Disclaimer: Nem tudo na vida é como planejamos. Fazer o que? (Ele não me pertence).
oOo
Novamente suspiro entediada naquela dura e desconfortável cadeira. Atendentes deveriam ao menos ter uma cadeira confortável, afinal ficam sentados praticamente o dia inteiro, não é mesmo? Bem engraçado que ninguém nunca tenha parado para pensar nisso, só porque somos uma classe operária, -diga-se de passagem, - praticamente invisível.
Olho pra porta e encaro algumas pessoas entrando, outras saindo, algumas derrubando café e me encarando superiores. Como se isso fosse novidade as fito com deboche e as observando sorrindo para mim. Quem eram elas pra rirem de mim? Quem eram todos para rirem de mim? Dá para pararem com isso?
Começo a bater a ponta do lápis na mesa incontrolavelmente até o momento em que meu chefe, lindo yokai de cabelos prateados até a cintura e olhos absurdamente dourados entra no recinto (de surpresa, como de costume) e suspira fundo.
# Senhorita Higurashi?- Eu de imediato solto o lápis e lhe dou um sorriso mais deslavado do que minha própria expressão. Não que eu não consiga melhor que isso, mas... bom, na verdade eu não consigo e não vou perder mais meu tempo negando isso.
# Senhor Sesshomaru! – Falei assustada e o observei erguendo uma sobrancelha de maneira espontânea. A minha vontade era de subir em cima da cadeira, pular em cima dele e enfim pedir um beijo ou... quem sabe um aumento? Ele observa minha expressão confusa e suspira.
# Será que poderia me dizer o que está pensando?- Sinceramente eu apenas não digo, pois posso perder meu emprego e definitivamente essa idéia está fora dos meus planos.
Bom, posso também perder a dignidade.
Homens...
# Não estou pensando em nada, só em meu serviço que será realizado da melhor forma possível.- Ele se aproximou desconfiado. Sentindo o perfume daquele objeto de sedução respirei fundo.
# Centrada? - Perguntou irônico enquanto apanhava rispidamente o lápis de minha (linda) mão. - Acho que não pago você pra ficar batendo o lápis na mesa! - E pela 3ª vez naquele dia me pergunto como uma pessoa tão linda pode ser no mesmo momento tão arrogante, estúpida, idiota e .
IDIOTA! Quem ELE pensa que é? Como se o fato de ele ser meu chefe o autorizasse a falar como se eu fosse sua empregada.
Riam de mim.
# Me desculpe, eu estava apenas distraída. - Ele me encarou severo e eu sorri amarelo.
# Então saiba que "distrações" são imperdoáveis. Isso é, você já sabe disso Higurashi, afinal eu já te disse isso umas... quinhentas vezes e só hoje!- Imperdoável é você, idiota, idiota, idiota!
# Me perdoe novamente.- Ele estreitou os olhos enquanto observava minha figura digna de pena. - Não repetirei mais o ato, eu prometo. - Ele riu gélido.
# Desculpas? Vejo você pedir desculpas praticamente todos os dias e no outro repetir o gesto, como se nada tivesse acontecido!- Ele me disse rangendo os dentes. Eu apenas abaixei a cabeça. - Se amanha entrar e ver você fazendo isso se prepare para uma demissão. – Há, outra demissão?
Ele se virou e foi então, nesse momento crucial em que eu me levantei pronta para gritar o famoso "EU QUE ME DEMITO!", afinal não agüentava mais ser tão humilhada. Assim com em cinemas, parecia fácil e a mocinha sempre saia no lucro. Levantei, bati a mão na mesa, respirei fundo e..
# SENHOR SESSHOMARU- O chamei e ele se virou.
# O que quer? – Perguntou debochado.
# EU QUERO...- Parei na frase e o fitei engolindo seco. Não, eu não poderia fazer isso, eu preciso da merda do salário que recebo eu..MINTA KAGOME, MINTA! - Eu apenas iria perguntar se o senhor quer café. Assim você ficaria mais acordado, não é mesmo- Cocei a cabeça sorrindo e ele me olhou desconfiado.
