-- Yamato's P.O.V. --
Calor…
Faz muito calor...
Calor, calor, calor, calor, calor, calor, calor…
¡MALDITO CALOR!
Daría o que fosse para ter de novo esse ar condicionado...ou algo bem frio...ou estar na piscina...
Mas, não...!
Estou aqui, trancado num quarto, praticamente assando com esse calor que faz. Todas as janelas estão abertas e, ainda assim, o calor é sufocante e a brisa que faz é ainda pior.
Não corre nem uma miserável alma pelas ruas, mas é de se esperar, seguramente as pessoas estão disfrutando da piscina municipal, ou em suas próprias piscinas, ou na praia ou...que sei eu!
E se não fosse por esse maldito apagão que houve na cidade toda, estaria muito bem com o ar condicionado...
Se perguntam...
E onde estão meus amigos?
Provavelmente, eles desfrutam de um maravilhoso dia na praia enquanto eu estou aqui trancado...
Belos amigos, olha que me abandonaram num momento como este, mas verão...
Como se atreveram a me deixar aqui, neste dia ensolarado e quente, neste sábado sufocante?
É sábado e eu não posso ir embora daqui...
Normalmente o faria, mas agora...
Apenas esperem que os veja amanhã, me vingarei e isso que se fazem chamar de meus amigos, me pagarão...
Sim...
Escutei um suspiro de resignação, que me fez sair bruscamente de minha pequena meditação. Tirei minha vista da janela e me foquei na pessoa que estava em minha frente, do outro lado da mesa. O que me levou a pensar, que nem todos os meus amgios estavam se divertindo, não...Ela havia decidido ficar ali comigo, sem importar-se quando insisti que fosse com o pessoal a praia e se divertisse, que eu me encarregaria do trabalho...Mas ela não me escutou, não entendeu as razões, dizendo que também devia fazer o trabalho. Às vezes podia ser tão teimosa, mas isso já não importava, a única coisa que me importava era que havia ficado comigo, para terminar o trabalho..
Fiquei observando-a...
O trabalho...Esse era o motivo por qual estavamos ali trancados dentro desse quarto, sem poder sair, sufocados pelo calor...Esse era, dem dúvida, um dos verões mais quentes na história do Japão...E nós estavamos ali, a uma semana de começar as tão ansiadas férias de verão, fazendo esse estúpido trabalho, ainda já havendo terminado os exames finais do semestre...Então...Por que estavamos ali, quando deveriamos estar celebrando que já não haviam mais provas e nem nada disso?...Pois, muito simples, foi pelo que havia acontecido no dia anterior, na escola...Tudo era culpa do professor de História...Só de pensar nisso, meu sangue ferve...
Essa manhã começou como outra qualquer.
Como já me era costume, me levantei mais cedo do que o habitual. Ao meu pai isso já não lhe surpreendia, posto que levava fazendo isso há alguns meses. Tão pouco imaginava o porquê da minha mudança de hábito, ninguém imaginava...Ninguém conhecia meu maior segredo, mas assim estaba melhor, não queria causar problemas a certas pessoas...Além do mais, se sacrificr algumas horas de sono, signigicavam que poderia vê-la e passar um tempo a sós com ela, então faria encantado... E essa era a verdadeira razão de minha repentina mudança...Ela... Minha amiga de infância, Sora Takenouchi...
Foi há uns meses, quando começou minha mudança. Uma manhã havia acordado mais cedo do que de costume, duas horas antes, e não conseguia voltar a dormir, por isso havia decidido sair e dar um passeio antes de ir para escola, já que tinha tempo de sobra. Caminhei sem rumo por uns minutos, logo decidi ir ao meu lugar privado, um pequeno jardim perto da escola. Só ia ali cada vez que queria pensar, ou passar um tempo sozinho. Qual foi minha surpresa ao chegar? Me encontrei com ela, com Sora... Estava sentada observando a paisagem de Odaiba, com os primeiros raios de Sol...Se via realmente linda... Me aproximei para cumprimentá-la, ela se surpreendeu muito ao me ver a essas horas da manhã, mas se alegrou também. Me sentei ao seu lado e começamos a conversar. Me confesou que ia a esse lugar todas as manhãs, antes de ir a escola, essa foi uma agradável surpresa, também me disse que ninguém mais sabia isso, claro, exceto eu. Seguimos conversando, e logo lhe disse que eu só ia ali de tarde, cada vez que queria ficar sozinho. Ela apenas sorriu diante disso.
Desde dessa manhã, comecei a me levantar mais cedo, apenas para vê-la e passar um tempo a sós com ela... Foi quando comecei a dar conta de meus verdadeiros sentimentos por ela... Mas ainda assim, no começo acreditei que apenas gostava dela, depois de tudo, é muito atraente...
Ainda que não fosse assim...
