Ah, vocês podem me achar pouco atraente,
Mas não me julguem só pela aparência
Engulo a mim mesmo se puderem encontrar
Um chapéu mais inteligente do que o papai aqui.
Podem guardar seus chapéus-coco bem pretos,
Suas cartolas altas de cetim brilhoso
Porque sou o Chapéu Seletor de Hogwarts
E dou de dez a zero em qualquer outro chapéu.
Não há nada escondido em sua cabeça
Que o Chapéu Seletor não consiga ver,
Por isso é só me porem na cabeça que vou dizer
Em que casa de Hogwarts deverão ficar.
Quem sabe sua morada é a Grifinória,
Casa onde habitam os corações indômitos.
Ousadia e sangue-frio e nobreza
Destacam os alunos da Grifinória dos demais;
Quem sabe é na Lufa-lufa que você vai morar,
Onde seus moradores são justos e leais
Pacientes, sinceros, sem medo da dor;
Ou será a velha e sábia Corvinal,
A casa dos que têm a mente sempre alerta,
Onde os homens de grande espírito e saber
Sempre encontrarão companheiros seus iguais;
Ou quem sabe a Sonserina será a sua casa
E ali fará seus verdadeiros amigos,
Homens de astúcia que usam quaisquer meios
Para atingir os fins que antes colimaram.
Vamos, me experimentem! Não devem temer!
Nem se atrapalhar! Estarão em boas mãos!
(Mesmo que os chapéus não tenham pés nem mãos)
Porque sou único, sou um Chapéu Pensador!
-Parkinson, Pansy!
A Profa. Minerva chamou-a e Harry pode ver a garota a sua frente se mover hesitantemente. Seu rosto era duro, seu corpo magro, cabelos loiros em um chanel curto demais deixando suas bochechas parecendo maiores do que eram; ela parecia um bulldog, na opinião de Harry, mas havia algo nela que a deixava de certa forma bonita. Potter descobriu o que era quando ela virou-se para trás em duvida antes de prosseguir: ela tinha olhos violetas cheios de tristezas, mas ao mesmo tempo esperançosos. Seu sorriso fraco continha muitos mistérios e Harry sempre fora curioso por natureza.
A garota se sentou no banco em frente a todos parecendo pouco à vontade e o chapéu seletor foi colocado em sua cabeça cobrindo-lhe os olhos.
-Grifinória.
O chapéu seletor gritou para que todos ouvissem. A mesa da grifinória ruiu em aplausos e o sorriso no rosto da garota chegou a seus olhos enquanto ela caminhava para a mesa de sua nova casa.
-Potter, Harry.
Harry sabia que precisava estar com aquela garota para sempre e quando o chapéu foi colocado em sua cabeça a única coisa que pode pensar fora: "Grifinória, por favor, grifinória, grifinória, grifinória!"
-Grifinória.
-/-
25 anos depois
O outono pareceu chegar de repente naquele ano. A manhã do dia primeiro de setembro estava revigorante e dourada como uma maçã, e, quando a pequena família atravessou saltitante a rua, em direção à grande estação encardida. Uma grande casinha de gato, da qual um gato preto miava de dentro indignado, sacudia em cima do carrinho cheio que o pai empurrava. Uma menina de cabelos negros como carvão acompanhava os pais, segurando a mão da mãe.
Pansy estava quase irreconhecível, anos depois, estava mais magra como sempre, seus cabelos agora estavam grandes, iam até abaixo de seus seios volumosos, seu rosto estava mais magro e sua pele corada, o rosto antes duro, com os anos com Harry se tornaram cada vez mais doces e ela se tornou uma mulher incrivelmente bonita. Pansy só precisava ser amada para se tornar a linda mulher que agora era. Mas ela ainda continha a esperança nos olhos violetas e o sorriso misterioso que atraira Harry.
- Maiden, esse é seu grande ano. Nos deixe orgulhosos.
A mãe apertava a mão da filha de levinho para dá-la coragem. Os olhos violetas da criança tinham a esperança de Pansy e isso deixava Harry muito feliz.
-Mas, e se eu for pra sonserina ou para a lufa-lufa?
-Nós vamos te amar mesmo assim, querida!
-Vocês vão escrever para mim, não vão?- perguntou Maiden.
-Todos os dias.
A pequena menina sorriu, suas bochechas salientando-se e seus olhos se flexionando pelo sorriso de felicidade.
-Veja só quem está ali, Harry!
Draco Malfoy estava parado com a mulher ruiva e o filho. O novo aluno parecia com Draco, mas tinham os olhos de Ginny. Draco viu Harry olhando para ele e deu um breve aceno com a cabeça enquanto Ginny se limitou a empinar o nariz e se afastar.
-Então aquele é o pequeno Scorpion – comentou Pansy. – Maiden, não importa em que casa caia, apenas chute o traseiro daquele pequeno Malfoy, tudo bem, filha?
-Querida, a guerra acabou, já saímos da escola e as casas não deveriam importar tanto para nós, não tente indispor os dois antes mesmo de entrarem para a escola.
Pansy fez biquinho e Harry não conseguiu ficar sem rir da reação da mulher, beijou-lhe os lábios e ela deu o sorriso misterioso que Harry tanto amava.
-Eca! Maiden reclamou.
As portas do trem vermelho estavam começando a se fechar, e os contornos indistintos dos pais se aglomeravam ao avança para os beijos finais e para as recomendações de ultima hora. Lily pulou para o vagão e Pansy fechou a porta do compartimento dela. Os estudantes estavam pendurados nas janelas mais próximas. Um grande número de rostos, tanto dentro quanto fora do tem, pareciam estar virados para Harry.
-Por que eles estão todos nos encarando? – Maiden perguntou enquanto olhava para os estudantes.
-Querem ver a mais bela garota que está indo para Hogwarts esse ano, e, claro, a mãe bruxa mais linda do mundo!
Pansy e Harry sorriram um para o outro, a filha iria saber mais cedo ou mais tarde tudo o que os dois tinham passado juntos, mas enquanto ela não sabia era melhor deixar assim.
O trem começou a se deslocar, e Harry acompanhou-o, olhando o rosto da filha já iluminando de excitação. Continuou a sorrir e acenar, embora tivesse a ligeira sensação de ter sido roubado ao vê-la se distanciar dele...
O ultimo vestígio de vapor se dispersou no ar de outono. O trem fez uma curva, a mão erguida de Harry ainda acenava adeus.
-Ela vai ficar bem, Harry, querido. – Pansy murmurou no ouvido dele de forma felina.
Ao olha-la, Harry baixou a mão distraidamente e tocou a cicatriz em forma de raio na testa.
-Sei que sim.
-Eles crescem tão rápido, Harry, o que acha de termos outro?
-Acho uma ótima idéia.
Os dois sorriram enquanto Pansy o arrastava para um canto da estação aos beijos.