Pessoas se matam em filmes, choram em filmes, se demitem em filmes e olhe! Estou aqui... fazendo um papel severamente ridículo em frente a um homem cruelmente sensual porque assisto a esses filmes babacas.
# Não Higurashi, obrigada... tem mulheres contratadas para isso, você faça seu trabalho e já está de ótimo tamanho. Aliás, tome um café você, quem sabe assim você fique um pouco mais acordada do que costuma ficar.- Tentei disfarçar minha feição de raiva e observei uma das mulheres rindo. Eu a fitei e ela parou.
# Idiota...- Sussurrei assim que vi Sesshomaru sair e voltei a bater o lápis na mesa. Enfim, nada diferente de todo o santo e maléfico dia. Entediante e entediante, sem nenhuma novidade.
Eu vim para Tókio recém-formada com esperança de que em seis meses no máximo estivesse com um homem e um trabalho digno... e adivinhem só!
Estou aqui há seis anos e nada.
Praticamente me mato a cada expediente e volto pra casa a pé porque não posso gastar dinheiro com táxi, e não tenho paciência para esperar um ônibus sujo e caindo aos pedaços. Meu carro foi preso porque eu estava em excesso de velocidade e bla, bla, bla... minha vida é um lixo, meu pés doem e minha cabeça lateja! Ouço passos e largo o lápis. Sesshomaru entra e olha minha mesa observando minha expressão deliberadamente. Suspira e vai embora.
Eu, com minha sorte absurdamente grande tinha justo que receber a sala que fica instalada como passagem de outras e outras salas. Como se não bastasse toda a minha desgraça, as pessoas realmente não seguem meu exemplo e realmente trabalham por aqui. A garota do xérox passa mastigando um chiclete,e logo depois passam as modelos secretárias do Sesshoumaru. Enfim, elas são como eu, mas usam roupas mais apertadas, tem um pouco mais de cintura e tem cabelo loiro.
Por que minha mãe foi ser morena? Depois ela me diz que ganho pouco por que não sou esforçada e blábláblá, como se não tivesse absolutamente nada a ver com a minha genética, não é mesmo?
# Higurashi?- Me chamou Kikyou, uma mulher extremamente parecida comigo e que acha que pode me humilhar apenas porque estou alguns mil degraus abaixo dela. Abro um sorriso largo para ela –evidentemente falso-.
# Diga Kikyou.
# Poderia me dizer se alguém ligou? Você sabe, pessoas importantes recebem ligações!# Pessoas importantes recebem ligações? Há, mas como você é engraçadinha, não é mesmo? Bom Kikyou, o homem com quem você se deitou com você na noite anterior ligou dizendo que logo depois mandaria seu pagamento, o da loja de roupas finas e caras ligou perguntando se você vai dar mais calotes nele e por último ligou um policial perguntando se parou de traficar drogas.
# A moça da contabilidade e o homem da loja de pesquisas.- Ela abriu um grande e perverso sorriso pra mim. Como se a "moça da contabilidade" e o "homem da loja de pesquisas" fossem grande merda.
# Alguém ligou pra você?- Impagável!
# Sim!- Respondi com desdém. Ela praticamente se jogou em minha mesa derrubando propositalmente alguns documentos (como ela sempre fazia).
# E quem seria?- Seria seu namorado Inuyasha, querendo saber se talvez eu estivesse livre a noite, já que não esta se contentando com a mulher siliconada dele. Aliás, disse que como somos bem parecidas ele gostaria muito de ficar comigo, afinal eu mostrei para ele que a vida pode ser boa, diferentemente de você, mulher amarga.
# Não interessa. – Ela sorriu vitoriosa e me virou as costas. Ótimo, agora eu tenho que ficar perdendo cinco minutos todo o dia com essa ladainha. Virei os orbes e comecei a bater o lápis contra a mesa contando até dez.
Um...dois...três...quatro...noventa e sete, noventa e oito...
# Não vai sair logo daqui?- Perguntei já perturbada com a presença dela em minha sala.
# E por que deveria?# Gelei. Minhas costas ficaram duras juntamente com meus órgãos, tripas... e sei lá mais o que, afinal não conseguiria pensar nem se quisesse. Virei congelada e observei a pessoa logo atrás de mim.