Quem ia dizer? O grande Yamato Ishida, o garoto mais popular da escola, o Playboy, o Deus das fantasias femininas, estava perdidamente apaixonado de sua amiga de infância, Sora Takenouchi... E não se quando ocorreu, digo, é verdade que ela sempre chamou minha atenção com seu caráter e sua forma de ser, sempre preocupada com os demais; isso era algo que sempre gostei nela, mas antes era apenas isso, um simples gosto, nada mais... Mas quando comecei observá-la, a realmente observá-la, vi coisas nela que nunca havia visto antes...Seu sorriso...Esse sorriso que era capaz de iluminar o mundo...meu mundo... me cativou por completo. E seus olhos, esses preciosos rubis que são como uma entrada a sua alma, e que são capazes de me ler como um livro aberto, me tinham completamente hipinotizado. Logo, aconteceu o que tinha que acontecer, passamos da puberdade a adolescência. Já não eramos mais crianças, não, já eramos adolescentes. Eu já não podia ver Sora da mesma forma, já não a via com os mesmos olhos, meus estúpidos hormônios fizeram que eu percebesse detalhes que antes não havia querido ver. Sora estava se convertendo em uma mulher, seu corpo havia se desenvolvido, acentuando suas curvas, fazendo-o mais bonito e mais desejável, e o Tênis lhe ajudou bastante... Todo meu corpo, minha alma, meu coração, todo meu ser a exigia aos gritos... Foi então quando esse simples gostar, essa simples atração física, passou a ser... amor.
O mais profundo, sincero e infinito amor.
No começo não queria acreditar, mas quanto mais tempo passava ao seu lado, mas me convência de que realmente me havia apaixonado por ela.
Mas bom, não seguirei desviando-me do assunto principal: A razão pela qual estamos fazendo um estúpido trabalho num sábado. Como já havia dito, todo é culpa do professor de História... Odeio essa aula...
Tudo começou ontem pela manhã, no momento em que abri meus olhos, devia haver sabido que esse não seria um bom dia para mim...
Flash Back…
Quando acordei, me surpreendi ao não sentir meu despertador. Estiquei meu braço para pegar o relógio, e quando via a hora... quase infartei. Eram seis e meia, o despertador não tocou, e estava meia hora atrasado para me encontrar com Sora. Sai num salto de minha cama e corri ao banheiro. Tomei banho rapidamente, sai do chuveiro e corri ao meu quarto, me vesti o mais rápido que do que podia, peguei minha mochila e corri a cozinha. Vi a hora e me surpreendi, levei apenas cinco minutos. Sem perder mais tempo, pequei um iorgute da geladeira e me dirigi a entrada. Coloquei meu sapato, pequei minha chave e sai correndo do apartamento. Increvelmente, nem sequer arrumei meu cabelo e ainda estava molhado, mas não me importava.
Como pôde acontecer isso? Estou certo de que programei o maldito despertador... ou não?... Ahh! Já nem lembro... Mas tinha que escriver essa música, não é?... Por que tive que me apaixonar por ela?
Reclameu comigo mesmo, mas logo minha ira se esfumaçou, dando lugar a uma expressão doce. Sorri. "Porqu ela é... simplesmente maravilhosa..."- disse num sussurro, respondendo minha própria pergunta.
Ainda tinha sono. Na noite anterior fiquei acordado até muito tarde, porque estava escrevendo uma nova canção, inspirada em Sora. Mas não pude terminá-la, o cansaço me venceu e cai rendido sobre minha cama, dormindo imediatamente. Ainda assim, o calor não me permitiu dormir bem, era muito sufocante.
Segui correndo, sem parar para descançar. Haveria tempo para isso. De longe vi a entrada de nosso pequeno lugar secreto. Corri mais rápido. Ao chegar ali, Sora já havia chegado, mas era de se esperar, ela era muito pontual. Mas diferente das outras manhãs, não observava o amanhecer, estava lendo suas anotações. Soube imediatamente porque. Estava estudando para a prova de história que teriamos no primeiro período, a última prova do semestre. A mesma prova para qual não havia estudado.
Como pude esquecer?
Me aproximei dela lentamente.
"Se atrasou..."- disse, sem levantar seu olhar de seu caderno.
"Ehh...Sim, lamento, mas dormi demais..."- disse, sentando-me ao seu lado, debaixo da árvore.
"Por quê?"- me perguntou, ainda sem me olhar.
"Não dormi muito bem...muito calor..."- respondi.
Sorriu ligeiramente, fechou seus olhos e se apoiou no tronco da árvore. "Certo...Estava começando a pensar que não viria..."- disse.
"Nada disso...Jamais te desapontaria..."
Diante disso, seu sorriso se ampliou.
"Eu sei."- murmurou. "Mas, sabe? Eu também cheguei atrasada essa manhã...Igual a você, a noite não dormi muito bem por causa do calor."- disse, rindo um pouco.
"Há quanto tempo está aqui?"- perguntei.
"Uns cinco minutos."
"Ahh... E eu estava preocupado que fosse se irritar comigo por chegar tarde."- disse com um tom infantil.
Rimos um pouco diante disso.
"Impossível. Eu jamais poderia me irritar com você, por mais que quisesse, simplesmento não poderia."- disse, abrindo seus olhos.
Me olhou e começou a rir.
"Do que está rindo?"- perguntei estranhando.
"Seu...cabelo...Yamato...Está um desastre!"- disse entre risos.
Esse comentário, me teria irritado, se tivesse vindo de alguém mais, mas não dela. Além do mais, seu riso é música para meus ouvidos. Por isso apenas pude rir também. Estivemos assim, durante muitos minutos, até que nossos estomagos já não aguentassem.
"...Permita-me..."- disse ela, de improviso. Deixou suas coisas de um lado e se inclinou ao meu lado.
"O que vai fazer?"- questionei.
Me sorriu. "O que acha? Arrumar este desastre."- disse, se referindo ao meu cabelo. Logo me olhou diretamente nos olhos. "Posso?"
