Disclaimer: Gundam Wing não me pertence. Todos os direitos são reservados aos seus produtores e criadores. Até o Heero reivindicar os direitos sobre o Duo com a ajuda do seu revólver. Agora o Duo é dele. O Quatre usou a sua pequena fortuna para comprar os direitos do Trowa...

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Fic feita em resposta ao desafio mútuo entre mim e a Aryam McAllyster.

Desafio: Fic com furry num universo de Contos de Fadas.

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Género: Romance/ Fantasy/ Furry/ Humor(?)/ Yaoi/ Lemon

Casais: 1x2 / 3x4 / 13x5

Autora: Kiara Sallkys

Beta: Blanxe


Universo Alternativo

'And They Lived Happily Ever After'


I Parte

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Era uma vez, num Reino pacífico e distante, um belo príncipe, cheio de charme, gostoso... Errr... e honesto, que ainda não tinha encontrado o verdadeiro amor.

Todos os habitantes do reino esperavam ansiosos pela escolhida do jovem príncipe. Especialmente o Rei e a Rainha, já imaginando os netos e netas correndo pelos corredores do Palácio.

Enquanto isso, o jovem príncipe Heero Yuy, estava trancado no seu quarto, no cimo da Torre mais alta, vendo os seus e-mails. A pedido dos seus pais, as princesas solteiras dos reinos vizinhos tinham enviado, para o herdeiro, os seus perfis e fotografias.

Heero já ia na décima candidata e lutava contra o enjoo pelas fotos das horrorosas princesas. Parecia que piorava cada vez mais... E ele não estava nem interessado em casar!

Clicou no próximo e-mail...

Arrependeu-se profundamente ao ver a enorme fotografia da, também enorme, Princesa Aurora enfiada, sabe Deus como, num minúsculo vestido azul-safira.

Prezando pelo seu estômago, o Príncipe Yuy eliminou todos os restantes cinquenta e sete e-mails por ler.

Satisfeito por ter cumprido a sua parte do acordo com os seus pais - selecionar as candidatas interessantes, ou seja, nenhuma - o príncipe sentiu-se livre para dar uma volta a cavalo durante a sua tarde.

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No grande salão do Palácio, o Rei e a Rainha, já prevendo as acções do filho, encontravam-se com as suas poltronas ricamente ornamentadas quase encostadas, e concentrados no pequeno laptop nas mãos do Rei.

Também, eles analisavam os e-mails das candidatas a princesas.

- É bonita! – O Rei olhou para a sua esposa, procurando por uma concordância. A expressão de desagrado da mulher foi o suficiente para saber que a elegante adolescente de cabelos castanhos claros e olhos verdes estava fora das opções. – Qual é o problema com esta?

A Rainha não percebeu o tom de desespero, ou fez por não entender, da voz do marido e limitou-se a apontar para a fotografia de corpo inteiro da princesa.

- Muito magra!

- Muito magra; muito gorda; muito alta; muito baixa... – O Rei resmungou, afundando-se na poltrona. Na última hora tinha ouvido as mais variadas críticas em relação a todas as candidatas. E, quando a imaginação de Megumi não conseguia arranjar um defeito para as jovens, a sua frase favorita era: 'Não é boa o suficiente para o nosso Heero!'

A Rainha limitou-se a retirar o laptop das mãos do marido e clicar no próximo e-mail. Dessa vez, a jovem tinha curtos cabelos platinados e grandes olhos azuis gelo. O seu corpo era curvilineo, realçado pelo vestido prateado justinho e de saia um pouco rodada.

O Rei voltou a endireitar-se na poltrona. A jovem lembrava uma fada. Era mesmo muito bonita. Nem a sua esposa poderia criticar aquela moça. E ainda era de um reino relativamente próximo, que lhe daria uma óptima aliança.

Contudo, a Rainha continuava de nariz franzido.

