O sucessor.

1° Capítulo-Fim da guerra, o recomeço.

Era meia noite em um beco escuro da Inglaterra,um homem encapuzado espera algo,em seus braços um embrulho se debate.

A noite estava muito escura, motivo pelo qual ele não notou mais uma presença no beco.

Em meio a isso o ruído de algo cortando o ar,um homem montado em uma vassoura começava a descer ao chão até que parou.

Me esperando a muito tempo Júlio?

Tempo suficiente, e Penélope?

Mas o outro apenas balançou a cabeça negativamente e murmurou:

Moody.

Aquele bastardo, filho da mãe! Tem certeza?

Você mesmo o viu estourando a sua porta.

E Milorde, alguma notícia?Encontraram-no, ele está vivo?-Existia certa urgência na voz. -Diga-me Lúcio.

Realmente parece que ele se foi. Não encontramos nenhum rastro nas ruínas nem em lugar algum.

Silêncio.

E então Julio, o que você pretende fazer, todos sabem que você é um de nós.

Acalme-se Lúcio, vou me esconder, mas antes preciso de um favor seu.

Qual?

Leve meu filho para a casa dos avós, eu não terei tempo para isso se quiser ficar vivo.

Certo, mas como fará isso sem que nenhum deles perceba?

Ainda não sei, mas pensarei em algo.

Então está bem, dê-me o garoto, deixarei ele na casa dos velhos ainda hoje.

Obrigado, não sei como agradecê-lo.

Pensaremos em algo, logo,logo.

Então o bebê foi passado aos cuidados do homem. Que com um movimento de sua capa... desapareceu.Nesse momento estalos fortes foram ouvidos,e um rumorejo de capas negras quando oito bruxos encapuzados irromperam na noite cercando Júlio, não dando chance de escapatória.

Júlio Boneth, se entregue passivamente e lhe garantiremos um julgamento justo!-- Disse um deles com uma voz seca e irritada.

Julgamento justo--retrucou Júlio-- Como o dos Lestrange que foram mandados direto para Azkaban?Nunca!!...-Foi rápido demais, Júlio retirou a varinha das vestes:

Nunca vão me ter vivo... AVADA KEDAVRA!

Um jorro de luz verde saiu da varinha e acertou em cheio o coração do bruxo mais próximo que caiu com um baque surdo no chão, morto. Enquanto isso outros dois bruxos que estavam próximos do homem adiantaram-se com as varinhas em punho:

EXPELLIARMUS! Fachos de luz vermelha irromperam das duas varinhas acertando o homem pelos lados imobilizando-o terminantemente. Um dos bruxos retirou seu capuz,deixando seu rosto à mostra.

Ele não estava sozinho Moody, tinha mais alguém com ele--disse schaklelbolt--desaparatou, não consegui ver o rosto.

O bruxo mais velho balançou a cabeça pensativo e falou com sua voz áspera:

Este idiota estava com o filho nos braços, vi quando o covarde fugiu enquanto a mulher dele duelava comigo,como se fossemos fazer alguma coisa com a criança,venha vamos voltar ao ministério,vamos ter muita papelada porque com certeza este aqui vai falar bastante.Enquanto ao outro deixe,mais cedo ou mais tarde eu pego ele,mais cedo,eu espero.

Então dois outros conjuraram amarras em Júlio que estava caído e fizeram-no levitar a alguns centímetros do chão, outros dois encarregaram-se do colega morto.As nuvens encobriram a lua e derepente eles não estavam mais lá,somente um homem restava,com o rosto encoberto pela escuridão.

Enquanto isso à caminho da França estava Július Boneth nos braços do bruxo,sem saber o que o destino lhe reservara.Em uma modesta rua de Paris o bruxo chamado Lúcio chega ao seu destino,a casa da família Thonson.A rua estava escura e calma como deveria estar àquela hora da madrugada,a escuridão da noite ajudou a manter longe olhares indesejados.O homem andou até a frente de uma das casas mais próximas e ficou parado em sua soleira como se pensasse se devia ou não fazer o que tinha vindo fazer,finalmente parecendo despertar de um transe deixou o bebê na soleira da porta:

Tomara que tenha mais sorte que o seu pai, fedelho.

