!ATENÇÃO : Este singelo paranaue pode conter spoilers !

Os acontecimentos desta fanfic partem do fim de Dança dos Dragões.

Pra você que achou que Crônicas de Gelo e Fogo não podia ficar mais aterrorizante e sangrento: Bem vindo a essa ideia aleatória ;

''George R.R. Martin encontra Stephen King''

Adaptado, Bagunçado , Destruído,Organizado e Desenvolvido por :

N.G. Lukina.

(Este conto é inspirado , quase uma cópia exata de ''As Crianças do Milharal'', de Stephen King, mas inserido no universo de ''As Crônicas de Gelo e Fogo'', pertencente a George R.R. Martin. A história é de King, os personagens e mundo de Martin. Está claro como a água que escorre da muralha nos dias menos apenas um amador babaca.)

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Algumas correções automáticas de ortografia podem estar absurda e vergonhosamente extras. Perdão por ferir seus olhos.

Personagens Centrais : Jaime , Cersei Lannister
Gênero : Romance, Terror, Suspense, Aventura, Fantasia.

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Jaime.

'' The Dornishman's Wife

Was fair as the sun

And her kisses were

Sweeter than spring

But the Dornishman's blade

Was made of black steel

And its kiss...''

Jaime Lannister cantarolou alto demais, por que Cersei estava a ponto de reclamar, mais uma vez, sobre como a cela do cavalo feria suas nádegas de rainha, ou como o vento vindo do extremo sul enchia seus olhos esmeralda de também tinha nádegas a ficarem doloridas e olhos a se encherem de areia, mas sua querida irmã não esperava que ele manifestasse tal tipo de incomodo. Era ele a merda do cavaleiro resgatando a donzela, afinal.

Sim, tão donzela quanto as trepadeiras que crescem na Baixada das Pulga.- Jaime pensou, jurando a si mesmo que, se Cersei abrisse a boca outra vez, a jogaria para fora da cela e esqueceria qualquer senso de ''Lannister'' e ''família'' que lhe restava nas veias.

Cersei não se intimidou com a cantoria, e logo separou o par de lábios rosados para dizer alguma coisa.

- O quê? - Interrompeu-se, questionando-a sobre o que ela havia pronunciado.

- A Esposa do Dornês ?!- Ela sussurrou em seu ouvido, muito agressiva.- Quer estourar-me os tímpanos de desgosto ? - Cersei estava trincando os dentes,ele sabia mesmo sem encará-la.- Oh, eu tenho uma ideia fantástica .Por não canta Chuvas de Castamere , um tom mais alto? Quem sabe nos deixam escolher qual o tamanho e a cor da espada que decepará nossas cabeças loiras . - Disse ela, terrivelmente irônica, e absolutamente suave, o que lhe eriçou os fios de cabelo da nuca.

Ele mordeu com força a resposta que lhe viera à boca e parou de cantar.

Jaime sentiu um dos braços de Cersei se soltarem dele, a ponta do capuz dela tocou-se o pescoço em seguida. Mesmo que fosse de noite e nem as corujas pudessem ver seu rosto com propriedade, Cersei insistia em cobrir o máximo de si possível. Quando os dedos enluvados voltaram a sua cintura, seguravam uma camada de pele de javali que mantivera a irmã ,e agora ele, um pouco aquecidos,sentiu uma ponta de felicidade. Em uma fração de segundos, Jaime quase esqueceu-se de como sua querida irmã abrira as pernas para metade de Porto Real, enquanto ele perdia a mão e sangrava por quase todo Westeros,sonhando em reencontrá-la. Mas então lembrou.

- Onde estamos, afinal?- Cersei sussurrou,tentando esconder ,inutilmente, sua aflição.

- Entre Mata do Rei e Poleiro de Abutre- Jaime disse, para que ela Cersei parasse de tremular os lábios tão próximo de sua pele. Aquilo já estava começando a perturbá-lo. Varys podia muito bem ter arranjado um par de cavalos ao invés do único garanho - Ainda estamos a dias de Dorne. Semanas, talvez.

O cavaleiro ouviu sua irmã bufar. - Sei qual é o caminho de Porto Real até Dorne. Quero saber Onde, pelos 7 infernos, estamos ? - Ela insistiu, de uma forma tão sufocada e macia que Jaime Lannister se perguntava se irmã estaria com dificuldades reais de manter o ar circulando em seus pulmões ou se aquilo não passava de um drama ocasional e oportunista.

- Seguimos em paralelo ao Caminho do Espinhaço.- Jaime a provocou.- Pensei que você era a gêmea mais esperta. Me diga você onde estamos, com sua lanterna de sabedoria maternal.

