Notas:
Primeiramente eu quero dizer que essa é minha primeira fic publicada, apesar de não ser a primeira que escrevi. Eu realmente gosto do shipper, e acho que se você abrir seu coraçãozinho um pouco, também pode começar a gostar.
Quero agradecer imensamente a Amy Lupin que betou lindamente esse capítulo e sempre me encorajou a publicar minhas histórias. Amy, se não fosse você provavelmente ainda estaria guardando minhas histórias só para mim. Ou seja...você deve desculpas ao mundo! kkkkkkk
Essa Fic foi inspirada na música "My life would suck without you" by Kelly Clarkson.
Autor: Matthew Black Potter Malfoy
Beta: Amy Lupin
Shipper: Peeta/Cato, Peetato, Potato(chame como quiser! *.*)
Disclaimer: Vocês realmente acham que eu tenho a criatividade da Suzanne Colins? ¬¬º
Capítulo Um-Faces Opostas
Cato sempre fora o garoto mais popular de Panem. Bem...talvez isso não fosse bem a verdade. O garoto não fora uma criança muito bonita e o seu gênio forte não ajudava muito para que as pessoas gostassem dele. Porém, como na vida de todo ser humano, a puberdade chegou para o garoto, e o que antes era um patinho feio, agora era o garoto mais bonito da cidade.
A boa aparência do garoto, associada ao porte arrogante e ao jeito de safado, fez com que ele ainda no segundo ano adquirisse a fama de ser o jovem mais galinha da cidade. Pois uma coisa era certa, uma vez na cama de Cato Hadley, o nome da pessoa estaria em todas rodas de fofocas de Panem.
Era férias de verão e a cidade estava praticamente deserta. Não havia muita coisa para se fazer naquela cidadezinha além de estudar ou trabalhar, então todos os jovens viajavam durante as férias e muitos dos pais os seguiam, já que o trabalho da cidade diminuia bruscamente nessa época do ano.
Por ironia do destino, Cato fora deixado sozinho na cidade. Sua ex-namorada, Glimmer, havia chamado todos os amigos para uma viagem à casa de praia dos pais da garota. Todos, exceto Cato. O garoto até pensou em ir mesmo sem ser convidado, mas de última hora mudou de ideia. "Ninguém precisa desses babacas" foi o que o garoto pensou.
Era por isso que Cato estava sentado sozinho em um café no centro da cidade, o Capitol, principal setor de Panem. A cidade era dividida em 13 distritos, cada um tinha sua própria função para manutenção da cidade e o Capitol era o centro administrativo e financeiro.
A verdade é que o garoto estava entediado, as férias só haviam começado há 3 dias e ele já não estava mais aguentando. Estava com os braços cruzados sobre o balcão, quando percebeu que alguém sentara-se ao seu lado.
Um garoto baixinho de cabelos loiro-escuros acabara de pegar o cardápio sobre o balcão e começara a analisar. Cato lançou o seu melhor olhar ameaçador, tentando intimidar o menino, entretanto este apenas sorriu em direção ao mais alto e voltou sua atenção à atendente que chegara para pegar o seu pedido.
"Era só o que me faltava" Cato pensou revirando os olhos, observando pelo canto do olho como o menino bebia seu chá gelado, como se tivesse todo tempo do mundo para isso.
- Qual é seu nome? - Cato foi pego de surpresa pela pergunta que o garoto soltou.
"Como esse fedelho tem coragem de falar comigo?" ele olhava incrédulo para o garoto.
- Não te interessa, garoto. - Cato bufou ameaçador em direção ao menino.
- Está bem.
Cato observou como o menino se encolheu no banco, um misto de medo e tristeza em seu rosto. Aquilo o incomodou, mesmo que ele não soubesse dizer o porquê.
"É um babaca mesmo!" Ele pensou por fim, com um sorriso escarninho, quando viu o garoto tropeçando ao sair do café, alguns minutos depois. "Talvez eu tenha me precitado em descartar a possibilidade de ir de penetra na viagem de Glimmer" pensou, rangendo os dentes.
-Potato-
Peeta odiava aquela cidade. Talvez fosse um pouco de exagero, afinal ele só estava ali há dois dias e meio. Mas ele sentia muita falta de sua antiga cidade e de seus amigos. Seus pais podiam dizer o que fosse, nada mudaria o fato de que agora ele teria que viver longe de seus amigos e sua família.