# Senhor...Senhor Sesshomaru? - Fui lentamente abrindo um duro sorriso. Tentei parecer agradável, entretanto ele me olhava como se estivesse com medo.
# Você é compleeeetamente previsível... - Disse enquanto tirava com rudez o lápis da minha mão. Eu continuei sorrindo e comecei a mexer as mãos.
# Desculpe eu...- Oh, que hilário. Kagome Higurashi se desculpando hoje.
# Higurashi, eu desisto!- Suspirou em desistência. - Dá pra parar de ignorância e trabalhar? Honestamente, eu te vejo há seis anos dentro dessa firma e você não para de bater esse lápis maldito contra a mesa!- Ah não! Essa foi DEMAIS! Creio que ele é o único que não percebe a onda de trabalhos que termino em um dia me assassinando hora pós hora naquele maldito escritório. Não que aquilo tivesse me irritado antes, mas o ar ignorante me fez arfar! Peguei todo ar que pude pronta para ter uma crise de nervos. Levantei-me pronta para enfrentá-lo mas..
Maldito mas...
# Sesshomaru, deixe disso maninho- Disse o namorado de Kikyou enquanto entrava no recinto. – Não deixe a dama irritada ou constrangida... acredito que ela não mereça isso de um bruto como você. – Espere um minuto!
Algum homem nessa vida me ajudando?
Ou querendo simplesmente irritar o meio-irmão?
Ouvi o barulho do salto de Kikyou batendo contra o taco do chão.
# O que está acontecendo por aqui?- Perguntou enquanto observava Inuyasha apontando em minha direção e Sesshoumaru aparentemente zangado com a situação.
# Tome conta do seu namorado.- Meu chefe disse friamente.
# Tome conta do seu irmão!- Retrucou indignada. Minhas unhas vermelhas se projetaram em frente a minha boca para eu não cair em uma séria crise de risos. O hanyou –obviamente- percebeu, mas não comentou nada.
Não pareceu se importar muito comigo também, para ser sincera. Mas bom, isso já não é grande novidade.
# Não precisam cuidar de mim! - Disse impondo respeito, com a voz completamente sarcástica.
# Precisamos sim! Afinal, ele está protegendo MINHA funcionaria!- O que?
# O quê? Isso é verdade Inuyasha? Desde quando você estava protegendo ESSAZINHA ai?- Perguntou Kikyou enfatizando o "essazinha", como se em alguma instância isso me incomodasse.
# Não devo satisfação e nenhum dos dois!- Inuyasha respondeu ainda sorrindo em minha direção.
# Claro que deve quando se trata de proteger uma qualquer e...- O QUÊ? QUALQUER? Honestamente, eu já fui nomeada demais para apenas um dia.
Respira... respira... respira...
# QUEREM PARAR COM ESSA SURUBA NA MINHA SALA? – Todos eles me encararam enquanto eu batia na mesa. Não que tivessem prestado atenção, mas talvez tivessem achado que eu tinha definitivamente perdido o juízo.
# Que falta de respeito é essa?- Perguntou Sesshoumaru.
# O respeito que uma "qualquer" teria, não é mesmo?- Ele apenas me encarou sardônico. Ótimo, eu surto e realmente ninguém parece ligar para isso.
# Demitida. – Háhá, engraçadinho. - Demitida!- Cerrei os orbes e em uma atitude violenta arremessei o lápis contra ele, que apenas abriu um pouco a boca e arqueou uma sobrancelha... oh, que ridículo.
# EU ME DEMITO!- Joguei a papelada com força no chão e o encarei parecendo uma selvagem.
Cagada.
Se eu tivesse sido demitida ainda teria direitos, mas como eu me demiti, segundo meus cálculos eu...
# Não... esquece, eu não me demito não! Brincadeirinha!- Kikyou estava sorrindo largamente enquanto encarava a cena. Era só essa que me faltava.
# Sem direito a nada. Muito obrigada pela primeira vez facilitar as coisas para mim.- Sesshoumaru cerrou os olhos friamente, e querem uma novidade no dia?
