N/A: Olá pessoas, faz milênios que eu não escrevo nada nem do fandom, nem do ship, nem de nada, haha. Espero que vocês tenham alguma paciência, estou tentando retomar a forma. :)

Pra isso escolhi um tipo de história que é fácil de escrever, e fácil de agradar. É o tipo que todo mundo procura pra ler em um domingo a noite. É uma história simpática, sem pretensões de nada. Mas espero de coração que agrade alguém, e que esse alguém seja comovido o bastante para comentar :)

Por enquanto é só. E fiquem felizes com o primeiro capítulo (previsão de 5 ao todo) da história O/

Capítulo 1 - Tensão

Pansy Parkinson sempre se considerou uma pessoa observadora. Orgulhava-se de conhecer bem as feições e os trejeitos da maioria dos seus amigos e, principalmente, dos seus inimigos. As pessoas subestimavam a linguagem corporal e Pansy, como boa sonserina que era, sabia que seria tolice se também o fizesse.

A sonserina olhava diariamente ao seu redor na busca da presa perfeita, e ela não negava que era particularmente divertido ler certas reações ou adivinhar expressões enigmáticas. Se as pessoas soubessem o quanto se denunciam com suas expressões e gestos talvez tomariam mais cuidado.

Pansy suspirou tediosamente ao ver passar um bando de pré-adolescentes lufa-lufas, o óbvio em suas reações e a pateticidade delas fazia com que a morena tivesse vontade de azará-las. Várias vezes.

- Draco querido, se você demorar mais um pouco perderemos o café. Ou então chegaremos atrasados, e adivinhe só: poções no primeiro horário… E você sabe o quanto Snape adora quando chegamos atrasados…

O loiro em questão somente resmungou em resposta e caminhou lentamente em direção à saída de seu salão comunal, Pansy sorriu com o típico mau humor matinal do sonserino e o seguiu na saída das masmorras.

Os dois permaneceram em silêncio durante todo o caminho, a morena sabia o quão Draco era sensível a essa hora da manhã. Apesar de seus mimos, Parkinson na realidade, adorava estar com o garoto e a maior parte das pessoas via isso com desconfiança. Há quem jure que eles tenham um caso, outros, mais paranóicos, veêm na sua união, uma aliança política diabólica. Mas a simples e grifinória verdade é que eles simplesmente se entendiam, e agradavam-se mutuamente.

Pansy tinha no loiro sua maior fonte de diversão: a máscara fria que escondia e contrastava com sua verdadeira essência, tornando-o muitas vezes contraditório era um espetáculo interessantíssimo de assistir. Quanto a Draco, tratava-se de um deleite gratuito, apesar dele nunca ter verbalizado tal fato, ter alguém que o conhecesse tão bem, sem a menor intenção de usar isso contra ele. Era, no mínimo, confortável.

Os sonserinos assim que chegaram ao salão comunal, sentaram-se a mesa verde e prata, saudando algumas poucas pessoas, as necessárias, com um leve aceno de reconhecimento, para só então poderem comer em paz. Draco dissimulou ao máximo a cara de sono, a transformando em uma expressão de tédio, tendo assim livre permissão para bocejar. Pansy lhe dirigiu um discreto sorriso, empurrando uma xícara de café na sua direção ao que o loiro agradeceu silenciosamente.

Ocupando-se de um cacho de uvas volumoso, a morena deixou seus olhos passearem pelo salão principal, sem esperar nada além de conversas molengas e olhares sonolentos. Até que do outro lado, na área rubro e ouro, algo lhe chamou a atenção: Nada mais nada menos, do que o eleito, como diziam por aí, olhava diretamente em sua direção. Não, corrija isso. Não era exatamente para ela que o olhar de Potter era dirigido, a sonserina tinha certeza que o garoto nem tinha tomado consciência de que era ela quem estava ali. Os olhos do grifinório, levemente inclinados à sua direita, estavam aterradoramente fixos em… Draco.

A sonserina franziu o cenho, confusa. Será que o loiro tinha feito alguma coisa ao queridinho de Dumbledore? Antes que seus lábios pudessem verbalizar tal questionamento a garota pendeu a cabeça para observar o loiro ao seu lado, flagrando Draco olhando na mesma direção e, como se não bastasse, Malfoy estava tão compenetrado na atividade que esqueceu a xícara de café na metade do caminho entre a mesa e os lábios, protagonizando uma cena ridícula. Pansy teve vontade de sacudi-lo naquele momento, e se mais alguém percebesse todo aquela cena?

Seguindo tal reciocínio a morena olhou rapidamente para seus companheiros de casa, dando graças à Merlin por ser tão cedo e as cobras mais perigosas ainda estarem adormecidas. Seria imprudente da sua parte fazer um escândalo chamando a atenção de todo mundo. Sendo assim, ela decidiu continuar observando.

Passado o sobressalto, restou a curiosidade, por que diabos aqueles dois estavam se encarando? O que significava este olhar? Potter mal piscava, tinha os lábios fechados e a mandíbula contraída, era difícil discernir alguma emoção dali, mas havia uma intensidade assustadora. Não havia nada daquele olhar de desprezo tão bem ensaiado, comum entre os dois. Pansy não se atreveu a olhar, mas podia apostar que Draco estava em uma situação parecida, já que o loiro não se mexia, e a garota duvidava até que ele estivesse respirando.

O olhar da sonserina recaiu na garota ao lado de Potter, esta parou a conversa interessantíssima com outra menina a sua frente, e pareceu chamar pelo menino-que-sobreviveu, não obtendo resposta ela resolveu olhar para ele, e assim que fez, Pansy soube que a garota viu o que a sonserina também via.

Granger, Pansy reconheceu depois, fez a mesma expressão de surpresa que ela tinha certeza que tinha feito também. Mas ao contrário da sonserina, a integrante do trio de ouro pareceu se irritar com aquilo, e direcionou seu olhar raivoso à ela repreendendo-a por não ter feito nada, a sonserina apenas deu de ombros, resignada.

A grifinória agiu por conta própria. Chamou o garoto ao seu lado, segurando seu ombro com firmeza, e o que se seguiu, Pansy classificaria resumidamente como engraçado: Potter pareceu acordar de um transe, piscando com força várias vezes seguidas, esboçando uma careta idiota, 'a lá' Longbottom, de confusão. A sonserina respirou aliviada, quando ela percebeu que a realidade retornou a Draco muito mais discretamente, ele enfim colocou a xícara sobre a mesa, relaxando os ombros e respirando normalmente.

Aquele instante que passou como uma eternidade mas que não deve ter durado alguns minutos, teve mais de bizarro e perturbador do que ela precisava como dose matinal. A incompreensão do que tinha acontecido incomodava a garota, e ela se viu entre o desejo de socar Draco até que ele lhe explicasse o que era, ou simplesmente manter-se quieta, e descobrir por si. Parkinson soube na hora que a última seria uma opção muito menos desgastante, e muito mais útil para seus fins.

Pansy, que se julgava boa em ler emoções não conseguira decifrar coisa alguma, ela considerava a opção de nem mesmo os dois envolvidos terem noção do que tinha acontecido. Ela sabia que se questionasse o loiro, teria uma resposta ríspida, ou evasiva na melhor das opções. O que Potter diria a sangue-ruim? A sonserina sentiu-se tentada em descobrir. Ah… se isso não implicasse em comunicação direta… Parkinson suspirou espreguiçando os braços. De uma coisa ela tinha certeza, havia tensão ali. Uma viva, intensa e quase palpável tensão. E ela de certa forma temia no que aquilo poderia resultar.