- Mas contornamos as colinas. Deveríamos passar pela Marca de Dorne, antes de alcançar Poleiro do Abutre e então seguir o Caminho do Espinhaço . Julgando pelas campinas de trigo fora de época que estou vendo aqui, uma atrás da outra, você e seu cavalo burro podem estar nos levando a Jardim de Cima. Talvez eles usem nossos restos como adubo... Lindas flores vão crescer em nossos túmulos. Flores douradas, com certeza. - Cersei foi ácida novamente.

Jaime segurou as rédias de seu cavalo com tanta força que os nós de sua única mão perderam a cor por alguns instantes.

Temia , caso relaxasse um pouco os dedos,que sua raiva fosse canalizada para o braço do cotoco. E então, grandiosa cicatriz voaria de encontro ao rosto de Cersei,acertando-a bem entre suas presas de leoa, em um golpe ridículo e desonroso, que mal poderia se comparar as caricias matrimoniais de Robert Baratheon. O Rei Bêbado era gordo, burro, gastão, exibicionista , infantil e irresponsável. Mas pelo menos batia em Cersei com uma mão digna de si mesma, e não com um pedaço de carne mal passada.

- Cersei - disse ele com cautela. - Eu e meu cavalo burro seguimos viajem em total alerta ,nos últimos 7 dias. Cruzamos Mata do Rei inteira, enquanto você dormia e minhas costas, pendurada como um macaco das Ilhas do Verão.

- Por que não me deu a porcaria das rédeas ?- protestou Cersei com veemência. - Sei cavalgar tão bem quanto você. A questão é.. - Ela começaria o discurso de sempre, o cavaleiro percebeu.

- ''Papai não me deu uma espada.'' Já sei.- Jaime a cortou, impaciente. - Quando perguntei se você preferia que contornássemos na direção de Ponta Tempestade , minha Senhora quase perdeu os cabelos outra vez, dizendo que se pegássemos o caminho para Oeste das Montanhas, estaríamos mortos, feitos de isca aos peixes.

- Este ainda é o melhor caminho, desde que você o siga corretamente. - Ela retrucou, seus lábios transbordando gotas de lava e ironia - E pensar que um dia, o que eu mais desejei era poder me casar com você.- Cersei encostou a bochecha febril no pescoço do irmão.- Agora que os Dorneses nos dão isso , veja só como estamos.

O Lannister sabia o que ela estava fazendo. Se sua irmã achava que conseguiria torcer a mente dele como antes, estava completamente enganada. Tentou observar o rosto de Cersei por cima de seu ombro, mas a única coisa que conseguira enxergar eram os lábios carnudos da leoa, iluminados pela luz da lua, tão comprimidos quando as ferraduras nas patas de seu cavalo burro.

Meu cavalo não é burro.

- Você dormiu com metade de Porto Real. - Jaime sussurrou entre dentes, atraído pelos lábios de Cersei que roçavam a tão pouca distância dos seus.

- Você não estava comigo... para ajudar a proteger meus filhos...nossos filhos. E como você mesmo já sabe, Tywin Lannister não me deu uma espada. - Ela apertou os braços ao redor de Jaime, e ele quase sentiu uma força real atingindo suas costelas.- Precisava de aliados. Na minha situação, o que você teria feito ? Eu abriria as pernas para todo Westeros, incluindo aos Gigantes e aos Gramequins que vivem ao norte da muralha se isso trouxesse Joffrey de volta. Você não o viu morrer. Eu fiz tudo que podia para salvar meu filho restante daquelas rosas . E faria outra vez. Talvez se tivesse feito mais,Tommen...

Ela não conseguia completar aquela sentença, e não conseguiria tão cedo. A condenação vinda de seu próprio filho ainda lhe era mais amarga que a morte de outro. Aquilo era de certa forma tão incompreensível para Jaime quanto para sua irmã,só talvez não tão doloroso . Tommen costumava ser um garotinho tão doce, não era como Joffrey. Esperava que seu primogênito ordenasse a decapitação de qualquer um que se atrevesse a contraria-lo deliberadamente. Condenaria Cersei ao mesmo fim de Ned Stark sem pensar duas vezes. Mas Tommen...Agora só nos resta Myrcella.- Ele pensou, sentindo uma saudade repentina da garota.

- Você deu as costas pra mim. Você preferiu que eu colocasse minha cabeça no chão do septo e pedisse aos Tyrell...- Cersei voltou a falar, depois de sua barreira psicológica ter ficado para trás no diálogo.

- Você poderia muito bem dar um jeito nas coisas usando a cabeça ao invés da buceta. - Jaime a interrompeu novamente ,virando-se para o pequeno caminho através da plantação de trigo, antes que os gracejos de Cersei acabassem lhe fazendo ceder e dar o perdão aquela víbora. Dorne é o lugar perfeito para ela ,afinal.

