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Retratações: Os personagens principais são propriedades das empresas japonesas Soutsuu Agency e Sunrise Television. Eu não ganho nenhum dinheiro com eles. Somente promovo a diversão.
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.Desafio Gundam Wing 2010 – Amores Possíveis
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Fanfic: Algo que Falta
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Gênero: Yaoi, Romance, Angústia.
Casais: 1x5; 3x1; 13x6; 13x1 (Menção)
Censura: M
Avisos: Heero POV, Lime, OOC, Crime, Deathfic (alguns personagens).
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Capítulo 1
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13 de janeiro de 2010.
Não há nada, na minha vida, que eu possa me orgulhar. Tristezas, pequenas alegrias, sofrimentos que perduram na alma. A não ser por uma pessoa. Embora muitas tenham passado na minha vida – e ainda passam – essa foi a única que realmente marcou.
Posso me gabar em dizer que sou um dos melhores no meu ramo, estou a quase sete anos nisso. Os últimos três foram os piores. A única regra do meu trabalho é simples, mas eu a quebrei. E isso não tem perdão. Melhor lhes contar minha história, entenderão melhor.
20 de novembro de 2003
Era meu aniversário. Eu já tinha chegado aos 15 anos. Eu levava uma vida com luxos, já que minha mãe trabalhava bastante para isso. Tudo que sei no meu trabalho deve-se a ela. E, como a tradição de nossa família – algo que eu não sabia desde então – ela me deu o presente, que era mais como uma convocação.
– Parabéns, filho. – Ela me abraçou forte e eu pude sentir o perfume que ela emanava: sexo. Depois, depositou uma caixinha negra nas minhas mãos.
– O que é? – Perguntei, olhando em seus olhos azuis cobalto. Algo que herdei.
– Abra. – Simplesmente disse. – Preciso saber o que acha.
Senti um certo orgulho no seu tom de voz, também ansiedade, já que ela torcia a barra da blusa decotada nas mãos. Não vi outra escolha.
Abri. Qual foi minha surpresa em ver uma camisinha, sua embalagem era branca, que contradizia com a escuridão do pacote, parecia até ser algo bom. Entendi totalmente o contrário do que ela queria dizer.
– Quer que eu perca a virgindade?
E ela riu, uma risada tão gostosa para ela, mas que me encheu de interesse.
– Estou te deixando a escolha de vida que quer ter. – Começou, tocando em um ombro meu. – Ser como eu, ou não.
E eu entendi. Ela me contou de ser como uma monarquia a sua profissão, que não tinha escolha em não me mostrar essa vida. E eu não vi problema em continuar.
Ali, sentenciei a minha morte – ou vida.
21 de novembro de 2003.
Ela não tardou em me levar para a promiscuidade. Fomos de carro a uma bela mansão, de aproximadamente seis quartos. Eu contei por conta das janelas com luzes acesas que as cortinas tampavam. Deveria ter mais. Descemos e ela me levou para o terceiro andar;
Durante o trajeto, vi muitos garotos da minha idade ou mais, transando com homens de até o triplo. Não fiquei com nojo nem nada, já tinha escolhido, não podia voltar atrás.
Depois de um beijo na testa, ela me largou num quarto escuro, porém bonito. Adentrei nele e notei um banheiro amplo com uma bela banheira, cheguei até a sorrir com a imaginação de ali morar. A decoração do quarto era sóbria, porém quente.
Estreitei os olhos para tentar enxergar a cama, e vi que tinha alguém nela. Olhei para trás e me deparei com a porta fechada – provavelmente trancada. A cama se mexeu quando eu respirei profundamente. Era um garoto que estava lá, a minha espera.
– Olá? – Chamei. A voz trêmula delatou o nervosismo na qual eu me encontrava. Mas acho que ele não percebeu, ou deixou pra lá.
– Oi. – Acho que ele sorriu, a voz dizia isso. – Meu nome é Trowa, e você é Heero?
Eu concordei. Não conseguia ver se ele levantou ou se ao menos se mexeu. Mas uma luz se acendeu atrás dele – um abajur – e eu pude contemplá-lo. Era magro, porém com pequenos músculos formados. Trajava uma única peça, uma boxer negra em contraste com a pele alva, e veio de encontro a mim. Fiquei duro somente por olhá-lo.
Descobri ser gay naquele instante.
Eu sabia que ele era um prostituto, estava estampado em seus modos de me tocar. Gostei quando tirou minhas calças com rapidez e me levou até a cama. Só estranhei não ter me beijado.
– É proibido beijar? Sabe... eu sou virgem. Em tudo. – Confessei. Acho que a luz do abajur contra mim não deixou mostrar minha vergonha.
Ele riu. Era engraçado como todos riam para mim.
– Nós jamais beijamos o cliente, mas como você é um caso especial... – Li isso como "filho de quem é". E ele se aproximou e selou meus lábios.
.:. Desafio GW .:.
Jamais me esquecerei da minha primeira vez. Realmente, quando ela é boa, vira motivos de comparações para todas as outras que se sucedem. E nenhuma – até 2007 – superou essa. Enquanto Trowa me preparava, eu trazia o meu presente branquinho nas mãos; ela não seria em vão, demonstraria o meu começo.
Agora, depois de tantos anos, reconheço que ele foi carinhoso demais em questão de sexo. E eu entendo o porquê. Eu era filho da melhor cortesã de toda a L1, se eu aparecesse com hematomas ou dores, ele seria com certeza punido pelo cafetão.
Após a transa maravilhosa, adormeci no mesmo instante que meu corpo tocou a cama. Não vi Trowa sair, fechar a porta, e se encontrar com minha mãe e o cafetão – de nome Treize. Também não ouvi mais um ataque de risadinhas. Fui admitido.
Tudo foi um teste. Trowa foi obrigado a conhecer meu corpo, a maciez de meu interior e descobrir que gosto eu tinha, depois ele passaria as informações para o cafetão. Se valesse a pena, eu entraria; se não, jamais.
Durante anos, testei muitos garotos, era a chance de ser o condizente. Nós, prostitutos, somos submissos, jamais ficamos por cima, e eu não perderia essa oportunidade. Também aproveitava para fazer sexo e descartar o garoto, mas prometo a vocês que fiz muito pouco. Treize queria muitos garotos, e admitíamos quase todos. No começo, tudo foi bom demais, até que numa certa noite de dezembro, tudo começou a desmoronar.
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Continua...
