PECADORES

Título: Pecadores

Autora: Aislyn Rockbell Matsumoto

Fandom: The Gazette

Personagens: Aoi , Uruha

Gênero: Romance, yaoi, drama, anjos, demônios

Avisos: Estupro, homossexualismo, violência

Classificação: +18

Sinopse: "Vocês estão condenados a nascer e morrer todos os dias. Nunca mais poderão ficar juntos. Sempre que tentarem burlar essa regra, irão sofrer antes de morrerem dolorosamente. Dia após dia".

PRÓLOGO

Grossas algemas prendiam as mãos de ambos às costas. Nem com todo o poder que possuíam, poderiam retirá-las.

Esperavam em pé, no centro do salão. Sendo alvos de vários olhares e sussurros. Alguns tinham pena, outros tinham nojo, outros ainda sorriam maldosos. Contudo, nenhum deles ousaria interferir, ou sofreriam também as conseqüências.

O burburinho cessou quando duas figuras imponentes cruzaram as grossas portas de madeira. Dois homens.

Um deles, o mais alto, estava vestido de branco dos pés à cabeça, mas não um branco comum como a folha de um papel, era aquele branco impecável, que fazia os olhos arderem se visto embaixo do sol. Sua roupa contrastava fortemente com o negro de seus cabelos repicados.

O outro era muito baixo para um homem, vestido com roupas negras como uma pedra de ônix e com cabelos claros e desalinhados emoldurando-lhe a bela face infantil.

Passaram entre os dois que estavam presos, fazendo-os afastar do caminho e sentaram-se nas confortáveis poltronas de veludo vermelho que estavam no final do salão.

O homem vestido de branco olhou-os profundamente, como se tentasse desvendar o que se passava em suas mentes. Não que isso fosse necessário, pois podia entender o que se passava em seus corações.

Com um pesado suspiro, fez sua voz reverberar por todo ambiente.

_ Aproximem-se! – apesar do tom de ordem imposto na frase, seus olhos expressavam somente bondade.

Temendo o castigo que receberiam, trocaram olharem cúmplices antes de começarem a andar.

O homem vestido de negro parecia se divertir, um sorriso de escárnio pairava em sua face e seus olhos brilhavam vermelhos devido ao entusiasmo que sentia.

_ Vocês dois sabem por que estão aqui, não sabem? – ironia pingava de cada palavra que saia de seus lábios.

Não houve respostas, apenas acenaram com a cabeça.

_ Quebraram a única regra que lhes fora imposta quando assumiram seus cargos. É tão simples segui-la e vocês simplesmente a ignoraram. – mesmo sendo uma repreensão, o homem parecia se divertir imensamente com o medo no olhar dos jovens.

_ Não é permitido aos demônios amar. – interferiu o moreno – Você, Aoi, não amou ninguém enquanto era humano, mas não resistiu ao pecado da carne depois que morreu. Seria um ato insignificante para os da sua... espécie, se você não tivesse seduzido um...

_ Ele não me forçou a nada, Kai-sama. – o anjo loiro sussurrou, não permitiria que o outro recebesse a culpa sozinho.

_ Eu sei que não. Vocês fizeram o que fizeram por vontade própria. – o homem chamado Kai fechou os olhos e balançou a cabeça, desgostoso.

_ Acontece, Uru-baby... – o loiro aumentou o sorriso perverso, mas foi bruscamente cortado pelo moreno sentado ao seu lado.

_ Não trate meus anjos com menos que respeito divino, Ruki! – o anjo levantou rapidamente, fazendo as asas agitarem-se, mostrando que não gostara do tratamento.

_ Como eu estava dizendo, Uruha, – frisou bem o nome do anjo pecador – aos anjos não é permitido amar, pois esperam que vocês sejam puros. E aos demônios porque é um sentimento. Demônios não sentem nada! Apenas ódio!

_ Então eu não deveria ser um de vocês, Ruki-sama! – esnobou o anjo moreno, com um sorriso enviesado – Porque o que sinto por ele é justamente o que você despreza, amor!

_ Calado, seu traidor! – levantou-se, deu alguns passos a frente e moveu as mãos como se o empurra-se, o que fez com que o moreno realmente fosse lançado para trás, caindo ao chão.

_ Pare! – gritou o anjo Uruha, indo até seu amado e ajoelhando ao seu lado, ajudando-o a se sentar como podia, já que as mãos presas restringiam seus movimentos..

_ Chega, Ruki! – bradou Kai, pondo-se a sua frente – Eles já serão castigados, não está em nossas mãos puni-los mais. Eles sabem que o que fizeram é errado e também sabem que pagarão por seus atos.

Kai saiu de perto dos assentos e andou até os dois no meio do salão. As respirações dos outros anjos e demônios presentes no local ficaram suspensas. Apenas os olhares seguiam os movimentos do arcanjo.

_ Vocês estão condenados a nascer e morrer todos os dias. Nunca mais poderão ficar juntos. Sempre que tentarem burlar essa regra, irão sofrer antes de morrerem dolorosamente. Dia após dia.

Aoi e Uruha olharam assustados para o moreno parado a sua frente. Se ele não fosse um ser divino, julgariam aquilo uma piada, uma brincadeira de péssimo gosto. Mas não era.

Lágrimas rolaram pela face perfeita do anjo, enquanto o demônio jogava pragas em Kai e Ruki. Aquilo não podia acontecer com eles! Era injusto!

Não diziam que o amor era a salvação da humanidade? Que era um sentimento puro e verdadeiro? Então, por que estavam pagando tão caro por sentir aquilo? Entre os humanos era tão normal, por que entre eles era considerado um pecado? Não entendia. E nem queria entender.

_ Uruha. – chamou o moreno, só prosseguindo após ter a atenção do anjo para si – Não importa o que eles façam com a gente, eu nunca vou deixar de amá-lo. E vou fazer o impossível para ter você novamente pra mim. É uma promessa!

_ Também amo você. – sussurrou com a voz embargada pelas lágrimas – Muito. Não vou deixar que te tirem de mim. – e apoiou a cabeça em seu ombro.

Para Kai era um grande esforço ter que puni-los, mas não poderia deixar que isso fosse ignorado, eram as regras e deveriam ser seguidas para o bom andamento da humanidade e do mundo. Mesmo não concordando com o que aconteceria de agora em diante, deveria fazê-lo, pois eram ordens superiores.

Ruki, entretanto, divertia-se com o sofrimento alheio. Era comum que demônios seduzissem humanos para tentá-los e instigá-los a fazerem coisas erradas. Mas nunca que deixaria barato que um de seus subordinados se envolvesse com um anjo!

Poderia dar fim à existência daquele anjo, trazendo para o outro angustia, dor e ódio, mas também traria conseqüências terríveis para si.

Em comum acordo entre os dois arcanjos, foi decidido que eles pagariam por seus erros, por toda eternidade. Não poderiam se tocar intimamente, não poderiam se beijar, não poderiam se amar. Caso fizessem, morreriam de forma dolorosa.

Mas, consumando ou não o ato, eles morreriam. Valeria à pena morrer mais cedo, um dia ou outro, apenas para ficarem ao lado do amado?


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