Depois daquilo, Cersei ficou um bom tempo sem falar, afrouxando tanto os braços ao redor de Jaime que o mesmo imaginou a possibilidade da irmã adormecer e cair do cavalo. Não tinha certeza se voltaria para buscá-la se isso acontecesse.

Fora um erro partir em terra, Jaime pensou, olhando o horizonte , que parecia ter-se feito especialmente para acobertar inimigos e perseguidores. Ele e Cersei deveriam ter pegado o caminho do norte e subido em um navio,em Pouso de Gralhas. Mas sua adorável irmãzinha não queria ''dar a volta toda no sul de Westeros''. Não queria ''entrar em um navio vezes mais perigoso que a estrada'' . Não queria ''se atrever a mergulhar no mesmo litoral em que se encontra Pedra do Dragão''... No navio poderiam ao menos se afastar um do outro, nem que fossem algumas horas por dia.

Foi um erro aceitar as condições dos Dorneses sem questionar,ele pensou outra vez, se sentindo angustiado com a presença de Cersei. Não sabia o que fazer com ela. Queria matá-la, fodê-la, larga-la em alguma sarjeta de Porto Real ou coloca-la no lombo de seu Cavalo burro e a arrastar com ele para Dorne.

'' Você e Cersei podem assumir quantas relações incestas quiserem, com o presente de manterem o pescoço e as terras em posse, desde que o Rochedo dobre seus joelhos a Dorne, e seus vassalos restantes dobrem atrás.''- A princesa Arianne havia deixado aquilo bem claro, em Lançassolar.-'' Cersei treinou Myrcella com primor. Fiquei tão surpresa quanto você ao descobrir que uma garotinha daquelas conhecia o segredo de seu verdadeiro pai , quando Ned Stark perdia a cabeça por lentidão e Lorde Tywin parecia tão ignorante quanto o resto da ralé em Lanisporto. Leões sabem fazer negócios com integridade e sabem usar a inteligência quando realmente precisam. Convença Cersei . Myrcella sente falta de sua mentora e de sua mãe... Ainda que a Maioria das mães ame os filhos , mesmo depois que estes a tentam matá-la, não acredito que isso costume acontecer com mulheres Lannisters''

Foi um erro,ele repetiu a si mesmo, ela não era necessária, não deveria ter me dado ao trabalho.

Os Dorneses haviam deixado claro que a presença de Cersei era uma cortesia da Casa Martell, para com a eficiência de Myrcella em sua posição de Rainha. O que eles queriam era um herdeiro de Rochedo Casterly. Para as leis de Dorne, não havia diferença entre qual dos gêmeos Lannister curvaria-se diante do Sol. Ambos eram herdeiros ao mesmo tempo. Um já seria bom. Dois era como uma garantia. Mas quando o Inverno ameaçava alcançar até mesmo o Extremo Sul, a garantia extra era dispensável.

Que aquela puta morresse entre os espinhos dos Tyrell, ele não ira realmente se importar. Foi um erro. Ele repetiu mentalmente, tão ritmado quanto a Esposa do Dornês. A deixei a beira da morte uma vez , posso deixá-la de novo.

- Já ultrapassamos a entrada leste de Poleiro do Grifo ,Certo? - Cersei finalmente voltou a abrir a boca, usando seu tom frio de rainha entre as palavras mono cordiais.

- Certo. - Jaime respondeu, seco.

- Não haverá um vilarejo até que cheguemos a Marca de Dorne - disse ela. - Serão mais semanas de viagem sem pernoites.

- Cersei. Você não gostaria de um dragão que te levasse a Dorne ? - Foi um erro. Foi um erro- Eu estaria dando graças aos deuses por estar viva,se fosse você- Jaime finalmente perdeu o controle de sua língua - Já estou farto ,querida irmã. Eu deveria te largar aqui, como se fosse o corpo morto de uma vadia qualquer e ir sozinho para Dorne. Myrcella não precisa de uma puta como mãe, disso eu tenho..- E virou-se, para encarar os olhos de Cersei, provavelmente estilhaçados em poças de desgosto.

Mas a Lannister mal dava atenção a ele. Seu par de olhos reluzia como o de um gato através da noite, fixos na pequena estrada aberta entre as unidades de trigo. Seu rosto se fechara em uma expressão tão sólida quanto a gravura de um dragão nas moedas de Porto Real. Mas então,o atento par de esmeraldas se transformou em algo vibrante e ameaçador, como fogo vivo. Ardiam em surpresa, em temor.

- Jaime!- Foi o que ela teve tempo de dizer, naquela fração de segundos.

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