Mostrei o dedo do mundo para todo mundo (ainda parecendo uma selvagem) e me virei.
Com passos largos me dirigi à porta e a abri. Dei um último olhar censurado para os imbecis que me encaravam e bati a porta com força. Observei a porta e abaixei minha cabeça enquanto eu pensava na minha mais nova condição:
FODIDA! POBRE E FODIDA!
Andei a pé até meu adorável apartamento bagunçado e cheirando a mofo. Chutei as flores que jaziam na entrada da casa, provavelmente do pacato vizinho Kouga que me ajudava com as tarefas diárias.
Meu querido amigo e único homem no mundo que me amava. E que obviamente eu odiava, porque sou narcisista demais para retribuir o único que me investe amor. Afinal, preciso pisar também em alguém, não? Esse direito deveria ser lei...
Nunca me senti tão estressada assim e naquele momento nem mesmo os pombos, as conchas, os cigarros e a água me deixariam mais calma. Meu quarto, que era o único lugar aparentemente limpo não me acalmaria.
E como um antigo ditado diz: "Uma casa arrumada equivale a armários bagunçados". E bom, melhor eu nem comentar sobre meus armários.
Joguei-me na cama exausta e encarei a garrafa de Montilla ainda fechada. Aquele seria "o dia!"
oOo
Acordei com uma terrível dor de cabeça. Nada mais digno para alguém que acaba com centenas de bilhares de garrafas de rum e vodka. Okay, não vou dramatizar tanto. Duas de cada e só.
O despertador toca e eu "delicadamente" o empurro com uma força "gradativamente" imensa na parede fazendo-o despedaçar. Eu precisava disso,mas me arrependi lembrando que não tinha dinheiro para comprar outro.
Ou qualquer outra coisa.
Nada menos digno.
Levantei daquilo que chamaria de "chão" e caminhei lentamente até a cozinha preparando um café. Jurava que era minha cama na noite anterior.
Nada tão incrivelmente digno.
Aquela imagem ridícula que eu imaginava nos animes era eu naquele momento didático. Assim que o café ficou pronto eu enchi uma xícara de algumas miseras polegadas para presenciar alguns pequenos goles. Ou melhor, assim seria se eu não tivesse corrido em direção ao banheiro com uma velocidade incrivelmente rápida apenas para ficar feliz em vomitar... correção: Dentro da privada.
Não que eu influencie criancinhas com uma pequena frase nada menos que persuasiva, mas a única coisa que eu poderia pensar naquele momento absurdamente tenso era:
" Na pior das hipóteses, opte por vingança".
Vingança! Oh a vingança! Um pequeno sorriso se mostrou grande em meus lábios. Me levantei e me olhei no espelho. Observei as enormes olheiras e o cabelo bagunçado.
"Oh! Que gracinha!"
Peguei o telefone e disquei alguns números, aquilo era muito legal. Depois do mundo se vingar todos esses anos contra mim, finalmente eu faria algo contra alguém.
Hihi, que animador.
# Alô?- A voz rude do outro lado não me deixou duvidas. Era Sesshoumaru e seu grande humor matinal.
# Alô Sesshoumaru.- O ouvir rir do outro lado da rua.
# Higurashi, adorei o show que fez ontem! Finalmente você pode me fazer sorrir. -Eu enrolava o dedo indicador nos fios do telefone.
# Bem " Sesshy", eu adoraria perder meu precioso tempo falando com você, mas queria pedir o telefone da Kikyou. - Ele ficou um momento sem me responder. – Sesshy?
# Primeiramente não me chame por esse nome ridículo.
# Nome não... apelido. E carinhoso.- Dei uma risada infantil, tão infantil que ficou ridícula e grotesca.
Como Osama Bin Laden diria...
" Ao ataque".
# Bem senhorita, estava até pensando em te empregar de novo, mas aparentemente mudei de idéia. – Ele sorriu sarcástico. - Além do mais, por que iria querer o telefone da sua maior rival da agência? Ou melhor...ex-agência?
Legal...todo mundo sabia da minha rixa com a Kikyou.
Legal... ele me provocou.
"Legal."