Se bem que, se ele fosse parar pra pensar, ele não tinha tantos amigos assim, apenas três. Katniss, Madge e Delly. Não é como se seus irmãos fossem seus amigos. Também tinha Gale, o namorado de Katniss, com quem costumava andar, mas isso era mais uma convivência forçada por ambos terem Katniss em comum do que propriamente uma amizade.
Mas mesmo assim, Peeta ainda sentia falta de acordar todos os dias com o cheiro de pão fresquinho, ir para a escola acompanhado de Delly e passar as tardes na casa de Katniss, bebendo leite da cabra de estimação de Prim. Parando para pensar agora, até nadar no lago perto da cidade(coisa que não o agradava muito, pois sempre fora um péssimo nadador), parecia uma lembrança de um passado magnífico. Mas com certeza, o que ele mais sentia falta, era a vista da janela do seu quarto. O garoto perdera a conta de quantas vezes desenhara aquela paisagem ao longo dos anos.
Quando entrou em casa, Peeta teve a certeza de que ele realmente odiava aquela cidade. Morar com seu padrinho, Haymitch, era uma uma ótima ideia de acordo com sua mãe, uma vez que a situação financeira da família não estava muito boa. Peeta até concordara no início. Contudo, ele logo mudou de ideia, quando chegou à casa do padrinho.
O homem aparentemente não se preocupava em ficar sóbrio. Ele nem fora buscar Peeta na estação de trem, quanto o garoto chegara. Sorte que Peeta sabia onde era a casa de Haymitch. Não fora fácil arrastar as malas da estação até a casa do homem, muito menos acordá-lo quando chegara enfim ao lugar(o garoto ficara com a mão vermelha de tanto esmurrar a porta).
Peeta resolvera andar um pouco pela cidade, já que o padrinho não parecia perceber que tinha um hospede em casa. Quando deu por si, já estava no centro da cidade, o Capitol, assim como no dia anterior. Foi quando Peeta achou melhor voltar para casa, já estava anoitecendo e ele não queria encontrar alguém como o garoto da tarde anterior.
Já havia percorrido metade da quadra em que estava, quando uma coisa chamou sua atenção. Do outro lado da rua, havia uma loja, acima lia-se "Louis Art's: Artigos de arte em geral". O garoto não pensou duas vezes antes de atravessar a rua, quase correndo em direção à loja. Ele só percebeu tarde demais que não havia olhado para os lados antes de atravessar a rua. Um carro freiou bruscamente, acertando o menino, já em baixa velocidade e jogando-o no chão.
Ao se levantar, Peeta tomou conciência das escoriações que tinha por todo o corpo, principalmente nos braços e mãos.
- Você está bem? - Peeta ouviu alguém perguntando.
Ele levantou a cabeça e se deparou com um homem que aparentava ter em torno de 40 anos de idade. Ele era loiro, alto e seu rosto e corpo mostravam sinais de que na juventude devia ter arrasado alguns corações.
- Sim, estou. - Peeta disse se levantando.
- Venha, eu te levo até o hospital. - o homem disse segurando o cotovelo do garoto e direcionando-o até o carro.
- Não precisa, senhor. Eu es... - Peeta tentou dizer, mas pelo olhar que recebeu, percebeu que não iria se livrar tão fácil assim.
Quando o homem virou a esquinha, Peeta ainda olhava para a loja de artigos de arte como uma criança que acaba de descobrir que papai noel não existe. Mesmo assim, Peeta não tentou dissuadir o homem, seu olhar mostrava que ele não gostava de ser contrariado. Curiosamente, algo naquele olhar era familiar a Peeta, ele só não sabia dizer o que.
-Potato-
Logo que chegaram ao hospital, Peeta percebeu que o homem em questão não era apenas um cidadão preocupado com a saúde e bem estar físico de um desconhecido, mas também um médico querendo tratar um paciente. Paciente este que estava sentado em uma maca, olhando para o médico de forma entediada enquanto ele o examinava.
- Eu já disse que estou bem, Dr. Hadley. - Peeta disse pela quarta vez, mas aparentemente o médico não estava disposto a deixá-lo ir sem um exame completo, pois pela quarta vez ele lançara ao garoto aquele olhar intimidador.
- Então você é o afilhado do Dr. Abernathy? - o médico perguntou, sentando-se.
- De quem? - Peeta perguntou atônito.
