Lucy in the sky, ops, Hogwarts.
Era um dia normal para Lucy, ela iria pra escola, chegaria em casa, ajudaria sua mãe e assistiria um filme. A mãe se deitaria, Lucy iria estudar e cairia no sono. Estava tudo programado, era sempre assim. Já fazia 11 anos, tanto tempo vivendo em uma vida que não a pertencia, um mundo diferente do seu. Ela descobriu isso naquela tarde. O que fez seu dia mudar, na verdade mudou a vida toda. Saiu do planejamento
- Filha, você se inscreveu em alguma coisa? – era Maria, a mãe de Lucy, ela era uma perfeita dona de casa, só saia de lá para ajeitar o jardim ou comprar mais verdura – Eu já te falei que é perigoso, menina - continuou.
- Eu não fiz nada. Do que você ta falando? – Lucy sempre fora carinhosa com a mãe, fazia de tudo para ela e por ela.
- Chegou uma carta endereçada pra você – disse entregando um envelope para a filha.
Lucy era loira, tinha cabelos curtos, sua mãe fizera cortar por causa do calor que fazia na cidade. Seus olhos eram pretos e profundos, mas sem respostas, como se ela não tivesse nada de diferente pra contribuir. Já que vivia sempre na mesmice. Ela pegou a tal carta. Estava realmente no seu nome. O selo era diferente e a caligrafia linda, como jamais as duas tinham visto.
Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts
Diretor: Alvo Dumbledore
(Ordem de Merlin, Primeira Classe, Grande Feiticeiro, Bruxo Chefe, Cacique Supremo, Confederação Internacional de Bruxos)
Prezado Sra Frietz
Temos o prazer de informar que . tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogawarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.
O ano letivo começa em 1° de setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.
Atenciosamente,
Minerva McGonnagall
Diretora Substituta
- Hoqwarts? – disse baixo, mas sua mãe a ouvira.
- Escola de bruxaria! Não acredito! Não posso acreditar. Maldito seja. – bufou. Como se já soubesse que aquele dia ia chegar.
- Eu não sei o que é isso. Só sei que eu não tenho nada a ver com essa tal de escola de magia. Eu não sou uma...bruxa! Vou me deitar, boa noite – e saiu.
'' Agora essas brincadeiras passaram dos limites, eu não agüento mais essa cidade'' Subiu as escadas e entrou no seu quarto, pegou um caderno gasto de capa amarela e começou a escrever.
''Oi pai. Quero te ver logo, cansei daqui cansei dessas brincadeirinhas dessa escola. Você me disse que um dia tudo ia mudar. Eu ia receber um chamado...Iam me chamar. E hoje chegou uma carta de bruxaria. Você tava mentindo pra mim, fazendo como as pessoas do meu colégio? Na única lembrança que eu tenho de você já tem mentiras. Imagino como devia ser você antes de morrer. Desculpa''
Uma lágrima caiu e molhou a ultima palavra. Lucy usava aquele caderno desde que começara a escrever, era um presente de seu pai. O pai que ela nunca conhecera, e que a abandonou. Sua mãe só falava dele quando bebia mais de três latinhas de cerveja. E sempre que isso acontecia era pra criticar: - Aquele homem era um vagabundo. Estranhíssimo. Não sei como fui me meter com ele.
-tiiiiiiiiiiiiiiiii. Era o despertador. '' Talvez aquela carta seja só um sonho'' pensou Lucy assim que acordou.
Agora tudo ia começar novamente. Escola, vida normal. Foi até a cozinha preparar suas torradas. E logo que começou a passar geléia a campainha tocou. Aquilo era muito estranho, porque não era hora de ter visitas. Lucy estava até com medo de abrir a porta, mas foi, era falta de educação ignorar.
- Quem é? - disse esperando uma resposta rápida. Mas não responderam - Tem alguém aí? - perguntou.
- Ahn...gostaria de falar com a Srta Frietz. Lucy Frietz. É você? – falou a voz desconhecida.
- Sou, é sou eu sim.- Ela não conseguiu identificar aquela voz. Resolveu abrir.
Era uma moça. Não. Senhora. Tinha um rosto bonito, olhos como de um gavião, verdes. Um cabelo bagunçado, curto, e meio esbranquiçado. Lucy nunca tinha visto ela pela cidade. Além disso ela usava roupas estranhas, modernas e antiquadas ao mesmo tempo.
- Eu vim em nome do Prof. Dumbledore, diretor da escola de magia e bruxaria de Hogwarts, é claro. – E sorriu, como se tivesse dito algo obvio
- Dumbledore? Hogwarts de novo! Eu não sei quem é você, nem esse tal professor. Mas eu já cansei dessa brincadeira! – Disse gritando. Agora ela sentia seu rosto ficando vermelho. Que falta de educação.
- Ah... já entedi tudo. Você é meio trouxa... Não que eu tenha algo contra eles. – e soltou um sorriso envergonhado
- Trouxa? Olha aqui... – pensou melhor e decidiu não brigar, afinal, era só uma velha louca. – Eu to atrasada pra aula, tchau – Dando um olhar para que a mulher fosse embora.
- Escola? Mas você não precisa ir mais. Você foi matriculada em Hogwarts, menina.
- Para com essa coisa de Hogwarts.
- Pelas barbas de Merlin, vai ser mais difícil que eu pensava. Olha...hm...nunca aconteceu alguma coisa diferente com você? Que você não queria que acontecesse e aconteceu. Do nada.