- Ela faria um bom par com o Heero... – Disse, tentando persuadir a esposa.

- Tem cabelo curto... Não teria um comprimento decente até ao dia do casamento.

O Rei, incrédulo, nem queria acreditar ao ver a sua esposa eliminar aquela candidata. O cabelo curto favorecia as maçãs do rosto e dava ênfase ao pescoço e ombros elegantes. Aquilo já era demais!

- Mas...

- Não!

- Mas ela... – Ainda tentou insistir.

- Taikun Yuy! Eu já disse que não! – A Rainha lançou um olhar gelado para o marido.

- Sim, querida! – Disse o Rei, humildemente.

Um dos guardas soltou uma atípica fungadela, fazendo o Rei olhar para ele. O desgraçado estava a tentar dominar o riso. Ele iria saber se o idiota continuaria a achar piada depois de o transferir para a escolta principal da Rainha...

- Acabamos... – A voz da esposa tirou-o dos seus pensamentos de vingança.

- O quê é que acabou, querida?

- O que havia de ser? As candidatas! E nenhuma era aceitável. Pergunto-me se o Heero se interessou por alguma...

- Já acabaram? A última era aquela do cabelo curto?

- Não... Esta é a última! – E a Rainha virou o laptop para o marido com a fotografia ampliada de uma mulher até relativamente bonita, mas com o dobro da idade de Heero. Definitivamente eliminada.

- Err.. Então, e agora? Com quem o Heero vai casar? – O Rei acabou por perceber que se dependesse da seleção do filho ou da mulher, nunca teria netos.

Megumi tinha um ar pensativo. O que nunca era bom sinal.

- Acho que está na altura de revermos as nossas prioridades! – Disse lentamente, com os olhos azuis a brilhar. - A felicidade de Heero deve estar acima de qualquer coisa! Amanhã receberemos no Palácio todas as jovens do reino filhas de nobres! Se Heero não se apaixonar por nenhuma, passaremos à classe inferior até chegarmos ás camponesas...!

- Primeiro não deviamos saber se o Heero gostou de alguma das princesas?

- Eu conheço o meu filho! – A Rainha abanou a mão como se para afastar o comentário do marido. – Nenhuma delas era do tipo de Heero... Talvez uma jovem com a sua beleza escondida debaixo de tecidos de pouca qualidade e suja por trabalhar no campo... Uma jovem simpática que ofereça uma maçã sumarenta ao seu princípe quando ela passa a cavalo à porta da sua modesta casa... Que olha para ele com uma paixão avalassadora. Um amor proibido... Até o dia em que ela se apresenta num baile, com um vestido da cor do céu e ele percebe a bela mulher que ela é...

- Err... Ainda estamos a falar do Heero? – Taikun não percebe de onde a sua esposa desenterrou a história... Talvez de um daqueles livros que ela gosta de ler.

A Rainha Megumi acorda da sua fantasia, mas, rapidamente, se recompõe.

- Claro que sim! O Heero aprecia a modéstia!

- Então... O Heero pode casar com uma camponesa, mas não com aquela princesa de cabelo curto... Qual é a lógica disso?

- Meu querido, o amor não tem lógica!


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Entretanto, longe dos terrenos reais...

Uma mulher loira segurava um espelho de aparência antiga e examinava a sua face com ele.

- Espelho meu! Espelho meu! Existe alguém mais bela do que eu?

Silêncio.

- Existe alguém mais belo do que euuuu? Ai! Que coisa! Será que isto não fala em português? - A loira chocalhou o espelho. – Existe someone mais beautiful that me?

Silêncio.

Frustada, atirou-o para trás das costas e este aterrou na montanha de espelhos partidos que ocupava todo o cómodo.

- Aquela velha na feira assegurou-me que este ia funcionar! Que azar! Já é o décimo nono neste mês!

A loira cruzou os braços à altura do peito e bateu o pé no chão, enquanto nos seus lábios se formava um beicinho.