Isso me tomou de surpresa. Ela não precisava pedir permissão, mas seguramente havia escutado dizer que eu não deixo que ninguém toque no meu cabelo. É verdade, mas se ela quer fazer, por mim não havia problema.
"Claro..."- respondi.
Ela apenas sorriu. Tomou meu rosto, com uma expressão pensativa. Permaneceu um momento assim e logo, sem vacilar, se sentou no meu colo, tomando-me de surpresa. Me ruborizei como louco. Levantei minha vista e a vi igual ou mais ruborizada que eu. Fizemos contato visual.
"Assim...estaremos mais comôdos..."- disse num sussurro. Eu apenas assenti.
Começou a passar seus dedos por entre meu cabelo, penteando-os da mesma forma que eu faço com o gel, só que desta vez não havia gel. Sua ação me pareceu uma carícia. Fechei meus olhos, para disfrutar o sentimento prazeroso que produzia o contato de suas suaves mãos. Era tão delicada, tão... amorosa. Pouco a pouco fui relaxando.
"É incrível..."- sussurrou ela, tirando-me de minha pequena fantasia.
"O que...?"- perguntei num sussurro.
"Seu cabelo é muito suave, muito bem cuidado... Eu pensei que seria, não sei, de outra forma... Você sabe, por todo o gel que usa..."- disse suavemente, sem deixar de acariciar meu cabelo.
E ela tinha razão. Meu cabelo deveria estar duro, porque na realidade eu usava bastante gel, mas não era assim, incrivelmente era muito suave. Levantei a vista para olhá-la nos olhos e, no momento em que fizemos contato visual, seus olhos começaram a brilhar de uma maneira especial. Tinham um brilho que nunca havia estado ali antes, era novo. Além do mais, seus olhos mostravam um sentimento que não pude descifrar, mas que definitivamente não estava ali antes. Poderia ser...desejo?
Pousei minhas mãos em sua cintura e ela tomou meu rosto. Lentamente, nossos lábios se aproximaram, até se encontrar num doce beijo. Mas antes de poder aprofundar o beijo, meu celular começou a tocar. E uma tremenda frustação se apoderou de mim. Sora se afastou rapidamente de mim, um pouco nervosa. Se levantou lentamente e se sentou ao meu lado. Logo depois de uns segundos, decidi que talvez deveria atender, mas não tinha vontade de falar com a pessoa que havia interrumpido esse momento que tanto havia desejado. Peque o celular do meu bolso.
Maldição!
Olhei a tela do celular e o desliguei, sem sequer atender. Era uma das tantas garotas com que saio para me divertir por ai de vez em quando. Nunca é algo sério. Voltei a olhar Sora, buscando algum indício de que queria voltar a repetir o que fizemos, porque eu sim queria. Era o que havia estado desejando desde do ocorrido naquela festa que Mimi fez, há um ano. Mas apenas me olhava ruborizada, com uma expressào neutra, mas em seus olhos havia...arrependimento?
Genial, o que me faltava...
"O que...você acha se... voltarmos a estudar?"- perguntou.
'"Claro..."
Estivemos estudando, até que era hora de ir para aula. Nos levantamos e nos dirigimos a escola. Sora me ajudou a entrar no recinto pela parte de trás, já que todas minhas fãs, estavam me esperando na entrada. Eu não tinha intenções de chegar tarde à prova... Não de novo. E menos ainda se era esta aula. Entramos na sala, segundos antes que o professor Tetsuka, que nos indicou que fossemos a nossos lugares. Eu, por sorte, estava atrás de Sora. O professor começou a entregar as provas em seguida.
"Sr. Ishida... Me surpreende que tenha chegado a tempo para o exame. Vejo que a companhia da Srta. Takenouchi tem sido uma boa influência para você."- disse, enquanto entregava meu exame.
Fiquei calado, não queria que me tirasse da sala. Não agora.
Comecei a procurar meu lápiz na mochila e não o encontrei. Percebi que estava com os livros das aulas do dia anterior. Então recordei que havia deixado meu lápiz sobre minha escrivaninha... o talvez no chão, quando dormi na noite anterior.
Grande, as coisas não podem ser pior...
"Sora..."- sussurrei.
"Que...?"
"Tem um lápiz extra que possa me emprestar...?"
"O que aconteceu com o seu...?"
"O esqueci..."
"Espera um momento..."- disse e começou a buscar em sua bolsa, tirando um lápiz. "Aqui está..."- mas não pôde me dar.
"ISHIDA, TAKENOUCHI!"
Sip. Sim podem ser pior...
O grito do professor fez com que toda a sala desse um pequeno salto pelo susto. Sora e eu nos pussemos de pé, esperando o que viria. Estava irritado, muito irritado. Nós não faziamos nada mal, além do mais, eu lhe pedi o lápiz. Não tinha porque castigá-la por tratr de me ajudar. Era minha culpa.
"À direção e me esperem lá!"- disse.
"Mas, professor..."- disse Sora.
"Nada de mas senhorita, à direção!"
"Ela não tem culpa, foi eu quem falou!"- lhe contestei. Odiava gente que se atrevia a levantar a voz a Sora.
"E ela lhe respondeu, Ishida. Recomendo qu ese mantenha em silêncio, se não quer que eu os reprove."
