Twiligt Saga e seus personagens pertencem à autora Stephanie Meyer. Este argumento é de minha autoria
Há muitos anos eu não ia até Forks e foi inevitável desta vez. O velório de minha avó estava lotado. Vi poucas pessoas que me eram familiares – a grande maioria eu sequer sabia quem era.
Eu tentava confortar meu pai, em pé ao lado do caixão, provavelmente lamentando por ter se distanciado tanto. Ouvi um burburinho na sala. Todos viraram-se em direção à porta da frente. Fiz o mesmo.
Achei que estava sonhando. Só um sonho justificaria a minha linda visão: ela tinha cabelos compridos e escuros, lindos olhos cor de chocolate, pele tão branca quanto a minha e lábios cheios e rosados. Não devia ter mais que 17 anos, assim como eu. Quer dizer que o famoso "Amor à Primeira Vista" realmente existia? No mesmo instante passei a querê-la como jamais quis a qualquer outra garota. Queria protegê-la, cuidá-la, amá-la, senti-la...
Sai de meus devaneios quando meu pai sussurrou ao meu lado.
- A Bella veio. – Ele parecia não acreditar no que via e partiu para abraçá-la. Foi quando notei que ela era amparada pelos demais, que estava com os olhos inchados e vermelhos de tanto chorar. Mas quem era essa garota?
Sem demoras, meu pai deixou um braço sobre seus ombros e a trouxe até mim, assim pensei. Na verdade, se dirigiram até o caixão da vovó. Não consegui mover-me um milímetro para dar passagem a eles. Eu estava chocado. Só esperava que meu rosto não mostrasse isso aos outros. Eu não queria que percebessem e me perguntassem qualquer coisa. Eu queria respostas, isso sim. Quem é Bella? Onde ela esteve por todo este tempo? Por que já a quero com tanta força?
Por todo o funeral eu não pude tirar meus olhos daquela linda menina com traços de mulher que estava a poucos metros de mim.
Me doeu vê-la infeliz durante o sepultamento. Em especial meus pais estavam muito perto dela. Se conheciam. Isso era certo. Mas de onde? O que ela teria com a minha avó? Até onde eu sei meu pai era filho único, não havia outros parentes tão próximos, apesar de vários Cullen pelo país. Aliás, praticamente todos eles deixaram seus afazeres para irem a Forks onde minha avó desejava ser enterrada com seu marido. Nenhum Cullen ainda morava naquela cidadezinha onde nasci e vivi os primeiros anos de minha vida.
Logo após o enterro, os que moravam mais distante - como meu pai, minha mãe e eu -, seguiram para Seattle onde estavam hospedados.
Entrei no carro dos meus pais e os esperei se despedirem dos que iam embora. Estranhamente, a porta de trás foi aberta e meu coração disparou quando percebi que Bella era acomodada ao meu lado por minha mãe. Sua fisionomia era de cortar o coração e tive vontade de tocá-la, confortá-la. Imediatamente me arrependi. Ela pensaria que eu estava enlouquecendo. Meus pais entraram e se sentaram nos assentos da frente quase que ao mesmo tempo.
Minha mãe olhou para mim a fim de me informar o que estava havendo. – Edward, Bella vai conosco para Seattle. Depois passará uns dias em Nova Iorque em nossa casa, ok?
Senti um gelo na espinha. – Edward? – minha mãe chamou-me quando não respondi.
- Tudo bem – apressei-me na resposta. A partir de então, uma carga baixa de eletricidade passou por todo o meu corpo. "Eu a teria por perto por alguns dias". Em meio à dor que a morte da minha vó causava, eu tinha um lindo motivo para sorrir e eu mantive meus olhos neste motivo durante toda a viagem até Seattle.
Depois de três dias, eu ainda não tinha tido coragem de falar com Bella, muito menos de me aproximar. Eu nunca vi alguém sofrendo tanto em toda a minha vida. Me acuou até certo ponto. Quando entramos no avião da família para voltarmos à Nova Iorque, meus pais sentaram-se no fundo da aeronave, como sempre, enquanto tomei meu lugar na janela mais à frente. Desde menino, eu gostava de ver a cidade por cima das nuvens. Tudo era tão pequeno e eu me sentia um gigante.
Estes sentimentos devem ter crescido junto com a excelente educação que recebi de meus pais. Sempre estudei nos melhores e mais caros colégios, frequentei os mais badalados ambientes, tive acesso a tudo do bom e do melhor. Sendo um Cullen, eu teria de ser preparado para assumir os negócios da família um dia. Absolutamente TUDO seria meu, e cresci com este objetivo.
Apliquei para algumas das mais importantes Universidades do país e fui aceito em várias delas. No próximo semestre eu iria para Darthmouth, Columbia, Harvard ou Yale, mas ainda não tinha decidido e me restavam alguns dias para a palavra final. Estava pesando os prós e contras de cada uma delas. Darthmouth era minha preferida, pois foi onde meus pais estudaram e se conheceram, além de ter um ótimo Programa de Esportes.
O futebol era uma de minhas paixões. O papai sequer precisou usar o sobrenome Cullen para que eu entrasse para o time. Fui escolhido como quarterback no primeiro teste. Mesmo que fosse apenas o time do Colegial, era muito importante para mim. Graças a mim, meu kicker e melhor amigo, Jasper, e meu defender e não menos amigo, Emmett, o time venceu todos os campeonatos que disputou.