Depressa se aborreceu - pois não havia ninguém para a confortar - e decidiu ir fazer algo útil.

Dirigiu-se ao escritório e ligou-se à internet para 'navegar' um pouco pelo seu site de fanfictions favorito. Apreciava bastante o fandom de Naruto e considerava a Sakura como a sua homónima, pois partilhavam ambas uma enorme paixão pelo Sasuke!

Imediatamente, se alegrou ao reparar que uma das suas autoras favoritas tinha feito actualizações. Entretando, outra coisa chamou a sua atenção...

O grito agudo de Relena ecoou pelas paredes de pedra do seu castelo.

Um grande sapo verde tinha acabado de saltar para cima da mesa.

- Solo! Estás muito pálido! Ou será esse verde... ? Já sei! – Relena estalou os dedos, com uma expressão de grande alegria no rosto.

No instante seguinte, o sapo tinha um tom de rosa pálido ornamentado com pintas violetas.

- Bem melhor! Agora vai lanchar que a Relena quer ver se o Sasuke aparce nú neste capítulo...

E Solo depressa saltou para longe da vista da sua dona, antes que acabasse com um laço em volta do pescoço, como no dia anterior.

Relena, alheia ao olhar traumatizado do seu sapo de estimação, já estava envolta na leitura. E, mais uma vez, perguntou-se o que seria o yaoi que a autora insistia em colocar nos avisos...


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Na floresta...

O Princípe Heero guiava o seu cavalo por entre a densa rede de árvores. Os velhos carvalhos da floresta não deixavam a luz do sol penetrar facilmente por entre os ramos espessos. Os tons de verde, castanho e cinzento, misturavam-se num sortido de Outono.

Estava quase no limite do reino e há muito que a última casa da aldeia tinha ficado para trás.

O barulho de água correndo chega aos seus ouvidos e Heero decide que vai deixar o seu cavalo descansar um pouco, antes de voltar para o Palácio.

Rapidamente, encontra o ribeiro de água límpida e salta para o chão. Ata o seu cavalo a uma árvore próxima, deixando-o a beber água, enquanto estica um pouco as pernas.

Aventura-se pela floresta, confiando no seu poder de orientação.

Pelo caminho encontra pequenos animais: esquilos, ratos do campo, pássaros e texugos. Ao contrário do esperado, estes não fogem de si, limitam-se a observá-lo a uma distância segura.

Entretido na exploração dos terrenos - que, afinal, são seus -, Heero só nota o tempo passar quando a fraca luminosidade se torna quase inexistente.

Fazendo o caminho de volta, Heero percebe um vulto humano a alguns metros à sua esquerda. Cauteloso, aproveitando a sombra das árvores, o princípe aproxima-se aos poucos, com a curiosidade a correr nas suas veias.

Uma pequena clareira permite-lhe distinguir a forma esguia e masculina de um jovem rapaz. O seu cabelo é longo e preso numa trança, frazendo-o, por breves segundos, duvidar do seu sexo, mas os ombros largos - contrastando com a cintura e quadris estreitos - fazem Heero perceber que a sua primeira análise é a correta.

A luz do entardecer dá um toque aveludado à sua pele, tal como um brilho de fogo aos seus cabelos. Os olhos são claros, mas Heero não consegue definir a cor. Talvez azuis... Mas de uma coisa tem a certeza: é o ser mais bonito que alguma vez viu.

Distraído pelos seus pensamentos, percebe tarde de mais que o outro jovem continuou o seu caminho e já não está no seu campo de visão.

Apressa-se a procurá-lo, tentando seguir o som dos passos dele, quase tão silenciosos como os de um animal selvagem habituado a fugir aos predadores. Parece-lhe ver, novamente, o seu vulto a uns dez passos à sua frente e tenta uma aproximação o mais rápido e silenciosamente possível.

