Twiligt Saga e seus personagens pertencem à autora Stephanie Meyer. Este argumento é de minha autoria



Apesar de Carlisle monitorar Bella praticamente em tempo integral, ele ainda tinha compromissos no Hospital de Forks e aproveitava os momentos em que minha mulher dormia para ir até lá.

Eu odiava não tê-lo por perto no caso de alguma emergência, mas naquela tarde, ter um lugar longe de todos para conversar era tudo o que eu precisava.

Carlisle se assustou com minha visita. – Bella está bem, Edward?

- Só preciso conversar com você. – eu o tranquilizei.

Carlisle, mais relaxado, sentou-se em um sofá de seu consultório e eu o acompanhei. Já estávamos tão acostumados a agir como humanos que mesmo quando não era necessário, nos comportávamos como tais.

- Não sei se neste momento preciso conversar com meu pai ou com o médico da minha esposa – eu comecei.

Carlisle percebeu meu dilema, minha angústia. – Me diga o que o aflige e veremos juntos como posso ajudá-lo, filho.

Eu sabia que ele seria compreensivo. Ainda assim era difícil externar aquele assunto que me incomodava há alguns dias.

- Peguei algumas visões de Alice sobre Bella por acaso. Não exatamente com Bella, e sim comigo, mas sobre Bella. Não foram uma, nem duas vezes, Carlisle.

- E essas visões foram sobre o quê? – ele percebeu quão hesitante eu estava.

- Apenas uma decisão que vai e volta. Bella quer fazer amor – cuspi as palavras como se amargassem minha boca e esperei sua reação. E pela primeira vez, meu pai não tinha um conselho. Seus pensamentos estavam tão confusos quanto os meus.

- Edward... Eu realmente não sei o que dizer. Como médico, o estado de Bella me é estranho. Estou tratando dela às cegas e torcendo para funcionar. Eu não sei o quanto uma relação sexual a afetaria. Como pai, não poderia me envolver no seu relacionamento com sua esposa - era isso que eu temia. – Alice não viu nada que possa te ajudar?

- Não. Eu não tomei nenhuma decisão. Ela não poderia ver de qualquer maneira.

Se pelo menos ele me dissesse qualquer coisa, por mais ínfima que fosse... Novamente a palavra final estava em minhas mãos. Carlisle interrompeu meus devaneios. – Se isso a fará feliz, será que não vale o risco, filho? É claro que você teria de ser extremamente cuidadoso. Acredito que este seja o maior problema.

Carlisle me deu mais em que pensar. Enquanto seguia de volta para casa, tentei analisar prós e contras. Eu poderia machucá-la, todos seriam contrários, eu me sentiria como um monstro, ela ficaria feliz, eu não sabia como e nem quando tocar no assunto-

Me interrompi ao pegar o desvio da estrada e começar a ouvir os pensamentos de minha família. Prestei atenção para ver quem estava com Bella. Era Jacob. Ao que parecia, ela ainda não havia acordado e Jacob velava seu sono. Ele estava com raiva de mim. Olhava para Bella e me acusava. É claro que eu sabia que ele tinha razão. Eu sou o responsável por minha esposa estar entre a vida e a morte. Morte! Como poderia pedir à minha mulher para fazer amor comigo sequer sabendo se ela sobreviveria ao dia seguinte? Que tipo de monstro eu era ao pensar em uma coisa dessas? Então essa era minha decisão. Não iria tocá-la. Não naquele estado.

Quando estacionei na garagem, Alice me esperava, já sabendo o que eu tinha definido.

- Edward, - e seu tom soava como se estivesse com pena – você tomou a melhor decisão. Não se culpe.

Apenas sorri por sua compaixão. É claro que eu me culpava. De fato, eu era o único responsável. Estava vendo Bella morrer aos poucos e não podia fazer nada para salvá-la. Cada hematoma se formando em seu corpo. Cada novo ferimento interno. Sem falar no quão péssimo eu era para disfarçar meu sofrimento perto dela. Ela sabia como eu me sentia e ficava mais doente. Eu não ia machucá-la mais. Tinha certeza disso.

Quando entrei na sala, Jacob já não estava mais por perto. Assim que sentiu meu cheiro, sua raiva se acentuou e ele teve de sair de perto de Bella. Eu o agradeceria por isso mais tarde. Me ajoelhei ao lado do sofá onde ela estava deitada, apoiada nas almofadas e com o copo com tampa e canudo nas mãos. Desde que Carlisle consentiu que Bella fosse alimentada com sangue, ela parecia mais viva. O feto também estava ficando mais e mais forte, mas agora Bella suportava melhor os ferimentos. Ao me ver, minha esposa abriu um sorriso tão genuíno que me faria chorar se eu pudesse. Dei um beijo em sua testa.

- Como está se sentindo agora? – eu perguntei, passando a mão em sua testa e pescoço para ver se havia febre.

- Não sinto mais tanta fome – e um sorriso discreto escapou de seus lábios. – Tenho ido bastante ao banheiro, mas Carlisle disse que isso é bom. Significa que meu organismo está funcionando bem – e tomou mais uma boa golada do sangue. – Acho que mais tarde tentaremos comida de verdade.

- Quer que eu cozinhe para você? – ofereci.

- Nada me faria mais feliz – mas eu sabia que isso não era verdade. Sabia o que ela queria e eu não iria dar. Senti uma dor no meu peito, como se tivesse um punhal enfiado em minhas entranhas. Bella percebeu e ficou bastante preocupada. – O que eu fiz, Edward? – ela ainda era tão insegura.

Ouvia seu coração bater em um ritmo mais acelerado e tentei tranquilizá-la. – Você não fez nada, amor. Como poderia pensar isso? – ela se acalmou. Beijei sua testa e tentei parecer o mais normal possível. – Então, o que quer comer?

– Omelete. - Percebi seu rosto corar. Essa era minha Bella.

Beijei seus lábios de leve e me afastei. Bella me encarou. Ah, como eu queria saber quais eram seus pensamentos naquele momento. Ela levou a mão até meu rosto e delicadamente traçou o contorno dos meus lábios com seu polegar. Fechei os olhos. Eu devia aproveitar cada momento ao lado dela. Talvez tivéssemos pouco tempo pela frente. Não queria acordar daquele sonho, mas sua respiração ficou instável e abri meus olhos, preocupado. Quando Bella enroscou seus dedos no meu cabelo o estalo foi instantâneo. Eu sabia exatamente quais eram seus pensamentos, porém lembrava as razões que qualificaram minha decisão anterior. Eu não podia. Eu a machucaria. Seria errado- E de repente, um rumo inesperado: Ela queria. Ela estava demonstrando isso. Eu queria deixá-la feliz.



Este é apenas o 1º capítulo. Espero que gostem. A estória já está escrita e vou postar à medida que haja interesse. Deixem Reviews. É o combustível de um autor.