Ia responder, mas a mão de Sora sobre meu braço me impidiu. A olhei e ela negou com a cabeça. Pegamos nossas coisas e saímos da sala. Me sentia culpado, eu sabia que Sora havia estudado muito para essa prova, mais que eu. E seguramente teria tirado uma nota altíssima. Mas por meu descuido, ambos teriamos que fazer uma prova especial ou algo pior talvez.
Estúpido velho...Como o odeio...
Olhe Sora de lado e a vi cabisbaixa. Me senti ainda pior. Escutei um soluço e me senti miserável.
Oh, genial. A fez chorar.
Suspirei. "Sora... sinto muito, lamento isto, por minha culpa o professor nos castigou... Te prometo que o convencerei para que não te reprove..."- disse, detendo-me.
Ela voltou-se a me ver, surpreendida, digamos.
"Não... Não, Yamato! Não é sua culpa. É só que, nestas últimas semanas tenho estado um pouco sentimental, é tudo..."- disse, negando efusivamente com a cabeça. "Não se preocupe, já vai passar."- acrescentou, me dando um sorriso.
Devolvi o gesto e entramos na diretoria. Esperamos por algumas horas, até terminar o primeiro período, em silêncio. Até que escutamos o sinal indicando o término do período.
"Yamato..."- me chamou.
Voltei a vê-la em seguida. Ela prosseguiu.
"Quando o professor vier... por favor, não discuta o que tenha que dizer..."- começou, olhando-me de uma forma quase suplicante. "Você sabe que o professor Tetsuka é muito rigído e... por alguma razào, ele não simpatiza muito com você... Por isso, queria que me prometesse que via permanecer em silênico, enquanto ele estiver falando... Me promete?"- disse.
Estava segura de que Sora sabia muito bem porque o professor me odiava, mas nunca o mencionou. Ao menos ela não. Porque o resto das garotas... Digamos que os rumores voam. Como seja...
Eu ia prostetar, mas seu olhar não me permitiu. Ela tinha esse efeito em mim. Mas antes de lhe dar uma resposta, o professor entrou. Nos olhou um momento, estava irritado, mas quando pousou seu olhar em mim, me dei conta que sua raiva era unicamente por mim, Não me importou, de todas as formas, eu sabia que ele me odiava e que sempre buscava uma forma de me prejudicar, sem éxito; desde que ficou sabendo que eu tive uma pequena aventura com sua neta, Asuka, há pouco menos de um ano, dez meses para ser exato, tem tentado fazer que o diretor do Ginasial me expulse, mas jamais teve uma boa razão e eu não pensava em lhe dar o gosto de fazer algo para que me expulsassem. Além do mais estava seguro que o Sr. Tetsuka sabia que eu também o odiava. Por outro lado, só de pensar que, sem mim na escola, todos esses abutres que andam atrás da Sora veriam sua oportunidade de se aproximar dela, me fervia o sangue.
Se sentou na nossa frente, sem dizer nada por uns segundos, logo falou.
"Realmente me surpreendi que não tenha escapado sr. Ishida..."- disse. E se não tivesse sido porque Sora, pôs imediatamente sua mão sobre meu pulso, teria lhe partido a cara. "Mas, esse não é o caso... Devido a sua falta na prova, me vejo na obrigação de tomar medidas para remediá-lo, e a causa de que este era o último dia para as provas, por ordens de meus superiores, não poderei preparar outra prova para que possam fazer..."- fez uma pausa.
Pude ver a tristeza de Sora.
"Mas, tão pouco posso reprová-los, já que, certamente, não colaram... A única solução que vejo a isto, é que vocês me entreguem um trabalho sobre a matéria que vimos durante o semestre, mas como isso seria presenteá-los com uma boa nota... Decidi que o tema de seu trabalho, de no mínimo cem páginas, será mitologia grega..."- disse.
Quiz protestar, mas o suave aperto que Sora me deu no pulso, me calou.
"Não há problama, professor."-disse Sora.
"E, já que a quantidade de páginas é muito, para uma pessoa, farão o trabalho juntos...Vocês sabem como gosto que façam meus trabalhos, tudo claramente detalhado, e escrito com suas palavras, não quero nenhum texto tirado de algum livro ou da Internet... E Srta. Takenouchi... não quero que você faça todo o trabalho sozinha... Quero para segunda, no primeiro período. Podem se retirar."- com isso finalizou.
Saímos da diretoria. Eu tinha vontade de bater nesse infeliz, mas tive que me conter. Tinhamos apenas dois dias e umas horas para fazer o maldito trabalho. Voltei a ver Sroa e a vi... feliz.
Feliz?
"O que ocorre?"- perguntei.
Me sorriu. "Nada, é só que me alegra que apenas tenhamos que fazer um trabalho e..."- se aproximou de mim, estava muito perto. Se pôs na ponta do pé e se aproximou de minha orelha. "Mas me alegra ainda mais a idéia de que terei que trabalhar com você... a sós... para isso."- sussurou. Logo se afastou um pouco, a uma distânica aceitável. "O que acha se nos encontrarmos amanhã de manhã no parque, para começar o trabalho no meu apartamento?"- perguntou.
Saí de minha pequena ensenação, ruborizando-me levemtente. "S-sim, claro."- consegui dizer.
"Muito bem. Leve toda a informação que poder encontrar sobre o tema, para que assim amanhã comecemos imediatamente.
"Certo. A que horas nos encontraremos no parque?"
"Depois do meu treino."- disse.