Um novo raio de luz, mostra-lhe o jovem mais próximo do que esperava. Mas num piscar de olhos e ele desaparece.

Parando abruptamente, Heero tenta ver por entre a escuridão. Mas o jovem parece ter se evaporado no ar ou desaparecido na terra.

Sabendo que deve aproveitar os últimos raios solares para se orientar e regressar a casa, Heero decide voltar à floresta no próximo dia, com mais tempo.

Com uma última olhadela, Heero volta as costas e dirige-se para o ribeiro onde deixou Wing.

Pelo visto, tinha tido uma rápida visão de um daqueles seres mágicos de que tanto se fala nas histórias...

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Deitado no chão duro, após cair no enorme buraco escavado no chão, Duo Maxwell esfrega frenéticamente os joelhos feridos, amaldiçoando o desgraçado que escavou aquele buraco maldito que o tinha feito espalhar-se ao comprido quando o chão simplesmente desapareceu debaixo dos seus pés.


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Na aldeia...

Vozes femininas abafavam todos os restantes sons habituais. Em todos os locais era possível ver aglomerados de mulheres falando todas ao mesmo tempo.

- Ouviram? Todas as princesas foram eliminadas pela Rainha! Agora vão escolher uma noiva no baile de amanhã à noite! – Dizia uma mulher, no meio de uma verdadeira concentração de pessoas do sexo feminino.

- Até as jovens de classes baixas podem entrar...

- ... todas as jovens solteiras...

- Há anos que não há um baile! E eu nem tenho vestido... – Lamentava-se uma morena, sendo logo acompanhada de outras tantas que se lembravam que também não tinham nenhum vestido bonito nos seus armários.

Em todo o lado se falava da mesma coisa.

- Não! A verdade é que o Rei engraçou com uma das princesas e a Rainha não gostou! – Contava uma loira a um pequeno grupo.

- ... e então corre o boato que Princípe Yuy se apaixonou por uma camponesa! – Dizia uma jovem loira, enquanto comprava um chapéu enfeitado com penas.

- Já sabem? Heero Yuy enfrentou os pais e disse que ou se casava com ela ou morreria solteiro! Que bonito!

- Eu ouvi dizer que ela na verdade é uma princesa!

- Não! Não! É uma das empregadas do Palácio!

- Eu não sabia que o príncipe era tão romântico! – Suspirava outra.

- Eu ouvi foi uma história com um jardineiro... – Resmungou uma ruiva, baixinho, falando mais para si.

- Eu já desconfiava que por detrás daquele olhar frio, se escondia um coração quente de paixão... – O comentário foi seguido de risinhos histéricos.

Como um acordo mútuo masculino, todos os homens se tinham fechado em casa. Porque sempre que tentavam colocar um pé na rua eram quase esmagados por uma multidão de mulheres transportando tecidos, fitas e acessórios para casa de alguma amiga, na tentativa de arranjarem um vestido a tempo para o baile.

As costureiras estavam a enriquecer em apenas algumas horas, tal era a quantidade de jovens que lhes pagavam para passarem o seu vestido à frente das outras encomendas.

Por outro lado, o pequeno negócio de entrega de comida chinesa ao domicílio também estava a amontoar uma pequena fortuna. Já que os maridos, pais e irmãos das mulheres não tinham as habituais refeições prontas à hora do jantar em cima da mesa.


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De volta ao Palácio...

- Vocês o quê?!

- Heero, querido, é só um baile! – A Rainha afagou as madeixas revoltas do filho, tentando dar-lhes um aspecto penteado. Mal acabou, as madeixas castanhas voltaram a apontar em todas as direcções... Escondendo, novamente, a cicatriz em forma de raio, que o tornara tão famoso!

- Mas de onde vocês tiraram a ideia que eu me apaixonei por uma camponesa? – Perguntou Harry Pot... Errr... Heero Yuy.

