• Uns braços •

(agarrando-se a você até caírem)

Eram estes os magros bracinhos de Genevra – tão trêmulos ao redor de seu diário! {Tom. Um simples nome. Tom. Um porto-seguro. Tom. Um fantasma.} Eram eles que empurravam o diário junto ao peito esquerdo. Que será que ela pretendia? Guardá-lo ali para todo sempre? Foram então os braços de Genevra, sempre cobertos pelo uniforme da escola (o que, de certa forma, era excitante. Não era bom se imaginar despindo-a? Queimando o uniforme da Grifinória nas chamas do inferno?) que trouxeram Tom Riddle para sua vidinha miserável e triste de segundanista. Os dedos, claro, puxaram o gatilho. As mãos, obviamente, seguraram a arma. Os braços? Os braços a apontaram para a sua cabeça. A bala [Tom! Tom! Tom!] a matou.

Tom Riddle riu – os lábios frios e a língua de cobra – correram pela pele. Ele beijou aqueles braços. A boca sugou o sangue de traidora. O diário a assombrou enquanto ela agarrava-se a ele. {Tom, Tom! Não me deixe cair! Tom, Tom, Tom! Não os mate, deixe a escola, faça-me feliz! Tom! Eu o amo! Somos amigos! Tom, Tom, Tom! Abrace-me! Tom!} Mas, pobre Genevra, traidora de sangue, sozinha e sem amigos, acreditando em uma lembrança, prendendo-se a um porto seguro que cada vez mais afundava! Pobre Genevra, nunca percebeu que seu abraço nunca foi correspondido. Que diferença faria se fosse? Nas mãos de Tom, haveria uma faca. Ela escreveria com sangue. Pobre menina. Tem braços feios. Não consegue segurá-lo. Não consegue alcançá-lo. Alguém deveria cortá-los – ora, vejam! Uns braços pelo chão!

De onde as pessoas achavam que era o sangue das paredes? A culpa era dos bracinhos trêmulos de Genevra, agarrando-se a ele como se a deriva. O que a afogava, então? As lágrimas? {A realidade, Tom! Estou sozinha sem você! Não me abandone, não me deixe, Tom!} Abrace-o, Genevra, e deixe Tom Riddle apunhalar suas costas! Excite-o com esses bracinhos nunca descobertos até que ele lhe pegue pelos pulsos e pinte Hogwarts com o seu sangue! [O mesmo tom dos seus cabelos, Ginny!] Segure-o! Segure-o junto ao seu peito! Torne esses bracinhos fortes! (Tom! Abrace-me de volta! Sinto frio! Tom! Seus braços! Tom! Meus braços!)

Ame-o, Genevra. Pois Tom Riddle nunca irá amá-la de volta!

[Tom, que é isto? Que está fazendo? Tom! Tom!]

São os braços dele – que não são fracos ou trêmulos – enrolando-se em seu pescoço como sobras. {Os braços de Genevra apertaram Tom Riddle em um abraço.}

(Os braços de Tom Riddle enforcam Genevra enquanto ela dorme.)

Nota da Autora:

Para Hiei-and-shino. Sem guarda-chuvas vermelhos. Sem chuva.

Com todo o amor do mundo.

Reviews ou eu corto os seus braços. Sacou?