- Você não pode me desobedecer Draco. – gritava o Sr. Malfoy, muito irritado – Você tem que me respeitar.
Draco parecia não ligar para nada o que o pai estava dizendo, pois mexia na mochila, desarrumava a mesma, arrumava de novo pegava um pedaço de pergaminho e ficava amassando.
- DRACO! – Lucius até que enfim tinha percebido que Draco não estava ligando nem um pouco para o que ele estava gritando a plenos pulmões ali na frente da escola toda – Só por que eu não sou seu pai você não pode me... – Lucius para por um instante e percebe que algo tinha saído da sua boca e não devia ter saído.
- O que o senhor falou? – Draco havia se levantado em um pulo ao ouvir aquilo – Eu não sou...Isso é verdade?
O Sr. Malfoy dá as costas a Draco e vai andando rapidamente em direção a saída do castelo, Draco vai atrás dele, tentando ser mais rápido que ele e quando Lucius Malfoy havia acabado de descer do último degrau da escada de mármore Draco já estava na frente dele, parado, impedindo a sua fuga.
- O Senhor vai ter que me explicar tudo. – falou com uma voz brava e cortante.
-É melhor pedir explicação ao Dumbledore, Draco. Ele sim vai poder lhe explicar tudo.
-Mas, por que Dumbledore? Você não o odeia?
-Sim, meu filho, mas agora é hora de deixar isso de lado, já que deixei sair da minha boca um segredo de família. Pergunte ao Dumbledore e ele vai lhe dizer.
Lucius Malfoy se desvia do bloqueio de Draco e vai para fora do colégio, deixando na cabeça do menino o que será que realmente o pai quis dizer com "agora é hora de deixar isso de lado"? Por que Lucius havia pedido para Draco procurar Dumbledore se o próprio Lucius não o permitia que falasse o nome dele em sua casa? Todas essas perguntas passaram na cabeça de Malfoy enquanto ele estava ali, parado de frente para a escada de mármore e de frente para o grande e antigo portal da escola.
De repente, pelo portal surgiram os amigos fieis de Draco Malfoy, Crabbe e Goyle. Draco não havia percebido, pois admirava os seus sapatos sempre brilhantes como se eles fossem a única coisa importante agora na sua vida:
- E ai Draco, o que foi que aconteceu que toda a escola está comentando? – Perguntou Crabbe, dando uma leve tapa nas costas do amigo.
- Vocês não vão acreditar...
- Acreditar? – falou Goyle interrompendo Draco – Quando foi que você falou uma coisa que não acreditamos?
- Vamos para a Torre da Sonserina, lá talvez eu possa conversar com vocês com mais privacidade – Draco olhou para os lados e viu que todos tentavam escutar sua conversa ou insinuavam o que ele poderia estar conversando com seus dois amigos fieis, Crabbe e Goyle.
Draco se vira para entrar no castelo, mas se depara com a professora de Transfiguração, Minerva McGonagal. Ela o estava olhando com um ar muito severo como se ele houvesse feito uma coisa muito errada naquela manhã. "Essa mulher é louca", dizia Draco aos seus amigos depois de virarem para a esquerda, em frente ao Salão Principal, em direção o Torre da Sonserina.
Enquanto caminhava pelos corredores Draco viu que vinham em sua direção Harry e seus amigos inseparáveis, Rony Weasley e Hermione Granger. Ele tenta passar de cabeça baixa pelos três, tentando mostrar que estava bastante deprimido para conversar ou aperrear os três, mas dessa vez ele não escapou:
- Já soube o que tão falando por ai Rony? – falou Hermione num tom de voz mais alto que o de costume.
- Hermione, eu já sei, não precisa falar tão alto – Rony falou bem baixinho, talvez para não ser ouvido por Draco.
- Não sabe? Tão dizendo por ai que Draco não é filho verdadeiro de quem ele chama de Pai e Mãe.
- Hermione, chega! – gritou Harry – Será que você não está vendo que isso não é brincadeira? Crescer sem pais já é ruim...Imagine tê-los e perdê-los por algum motivo.