- Não é nada de que se deva ter vergonha, Heero. Nós vamos apoiar o nosso filho nas suas escolhas! Mesmo que seja casar com uma camponesa! – Os olhos da Rainha tinham novamente aquele brilho.

O Rei limitava-se a olhar as tapeçarias das paredes como se nunca as tivesse visto.

- Mas não existe camponesa nenhuma! – O príncipe estava verdadeiramente exasperado. E, aquele brilho nos olhos da mãe, não era normal!

- Daí a urgência do baile! Assim podes escolher pessoalmente! – A Rainha sorriu, satisfeita. – E todas as jovens camponesas têm uma paixonite pelo seu príncipe.

- E se eu não gostar de nenhuma camponesa?

- Também virão filhas de nobres e comerciantes... – A Rainha fitou um pouco desapontada. Um romance entre um príncipe e uma camponesa seria tão bonito...

- O que a tua mãe está a tentar dizer é que nós vamos apoiar a pessoa que escolheres, Heero. – Completou o Rei.

A Rainha anuiu, concordando.

- Qualquer pessoa? – Perguntou o príncipe com uma ideia a formar-se na cabeça.

- Qualquer uma que te faça feliz!

Nessa noite, o Rei e a Rainha adormeceram felizes, não imaginando que o seu adorado filho ia voltar as suas palavras contra eles.


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No dia seguinte, no mercado...

- Eu quero fazer uma reclamação! O espelho que eu comprei no outro dia também não funcionava!

A velha mulher por detrás do balcão mirou uma vez a jovem loira que sempre lhe torrava a paciência e lançou um rolo de pergaminho cheio de pó na sua direcção, não deixando de atender os restantes clientes.

Relena empenhou-se em expressar a sua insatisfação mediante o número de espelhos adquiridos e que não funcionavam, ocupando quase metade do papel com a tinta cor-de-rosa vivo da sua pena de pavão tingida de roxo.

Ao acabar de escrever, devolveu o pergaminho à senhora, que simplesmente o atirou para a primeira caixa aberta que encontrou.

Passados, vinte minutos, o movimento da banca tinha diminuído e, como a loira continuava parada no mesmo local, a velhinha olhou para ela de modo interrogativo.

- Deseja mais alguma coisa?

- Quero um espelho novo...

Rolando os olhos e resmungando algo sobre os jovens de agora, a mulher passou um novo espelho para Relena.

- Espero que este funcione! – Relena disse no tom ameaçador treinado no dia anterior.

- Minha filha, há mais de vinte anos que vendo desses espelhos e a menina é a primeira a reclamar! Tem a certeza que sabe funcionar com eles?

- Claro que sei! Até já tentei perguntar em inglês.

A velhinha levantou uma sobrancelha já branca pela idade avançada.

- A menina colocou as pilhas?

- ...P-pilhas? O espelho funciona a pilhas?

- É claro! Esperava que fosse como? A magia?

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Depois do episódio embaraçoso com a vendedora dos espelhos, Relena fez um desvio para passar pela banca de tecidos. Queria um novo vestido num tom de rosa avermelhado.

O seu espanto foi encontrar a vendedora com a banca vazia e a arrumar uns restos de tecido.

- Já vendeu tudo? – Perguntou, desolada. Realmente queria muito um vestido novo!

- Oh! Lamento, mas com o baile repentino, vendemos quase tudo... Novos carregamentos só chegam na próxima semana.

- Baile? Que baile?! – Havia um baile e ela não sabia? Como era possível!?

E a vendedora contou tudo o que sabia sobre o baile para Relena.

Ora, Relena nem nunca tinha visto o príncipe, mas já ouvira falar da sua beleza selvagem. E casar com um príncipe é o sonho de qualquer jovem mulher...

Além de que, não ter sido convidada era um golpe no seu orgulho! Discriminação contra as bruxas? E até camponesas eram convidadas!

