Sentimentos mudam... ou não!

Meu nome é Dee Dee. A maioria me conhece por causa de minhas habilidades no balé e a velha mania de bagunçar o laboratório do meu irmão Dexter. Não tenho culpa dele ter um laboratório. Se só eu, além dele, sabe disso na casa, deveria aproveitar, não é? Mas não estou falando com vocês por causa disso. O assunto é outro.

Dexter tem um rival, Mandark. Eles se conhecem desde crianças, e eu também. Mandark é tão inteligente quanto Dexter, e também tem um laboratório como ele. Os dois são muito parecidos, menos por um detalhe: Mandark tem um amor platônico por mim, e acha que eu não sei.

Qualé?! Eu posso ser estúpida, mas sei reconhecer de longe quando alguém está apaixonado por mim.

A primeira vez que Mandark me viu, segundo Dexter, foi quando eu passei por ele no corredor quando este era cumprimentado por um monte de gente. Na época, ele era aluno novo na escola, e ele e Dexter já não simpatizavam um com o outro. No mesmo dia, ele me atraiu pra sua casa com uma trilha de doces. Naquele dia, acabei destruíndo o laboratório dele dançando.

Mas isso não mudou o que ele sentia, e ainda sente, por mim. Quanto ao laboratório, eu soube que Mandark o reconstruiu em 1 mês de trabalho duro.

Na época, eu tinha apenas 5 anos. Hoje, tenho 15. Achei que fosse ficar mais alta que as outras garotas, pois eu já era alta na infância. Mas tenho apenas 1,64m. É claro que isso não me impede de chamar a atenção dos rapazes. Até os jogadores de basquete da escola são apaixonados por mim.

Mas eu não ligo pra nenhum deles. Achava que não me apaixonaria por ninguém. Me enganei feio!

Não fui a única pessoa com quem o tempo foi generoso. Ele também foi generoso com Dexter... e Mandark. Mas eu só reparei nisso porque ele deixou a cidade aos 10 anos e só voltou agora. Ele tem apenas 15 anos, mas mudou muito.

Mandark ainda usava óculos, mas tinha deixado o cabelo crescer até os ombros e adotou um visual mais descolado. Todo muindo que se lembrava dele e o viu entrar na sala de aula se surpreendeu, até o Dexter. Mas eu duvido que alguém tenha se surpreendido mais do que eu.

Mandark: Dee Dee?

Na primeira vez que ele falou comigo, desde que voltou, senti minhas bochechas esquentarem. Será que eu tinha me apaixonado por Mandark? Confesso que sentia certo ciúme quando via outras garotas dando em cima dele.

Dee Dee: Si... sim?

Notei, ao ver o rosto ruborizado dele, que algo não tinha mudado: ele ainda gostava de mim do mesmo jeito. Mas era a primeira vez que eu o via ficar sem graça na minha frente.

Mandark: Já faz algum tempo que não nos vemos! Você mudou muito! Está mais... digamos... bonita! Bom, você sempre foi!

Dee Dee: Ah... é? Obri... obrigada!

Estava me sentindo uma estúpida. Nunca tinha agido assim na frente de um garoto, nem do Dexter. Tá, ele é meu irmão. Não é a mesma coisa. Mas me sentir assim, nunca tinha acontecido.

Mandark: Sabe Dee Dee, já foram várias vezes que te perguntei isso na infância e... talvez você diga "não!" como nas outras vezes, mas... aceita sair comigo?

Fiquei pensativa sobre isso. Realmente Mandark me chamava muito pra sair... quando éramos crianças. E eu sempre negava. Mas agora era diferente. Eu sou adolescente, e ele também. Uma pergunta desse tipo é interpretado de modos diferentes por uma criança e um adolescente.

Dee Dee: Acho que podemos sair juntos dessa vez!

Mandark abriu um sorriso com a minha resposta, e saiu saltitando como uma criança. Dei uma risada discreta. Esse jeito dele também não havia mudado. Estava apaixonada por Mandark, e percebi isso nesse encontro. Onde ele me roubou meu segundo beijo, melhor que o primeiro.

O primeiro também tinha sido ele, mas foi na infância. Seguido de uma bofetada. Sentimentos mudam... ou não. Ainda bem que os meus mudaram e os dele não. Ou não estaríamos juntos.

FIM!!!