Capítulo 1
2001 - Orlando
Em um orfanato cujo nome não é importante agora, uma garotinha com poucos meses de idade é observada por três pessoas enquanto dorme tranquilamente em seu berço. Uma das pessoas observando a pequena bebê é a mulher responsável por gerir o orfanato, a sra. Owen. As outras duas pessoas são um casal, o sr. e a sra. Black.
- Como eu já disse antes, ela foi deixada em um cesto na nossa porta, somente com uma carta. - diz a diretora do orfanato.
- Nós podemos ler essa carta? - pergunta o sr. Black. - Já que agora todos os documentos estão de acordo e ela é legalmente nossa filha.
A senhora de cabelos brancos acena a cabeça em acordo e pede para que o casal espere no quarto enquanto ela vai até o escritório dela buscar a carta.
Quando a sra. Owen volta, ela entrega o envelope e o casal lê a carta:
"Sra Owen, por favor, cuide de minha filha, porque não posso permitir que ela fique nessa confusão... É muito perigoso aqui. O nome dela é Emily e peço que não conte a ela sobre nós, para que ela não se envolva nisso tudo. É para o bem dela. Nós a amamos muito.
~ Scott"
- Quem é Scott? - pergunta a sra. Black.
- É o pai de sangue dela, e peço a vocês que nunca mencionem sobre ele para Emily. - diz a senhora em um tom severo.
- Mas... - os futuros pais tentam protestar, mas são interrompidos.
- Por favor, só não o mencionem. É melhor assim. - a senhora de cabelos grisalhos diz com um olhar triste.
O casal hesitantemente concorda. A sra. Black, com o coração acelerado de alegria e nervosismo, pega a pequena menina no colo, acariciando seus curtos cabelos ruivos. O sr. Black sorri, já imaginando os primeiros passos, as primeiras palavras... Após um momento de contemplação, a nova família se despede da diretora do orfanato.
Mas antes que o casal entre no carro, a senhora os chama, tentando esconder o nervosismo em sua voz.
- Se ela algum dia ela se apresentar... Como posso dizer... - ela faz uma pausa para pensar nas melhores palavras - Se ela se apresentar de alguma forma anormal, me contatem. - ela entrega um cartão para os dois e dá uma última olhada na garotinha adormecida no colo da nova mãe, imaginando quando ela voltaria a vê-la.
A expressão de confusão nos rostos do casal faz com que a dona do orfanato entre na casa rapidamente, na esperança de não ter que responder a nenhuma pergunta, pelo menos não por enquanto. O casal - agora pais - lançam um último olhar confuso para o orfanato, mas logo sorriem ao escutar o som da filha deles acordando. A nova família entra no carro e segue para casa, nem imaginando todas as desventuras que a vida lhes proporcionaria.