E deixando o garoto, saiu devagar até que dobrou a rua e desapareceu. Não faltava muito para amanhecer, motivo pelo qual não demorou muito para o garoto ser encontrado,logo de manhã a senhora Thonson abriu a porta a procura do jornal matutino e encontrou o bebê.Mafalda Thonson,ao contrário da filha,Penélope,não era bruxa e era muito bondosa,tinha baixa estatura,cabelos curtos e grisalhos e tinha um olhar de quem vivera bastante.Quando viu o menino à sua porta levou a mão ao peito:

Alberico! Venha aqui e rápido.

O senhor Thonson que era um homem de aspecto severo e rabugento, tinha os cabelos totalmente brancos como a neve do inverno, era um pouco mais alto que sua esposa, e mancava da pena esquerda, veio rápido (ou pelo menos o quanto pôde) gritando e zangando aos rosnados:

O que foi mulher?O que está acontecendo?Para que os gritos?-- Mas Mafalda não precisou responder a pergunta do marido, já nos braços da mulher estava o bebê--Mas o que é isso?

É um menino seu velho rabugento.

Eu sei o que é,o que está fazendo na soleira da porta é que me intriga.--Mafalda notou um pequeno pedaço de papel no meio das roupas da criança,desembrulhou e leu:

Caros Sr. e Sra. Thonson

Sei que lembram de mim, quando levei Penélope de sua casa

mas agora,Penélope está morta,ou pode estar.Preciso do mai-

or favor que jamais pedi à alguém,por favor cuidem de Július,

Estou com problemas e não mais posso cuidar dessa tarefa. Es-

pero que o coração fale mais alto que as desavenças.Ele tem

apenas vocês agora,portanto espero que o recebam de braços eu e Penélope,Július é um bruxo e já tem vaga

garantida na Escola Durmstrang de Bruxaria e Feitiçaria,onde

cursará 7 anos após fazer 11 anos de idade,até lá peço que

não revelem nada do seu passado para sua própria seguran-

ça,e de vocês também.

Espero que amem este garoto tanto quanto Penélope

amou.

Júlio Boneth.

Mafalda corou ligeiramente e disse finalmente:

Ele é nosso neto,Alberico,ele é nosso neto.

O velho Alberico pareceu perder a sua cor mas se manteve firme:

Neto que neto,eu não tenho filhos.--Disse com vontade.Nessa hora Mafalda pareceu fraquejar mas falou com voz firme:

Você não acha que já é hora de esquecer,nessa carta Júlio conta que Penny pode estar morta,você nem mesmo sente preocupação com seu próprio sangue.Ela pode estar morta e a única coisa que temos para nos lembrar dela é este bebê portanto nós vamos cuidar dele e ponto final,eu já perdi duas filhas por sua causa e esse seu moralismo barato,não vou perder mais nada por você.Agora temos um neto para criar...---Mas era tarde demais,Alberico explodira:

E você realmente acha que eu criarei o filho daquela aberração... --disse ele cuspindo por entre os dentes, mas então deparou-se com os grandes olhos azuis do menino e a magia se fez.-- Eu já vou avisando,ele vai freqüentar a escola em que eu estudei e não aquelas escolas malucas em que ela estudou,me diga,ele também é um...um daqueles...tipos?--Terminou ele sem muita convicção.

De acordo com o que diz aqui... -- Disse Mafalda--...ele é sim,e tem vaga garantida em uma dessas escolas para bruxos.

Fora de cogitação.

Tudo bem Alberico, fora de cogitação.Ele vai estudar na escola em que você estudou e pronto.

Com isso o Sr. Thonson pareceu começar a gostar da idéia.

E então mulher,vai ficar com ele na rua ou vai entrar pra se esquentar.--Então entraram,e Mafalda foi logo para cozinha preparar algo para o bebê se alimentar.

O velho Alberico se conformou e até gostou da idéia de ter uma criança na casa,mas fez questão de ocultar isso de sua mulher.

A casa dos Thonson ficava na Av. Les enfantes n° 124 ,uma das mais chatas e esnobes de toda Paris,mas agora aquela casa era especial.Qual seria o futuro de Július T. Boneth e qual seria o mistério que cerca o seu nome.