E foi assim que Relena decidiu usar um dos seus feitiços para alterar o seu vestido rosa morango para um rosa framboesa, para ir ao baile dessa noite. Decidida a ser a princesa daquele reino de ingratos que nem a convidavam para um baile.


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Numa modesta casa da aldeia...

Duo Maxwell estava com uma grande dor de cabeça. Para além do corpo todo dorido do tombo do dia anterior. E ainda tinha demorado uma hora só para tirar as folhas e terra que se tinham misturados no seu cabelo.

Tudo isso faria qualquer pessoa acordar com um grande mau-humor e continuar pelo resto do dia. E Duo Maxwell não era excepção.

De momento, encontrava-se com Quatre, os dois à janela rindo da histeria que parecia ter dominado a população feminina na totalidade.

Quatre, como parte da nobreza, também estaria no baile dessa noite e, por entre risadas, tentava convencer o amigo a acompanhá-lo.

- ... e podemos sempre lavar os olhos com o príncipe. Dizer que ele é bonito não lhe faz justiça!

- Quem diria, Quatre! Também com uma paixão platónica pelo príncipe?

- Nem tão platónica assim... – Quatre sorriu, maliciosamente, para o amigo.

- Tarado!

- Olha... Eu só acho meio estranho ele dispensar todas as princesas... Talvez o problema não seja a classe social, mas outra coisa... Se for isso, eu serei o primeiro candidato a Consorte. – Quatre piscou um olho para o moreno, que rompeu em gargalhadas.

- Mas vamos, Duo! O que custa ir a uma festa? Vai ter comida, música, nobres solteiros e um príncipe gostoso! – Tentou novamente persuadir o amigo.

- Mas, Quatre, meu amigo... Todas as mulheres solteiras vão a essa festa. O que significa que a aldeia ficará cheia de homens igualmente solteiros!

- Mas não são ricos!

- Se eu quisesse um rico, teria aceitado a proposta de Zechs.

- Zechs é insosso e um idiota! Heero Yuy é o oposto!

- Não interessa...

- Eu já disse que ele é moreno de olhos azuis escuros? Alto e com uns músculos divinos? Coxas grossas? E mãos grandes? E outras coisas também... ?– Quatre lançou um olhar para além de sugestivo da direcção da cintura do amigo.

- Ahá! Mas ele vai estar á procura de uma noivA! E como é que sabes de todos esses detalhes?

- Pormenores! – Quatre encolhe os ombros, realmente não dando atenção à contra-argumentação de Duo.

Ficam em silêncio por momentos, observando uma mulher baixinha carregando uma pilha de vestidos que lhe encobre por completo a visão. Ambos esperam que ela tropece em algo, mas ao contrário das suas expectativas, a mulher chega ao seu destino com a sua carga salva.

- Bem... Eu não queria usar isto, mas não me deixas alternativa! – Quatre lança um olhar ameaçador para o amigo. – Se não vieres comigo, direi a Dorothy o que realmente aconteceu com o gato dela!

Duo engoliu em seco e remexeu-se, desconfortável. Dorothy era sua vizinha e o seu maior pesadelo. Se ela soubesse o que era o responsável pelo estado daquele horripilante animalzinho...

- Err... A que horas e aonde?

Quatre sorriu satisfeito. Quem sabe o amigo não desencalhava e arranjava um namorado? Ele estava mesmo era a precisar de uma boa dose de romance e outra de sexo para melhorar aquele humor!

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Continua...


N/A: Esta é a minha parte do Desafio 'Contos de Fadas versão Furry'. E a minha primeira tentativa de comédia...

Aryam... Eu espero que goste do primeiro capítulo!

Será uma fic pequena, com cerca de cinco partes... Acho.

O 'furry' propriamente dito começará no final da Parte II. Se forem bonzinhos eu actualizo rápido...

Agradecimentos: a Blanxe pela betagem e auxílio na escolha do título. Danke!

Ki-chan

16 de Outubro de 2009