-É. Uma vez eu fui lavar a louça e... ei! Eu nem te conheço. Me ensinaram a não falar com estranhos.
- Tudo bem. Meu nome é Madame Hooch, sou professora de vôo em Hogwarts e sou juíza do quadribol da escola. - Ela deu um largo sorriso de orgulho.
-Vôo? Quadribol? Meu Deus...
- Ok – disse mais pra si mesmo do que pra Lucy – Eu posso te explicar tudo. É só você confiar em mim. Vamos sentar em algum banco. E eu te conto tudo.
- Confiar em você? Eu nem te conheço. Sem chance. Ta na hora da minha escola – e lançou o mesmo olhar pedindo pra ela sair da frente.
- Eu sei coisas do seu pai.
O coração de Lucy começou a bater mais rápido. Como aquela mulher poderia saber coisas do seu falecido pai? Alguma coisa dentro dela dizia que ela realmente sabia de coisas interessantes.
- Ta, eu vou. Mas você tem que me prometer que vai contar TUDO que sabe do meu pai.
- Pode deixar. Vamos então, eu vim uma sombra boa logo ali.
Elas ficaram em silencio o caminho todo, por uns 5 minutos. Lucy tinha que pensar em todas as perguntas a serem feitas. Quando se sentaram ela começou.
- De onde você conhece meu pai? – O banco onde elas sentaram era em uma praça, velha e abandonada. O chão era sujo de plantas e restos de comida deixado pelas pessoas. O sol estava ficando forte. E batia bem nos cabelos loiros de Lucy.
- Ele já estudou em Hogwarts. – disse enquanto juntava papeis e plásticos do chão e tacava no lixo.
- Hogwarts, af.
-Olha – começou, jogando a ultima leva de plástico no cesto de lixo. – existem trouxas, que são como sua mãe, que não são bruxos, não tem magia. E conseqüentemente não vão pra Hogwarts. E tem outros que são como eu, Dumbledore, você. Tem 'poderes', fazem mágica. Tem uma varinha e vão pra Hogwarts. Que são os bruxos. Alias, tenho uma coisa que vai fazer você adorar ser bruxa, seu pai é. Por isso já passou por Hogwarts.
- Como assim É bruxo?
- Sim oras. O que? Você acha que ele está morto? Pombas! O que sua mãe andou te contando. – disse olhando com um olhar indignado para menina.
- Ela disse que ele me deixou quando eu nasci. E depois de um tempo morreu do coração. Foi isso que aconteceu, não?
- Gárgulas galopantes! Eles esta vivo e esperando você completar 11 anos e ir pra Hogwarts!
- Mas então eu quero ir já pra lá – E se levantou com um pulo – Quero ver ele já! Ele quer me ver? A onde ele mora? Porque ele me deixou?
Lucy estava pasma. Vivera a vida todo chorando pela morte do pai que ela nem ao menos conhecia, e de uma hora pra outra uma mulher desconhecida aparece e diz que ele esta vivo, e esperando por ela. Esse devia ser o chamado, que ele disse no caderno, que ia contecer. Iriam avisar que Lucy era bruxa, e tinha uma vaga naquela escola estranha, e ia aprender magia. E conhecer o tão amado pai.
- Calma não é tão simples assim – disse Madame Hooch – Você não tem idade pra aparatar, e viajar com pó de flu sem experiência não é legal. E você teria medo de voar. Vamos vê-lo amanha mesmo. Agora temos que falar com sua mãe. – se levantou.
- Minha mãe?
Lucy tinha certeza que a mãe não ia acreditar naquela história, e ia culpa o pai por tudo. E era capaz de ela não deixar que a filha viajasse com aquela estranha. Isso não podia acontecer. Bem agora que tudo estava se resolvendo. O caminho de volta foi o contrario da ida. A menina não parava de falar um instante. Fazia perguntas do tipo : Como meu pai é? Ele é alto? É esperto? É legal? A onde fica essa escola? Quando vamos comprar minha varinha? Tem que usar uniforme em Hogwarts?. Todas as perguntas tinham respostas que para Lucy eram difíceis de entender. Depois de andar uns 5 minutos elas chegaram e tocaram a campainha. Maria, já atendeu e começou.
- Lucy? Você aqui? Porque não foi pra aula? Quem é você? – olhou pra Madame Hooch dos pés a cabeça e fez cara de espanto – O que você aprontou Lucy?
Depois de terem contando tudo, e respondido milhares de perguntas, sua mãe finalmente contou a respeito do seu pai:
- Lucy, você sabe que eu te amo. E tenho que te falar. Eu sempre soube que seu pai era bruxo, e que você também seria. E até mesmo sabia que ele estava vivo, mas não queria perder você, e não queria que você entrasse nesse mundo, porque ele vivia me dizendo que tinha gente perigosa, e das trevas, e tudo mais. Eu queria você aqui comigo, protegida. Me desculpa. Agora vá logo, vá ver seu pai. Você já passou 11 anos sem ele. Vá hoje mesmo. – E abraçou a filha. Lucy sentiu as lágrimas da mãe molharem seus ombros. A menina não disse nada, queria obedecer a mãe e ir correndo para a terra dos bruxos.
- Então vamos de trem pra Londres – falou Madame Hooch que estava parada ali olhando a cena de mãe e filha.
- Londres? Eu já fui pra lá. Nasci lá.