Isso é muito cedo...
"Muito bem, estarei lá."- disse. A vi ir para sua próxima aula e eu apenas fiquei ali parado como um idiota.
… Fim Flash Back.
O resto da tarde, passou despercebida para mim. Estava muito emocionado, para prestar atenção em outra coisa. E acho que ainda estou, por isso não consegui me concentrar em fazer minha parte do trabalho. Não que me importe muito nesses momento, já que, ainda que não terminemos hoje ( o qual não faremos), teremos todo o dia de amanhã. E ainda que trate de me concentrar, não podia, o calor me impide.
Eu não fiz nada de minha parte e ela tem, senão é a metade de sua parte, é bastante... Mas, ao ter Sora na minha frente... vestida assim... não me ajuda em absoluto...
E por que culpo a forma de Sora se vestir por minha falta de concentração? Bom, é simples e não é que me chateie com sua forma de vestir, nem nada, pelo contrário, me encanta, é apenas... Bom, os explicarei desde o princípio...
E o princípio é esta manhã...
Flash Back…
O treino de Sora trminava as oito e meia da manhã, mas eu cheguei dez minutos antes. Como o calor era insuportável, decidi por uma bermuda e uma camiseta sem mangas. Mas o calor era tanto, que estive tentado a tirar a camiseta quando cheguei ao parque, porém, pelos olhares que me davam todas as garotas que passava, pensei que, por meu bem, não tiraria. Na minha mochila tinha toda a informação que havia encontrado para o trabalho, tanto na Internet como em alguns livros que há em meu apartamento.
Minutos depois de chegar ao parque, vi Sora vindo até mim, com um doce sorriso no rosto, esse sorriso que iluminava meu dia. Enquanto a vi vim em minha direção, não pude evitar...olhar... seu corpo. E sei que estive mal, mas... não podem me culpar! Digo, sou um garoto, perto de cumprir dezoito anos e com os hormônios a cem... É normal que esteja olhando o corpo de uma garota, mais ainda se é tão linda como Sora. Além do mais, ao contrário de outros garotos, eu sim posso controlar as ações de todo meu corpo na presença de lindas garotas. E sei que ela é minha melhor amiga e que confia em mim, mas simplesmente já não posso evitar que meus olhos a vejam.
E isso é justificável.Digo, há muitos fatores que jogam contra mim : Sua beleza natural, já que não tem necessidade de usar maquiagem; seu lindo e bem proporcionado corpo, que se bem há outras garotas que são mais volumosas, simplesmente não é o mesmo; sua personalidade atraente, e é que ela tem algo que chama a atenção de todos os homens; e seu sorriso angelical, capaz de iluminar o mundo inteiro. Todos esses fatores, somados aos meus loucos e ativos hormônios, estão contra mim (ainda que se fosse apenas isso, poderia ignorar, como faço com outras garotas), mas é apenas um fator, o que não me permite ignorar os anteriores... E esse fator é... o amor... É por isso que não posso controlar meus olhos, pelos sentimentos que tenho por Sora. E o que é ainda pior, é que conforme passa o tempo, o amor que sinto por ela segue crescendo, fazendo-me cada vez mais difícil poder controlar minhas ações perto dela.
Isso me preocupa.
Só de pensar que posso fazer algo a Sora, do que, estou seguro, me arrependerei logo, me provoca um imenso pavor...
Agora, claro, se ela quizer que eu faça algo... Bom...
Agitei minha cabeça, esse não era um bom momento para pensar nessas coisas. Além do mais, já me desviei do assunto... Onde estava...? Ah, sim... Não pude evitar olhar Sora quando chegou ao parque... A roupa que usa para seus treinos de Tênis, tào pouco me ajudavam muito. Essa blusa de mangas curtas, ligeiramente apertada, acentuando preciosamente sua cintura e seus... já sabem; e essa saia curta, ainda que não tão curta, apenas um pouco mais acima da metade da coxa, que deixavam ver uma magnifica vista de suas lindas pernas... Como poderia ignorar tão presente dos deuses? E não sei os demais, mas quando Sora deixou o futebol pelo tênis, eu fui quam mais apoiou sua decisão... Acho que já devem saber porque. Por outro lado, Sora, às vezes, também me vê da forma em que eu a vejo; não sou cego, muitas vezes a vi me olhando, e quando se dá conta que foi descoberta se ruboriza; ou em outras ocasiões quando volto a olhá-la e a encontro ruborizada. Mas não faço nenhum comentário.
Quando chegou ao meu lado, lhe deu um sorriso. Ela me devolveu o gesto.
"Oi."- me disse.
"Oi..."- disse. "Realmente Sora, sigo achando que é melhor no tênis do que no futebol."- acrescentei, ampliando meu sorriso.
Ela se ruborizou um pouco. Logo voltou a sorrir com amis confiança.
"Por que está dizendo isso?"- perguntou, sem me dar tempo para responder. "Porque realmente estou indo bem e sou muito boa, ou... porque você gosta de me ver no uniforme do clube."- disse sem reparos, enquanto começavamos a caminhar ao seu apartamento.
Fingi pensar um segundo, logo com um sorriso, lhe respondi. "Por ambas, mas acho que mais pela segunda razão."
Voltou a se ruborizar, desviando seu olhar. "Não diga isso."- disse sem graça.
"Mas é verdade! Não deveria ficar sem graça, Sora. Porque na realidade acho que você fica linda nesse uniforme."- disse.