Não nego que o futebol me dava alguns privilégios junto aos demais alunos e, principalmente, as garotas. Eu tinha todas aos meus pés. Como não sou egoísta nem nada disso, sempre dei atenção a todas elas. Ok, isso realmente soou arrogante, mas não era assim que eu me sentia. Eu sempre gostei de sexo – meu pai diz que é uma das grandes qualidades dos Cullen – e eu tinha muita facilidade em conseguir. Algumas vezes sexo ruim, é verdade. Porém, em mais vezes o sexo era bom.
Não que eu tenha me aquietado, mas de uns meses para cá eu saía com Rosalie regularmente. Nunca prometi nada mais sério e ela nunca cobrou. Loira e capitã das Líderes de Torcidas, muitos caras se interessavam por ela e não foram poucas as vezes que a vi dando o fora em quem se aproximasse. Lamento que Emmett fosse tão apaixonado por ela e nunca teve coragem de se declarar. Preferia que eu estivesse com ela do que outros caras. Eu também não abusava do coração do meu amigo. Só ficava com Rosalie quando Emmett não estava perto.
Para completar minha lista de melhores amigos tinha Allice, uma baixinha de cabelos arrepiados que mais parecia uma fadinha saída de um Conto de Fadas e que adorava se produzir.
Allice, Jasper, Emmett e eu somos amigos desde que nascemos. Nossos pais são amigos desde muito antes de se casarem. Eles estudaram e se graduaram juntos em Darthmouth. Acabou que temos os mesmos gostos e estamos sempre juntos.
Me assustei e girei meu rosto para o lado, quando vi que Bella sentava-se no assento do corredor, a menos de um braço de distância de mim. Eu deveria criar coragem e falar com ela. Eu não era este cara medroso e tímido que me tornei nas últimas 72 horas. Mas ela tomou a iniciativa.
- Posso me sentar ao seu lado? – perguntou temerosa.
- É claro que sim – tentei ser o mais amável possível. Será que ela achou que eu diria "não"?
- Tive a impressão que você quisesse ficar sozinho. – Ela observou.
- Só estou perdido em meus pensamentos. - Que coisa mais idiota para se dizer.
Me ajeitei para virar todo o corpo em sua direção e encostei a cabeça no assento. Eu precisava dizer algo interessante.
- Você é a Bella, né? – ela assentiu discretamente. – Eu estava me perguntando onde você conheceu a vovó.
Ela abaixou o olhar para as próprias mãos e me senti um idiota novamente por falar sobre isso. Eu percebi o quanto ela sofria com o falecimento da vovó e era a primeira vez que a via com o rosto seco. E logo neste assunto eu tinha que tocar.
- Desculpe se dói falar sobre isso – minha voz era quase um sussurro e mais uma vez tive vontade de tocá-la. Agora o fiz. Passei minha mão por seus cabelos com cuidado, quase de modo paternal.
- Não é isso, mas eu cuidei da vovó por bastante tempo desde que ela adoeceu e éramos muito próximas.
- Vovó? – falei mais alto. – Você é uma Cullen.
Ela sorriu discretamente. – Assim como você.
Suspirei profundamente. Eu estava ferrado. Me apaixonar por alguém com o mesmo sangue. Que burrice. Mas como eu poderia saber?
- Parece que você não gostou de saber disso – bem observado, Bella.
- Fui pego de surpresa. Eu nunca soube de você – parei por um instante. "Deus, por favor, não deixe as coisas piorarem", clamei em pensamentos. – Qual o nosso parentesco?
- Hummm, não sei bem... Acredito que primos de primeiro grau.
É claro que Bella poderia ser minha tia ou até irmã, em uma realidade paralela, mas prima... Bom, primos não são parentes, já diz o Emmett. Nunca perguntei por que deste pensamento, mas parece que chegou o momento.
- Como isso pode ser? – não fazia sentido, já que até onde eu sabia meu pai era filho único. Ou seja, nada de tios ou primos. Não é este o propósito de toda a minha formação? Assumir os negócios da família por falta de opção? Eu teria de esclarecer esta estória.
Antes que eu abrisse a boca, meu pai pôs a mão no ombro de Bella.
- Já chegamos em Nova Iorque.
Imediatamente Bella se levantou e caminhou com os meus pais para fora do avião. Fiquei para trás digerindo as poucas informações que Bella me passara.
As malas de Bella foram levadas para o quarto ao lado do meu, que supostamente seria de um irmão ou irmã que nunca tive. O quarto de hóspedes ficava distante tanto do meu quarto quanto do quarto dos meus pais e eles acharam por bem que ela tivesse um de nós por perto. Fiz uma anotação mental de agradecê-los em um futuro não tão distante pelo presente que estavam me dando.
Não percebi que estava tão cansado até que me joguei na cama sem me trocar. Minhas forças me permitiram apenas tirar os sapatos com os pés e arrancar a camisa de qualquer jeito, deixando-a no chão. Em poucos segundos, minhas pálpebras estavam tão pesadas que era impossível lutar contra elas. Logo, tudo escureceu.
Tão rápido quanto dormi, acordei. Em minha cabeça durou apenas o tempo de um piscar de olhos, contestado pelo despertador no criado-mudo que já marcava mais de 10h do dia seguinte. Eu dormi quase doze horas. Precisava de um banho, roupas limpas e comida. Depois eu ligaria para Jasper, Allice e Emmett para avisar que já estava em casa.
Pouco tempo depois, Bella entrou correndo em meu quarto. Fugia de alguma coisa e chorava tanto quanto no velório da vovó. Ela me abraçou e escondeu o rosto no meu ombro.
Este é apenas o 1º Capítulo. Espero que gostem. Vários capítulos já estão escritos e vou postar à medida que haja interesse. Deixem Reviews. É o combustível de um autor.