- Haymitch Abernathy. Ele é seu padrinho, não é? Ele me disse que você estava vindo morar com ele.
"Então ele consegue fazer algo além de beber?" Peeta pegou-se questionando enquanto o Dr. Hadley ainda o encarava questionador.
- Ah...sim, sou sim. - o garoto apresou-se em dizer. - Mas como o senhor sabe disso?
- Você me passou o seu endereço para contato e geralmente sou eu que costuma verificar se o seu padrinho não se afogou com o próprio vomito.
- Hum ...
Peeta olhava curioso para o Dr. Hadley, sem saber qual era sua opinião a respeito do médico, quando um garoto entrou no consultório, quase derrubando a porta. "Merda!" Peeta pensou, reconhecendo o garoto da tarde anterior.
Cato estava com uma camisa cavada larga, que mostrava seus braços musculosos e boa parte dos músculos de seu tronco, e uma bermuda preta na altura do joelho, deixando à mostra suas panturrilhas torneadas. Um chinelo surrado no pé aumentava o ar "largado" do garoto.
- Pai, preciso que você compre uma passagem pra amanhã de manhã, meu cartão não está funcionando. - Cato disse colocando os pés em cima da mesa do consultório.
- Cato, eu estou com um paciente. - O Dr. Hadley disse, arqueando uma das sobrancelhas em claro sinal de desaprovação.
Cato virou-se em direção a Peeta, aparentemente ele não havia notado o garoto até então.
- E aí! - ele balançou a cabeça em direção ao garoto sentado na maca, como se eles estivessem em uma festa descontraída à beira da piscina. - Então? - perguntou, voltando-se em direção ao pai.
- Pelo que me lembro, você disse que não iria viajar nessas férias. - o Dr. Hadley disse cruzando as mãos sobre a mesa.
Peeta olhava para os dois, esperando que alguém surgisse pela porta dizendo que ele estava em uma pegadinha de algum programa de auditório, daqueles que ninguém assiste. Ele realmente não sabia o que era mais surreal em toda situação, a atitude do garoto ou a do pai.
- Eu mudei de ideia. - o garoto disse arrogantemente.
- Eu não vou fazer suas vontades dessa vez, Cato. Fui eu que bloqueei o seu cartão. Já está na hora de você assumir algumas responsabilidades. - o Dr. Hadley disse de forma fria. - Ou você acha que eu não fiquei sabendo do que você fez noite passada na piscina da prefeita Paylor?
O garoto semicerrou os olhos em direção ao pai por alguns segundos, antes de se levantar bruscamente, chutando a cadeira em que estava sentado. Peeta encolheu-se em cima da maca, com receio de ser pego no acesso de raiva do garoto. Cato já estava na porta do consultório quando o pai chamou-o novamente.
- O quê? - Cato virou-se, claramente desagradado.
- Leve o Sr. Mellark para casa. - o Dr. Hadley disse acenando a mão em direção a Peeta.
Peeta piscou algumas vezes, sua boca estava semiaberta. Se ele pudesse se ver no espelho naquele momento, diria que estava fazendo sua habitual "expressão de tapado".
- Então? - Cato falou, quase gritando.
Peeta não ousou continuar parado, pulou imediatamente da maca para o chão e seguiu apressado os passos do outro garoto para fora do hospital.
-Potato-
Eles mal haviam andado duas quadras e Cato parou o carro próximo à calçada. Peeta olhou para o garoto, sem saber o que fazer.
- Vaza! - Cato cuspiu, sem nem olhar em direção ao garoto ao seu lado.
Peeta franziu a testa confuso, sem saber se o outro estava zombando de sua cara ou se falara sério.
- Eu mandei você sair! -Cato gritou, se inclinando sobre o garoto e abrindo a porta do passageiro.
Peeta saiu apressado do carro, assustado com a atitude do outro. Mal colocara o pé na calçada e pode ouvir os pneus do Porsche do outro cantando pela rua.
"Ótimo! Estou em uma cidade que não conheço e esse idiota me deixa sozinho no meio da noite...Espera...Onde eu estou?" Peeta pensava, admirando a sua falta de sorte, enquanto caminhava para casa.
Mais tarde naquela noite, quando ele finalmente deitasse em sua cama, Peeta concluiria que ele descobrira três coisas naquele dia: seu padrinho era médico, ele realmente odiava aquela cidade e odiava Cato Hadley.