# Você me passa ou não?- Ouvi o barulho de alguns papéis.
# 3554-1966
# Obrigada..."Sesshy"- Antes que ele pudesse retrucar eu fiz algo que achei que nunca faria na minha vida: Desliguei. Ainda me lembro quando fiz isso pela primeira vez com minha mãe e levei a maior surra da minha vida.
Ótimos tempos.
Mas naquele momento em me senti superior. Superior e sem grana.
Sem dignidade, sem amor. Sem nada.
"Legal."
Disquei os números que Sesshoumaru me passou e adivinhem?
# Sesshy, me passa o número certo!
# Eu te passei, mas será que esta bêbada o suficiente para discar errado?- "Click!". Ótimo, como ele sabia?
Cautelosamente disquei os números contidos no papel.
# Alô?- E a voz masculina me faz tremer.
# Inuyasha?- Perguntei, ele riu.
# Sim...quem seria?- Meu Deus, eu estou falando com ele, eu estou falando com ELE... e daí?
# Kagome, a Kikyou está?- Mas é lógico que não esta, por que insisto com essa falsidade? Honestamente, eu não sei se essa vingança é para Kikyou, Sesshoumaru ou para essa otária que sou eu.
# Não, ela acabou de sair-
# É que eu precisava urgente pegar uma papelada ai, será que eu poderia dar uma passadinha?- Usei o tom mais malicioso que poderia e ele sorriu de volta.
Ótimo, eu sabia que ele cairia! Ou melhor... eu não sei de nada.
# Claro que pode minha dama. Afinal, eu te fiz perder seu emprego. - Eu sorri agradecendo. Desliguei o telefone e me troquei.
Coloquei a blusa mais decotada que eu tinha, uma saia curta e salto alto.
Beem báásico!
oOo
Depois de algumas torções no pé eu chego ao desejado apartamento. Ainda vendo algumas bolinhas pretas dançarem em minha visão turva eu bato contra a porta.
# PORTA, IMBECIL E NÃO PAREDE! – Observei meus dedos doendo e fiz uma careta de dor.
E com amor e delicadeza bati na porta. O Deus grego se projeta nela sedutoramente me encarando em suspiros deliciosamente sensuais.
UI, ai! Cenas pornôs!
# Olá!- Disse sedutoramente e o encarei arqueando uma sobrancelha.
# Olá- O sorriso branco e alinhado parecia extremamente convidativo, entretanto reparei que ele não se comparava a Sessoumaru...
E então, eu parei parar pensar que estava pensando em Sesshoumaru e isso era ridículo, uma vez que ele me demitiu sem considerar todos os nossos anos juntos e, e...
Argh.
# Você está tão lindo hoje, Inu-kun- Disse enquanto passava lentamente a língua sobre meus lábios. Inuyasha se aproximou sem mais rodeios e colou seus lábios aos meus. O beijo não foi simples, nem rápido ou calmo... foi completamente o contrário e se eu pudesse defini-lo seria "voraz".
E quando ele fechou a porta eu soube que aquilo era um grande alerta vermelho.
Jogou-me contra o sofá e acariciou minha língua com a sua sedutoramente. Eu gemi ao sentir suas mãos acariciando minha coxa, mesmo que aquilo não tivesse passado pela minha cabeça quando planejei minha vingança ridícula. Ele deu uma mordida leve no lóbulo de minha orelha e eu pulei e tremi toda.
Fenomenal! Formidável!
# Apenas não continuo com você minha querida, porque definitivamente Kikyou tem mais dinheiro. – Arregalei os orbes de imediato. – Droga, você é definitivamente muito mais interessante...
Legal...
# Bem, Inuyasha, er...- Ele me encarou extremamente confuso. – Acho que já vou. – O empurrei levemente e sorri para ele. Inuyasha me encarou ainda mais confuso quando eu arrumei a saia e a abaixei. Virei as costas lentamente e esperei o ataque... que não veio.
Como sei lá, me puxar, talvez?
# Louca...- Ouvi-o sussurrar e rangi os dentes. Quando virei para retrucar ele já não estava mais lá. Bom, me chamar de maluca não foi tão ruim, uma vez que... é, isso não é tão difícil de acontecer.