A cada palavra que saiu de minha boca, Sora se ruborizou ainda mais. Se via adorável.
"Pára..."- disse com um sorriso nervoso.
"É sério..."- lhe disse, inclinando-me para trás. "Além do mais, com essa saia, está irresistível..."- acrescentei de forma brincalhona, enquanto pegava a borda da saia, tratando de olhar debaixo desta.
"Yamato!"- exclamou, tirando minha mão.
Eu não tinha intenções de olhar debaixo de sua saia, bom talvez sim teria, mas não ia fazer isso e Sora sabia que eu não seria capaz disso. Eu apenas queria que ela perdesse a vergonha. Não passoumuito tempo, quando nos começamos a rir.
"Bom, eu não sou a única que se bem com o que veste."- disse, logo depois de nosso ataque de riso.
"A que se refere?"- perguntei, ainda sabendo do que falava.
"Apenas digo que você não está nada mal... Digo, com todas essas garotas que ficam te olhando. Eu acho que gostam muito do que usa."- respondeu.
"E você?... Gosta como me visto?"
Me olhou de lado, mostrando um doce sorriso. "Sim... Está muito bem."- disse.
Quando chegamos ao apartamento, me deixou em seu quarto esperando-a, enquanto ela se trocava no banheiro. Aproveitei o tempo que demorou, para ver seu quarto com detenimento. Sim, certamente, eu já havia estado nesse apartamento, mas essa era a primeira vez que entraba no quarto de Sora. Observei ao redor. A decoração era bastante sensível e aconchegante, mas bom, falavamos de Sora depois de tudo, ela era uma garota sensível. Estava em sua cama, que tinha umas almofadas e um bicho de pelçuia de Biyomon, o que me pareceu muito terno. Havia um criado-mudo, junto a cama, onde tinha um bonito arranjo floral e um despertador. Também havia uma escrivaninha e duas cadeiras.
Me aproximei da escrivaninha e comecei a ver as fotografias que tinha ali. Tinha uma fotografia de seus pais e ela, quando era criança. Também tinha uma fotografia de nossa primeira aventura no Digimundo, há seis anos. Segui olhando e me encontrei com uma foto da segunda aventura digital, onde os pequenos foram os protagonistas, ali estavamos todos, os doze escolhidos; eu também tinha essa foto, era uma das minhas favoritas. Sorri. Recordo como estava nervoso antes que a tirassem, no momento em que abracei Sora, me senti vulnerável, temendo uma negativa de sua parte e que se irritasse comigo por meu atrevimento; mas no lugar disso, apenas sorriu, apegando-se um pouco mais a mim e aceitando meu abraço. Nesse momento me senti muito feliz.
Lamentavelmente, nesse momento, nossa relação não durou muito. Uns poucos meses depois que Sora se declarou para mim no Natal, nos inteiramos de que Taichi estava apaixonado por ela, e era lógico que sofria pelo nosso namoro. Eu não queria ver meu amigo assim, depois de tudo, Taichi era quase um irmão para mim, assim que decidi falar com Sora. Fui sincero com ela, lhe disse que realmente gostava muito dela, mas não queria que meu melhor amigo sofresse, assim que lhe disse que achava melhor terminar. Ela se entristeceu, mas disse que me compreendia, já que se sentia igual, apesar disso, me ofereceu sua amizade, dizendo que não queria que nos afastassemos. Eu aceitei a proposta, também não queria me afastar dela.
O curioso desse assunto, é que um tempo depois que terminamos, uns quatro meses, nos inteiramos de que Taichi estava saindo com Mimi. E quando eu lhe perguntei o que ocorria em relação a Sora, ele me olhou estranho, dizendo que com Sora nunca ouve nada, que apenas havia sido um erro, que o amor que sentia por ela, era o mesmo que sentia por sua irmã, um amor fraternal. Mas quando me disse isso, Sora já havia começado a sair com um garoto, se chamava Shinji; e eu já havia ganhado a fama de rompe corações.
Continuei observando as fotos, levando um surpresa. Havia uma foto do São Valentim desse ano, mas não lembrava quando a tiraram. Peguei o porta-retrato. Me deu conta que a foto havia sido tirada sem que Sora e eu nos dessemos conta. Lembrava esse momento perfeitamente, o tinha gravado em minha cabeça.
Esse dia haviamos ido ao parque todo o grupo, já que não se festejava apenas o amor entre casais, mas sim todos os tipos de amores. Sora e eu, haviamos estados bastante juntos e bastante afastados do resto do grupo, como se estivessemos a parte do grupo. Enquanto passeavamos, eu havia começado a flertar com Sora, ela não pareceu se irritar, porque me seguia no jogo. Num momento nos afastamos do resto, nos dirigimos a uma pequena ponte que havia no parque e nos pussemos a ver o lago, que estava coberto por uma fina capa de gelo. Estava entardecendo, por isso a temperatura estava baixando. Sora havia começado a tremer ligeiramente.
"Está com frio?"- lhe havia perguntado.
"Só um pouco..."- me disse, sorrindo.
Então a abracei pelas costas, passando meus braços ao redor de sua fina cintura. Qualquer um que tivesse nos visto, teria pensado que eramos um casal apaixonado. Ainda que agiamos como tal.
"E que tal assim?"- voltei a perguntar, sussurrando-lhe no ouvido.
