Esta obra é uma adaptação do romance um mosqueteiro ao luar da autora Maggie shayne
com os personagens Stephanie meyer
CAPÍTULO I
Era o Dia das Bruxas, e ela se encontrava como uma pri sioneira em seu próprio escritório. Diabos, como podia ter pensado que venceria o chefe do crime organizado? O que havia arranjado era uma terrível dor de cabeça. Dera nisso porque deixara de ser simplesmente Isabella marie Swan, uma garota comum, para se tornar I., uma ousada detetive particular.
Começou a andar de um lado para o outro em seu escri tório, parando por vezes atrás das cortinas da janela para olhar para fora. Na rua, havia apenas sombras cinzentas e o vento implacável. O carro preto ainda estava estacionado diante do edifício. Se ousasse sair, o motorista a seguiria. Se fosse até o cofre onde depositara a fita que comprometia o chefe do crime, seria facilmente detida no caminho. Não tinha nem mesmo certeza se estaria em segurança dentro de seu carro. Talvez bastasse fechar a porta e ligar o motor, e uma enorme explosão arrasaria o quarteirão, eliminando do mapa uma certa detetive.
Droga!
Quando o telefone tocou, ela o atendeu imediatamente.
— I.M. Swan Investigações.
— Srta. Swan?
— Sou a secretária — respondeu automaticamente. Bem, A mulher do outro lado da linha não devia pertencer ao grupo dos mafiosos. Em todo caso...
— Quero falar com a Srta. Swan — a mulher disse. — Estou com problemas e preciso de ajuda.
— Una-se ao clube.
— Como assim?
Bella suavizou a voz.
— Desculpe-me. A Srta. Swan está fora da cidade no momento. Por que não tenta a Black Investigações? Eles pode rão ajudá-la.
A mulher desligou sem se despedir. Bella sentiu-se mal. Quando alguém ligava, era porque precisava de ajuda. E ela queria ajudar, uma vez que era esse seu trabalho. E era com petente naquilo. Ganhara a reputação de detetive eficiente, uma espécie de heroína a quem todos podiam pedir ajuda.
Porém, naquele momento, quem precisava de um herói era ela. Nunca esperara se envolver em uma situação como aquela em que se encontrava.
Gravara uma fita comprometedora do marido de uma cliente sua. A esposa de James Brown , cansada de ser traí da, tinha recorrido a ela para garantir que sairia ganhando no caso de um divórcio. Bella julgara que gravaria telefone mas comprometedores entre James e suas namoradas, mas, por acaso, havia gravado uma negociação ilegal entre mafiosos. O pior era que ela estupidamente revelara esse fato à esposa do mafioso. Vicrotia Brown tinha corrido até o marido, contado o que a detetive descobrira e agora o casal, além de ter se reconciliado, vivia aos beijos. Mas Bella estava marca da para morrer.
Podia chamar a polícia, porém seu telefone provavelmen te estava grampeado, e seria morta antes que os policiais chegassem. Além do mais, era do conhecimento geral que qualquer gângster tem alguns policiais no bolso. Como ela poderia ter certeza de que aqueles que apareceriam ali no es critório não constavam da folha de pagamento de Brown?
Olhou pela janela outra vez. Um ônibus estava parado naquele momento no ponto. Pessoas desciam e outras entra vam. Uma idéia foi tomando forma em sua mente.
O bandido no sedã olhava para a porta de entrada do pré dio e para o carro dela. Mas ninguém podia ver o que aconte cia dentro do escritório. Bella poderia descer as escadas, mas, em vez de sair, passaria pela porta que ligava a portaria ao escritório de mike. Essa porta estava geralmente fechada, mas nem sempre. Ela poderia sair pelo lado de Mike sem chamar nenhuma atenção e pegar um ônibus.
— Parece um bom plano — resmungou. Olhou dentro de um de seus armários. Sempre tinha ali algumas roupas que usava quando queria se disfarçar. Trocou à saia, o elegante blazer e os sapatos de salto alto por jeans, jaqueta de couro e tênis. Um boné de beisebol esconderia seus cabelos e um par de óculos escuros completaria sua nova imagem.
Olhando-se no espelho, concluiu que poderia passar por um garoto. A bolsa, porém, a trairia. Esvaziou-a e colocou nos bolsos da jaqueta apenas o essencial, inclusive seu re vólver calibre 38. Ótimo. Logo passaria outro ônibus. Disso tinha certeza, porque nem bem um saía, outro chegava. O barulho sempre a incomodara. Não agora, claro.