De toda a forma não preciso me vingar da Kikyou, afinal Inuyasha vai fazer isso por mim. Balancei a cabeça em negação.
Que vingança mais fajuta, Kagome Higurashi. Você definitivamente é formidável no quesito auto-decepção, um termo criado especialmente para você.
E então, eu finalmente percebi que o emprego fazia falta. Sabe como?
Minha barriga roncou e eu sabia que se comprasse algo meu dinheiro acabaria mais rápido. E meu mês duraria mais do que meu salário. Meu último salário, melhor dizendo.
Merda.
Esquizofrenia ou delírio? Não, bem longe disso.
Enfim, a única atitude que me restava era aquela que todos já imaginavam desde o princípio: Pedir clemência a Sesshoumaru.
Afinal, ninguém mais me empregaria para bater o lápis na mesa...
oOo
Caminhei até a agência antiga com a face repleta de todas as sensações negativas que alguém pode imaginar. Bela coisa que consegui! Fazer a Kikyou chifruda –pelo visto mais uma vez- e voltar para pedir meu emprego de volta. Ótimo. Realmente não esperava nada melhor em minha vida.
Enfim, sempre bom ser pessimista, isso definitivamente desvia você da decepção.
Adentrei no local e meus sapatos fizeram mais barulho que eu pude imaginar. E então vi milhares de pescoços se virarem em minha direção. Eu estava parecendo uma puta?
Interessante...
Pisei firme durante toda a trajetória (e admito, tentei ignorar os olhares curiosos) e abri a porta de Sesshoumaru com raiva. Ele não se assustou, mas valeu a pena a entrada triunfal. Pelo menos eu acho...
# Kagome?- Eu sorri perversamente. Ótimo, ele ainda lembrava meu nome.
# Sesshoumaru...- Engoli seco e pensei que bom, eu nunca tinha sido uma pessoa que prezasse o orgulho... afinal, nunca tive muito. O encarei profundamente e então fechei os olhos. – Quero meu emprego de volta. – O silêncio pairou e então eu abri um de meus olhos lentamente.
E foi apenas quando eu abri os dois orbes esperançosos que ele se sentiu a vontade de rir na minha cara. É, isso mesmo.
# HAHAHAHAHA!- Cerrei os olhos contendo minha raiva. - Me desculpe Kagome, mas a vaga esta preenchida.
Ótimo, me senti um repleto lixo agora. Menos de um dia completo e Sesshoumaru já havia achado alguém para ocupar meu cargo e talvez (provavelmente) mais eficiente que eu. Isso é, que trabalhasse.
Dei ombros e me virei. Tentei não suspirar enquanto não tivesse saído da sala. Com o olhar baixo abri a porta e foi então que alguém bateu contra mim. Assustei ao observar a figura baixa e loura, que sorria imensamente em direção a mesa. Ela me empurrou com leveza e correu com seus saltos cor-de-rosa até Sesshoumaru.
# Senhor Sesshoumaru-Sama, como vai o senhor?- Eu encarei a cena abismada. – Sabe, estava pensando... que tal um dia desses, nós, hm... você sabe.
# Eu sei o quê?- Ele perguntou ríspido.
Oh, quem sabe não fosse apenas comigo.
# O jeito que me olha... você sabe. – Ela se curvou um pouco sobre a mesa de Sesshoumaru e eu observei lentamente a expressão dele se curvar em uma careta, bem, bem, bem... tenebrosa.
E bom, eu adoraria me sentar para ver essa cena.
# Está demitida. – Ela piscou os olhos algumas vezes.
# Mas você me empregou hoje e...
Hm, demissão. Me lembro de uma ceninha cômica parecida com essa, mas que acabava um pouco mais cômica, afinal tinha lápis na cena e várias pessoas olhando e tudo mais. Enfim, nada que não seja dolorido lembrar.
# Mas Sesshoumaru-Sama eu...
# Não me chame de Sesshoumaru-"Sama", refira-se a mim como senhor Sesshoumaru. Ou chefe ou qualquer coisa que diga respeito a sua posição em relação a mim. – Uau, ele não estava bem humorado. E eu quase senti pena da mulher... mas bom, eu não sinto pena de ninguém a não ser de mim mesma e isso definitivamente não mudaria tão cedo.