"Assim está bom..."- havia respondido, pousando suas mãos sobre as minhas, dando-lhe um leve aperto.
A abracei com um pouco mais de força, aproximando-a mais ao meu corpo, fazendo nula a distância que havia entre nós. Começamos a conversar, falando em sussurros, sobre a curiosidade desse dia, já que todos estavam em casais e nós (os digiescolhidos) haviamos ido em grupo. Mas ela logo disse algo certo. Nesse dia não se celebrava apenas o amor, mas também a amizade. Então nos calamos, logo depois de uns minutos, eu a chamei, muito suave, que achei que não havia escutado, mas havia.
Voltou sua cabeça até mim e ficamos nos olhando nos olhos, como se o tempo houvesse parado.
"Hikari tirou essa foto sem que tivessemos percebido..."- escutei Sora nas minhas costas.
Dei um pequeno salto pelo susto, voltando-me rapidamente. Sora tinha um doce sorriso em seu rosto, não parecia irritada e não estava. Se aproximou, parando ao meu lado, para ver a foto que ainda tinha em minhas mãos. Eu não disse nada diante do que ela confesou.
"Ela me disse que estamos tão bem juntos e que pareciamos tão ternos assim, que não pôde resistir em fotografar esse momento."- disse, pegando a foto de minhas mãos. "Quando a me deu, me disse que a havia tirado antes de que Taichi e os demais começassem a gritar para que nos beijassemos."- riu logo depois de dizer isso.
Eu apenas sorri. Sora deixou o porta-retrato onde estava. Só então, percebi o que vestia. E as cores subiram rapidamente no meu rosto e, apesar de que o ar condicionado estava ligado, eu sentia que ardia por dentro. Se em seu uniforme do Clube de Tênis achava que era irressistível, com o que vestia, estava endemoniadamente sexy. Usava um top branco, ajustado, que deixava ver seu umbigo e parte de seu abdomen; e um short jeans muito, mas muito curto, que apenas cobria seu lindoe redondo..., deixando a vista suas lindas pernas. De repente, ela se virou para me ver, obrigando-me a olhá-la nos olhos.
"O que acha de começarmos a fazer o trabalho?"- disse.
Eu só pude assintir, sentando-me com muito calor.
… Fim Flash Back.
Passei as últimas duas horas, tratando de me concentrar por todos os meio; sem êxito. Sora tem toda minha atenção. E por mais que tente fazer minha parte do trabalho, meus pensamentos sempre voltam a Sora. Não importa com o que trate de me distrair, para não pensar nela; no final, sempre termino fantaseando com sua pessoa. É como uma droga que ainda não provei e que me tem totalmente obsecado.
A escutei suspirar frustada. A olhei; tinha sua cabeça apoiada sobre suas mãos, movendo-a de um lado para o outro.
"Ocorre algo, Sora?"-lhe perguntei.
Ela me olhou e voltou a suspirar. "Não posso pensar com este calor e assim não posso trabalhar."- disse.
Nesse ponto, concordava com ela. Esse calor não deixava ninguém trablahar bem. Mas para mim, não era apenas o calor. Sora se inclinou para trás, apoiando suas costas no apoio da cadeira, jogando sua cabeça para trás. Sei que ela fez isso sem nenhuma má intenção, mas não pude evitar sentir a necessidade de me lançar sobre ela e comé-la com beijos; estava tão sexy.
"Yamato?"
Deu um salto de susto, ao achar que me havia descoberto enquanto a olhava; mas pela expressão que tinha, me dei conta de que ela não me descobriu.
Estive perto...
"Diga?"- lhe disse.
"Quer algo para beber?"- perguntou, pondo-se de pé.
Assenti efusivamente. "Água fria, muito fria... e com gele, muito gelo... por favor."- disse.
"Muito bem. Já volto."- disse e saiu do quarto.
Ai, Deus...
Observei até o mais minímo movimento que realizou ao sair. Talvez ela não saiba, mas... sua forma de caminhar... de se mover... era muito sensual. Suspirei. Essa garota me estava deixando louco. E não sabia quanto mais ia poder me controlar se continuasse trancado nesse quarto com ela. Porque, como iam as coisas, o mais provável era que o trabalho ia ficar em segundo plano.
Sora... O que fez para me ter assim... a sua mercê?
A verdade é que ela não fez nada, além de ser como é, tão pura e inocente. Às vezes me sentia como um depravado ao ter esse tipo de pensamento referentes a ela; não sei, era como estar... desonrando-a.
Deixa de pensar assim dela, Yamato... Sora é pura demais para alguém que se atreva a ter essa clase de pensamentos sobre sua pessoa... Demasiada.
Me levantei, caminhando até a janela. Soprava uma brisa leve, o que me ajudou um pouco a me refrescar. Tirei a camiseta, jogando-a onde estava minha mochila. Nesse momento daria o que fosse por um ducha de água fria. Pensar nisso me ajudava a ter Sora longe de meus pensamentos. o que estava começando a considerar que era o melhor.
Ela merece algo melhor que eu... Verdade?
