do rapaz. Passa as mãos por todo o forte e bem trabalhado peitoral e abdômen dele. Era perfeito! Como os mais bonitos deuses do Olimpo. Cravou sua grandes unhas nos ombros masculinos, enquanto ele segurava as suas nádegas para ajudá-la em seus atrevidos movimentos.

Ficou perdido em seus pensamentos ao vê-la mais uma vez em contraste com as labaredas da fogueira. Seus cabelos ruivos balançavam ao ritmo das chamas, numa sensual dança de fogo, paixão e prazer. Aquela mulher era tudo com que ele sempre sonhou em ter pra si: forte, altiva, honrada, bela, sensual, misteriosa e tão fogosa como aquela lareira que ardia em sua sala.

Ela cavalgava com mais afinco, apreciando a estupenda sensação de estar completa, preenchida. Ele se segurava o máximo que podia, já estava no limite de suas forças.

Com mais algumas investidas, Marin sente seu corpo convulsionar e tremer, chegando ao ápice daquele ato de pura paixão. Ele não resiste a forte contração da fervente intimidade de sua adorada, e se derrama sofregamente em seu interior.

Exausta, ela fica deitada por cima dele, que afaga seus sedosos cabelos e sente o perfume cítrico que tem neles. Adora esse singelo odor, o cheiro da sua mulher.

Ela sai de cima dele, e deita ao seu lado com a cabeça apoiada em seu braço. Ele admira aquela linda e exótica garota. Agora era uma mulher, sua mulher.

- Quero que fique em Asgard comigo! - fala sério e decidido.

Ela sente um misto de surpresa e alegria. Sorri largamente e responde ao homem.

- Só fico com uma condição…

- Qual? - pergunta curioso.

- Que você reassuma seu posto como Guerreiro-Deus! - responde exigente.

Ele olha detenidamente nos olhos dela. "Atrevida! Gosto disso!" pensou excitado com a exigência da moça.

- Você venceu… - suspira conformado - Falarei amanhã mesmo com a senhorita Hilda, e se ela autorizar, reassumirei o meu posto. - a beija com carinho - Está bem assim?

- Pra mim está ótimo! - fala com um radiante e sincero sorriso - Engraçado... Hilda vai ganhar um guerreiro, mas vai perder outro. Em compensação, Atena irá perder duas amazonas… - pensa em voz alta.

- Do que você está falando, meu anjo?

Ela fica enternecida por ele ter se referido tão carinhosamente à ela, e responde prontamente.

- É uma longa história, Alberich! - senta-se e percorre o peitoral magnífico do ruivo asgardiano - Posso contar tudo, nos mínimos detalhes, mas, só depois que fizermos amor outra vez! Aceita? - fala com a voz rouca e sexy.

- Como eu poderia recusar? - a beija possessivamente - Te adoro, Marin!

- Também te adoro, Alberich!

Voltam aos beijos, carícias, toques lascivos, até outra vez se entregarem ao prazer que seus corpos pediam, exigiam.

Marin percebeu que o orgulho e a desconfiança são sentimentos prejudiciais, que quase a impediram de ser feliz, e Aberich entendeu que o principal perdão tem que vir de si mesmo, para depois reconquistar a confiança dos demais.

Com o passado devidamente esquecido, os dois belos ruivos viveriam dali por diante a incandescência da paixão e do fogo que uniu suas vidas para todo sempre.

Fim.

E aí meus amores, gostaram?

Gosto muito de saber a opinião de vocês, portanto, fiquem à vontade para deixar seus comentários, críticas, enfim, o que vocês acharam da história!

Mil beijos para todos!