# Mas... – Ela ficou estática por alguns segundos e soluçou. Acho que Sesshoumaru se enganou se achou que ela pediria demissão. Apenas burros (diga-se de passagem: como eu) que fariam algo desse tipo.
Ele me encarou derrotado.
# Desculpe "mulher", mas preciso devolver a vaga para Kagome Higurashi e como o lugar dela já foi ocupado decidi colocá-la como secretária, que foi o cargo que você ocupou... ocupava. – Ela me encarou.
# Faça bom proveito.- Disse enquanto me olhava de cima para baixo. Vaca.
Ela saiu lentamente da sala, não sem antes me encarar com fúria. De toda a forma me senti vitoriosa, afinal nunca ninguém havia ficado furioso comigo... por ter perdido algo para mim.
Hêhêhê
# Bem Higurashi, admito que deu sorte desta vez. – Sorri petrificada para ele e estendi a mão. Ele encarou minhas unhas e não a apertou.
E bom, eu não me importei.
# Admita que faço falta!- Ri cerrando os dentes e ele percebeu.
# Realmente... alguém que não faz nada além de bater freneticamente o lápis na mesa pode marcar algum tipo exótico de presença. E não tente novamente falar algo tão broxante como isso e me faça me arrepender, tudo bem? - Por que ainda estou irritada com aquela vaca?
# Bem Sesshoumaru, vou começar amanhã, poderia ser?- Ele cerrou os olhos.
# Não abuse da sua sorte!- Oh, Sesshoumaru e seu humor contagiante.
Achei melhor não comentar que precisava desse dia por causa da ressaca e .
Um dia sem trabalhar e nem lembrava mais disso.
Legal.
# Mas mesmo assim prefiro que se troque, não quero que fiquem te encarando.- O encarei extremamente confusa. Ele falou burrada, eu senti. - Não que isso me perturbe. – Arqueei a sobrancelha e ele me encarou gelidamente.
# Oh! Claro que não, claro que não!- Mexi as mãos freneticamente concordando com ele. Bom, tinha meu emprego de volta e não ia arriscar isso por nada (de novo).
Quando fui me virar ele segurou meu braço com força.
# Você vai a pé?- Não, vou de porshe.
Pelo menos uma piada minha teve graça.
E eu ainda continuo com raiva daquela mulher.
# Sim Sesshoumaru. É meu único meio de condução.- Ele riu. Desde quando andar a pé é um meio de condução? Pelo menos barato era.
# Eu te pago um táxi!- Eu arqueei novamente a sobrancelha. Aquilo estava absurdamente estranho. Alerta vermelho.
# Não precisa ... - Precisa sim, precisa!
E então ele me puxou violentamente contra si colando nossos corpos. A respiração dele em minha face me arrepiou violentamente.
# Tenho que admitir que tantos e tantos anos trabalhando com você não foram suficientes para te notar dessa forma tão... selvagem.- E passou as mãos em minhas costas até pararem em minhas coxas, me forçando a me enlaçar contra seu corpo. Senti a respiração dele bater forte contra meu rosto e eu mordi os lábios.
Dois em um dia. Engraçado para alguém que não conseguiu quase nenhum em seis anos. Mas bom, desnecessário esse mar de energia negativa.
Enfim, quebrando aquele momento de tentação juntou seus lábios aos meus de uma forma surpreendente. Sua língua acariciava a minha ferozmente e suas mãos pousaram em minha bunda.
Novamente, nada mais digno.
Parei para respirar e coloquei minhas mãos em seu peitoral pedindo um "stop", mas ele voltou a capturar meus lábios. Gemi contra sua boca quando o senti tentar levantar minha saia, que estava extremamente colada contra meu corpo.
Nadaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa mais dignooooooo!
Foi então que bateram na porta. Em um pulo voltei à realidade habitual.
E aquilo de fato não era nada legal.