Pelo menos era isso que queria achar, digo, ela jamais ficaria comigo, não com minha reputação.Mas não podia evitar sentir ciúme de cada tipo que se aproximava e inconscientemente afugentava todos os seus pretendentes; Sora tinha muitos garotos na escola babando por ela, mas por mim não se aproximavam. Irônico, não? Levando em conta que ela nunca fez isso com as garotas que se aproximam de mim, mas isso é porque ela me vê apenas como seu melhor amigo (junto com Taichi). E isso me confunde, se sou apenas um amigo para ela, então por que me beijou na festa da Mimi... e por que me beijou ontem pela manhà? Bom a festa era justificável; jogavamos Verdade ou Conseqüência e não tinhamos outra opção, todos aceitamos jogar sme se importar com nada. Mas e ontem de manhã?
De repente senti alguém fazendo-me coseguinhas. E se não fosse porque eu era muito sensível no abdomen e nas costelas, não haveria me importado, mas era, motivo pelo qual comecei a rir. No começo tratei de controlar meu riso, mas estava muito difícil, até que no final cedi diante de meu atacacante e comecei a rir como se fosse um menino pequeno. Não podia parar de rir e Sora (quem mais, senão ela) não me dava trégua. Pude ouví-la rir entre minhas gargalhadas. Tratei de fazer com que parasse, mas foi inútil, meu estomago estava doendo de tanto rir e já não dava mais, assim tive que me render.
"Já... Me... rendo!... Me rendo, me rendo! - exclamei entre gargalhadas.
Sora continuou fazendo-me coseguinhas, sem parar de rir, até que finalmente parou. Percebi que estava deitado no chão, de barriga para baixo, com Sora sentado sobre minhas costas. Respirei profundamente, tratando de recuperar o aliento. Não lembro em que momento precisamente terminamos ali no chão, mas bom, não era importante. Além do mais, não foi tão mal dpois de tudo, fazia anos que não ria dessa maneira.
Sora se apoio em meus ombros, respirando profundamente. "Há anos que não te ouvia rir assim"- disse, ainda rindo um pouco. O que lhes disse.
"Sim... Fazia um bom tempo que não tinha um bom motivo para rir assim... Mas, hei, isso não foi justo."- disse, me levantando ainda com ela sobre minhas costas.
A senti me abraçar fortemente, seguramente com medo de cair, mas eu jamais a deixaria cair. Me us de pé, colocando suas pernas ao redor de minha cintura. Logo depois, ela relaxou, fazendo seu agarre mais suave. Voltei minha cabeça ligeiramente para vê-la sorrindo.
"Sei que... não foi justo... Mas no amor e na guerra, vale tudo."- disse."Já pode me soltar."
A baixei de minhas costas com cuidade, logo me voltei até ela."Ainda assim..."-disse.
"Foi sua culpa... Eu te chamei por um bom tempo e você não me respondeu... Tinha que fazer algo para chamar sua atenção, não é?"- disse, caminhando até a escrivaninha.
Mas se você já tem toda minha atenção...
"Não queria água?"- me perguntou, oferecendo-me um copo.
Soltei um suspiro em forma de resignação. Me aproximei dela e peguei o copo, bebendo todo o conteúdo num gole. Me senti melhor ao sentir meu corpo se refrescar pela água.
"Parece que sim."- comentou ela, sorrindo divertida.
"Obrigado."-disse, um pouco sem graça.
Nos sentamos em nossos respectivos lugares, tratando, mais uma vez, fazer o trabalho, ainda que foi em vão. Sora havia levado uma jarra com água e muito gelo, também um prato com apenas gelo. Nos minutos seguintes, bebi certa de sete copos de água. Mas ainda assim não havia apagado esse fogo que sentia em meu interior. Logo disso, e milagrosamente, pude me enfocar na minha parte do trabalho, pelo menos o silênico no quarto não era incomodo, pelo menos não para mim. Ao fim havia conseguido tirar Sora de minha cabeça e não ia correr o risco de cair de novo em tentação; bom, o mais provável era que voltaria a cair, mas pelo menos já teria um boa parte pronta.
Não sei quanto tempo passou depois disso, porque realmente me havia concentrado no estúpido trablaho; talvez minutos, horas, não sei. Mas me detive, porque novamente me encontrei pensando em Sora, só que desta vez foi por causa do tema do trabalho. Sora teve a grande idéia de dividir a quantidade de deuses que há. E a mim me deu a parte sobre quase todas as deusas gregas. Não me irritou em absoluto, mas no momento em que cheguei a Afrodite, a deusa do amor e da beleza...Adivinhem o que me veio na mente...
Me pergunto... O que diria Sora se soubesse que ela é minha Afrodite, só que muito mais linda?
Seguramente pensaria que apenas estou brincando... Como cada vez que trato de lhe dizer que ela é mais que uma amiga para mim...
Se me punha a recordar, isso era verdade. Cada vez que tratava de dizer a Sora que eu gostava dela mais que uma amiga, sempre sorria dizendo que deixasse de brincar. Bom, é verdade que só tratava de dizer atráves de indiretas, mas ainda assim eram bastante obvias... pelo menos para mim. Ainda que também possa se dever a que, antes de perceber meus sentimentos por ela, sempre brincavamos com isso.
A vida não pode ser mais injusta para mim, não é verdade?
Votlei a ver a janela, observando o ceu nesse dia ensolarado. Teria dado o que fosse para ir a praia. Soltei um suspiro. Não havia necessidade de ficar pensando nisso, já que não passaria, o melhor seria terminar com minha parte do trabalho, assim poderia descansar um pouco. Decidi fazer isso, mas quando voltei para frente, fiquei paralizado.
Ai... Meu... Deus