Cuidadosamente, abriu a porta do escritório e foi para o corredor. Não vendo ninguém, seguiu para as escadas e che gou por fim à porta que ninguém usava e que, como sempre, encontrava-se fechada. Bateu de leve, e Mike a abriu em um segundo.
— É você, Bella?
Ela fez sinal para que ele não falasse alto.
— Para todos os efeitos, não estive aqui. Você nunca me viu. Estou falando sério, Mike.
Ele franziu a testa, preocupado.
— Meteu-se em encrencas, menina?
— Pode-se dizer que sim.
— E o que posso fazer para ajudar?
— Sirva-me uma bebida bem forte, e depois finja que não me conhece.
Mike sacudiu a cabeça e foi em busca de uma garrafa. Encontrou uma de uísque e serviu uma boa dose em um copo que entregou a Bella.
— Você precisa é de um bom sujeito.
— E o que vem me dizendo sempre. — Ela pegou o copo e tomou o uísque rapidamente.
— Se tivesse um marido, não se envolveria em situações como essa.
— Como assim?
— Você estaria em casa cuidando dele, em vez de brincar de mocinho e bandido.
— Ah, sei. Lugar de mulher é na cozinha, certo, Mike?
— Tem funcionado há centenas de anos, menina.
— Bem, não serve para mim. Nunca precisei de um homem para me proteger e não planejo ter um agora. — Ouviu o baru lho de freio. — Oh, Mike, meu ônibus chegou. Tenho de ir.
— Para onde?
Ela forçou um sorriso, porém tinha o coração na garganta.
— Poderia lhe contar Mike, mas então eu teria de matá-lo. — E se apressou a sair. Felizmente, o ônibus bloqueava a vi são do bandido. Ela apenas voltou a respirar quando estava sentada dentro do ônibus a caminho da cidade.
O ônibus se dirigia a Ilinois, mas já que ela não co nhecia ninguém lá, desceu no terminal e pegou outro. Não tinha exatamente um bom lugar para ir. A casa de seus pais em Phoenix estava fora de questão. Seria o primeiro lugar em que os bandidos a procurariam. Não, não podia se arris car. O jeito era seguir para a casa de horrores de tia Esme, a ovelha negra da família. Isso porque ela se recusara a ser cristã e se mantinha presa à tradição do clã Swan. Bruxos, mais exatamente. Possuía um livro de feitiços que estava com a família por mais gerações que alguém pudesse contar. Bella tinha visto o livro uma vez. Empoeirado e ve lho, naturalmente.
Por um momento, pensou se algum feitiço de tia Esme po deria livrá-la dos problemas que enfrentava agora. Mas isso era bobagem. Tudo de que precisava era tempo para clarear as idéias e encontrar um jeito de pegar a fita e entregá-la em segurança à polícia, sem que lhe explodissem a cabeça. Não poderia nem mesmo entregar a fita a James, porque ele acha ria arriscado deixá-la viva, já que sabia demais.
A saída era tia Esme. Sentiu um calafrio. Afinal, era a Noite das Bruxas, e ela passaria a data em uma casa assom brada. Procurou afastar o temor e relaxar enquanto o ônibus seguia para Craven Falls, ao norte de Nova York.
— Olá, tia Esme.
Esme Swan ficou parada à porta, observando a sobrinha. Usava um vestido longo com estampa de luas e estrelas. Feito em casa. Provavelmente unindo teias de ara nhas, Bella pensou. O cabelo da tia era comprido e cor caramelo ondulado, o que a fazia parecer mais jovem. Usava um colar de pedras bem pesadas e brilhantes.
— Alguém pode ficar cego olhando para essa coisa — Bella observou, sem ter o que falar.
— Você parece sua mãe. O que está fazendo aqui, Bella?
— Não vai me convidar para entrar?
Esme soltou um longo suspiro, e depois deu um passo para o lado, deixando-a entrar. O lugar não tinha mudado muito. Pouca luz, mobília bastante antiga. Cheirava a incenso e velas.
— Bem... — Esme parecia estar esperando alguma res posta.
Bella umedeceu os lábios.
— Eu preciso de um lugar para passar alguns dias.
Esme franziu a testa e pareceu menos irritada com a ines perada visita.
— Está em algum tipo de perigo?
— Nada que não possa resolver. Apenas preciso ficar es condida até que as coisas se acalmem.
— Partiu apressada, não foi? — Bella olhou-a atentamen te. — Sem bagagem...
Bella deu de ombros.
— A senhora parece que estava para sair, toda arrumada assim. Não quero atrapalhar os seus planos. — Era a Noite das Bruxas, provavelmente a noite mais importante do ano para Esme.
A tia sacudiu a cabeça.