# Entre!- Sesshoumaru disse depois de arrumar a gravata e o terno. Ele me encarou com censura ao observar que eu não tinha perdido meu tempo nem tentando arrumar meu cabelo. Eu o encarei e dei ombros.
# Sesshoumaru, seu irmão é um verme!- Kikyou abriu abruptamente a porta aos prantos. E eu encarei a cena sorrindo.
# Honestamente, eu nunca neguei isso. – Ele respondeu friamente. Ela enxugou algumas lágrimas e respirou fundo.
# Sesshoumaru, pelo amor de deus! Disseram que o viram no NOSSO apartamento com uma prostituta. E como se não fosse cruel demais para mim, metade de meu dinheiro está na conta dele.
Pros...pros O QUÊ?
# A culpa é toda sua. Arque com ela. – Kikyou o encarou com ódio e rangeu os dentes.
# Me controlar? Você que controle sua língua, seu babaca. – Ele sorriu em sua direção e eu soube o que aconteceria.
# Demitida...- Bom... ainda preciso narrar os fatos?
oOo
Depois de muito choro e vela minha ressaca voltou a atacar. Coloquei as mãos na cabeça apenas rezando para que aquilo terminasse logo, antes que eu tivesse um ataque-pós-chefes-gostosos-demitindo-assistentes-vagabundas.
Yeah, yeah, finalmente me dei bem em uma missão.
Ouvi um estrondo e observei Kikyou saindo da sala com algumas pastas na mão. Enfim, eu nunca tinha visto uma cena tão cômica em minha vida.
Isto é, nunca havia visto Kikyou daquele jeito.
# Bem Sesshoumaru... tenho que ir- Anunciei antes de me virar e o senti me puxando contra ele, de forma a minhas costas ficarem presas contra seu tórax.
# Mas volte para finalmente realizarmos algumas de minhas fantasias sobre nós...
O QUÊ? Comigo? Espera aí, alerta vermelho.
# Co-co-Comigo?- Ele riu rouco e baixo no meu ouvido e eu tremi.
# Claro "K-chan" afinal, não sei se sabe ...- Ele me dei uma fungada no pescoço e me apertou ainda mais contra ele. – Mas eu sempre preferi as morenas...
Preciso mesmo realmente narrar os fatos?
oOo
Digamos que terminei minha história concluindo que a vingança é um prato que se come frio, muito frio. Mas também quem ri por ultimo ri melhor!
Estou comento um prato frio enquanto rio. Que coisa mais emocionante.
Não que eu saí perdendo na história, pelo contrário: eu saí completamente ganhando.
Ganhei Inuyasha, Sesshoumaru, salário mais alto e é claro...
Um pouco de dignidade
E acredito que eu não tenha nem que falar sobre o que senti ao observar à ira de Kikyou. Na realidade, acho que foi minha maior vitória. Ou não, sei lá. Muita informação para eu obter.
Agora está dando meu horário e estou simplesmente batendo o lápis contra a mesa.
Velhos hábitos nunca mudam não é?
Independente de eu mudar de cargo, de roupa e tudo mais. Enfim, sou inútil como sempre e certamente Sesshoumaru sabia disso desde o princípio. Aliás, uso das palavras dele para afirmar que "a culpa é toda sua, arque com ela".
Agora estou partindo para a aventura número 4!... Legal...
Enfim, encerro sem narrar muito mais coisas. Deixo isso para depois, porque agora eu estou definitivamente com muito trabalho.
Há-há-há.
oOo
Olá colhégas xD!
Essa fic era pra ser KAGINU mas a Natsumi Takashi me convenceu de fazer KAG/SESSHY!
É uma experiência nova pra mim, portanto, espero que tenham gostado assim como gostei x)!
Estou aberta para fazer uma continuação, claro..se a maioria quiser xP!
SACERDOTIZAAAAAAAA! Feliz aniversário minha filha!
Muitos aninhos de vida viu? AHuahauhauAhaUAHUAHUAHUA!
SMACKKK! Amo-te xP!
( E claro...antes de tudo perdem-me a falta de coerência, mas são 10:08 AM e eu ainda não fui dormir, "legal" xP!
Beijos amores!
As reviews serão respondidas por e-mail!
