Capitulo 1

Abri meus olhos lentamente sendo cegado pela luz, calmamente observei o quarto em que estava deitado. Era um dos quartos de luxo do Hospital onde meu pai trabalhava, eu tinha passado um bom tempo num deles antes de minha mãe morrer. Estava ligado a muitos cabos, o bipe do meu batimento dominava o ambiente.

Alguma coisa deveria ter acontecido, um acidente provavelmente. Tentei pensar na ultima coisa em que me lembrava, eu estava em uma festa com minha namorada firme Jéssica. Nós estávamos nos divertindo até que a odiosa da Isabella Swan tinha entrado e começado a gritar comigo por causa de uma das muitas pegadinhas que eu tinha preparado para ela.

Estava me despedindo antes do verão, nós tínhamos sido como cão e gato desde que eu podia me lembrar, ela se negava a agir como uma menina normal e chorar e tinha se tornado meu desafio vê-la desistir. Ela tinha se jogado contra mim e sendo estranhamente forte para o seu tamanho eu tinha caído e então tudo ficou escuro.

No momento em que lembrei disso a porta do quarto de abriu, uma garota entrou e por um momento pensei que fosse Jéssica, já tentando dar um sorriso apesar da dor que tomava minha cabeça e boa parte do meu corpo. Quando ela se aproximou minha expressão se fechou, era Isabella, provavelmente planejando terminar o serviço.

Me preparei para tentar me defender quando percebi que ela usava um vestido, nunca a tinha visto com algo diferente de jeans, o cabelo solto até a altura dos ombros e a feição mais madura, sofrida com algumas marcas roxas e negras olheiras. Era como se muito tempo tivesse passado desde aquela noite, mesmo anos.

Ela se sentou na cadeira ao lado de minha cama e pegou minha mão, seu pulso tinha uma tala.

- Edward. – ela sussurrou baixinho, ainda não me notando acordado. Provavelmente com medo da cadeia tinha vindo me ver.

- Sim? – eu disse com uma voz rouca, minha garganta muito seca. O que essa pirralha tinha feito comigo? Como cheguei a esse estado?

Seus olhos se arregalaram, um sorriso tomou suas feições. Franzi o cenho, ela nunca tinha me dado um sorriso que não fosse de desprezo.

- Sabia que você ia acordar. Você prometeu que ficaríamos juntos. Sempre e pra sempre. – passou a mão pela minha bochecha, me deixando totalmente espantado. Isabella teria enlouquecido?- Agora eu posso mata-lo por ter feito isso. Se sacrificar por mim. Como ousa tomar esse tipo de decisão?

- Isabella? Sobre o que está falando? Você bateu a cabeça ou algo assim?

- Isabella? Você não me chama assim á quase 7 anos. – me olhou preocupada.

- O que? Sempre chamei assim, bom quando não estávamos brigando. Agora me diz o que fez comigo para acabar no hospital dessa vez? Quase conseguiu me matar dessa vez.

- Fiz com você? Edward... em que ano estamos? -me olhou preocupada, fiquei ainda mais surpreso.

- 2007, é claro. – respondi de pronto, revirando os olhos. Ela arregalou os olhos e se inclinou para apertar o botão e chamar uma enfermeira. – Onde está meu pai? E Jéssica? Se você fez algo com ela também eu acabo com você, ouviu? –ela me encarou como se a tivesse atingido, seus olhos se enchendo de lágrimas quando a porta do quarto se abriu novamente. Meu pai e uma enfermeira entravam conversando.

- Ah. – ele sorriu. – Nosso paciente favorito resolveu acordar.

- Carlisle, acho que tem algo errado. Ele pensa que estamos em 2007, antes... antes de tudo. – ela disse e começou a chorar.

- Calma. – ele a abraçou, fiquei olhando tudo muito surpreso. Ela chamava meu pai pelo nome, não DrCullen, e eles nunca foram íntimos. Papai achava nossas brincadeiras engraçadas e nunca deu muita bola para isso. E como assim eu penso que estamos em 2007? E antes do que?

A enfermeira se aproximou e começou os exames básicos, a luz em meus olhos e me fez todo o tipo de perguntas obvias, Isabella começou a chorar mais conforme eu respondia. Meu pai me olhava tristemente ainda abraçado a ela.

- Vai ficar tudo bem querida, provavelmente é apenas temporário. Vou providenciar um especialista. – deu um beijo em sua testa e se aproximou de mim. – Tudo bem Edward, temos que conversar.

- Então ela pode sair? – perguntei, todo aquele show já estava me deixando irritado. Como se ela realmente se importasse comigo. Ela me olhou como se tivesse apanhado, assentiu e correu para fora do quarto. A enfermeira e meu pai me olharam feio.

- Você vai se arrepender disso, filho. – apenas revirei os olhos. – Ok, bem Edward. Você esteve em um acidente, estava chovendo o carro derrapou e seus freios falharam. Para evitar que Bella fosse atingida, conseguiu virar o carro no ultimo minuto e bateu contra uma árvore.

- Por que eu faria algo assim por aquela garota? – perguntei olhando para ele surpreso. Se fosse Jess, eu entenderia, mais Isabella Swan?

- Esteve em coma por duas semanas, e parece estar com um caso de amnésia.

- O que?

- Filho, estamos em 2014. Muita coisa mudou, muita mesma. A garota que você expulsou de seu quarto é hoje sua esposa, mãe da sua filha e ... isso ela mesma vai ter que contar. – eu olhei para ele e comecei a rir, como seu algum dia isso realmente fosse acontecer.

- Fala sério.

- Estou falando seríssimo. Háquase 7 anos eu me casei com a mãe de Bella, nós estávamos saindo em segredo há muito tempo esperando vocês amadurecerem para nos aceitar. Resolvemos que bastava e casamos no verão antes do seu ano Júnior, vocês quase destruíram a nossa casa no primeiro mês. Depois de algum tempo começaram a se entender, nunca me contaram como mais de algum modo se apaixonaram e estão juntos desde então. Casaram-se antes da faculdade.

- Não, isso é impossível. Eu a odeio, pai. Sempre a odiei. Cadê a Jess? O que ouve com ela? Eu a amava, isso não faz nenhum sentido. – minha cabeça realmente latejava agora.

- Vocês terminaram, acho que ela estava apaixonada por outro. Mike Newton se não me engano. Olha, sei que isso é difícil, nem posso tentar me colocar em sua posição. Vamos fazer uma bateria de exames, e falar com um especialista. Nesse meio tempo, cuidado em com fala com a Bella, ela tem passado pelo inferno essas duas semanas. Não deixou o hospital nem mesmo para ver Mia.

- Mia?

- Sua filha, ela tem 4 anos e é maravilhosa. - ele sorriu orgulhoso e o horror tomou conta de mim. Eu e Isabella? Casados, com filhos.

- Quero o divórcio. – disse o mais alto que pude, minha respiração rápida.- Nem mais um segundo com essa garota horrível. – um soluço veio da porta onde a garota citada me encarava como se algo tivesse morrido dentro dela.