- Ah Harry! Ele é um idiota e merece o que ta passando – Hermione havia voltado ao seu volume de voz normal – Por tudo que ele já nos fez eu aproveitaria a oportunidade.
Harry fingiu que não escutou e continuou andando em direção a qualquer lugar que fosse que eles estivessem indo.
Draco, Crabbe e Goyle já estavam no retrato que dava para o Salão Comunal da Sonserina quando Pansy Parkinson gritou do outro lado do corredor:
- Força Draco. Você vai passar essa! – levantando a mão fechada, como se estivesse torcendo por alguém.
- Ah! Vai para o teu lugar Pansy e me deixa em paz – murmurou Draco baixo, dando só para Crabbe o Goyle o ouvirem.
"Cinzas de Fênix". O retrato da parede se abriu como uma porta, mostrando que atrás dele havia uma passagem redonda. Draco, Crabbe e Goyle passaram por ela e chegaram ao Salão Comunal, onde não havia ninguém. Draco se deitou num sofá, deixando para os amigos duas poltronas como opção. E começou a contar a história a eles. Crabbe e Goyle faziam todas as expressões que Draco pensou que fosse possível para um ser humano fazer enquanto contava com detalhes tudo o que havia acontecido naquele pátio. Draco terminou, e ao terminar seus olhos estavam molhados por lágrimas. "Será que mesmo depois de descobrir o que está por trás das palavras do meu pai ainda vou poder der o mesmo?", pensamentos como este passavam pela cabeça de Draco, mas ele não queria compartilhar sua angustia em relação em isso com ninguém.
Uma coruja de repente bicou o vidro de uma janela do Salão Comunal, ela parecia olhar sempre fixamente para Draco deitado naquele sofá verde-musgo. Ele se levantou, foi devagar até a janela, abriu-a e a coruja voou, batendo as asas levemente, por todo o Salão Comunal da Sonserina. Talvez tivesse cansado, mas parou em cima da lareira e ficou parada ali olhando para Draco:
- Essa coruja é da minha mãe – Draco exclamou, indo em direção a ela – ela nunca a soltava para muito longe, por que ele a mandou aqui?
Draco pegou a carta que ele trazia no bico, abriu-o e começou a ler – nem percebendo que a coruja havia ido embora.
Querido Draco,
Estou lhe mandando esta carta por que seu pai me falou que lhe contou sobre um segredo que era para ser guardado de você para a vida toda. Saiba que isso pode doer, mas terás que agüentar o que está por vir. Você pode não estar entendendo nada agora, mas você está ligado com o Lorde das Trevas por um feitiço muito forte... Não posso falar mais nada, Dumbledore lhe contará tudo.
Beijos de sua Mãe,
Narcisa Malfoy.
Mais uma vez seus pais haviam citado Dumbledore e mais uma vez Draco não entendeu nada. Ligado com o Lorde das Trevas? Feitiço Poderoso?
O retrato se abriu e Draco guardou logo a carta de sua mãe embaixo das vestes:
- Não precisa esconder isto de mim Draco – Draco reconheceu a voz, era do velho diretor da escola, Dumbledore – Sua mãe Narcisa me mandou uma cópia...Ou pelo menos é o que ele diz na minha carta – Dumbledore pegou um pergaminho em dos mil bolsos de suas vestes e leu a primeira frase - "Dumbledore, te mando uma cópia fiel de uma carta que estou mandando ao meu filho" – Depois guardou o pergaminho de volta no mesmo bolso e olhou para Draco – Draco, sei que deve não estar entendendo nada, mas irei lhe contar. Encontre com a professora Minerva McGonagal amanhã no mesmo lugar onde seu pai e você estavam brigando e ela lhe levara à minha sala.
- Sim senhor – Draco falava com Dumbledore de cabeça baixa.
- Espero você lá na minha sala Draco, teremos uma longa conversa – Dumbledore repetiu várias vezes o som do "o" de longa, deixando a palavra mais loooooooonga do que de costume.
