Primeira vez que eu te vi
Não
sei se todo começo é complicado... mas pra lhe escrever
eu realmente estou sentindo dificuldade... Tudo bem. Vou tentar aqui
me expressar. Essa é toda deficiência. Lembra-se quando
me disse que eu apenas era 'um pouco discreto demais'? Um modo
gentil de me chamar de retraído. Vamos dizer que, nessa carta,
deixo meu lado 'discreto' e tento, ao menos uma vez, ser claro e
transparente em tudo que me tornei e sou.Nos
conhecemos há pouco mais de seis anos, e é inegável
que você tenha se tornado minha melhor amiga. Você esteve
do meu lado em diversas ocasiões, e em todos os momentos que
consigo lembrar ou resgatar na memória.
A
primeira vez que percebi o quanto era frágil foi em nosso
segundo ano, quanto você se tornou aquele monte de pelos. E
depois quando você foi petrificada, eu senti tanto medo por
você... Não sei, mas quando imaginava que se você
tivesse olhado nos olhos daquele monstro, não estaria mais
aqui... - É muito assustador. Quando
olhei pra você, na primeira vez, não senti nada do que
sinto hoje. Minha impressão era que você era uma pessoa
muito ousada, mandona e tão inteligente quanto meio anormal
por decorar aqueles livros todos... Que você era apenas uma
garota 'natural' e com dentes um pouco maiores que o normal...
Que você era extremamente irritante se 'metendo' em minha
vida...
Na
primeira vez que te vi, não senti meu estomago revirar ou meu
coração acelerar, meus olhos não se prenderam
aos seus e eu, na verdade, me senti desconfortável quando você
me fitou entusiasmada, eu não compartilhava do seu entusiasmo.
Hoje, no entanto, o que sinto é que você é minha
melhor amiga, uma das melhores pessoas que tive o prazer em conhecer.
Sinto que sem você nunca teria resistido, que há tempos
atrás teria morrido, enlouquecido ou algo assim.
Quando
olhei você pela primeira vez, deixei escapar a pessoa
maravilhosa que existia por trás daquele ar superior quando
você procurava Trevor. Quando olho pra você vejo uma
garota muito além do normal. Linda, inteligente, decidida,
delicada...
Quando
te olhei, há alguns dias atrás, senti meu rosto queimar
por ver teu sorriso. Era um simples sorriso, aquele que você me
dá quando Rony fala algo engraçado ou quando você
não consegue esconder o riso por alguma coisa embaraçosa
– mesmo que a Monitora-chefe não deva rir. – mas não
importa...Eu
nunca agradeci por esse tempo que você me aconselhou, me
ajudou, me guiou e estendeu a mão, não é?
Gostaria de pedir desculpas por isso. Devo realmente ser aquilo que
me pintam, um rapazinho arrogante, pretensioso, petulante, que não
pode enxergar a frente por estar mais ocupado com seu próprio
umbigo.
Saiba
que eu nunca quis ser assim, nunca quis isso, saiba que as pessoas
que eu mais amo são meus dois melhores amigos, saiba que eu
morreria por vocês, que eu sofro quando vocês sofrem e
que eu só quero o melhor para ambos. Saiba que o que me
fortalece é o seu amparo e o jeito hilário do Rony, o
que me faz permanecer de pé é a tua vivacidade e a
alegria do Rony.Sabe
o que mais admiro em você? Sua perspicácia. Você
me surpreende a cada dia. Orgulho-me por tê-la ao meu lado.
Já
se perguntou por que nós nos tornamos amigos? Eu já...
Estranho, nunca cheguei a uma conclusão concreta ou
sustentável, acho que não vou chegar...
No
entanto, agora quero tentar: sabe por que nos tornamos amigos?
Porque
em algum lugar alguém sabia que eu não poderia
sobreviver sem você, porque há pessoas que nós
simplesmente não podemos esquecer, que não podemos
perder e você, Mione, é uma dessas pessoas. Somos amigos
pelo simples fato de não existir uma regra sobre amizade.
Somos amigos por anos de convivência, por sabermos que somos -
e estamos em – uma parte das vidas um do outro.Querida
amiga, que sempre me ajudou no que pôde, esta carta é
apenas para lhe tranqüilizar. Não quero que se preocupe
comigo, estarei bem, estarei vivo. Mas tive que ir, eu tenho que me
encontrar, tenho que me recompor. Estou exausto, preciso de um tempo.
Espero que me entenda...
Não
quero que se chateie comigo, Ok? É apenas um certificado da
minha amizade. Não queria partir sem ter certeza que você
sabe. Alguém me disse que não só pode saber sem
que se tenha falado...
A
verdade é que deixar subentendido é sempre uma solução.
Algo fácil. Mas desta vez quero deixar tudo em pratos limpos,
quero fazer certo.
Não
estou querendo ser pessimista ou algo do gênero – mas você
está ciente do que ocorreu. - Só quero demonstrar aqui
que você, assim como o Rony, é alguém muito
importante em minha vida, você se fez alguém importante.
Alguém que sei que poderei contar... para sempre.
Isso
não é um adeus, é apenas um até
logo,
H.PotterP.s.:
Eu sentirei saudade.
E
olhando aquela carta ele suspirou, a dobrou e pôs num envelope.
Remeteu e o selou.
Olhou
a volta e percebeu que todos, ou a maioria, dormia. E em um minuto
que ficou prestando atenção em Binns também
sentiu vontade de dormir... Olhou pra frente e sorriu ao perceber que
a amiga ainda escrevia, muito concentrada. Ele mordeu o lábio
inferior e olhou novamente para o envelope em cima, agora, de sua
mesa.
A
aula terminara e com o sinal, as pessoas estavam despertando.
-Vamos comer? – Rony perguntou risonho esfregando os olhos.
-Mas é claro! – Harry respondeu guardando o material.
-Não é legal? A última aula, cara! Nossa última aula em Hogwarts. Amanhã estaremos voltando pra casa! – Rony falava animado.
-É. Para casa – Harry falou um tanto alheio.
Hermione se juntou aos rapazes e então eles puderam se dirigir ao salão principal.
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(continua)
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Hã...
Sei lá o que me deu pra escrever isso.
Tá
estranho né?
Bom,
isso não é o que se pode dizer de interessante e não
é um romance, na verdade eu até ia fazer um e tudo, mas
não estou animada para romances ou algo do tipo. Quer dizer,
eu não estou animada pra nada nesses últimos dias.
Bom,
comentem, tá? Desculpem-me os erros...
Me
dêem um desconto, acho que nunca escrevi uma carta sendo o
Harry e escrevi agora, se estiver desconexo, me avisem.
Então
é isso. Beijo,
Mima