— A data é importante, querida, mas não tão importante quanto a sua segurança. Eu ficarei aqui e...
— De jeito nenhum, tia Esme. Estou bem. Verdade. Nenhuma alma no mundo sabe que me encontro aqui. Pode ir passear. Eu me acomodarei no sofá e assistirei à tevê. Talvez dê uma olhada no seu velho livro e tente encontrar um feitiço que transforme os bandidos em sapos. A senhora... ainda tem o livro, não é? — Enquanto falava, olhava em direção à mesa em um dos cantos da sala onde se encontrava um enorme li vro, velho e aberto.
Esme pareceu se aborrecer.
— O livro não é um brinquedo, Bella. Os feiti ços são poderosos, sobretudo à noite. Uma amadora poderia provocar um completo desastre, cometendo algum erro, par ticularmente alguém com sangue pagão como o seu.
Um arrepio percorreu a espinha de Bella, mas ela apenas sorriu para a tia.
— Eu estava brincando. Não vou mexer no seu livro se não quiser que o faça.
Esme a observou por alguns instantes, depois balançou a cabeça, fazendo com que seus brincos soassem como sinos. Eram seis pares.
— Se quiser um feitiço de proteção, querida, apenas peça. Eu o prepararei para você.
— Sabe que não acredito nessas coisas — Bella retrucou, mas com o olhar voltado mais uma vez para o livro.
Esme suspirou profundamente.
— Tem certeza de que ficará bem sozinha?
— Claro. Pode sair. Ficarei bem. Verdade.
Parecendo preocupada, ela acabou concordando e se diri giu à porta.
— Ei — Bella chamou. — Não está se esquecendo da vas soura?
ESme lançou um olhar de alerta para a sobrinha, depois sor riu, acenou e saiu de casa.
Bella ficou andando pela sala por um tempo, e depois li gou a tevê. Encontrando uma velha versão em preto-e-branco do filme Os Três Mosqueteiros, decidiu se sentar e assistir. Mas seu olhar continuava voltando ao velho e empoeirado livro sobre a mesa. Certamente não faria mal algum dar uma olhada nele.
Não podia fazer isso. Afinal, tinha prometido a tia Esme que não o tocaria. Voltou à atenção para a tela da tevê, antes de sacudir a cabeça, desgostosa. Como um homem podia lutar usando roupas ridículas, com as mangas cheias de babados? Como os mosqueteiros queriam parecer heróis com chapéus cheios de plumas? Gh, os mosqueteiros todos deviam ter sido gays. Isso sem contar que ela se sentia bem mais segura com o seu revólver do que com uma daquelas espadas que pare ciam tão frágeis que balançavam com um simples vento.
Apesar do ridículo do filme, sentiu-se meio emocionada quando D'Artagnan jurou proteger a amada com sua própria vida.
Pena que não existissem mais heróis como aqueles. Ela não se importaria se um deles a protegesse, mesmo usando aquele ridículo chapéu.
O livro chamou sua atenção novamente. Dessa vez, Bella se levantou e foi até ele. Começou a virar as páginas com cui dado. Parou ao encontrar "Feitiço de Proteção". A coisa pare cia simples. A pessoa devia ficar sob a luz da lua no primeiro quadrante. Era necessário acender uma vela branca e pedir proteção. Manter o pensamento voltado para o pedido e ler as palavras escritas na invocação impressa no livro.
Bella foi até a janela e constatou que a lua já surgira no céu. Abriu as cortinas o suficiente para que o luar entrasse na sala. A lua não estava no período informado pelo livro, mas uma lua cheia talvez fosse melhor ainda.
Isso se ela acreditasse em toda essa bobagem. Mesmo as sim, decidiu começar o feitiço.
Voltou à mesa, e o luar atingia justamente o livro. Duas velas estavam ali ao lado do volume. Uma vermelha e ou tra rosa. Nenhuma branca por perto. Mas uma vela era uma vela, certo?
Acendeu as velas e sorriu. Era uma forma divertida de passar a Noite das Bruxas.
Bem, agora os próximos passos. Pedir proteção e dizer a invocação em voz alta. Tentou imaginar uma bolha de luz branca a rodeando, e depois uma parede de proteção, como o feitiço sugeria. Mas a mente mantinha-se presa à cena a que acabara de assistir na televisão, a do mosqueteiro prometen do proteger a amada com sua própria vida.
Leu as palavras da página do livro e ouviu o relógio bater meia-noite.
Sem aviso, algo explodiu e uma nuvem de fumaça a envol veu. Tossindo, Bella procurou afastar a fumaça, e subitamente foi tomada pela sensação de que não estava sozinha na sala.
por favor, comentem.
